Wicked Game escrita por Batman, ohstony


Capítulo 1
Wicked Game — Parte 1.


Notas iniciais do capítulo

?— Essa história seria uma oneshot, mas acabou ficando grande demais e eu achei melhor dividir em três partes. Então, essa é a parte um ♥

?— Como nessa história eles estão no High School, eles têm entre 16/17 anos.

?— Algumas palavras estão vinculadas com músicas dos Anos 8o, que me ajudaram na hora de escrever ♥

?— Espero que gostem ♥



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“It's strange what desire make foolish people do

I'd never dreamed that I'd meet somebody like you”

— Wicked Game, Chris Isaak

 

Era comum ver o trio matando aula atrás da escola, com os cigarros nos lábios e uma garrafa de uma bebida qualquer sendo compartilhada entre os três. Todos sabiam que eles iam lá para fumar erva, e ficavam lá até o fim das aulas e iam chapados para casa.

Os alunos, principalmente, sabiam e não tinham coragem (ou um nível de idiotice muito alto) para contar aos professores e a diretoria. E ninguém mexia com eles, é claro. Por que mexer com o que está quieto, não é?

E era isso o que Tony Stark, Nathasha Romanoff e Clint Barton faziam naquele exato momento. Pouco se fodendo se a aula de Inglês estava rolando, ou qualquer outra coisa.

— Então você resolveu que vai brincar com o Garoto de Ouro? — Natasha debochou, tragando o cigarro e segurando a fumaça por um tempo, até soltar pelo nariz.

E passou para Clint, ao seu lado.

Deitado no chão de concreto, Tony apenas assentiu. Os olhos fechados, cobertos pelos óculos escuros e os braços cruzados abaixo de sua cabeça, fazendo a vez de travesseiro.

Barton riu, soltando a fumaça e devolvendo o cigarro para Natasha.

— Ele nunca fez seu tipo, Tony. Por que dessa agora?

— Vai ser engraçado. — Stark disse, com um sorriso debochado nos lábios grossos. — Toda vez que chego perto dele, ele cora feito uma mocinha.

— Por que ele é, Stark, uma mocinha encubada. — Barton revirou os olhos. — Uma garotinha virgem que cora com qualquer elogio ou sacanagem que ouve.

— Ele é. E é por isso que vai ser tão engraçado. — Tony riu, sentando-se e pegando o cigarro da mão de Natasha, que levantou a sobrancelha na direção do amigo.

— Pensei que gostasse do amigo dele, o Barnes. — Comentou, pegando o cigarro de volta.

Tony negou com a cabeça, soltando a fumaça pelo nariz.

Não diria gostar, Tasha. Ele só é bom no boquete.

Os três riram.

Na sala de aula, Steve Rogers estava copiando seu dever. Fingindo estar interessado nas equações, enquanto dava rápido olhares para a cadeira no fundo da sala, que estava vazia.

Balançou a cabeça com descrença, não sabendo como Stark conseguia passar todos os anos, sendo que não comparecia boa parte do ano. Mas na verdade ele sabia: o cara era um gênio e passava com uma facilidade, por fazer os trabalhos por compensação de faltas.

— Você fez outra vez. — Pepper Potts falou ao seu lado, cutucando-o.

— Fiz... O que?

— Olhou para a mesa do Stark e se perdeu lá. Ele não está ali, você sabe, não é? — Falou, tirando a franja do rosto e puxando o cabelo ruivo para trás, evitando que ele continuasse incomodando.

— Eu sei, Peps. — Falou, passando a mão por seu cabelo e bagunçando os fios perfeitamente arrumados. O sinal do intervalo tocou, fazendo Steve fechar seu caderno e arrumar suas coisas, colocando-as em sua mochila sem pressa.

Quando já estava no corredor, com Pepper, sua melhor amiga, ao lado, James Barnes juntou-se a eles, assim como Bruce Banner.

James, chamado carinhosamente de Bucky pelos amigos, era quase da mesma altura de Steve. Uns cinco centímetros mais baixo, talvez. Tinha porte atlético e usava ostentosamente a blusa do tipo, com o brasão bordado do lado direito. Bruce, por outro lado, não poderia ser mais diferente de Steve e Bucky.

Baixinho, óculos e suéter por dentro da calça. Assumidamente nerd, é claro.

— Já ficaram sabendo da festa na casa do Phil? — James perguntou, colocando um braço ao em cima dos ombros de Steve e o outro no de Pepper. — Os pais deles foram viajar e deixaram a tia dele tomando conta de tudo, mas a velha toma remédios e dorme cedo e como uma pedra.

