Cinco anos, cinco anos que você simplesmente entrou naquele avião, que disse que voltaria para mim, que disse que me amava, mas isso era preciso, fazem cinco anos desde que meu coração simplesmente se partiu, fazem cinco longos anos em que você simplesmente me deixou.

Você deve pensar que eu sou um tolo, que eu sou alguém com que se pode brincar, você simplesmente não se importou em mentir na minha cara, dizer que me amava e que eu era tudo para você, você não se importou em entrar naquele avião com uma promessa em mãos e a descarta-la com tamanha facilidade, assim que as rodas saíram do chão.

Eu vi fotos suas com outro, enquanto ignorava minhas mensagens. Eu vi nossas fotos ficando gastas e nossas lembranças cada vez parecia mais insignificante para mim, pois eu aceitava que você não era mais nada para mim, mesmo sendo meu mundo.

Agora, você aparece na minha frente e simplesmente diz que eu ainda sou tudo para você, depois de tudo que você simplesmente descartou, depois que tudo que você colocou como prioridade não deu certo você volta para mim, dizendo que foi um erro.

Olhei seus olhos, parada na minha frente, lágrima nos olhos, mais promessas escapando de seus lábios que eu tanto um dia amei.

— Sai da minha frente — disse fraco — não quero você na minha vida.

— Nico, por favor! — sua voz saiu fraca, manhosa, chorosa.

Encarei seus olhos, vendo a lágrima escorrer pelos seus olhos. Estava decidido, não deixaria você se aproximar de mim novamente, mesmo que isso signifique tudo para você.

— Eu disse para sair da minha frente Thalia, não quero você perto de mim, nunca mais — falei, mas sabia que minha voz tinha falhado.

Mesmo depois de anos ela continuava a me machucar, sabia que ela poderia ser o amor da minha vida, a única mulher que eu amei e um dia vou amar, mas não a deixaria repetir.

— Eu preciso de você — ela falou, mordendo o lábio inferior — não pode me deixar sozinha, por favor, eu não tenho ninguém.

— Você não tem noção do que você fez? Parece que todos esses cinco anos nunca existiram na sua vida, né? — contive a vontade de gritar essas palavras, mas deixei que o tom acusatório tomasse minha voz.

— Nico...

— Cinco anos, Thalia! Porra, foram cinco anos que você me deixou, simplesmente disse que era a melhor escolha, eu confiei em você, acreditei que tinha mudado, que não faria de novo, me deixei envolver, mas você simplesmente acabou com tudo a cada dia que se passava simplesmente destruía mais, mas eu fui percebendo que menos doía, eu só me pergunto o que nós poderíamos ter sido.

— Eu sei que...

— Não, não sabe — falei respirando fundo — você foi embora, então faça novamente isso, não foi uma vez, não foram duas, não foram três, eu cansei de ser o idiota para quem você volta correndo depois de não dar certo, você sempre boa em despedidas e me fez ser também, então pode se retirar da minha casa, agora!

Ela piscou descrente, abalada e assentiu.

— Eu sinto muito — falou dando as costas e saindo da minha casa.

Fechei a porta, ouvindo-a encostar contra a madeira e respirar fundo, um “eu te amo” saiu de seus lábios, tão baixo que se não estivesse com a cabeça apoiada na porta nunca teria ouvido.

— Eu também te amo, mas eu não posso mais...— disse contra a porta, alto o suficiente para ela ouvir — adeus, Thalia!

Ouvi os passos dela se afastando, e aquilo doía, mas eu sabia que ia passar, sempre passava, ela me fez conseguir superar isso, eu superaria.