O ladrão apontou a arma para o senhor Wayne. Martha abraçou seu filho, encolhida. Quando ele ia puxar o gatilho, um homem vestido de palhaço saiu das sombras.

            ─Não, não, não! ─Ele gargalhou. ─Você não vai fazer isso.

            O palhaço sinistro arrastou o ladrão consigo para as sombras. Aproveitando o ensejo, Thomas pegou a mão da esposa, ainda abraçada ao filho, e correram para longe, para a claridade. A família Wayne fugiu, ainda ouvindo os gritos do pobre homem, enquanto era espancado e talvez morto.

            A salvo, Thomas pensou que poderia ser eles, em outra circunstancia. Por ironia, devia sua vida a um criminoso, que estava batendo em outro criminoso. Estranho, pensou. Não deveria ser assim.

            A figura sinistra, manchada com sangue e ainda em meio às sombras, observou a família desaparecer, alheia de suas intenções. Quem diria, seu plano funcionava. Agora, o Batman não mais existia...

Anos depois...

            O despertador tirou Bruce Wayne de um pesadelo. Ele recordava a noite quando voltava do cinema. Porém, ao contrário da realidade, onde seus pais foram salvos por um sinistro homem vestido de palhaço, eles eram mortos. No sonho, estava sozinho.

            Bruce olhou ao redor. Estava em uma poça de suor. Sua respiração era difícil, descompassada. Seu coração parecia querer saltar do peito.

            ─Bruce, você está bem?

            A forma antes adormecida a seu lado se mexeu, saindo debaixo das cobertas. A mulher de cabelos escuros e olhos azuis segurou o rosto do homem assustado. Bruce olhou do rosto familiar para o enorme anel brilhando em seu dedo. Tinha um igual em seu anelar. Aquela era sua esposa.

            ─Sim, Diana, estou bem. Foi apenas um pesadelo...