Os anos se passaram rapidamente e Teresa já estava em seu vigésimo aniversário.

Depois de tanto tempo, estava de volta a Sweet Amoris. Sentia saudade dessa cidade, afinal seus pais haviam se mudado a muito tempo dali por causa do trabalho.

Mas agora seus pais estavam viajando pelo mundo e ela precisava terminar a faculdade.

Viu sua tia e sua prima com cartazes de boas vindas e riu.

Nenhuma das duas tinha jeito.

—Oi tia Aghata, oi Letty.

As três se abraçaram.

—Quanto tempo prima.

—Pois é! Fiquei com saudades de vocês duas.

—Nós também.

Elas entraram no carro e foram para a casa de Aghata, que ficava bem na fronteira da cidade.

—Preparei o seu quarto meu bem, e o reitor da faculdade ficou muito entusiasmado com as suas notas, demos um jeitinho e vai dar para você começar na segunda.

—Obrigada tia.

Depois que arrumaram tudo, Teresa resolveu passear pela cidade, mas sua tia deu uma estranha recomendação.

—Não vá para perto daquela cachoeira. Tu

O que poderia ter de perigoso lá?

Passeando pela cidade, parou em frente a uma loja de eletrônicos.

Viu ali um velho colega e decidiu entrar.

—Oi Armin.

O rapaz logo tirou os fones de ouvido.

—Não acredito! Terry Dumont, é você?

—Eu mesma.

—Quanto tempo garota! E você cresceu bastante viu, tá muito gata.

Ela revirou os olhos já que nunca se achou particularmente bonita.

—E o Alexy? Seu irmão está por aqui?

—Tá fora da cidade agora mas logo vai voltar, ele vai amar te ver de novo, vivia lamentando que você não estava aqui.

—Estou doida para ver ele, avisa para ligar lá pra casa da minha tia okay?

—Vou falar pra ele.

Teresa saiu caminhando sem destino e refletindo sobre a vida.

Acabou parando em frente a cachoeira velha e lembrou do seu pedido infantil nesse lugar.

—E pensar que desejei viver um grande amor! Ha!

Grandes amores não existiam muito por aí.

Babacas, por outro lado, isso tinha mais do que devia.

E como encontrou babacas!

Não que ela tenha deixado de acreditar em amor mas sabia que na vida real não era tão simples assim.

Se virou para ir embora mas aconteceu o que não esperava.

A água da cachoeira começou a borbulhar e uma forte luz saiu dela.

Teresa quase ficou cega e tropeçou em uma pedra caindo no chão.

Quando conseguiu enxergar, teve uma visão que a paralisou.

Um homem com uma roupa preta e máscara assustadora, segurando uma enorme espada.

—Sou um homem de sorte.- falou ele com uma voz arrepiante.- Encontrar justo você? Que honra!

Levantou sua espada.

Teresa se recuperou da paralisia pelo medo e esfregou os olhos.

—Isso é um pesadelo?

Ele riu.

—Tão adorável como antes!

Esse cara a conhecia?

—Quem é você?

—Não se lembra Érika? Que conveniente!

—Érika? Quem é Érika? Eu sou Teresa!

Ele se aproximou.

—Isso não importa mais.

Iria dar o golpe fatal e Teresa, com medo, levantou os braços, mas em vez de sentir a lâmina ouviu um barulho alto de ferro batendo.

Abriu os olhos e viu outra espada impedindo a do mascarado.

—Vá embora, deixe a garota em paz.

Ela olhou o dono da outra espada, um rapaz ruivo muito bonito com um kimono antigo preto com dragões vermelhos costurados em cada manga.

—Até você aqui Castiel?

O mascarado tentou forçar a espada para baixo mas o ruivo conseguiu segurar a posição sem dificuldades.

—Você quer mesmo lutar comigo?

—Por que a protege tanto? Você já não deve nada a essa humana e no entanto continua correndo atrás dela como um cachorrinho. Não basta o que você perdeu da última vez?

Com raiva, Castiel impulsionou a espada para cima e atirou a espada do oponente longe.

Apontou a espada para o peito dele.

—Você sabe por que faço o que faço. Sabe o que aconteceu. Por que ainda me pergunta?

—Vai ser assim então?

—Sim. Termos sido amigos não vai me impedir e você sabe. Só te poupei agora em nome da nossa amizade de muitos anos mas não vou perdoar da próxima. Fique avisado.

—Nunca pensei que você colocaria uma mulher na frente do seu velho camarada.

—E eu nunca pensei que você se venderia para aquele desgraçado.

—Eu tenho meus motivos.

—E eu os meus.

O mascarado voltou-se para ela.

—Boa sorte destruindo a vida dele de novo.

E sumiu na luz cegante.

—O que aconteceu aqui?

Castiel a ajudou a se levantar.

—Digamos que de agora em diante, essa será a sua vida.