— Phil? O garoto que idolatra o Steve, o novato do time? — Pepper perguntou, franzindo as sobrancelhas ruivas.

— Esse mesmo! — Bucky riu.

— Quem tanto vai? — Steve perguntou, tentando soar desinteressado.

— A escola inteira, meu amigo! Todas as gatinhas vão estar lá, prontinhas para mim!

Steve bufou com o jeito cafajeste de James.

— A escola inteira, mesmo? — Perguntou novamente.

Bucky parou, e olhou atentamente para o loiro. Passou a mão pelos cabelos longos e bufou.

— O Stark e sua trupe foram convidados, se é isso o que quer saber. Mas não sei se ele vai, sabe como ele não gosta de se misturar.

— Isso não é verdade! Você só está dizendo isso por que odeia ele.

— É, eu odeio o cara, e o que que tem? Mas é a pura verdade o que eu disse, ele é chamado para todas as festas e não vai em nenhuma. O que quer que eu pense? O cara é um metido e não gosta de se misturar, simples.

Steve olhou feio para James e continuou a andar, sem dar atenção as palavras do amigo.

Depois do almoço foram para os armários, pegarem o material para a próxima aula. Steve ainda estava chateado com o que Bucky dissera, ele tinha certeza que o Stark não era assim.

Apesar do dinheiro do pai, ele via o garoto sempre tentando ser o contrário de Howard Stark. O colégio público que estudava, a jaqueta de couro, os jeans rasgados e as botinas. O comportamento rebelde, as detenções. Ele fazia tudo isso para as pessoas esquecerem que ele tinha dinheiro.

Mas isso não adiantava, pelo que parece. As pessoas ainda o veriam como um mesquinho riquinho numa escola para a classe média.

...

Está bem, Tony tinha que concordar. O garoto Coulson sabia dar uma festa. A batida da música podia ser ouvida da esquina e a rua estava repleta de carros, e ele balançou ao som de Sweet Dreams enquanto estacionava seu Chevy Opala 74, vermelho com duas faixas pretas no capô. Natasha estava ao seu lado, o cabelo ruivo totalmente solto e rebelde, os lábios pintados num tom escuro de vermelho e os olhos destacados com sombras pretas. Pretas, assim como toda a sua roupa.

E Barton estava no banco de trás, olhando no espelho retrovisor, checando se seu cabelo lotado de gel estava no mesmo lugar.

Revirou os olhos e saiu do carro, ajeitando sua jaqueta e esperando os outros saírem.

Quando entraram na casa de dois andares, foram recebidos com a música alta e vários jovens com copos de bebida nas mãos. Sorriu abertamente, e continuou a andar, procurando o rapaz de cabelo loiro que era o alvo de sua atração.

Rapidamente o encontrou, junto com seus amigos patéticos. O cabelo perfeitamente arrumado, a camisa de botão por dentro da calça, parecendo ridiculamente engomadinho.

Andou até lá, pegando um copo de cerveja de cima da mesa e bebendo um grande gole.

— Rapazes, — sorriu para os garotos e se virou para Pepper, sorrindo de lado — Senhorita.

Banner, o único do grupo com quem Tony conversava de vez enquando, sorriu em cumprimento. Assim como Sam Wilson, que era neutro e conversava com todo mundo.

— O que faz aqui, Stark? — Bucky perguntou, azedo.

— Bucky, é estranho te ver na mesma altura que eu. Normalmente você está de joelhos. — Tony falou, com sarcasmo. — E, respondendo sua pergunta, eu preciso bater um papo com o Rogers.

Steve franziu as sobrancelhas, estranhando a ação do Stark.

— Sobre o que? — James continuou, rude e curioso.

Ignorando Bucky, Tony virou-se para Steve e disse, sorrindo abertamente.

— Vamos, baby?

Todos se viraram para Steve. Este, estava vermelho e olhando para Tony como se ele fosse um louco.

Pelo amor de Deus, vim falar com ele no meio de todo mundo? E chamar ele de baby, quando a nova moda do colégio era enfiar na privada a cabeça dos gays? Não que ele se importasse com isso, é claro. Ninguém enfiava a cabeça de Tony Stark, assumidamente bissexual, na privada.

Mas o mais importante de tudo era: TONY STARK ESTAVA FALANDO COM ELE.

— É um assunto sério, — Tony sorriu charmosamente — eu prometo.


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