Éramos como Romeu e Julieta, amor proibido.

Todo mundo acha amor proibido uma coisa tão romântica e fofa, mas na verdade é um monstro, uma coisa horrível que por mais que a gente tente evitar não conseguimos.

O nome dele era Perseu, metade das garotas de Bibury eram afim dele e a outra metade queria que as filhas casassem com ele.

Mas como sempre minha mãe era a exceção, tudo culpa do pai dele.

Não faço a minima ideia do porque, mas Atena Chase odiava os Jackson.

Eu deveria odia-los também, mas alguma coisa não parecia certa. Ele era tão gentil com todo mundo, ele era o tipo de pessoa que se alguem estivesse com frio e ele tirava a blusa e dava para a pessoa.

Não tem como odiar Perseu Jackson, assim como não tem como odiar cachorrinhos.

Eu lembro bem quando a gente se conheceu, eu estava andando com o Max, meu cachorro, quando ele viu um esquilo ( bendito esquilo) e saiu correndo, fugindo de mim.

E eu feito uma louca comecei a correr e gritar chamando ele.

O problema é que ele é um labrador quase do meu tamanho, e eu não conseguia alcança-lo.

Só consegui ver ele virando a esquina e sumindo da minha vista.

Se eu entrei em desespero? Lógico, Max era o meu bebê. E por mais que Bibury fosse minúscula, ainda tinha chance de eu perder meu cachorro.

Eu já estava suando de tanto correr, por isso prendi meu cabelo em um coque todo bagunçado e quando virei a esquina, vi Perseu fazendo carinho na barriga do Max.

— Hey, ele é seu? - ele disse olhando pra mim.

Imagina a cena, eu toda suada, com o cabelo horroroso e provavelmente fedendo falando com o cara mais lindo da cidade. Definitivamente eu não tenho sorte.

— É sim. É o Max. - eu falei tentando recuperar a corrida. - ele não pode ver um esquilo que já sai correndo.

Ele deu uma risada, gente até a risada daquele garoto era bonita. Não tem lógica.

— O meu também é assim, acho que é mal de cachorro grande. Que falta de educação a minha, prazer Perseu Jackson. - ele disse estendendo a mão pra mim.

— Prazer sou Annabeth Chase.

Ele me olhou de forma estranha, como se estivesse pensando em algo muito sério.

— A gente deveria se odiar né? - ele disse um pouco sem graça, mas ao mesmo tempo com um sorriso no rosto.

— Acho que sim.

— Você quer me odiar? - ele disse arqueando a sombrancelha.

— Acho que não. E você, quer me odiar? - perguntei com um sorriso minúsculo.

— Acho que não. Você é muito bonita pra ser odiada.

Provavelmente eu estava vermelha feito um pimentão, mas consegui dar um sorriso.

— Eu tenho que ir. Tchau Perseu. - eu disse pegando a coleira do Max.

— Tchau Annabeth. A gente se vê por ai? - ele disse passando a mão no cabelo.

— A gente se vê por ai.

Se eu estava surtando? Óbvio.

Eu tinha acabado de flertar com Perseu Jackson, o cara que todas queriam e que a minha mãe odiava.

Provavelmente eu estava me metendo numa enrascada, numa enrascada muito grande.

Voltei para casa ainda meio em choque com o que havia acontecido.

Deixei Max em casa, tomei um banho e fui correndo para o meu trabalho.

Eu era garçonete no único Starbucks da cidade.

— Oi amore. - Silena, minha prima e melhor amiga, disse enquanto lixava as unhas.

— Hey, gata. Eu tenho que te contar umas coisas. - eu disse enquanto colocava meu avental.

— Agorinha você me conta, olha quem chegou. - ela disse apontando com a cabeça para o moreno que tinha acabado entrar. - você quer atende-lo?

— Tanto faz, Lena. - eu disse já pegando o cardápio e levando para a mesa dele.

— Boa tarde, posso ajuda-lo?

Perseu levantou os olhos e sorriu.

— O que você me sugere?

— O meu favorito é o Chocomallow.

— Pode ser esse então.

— Tudo bem. Agorinha eu trago ele. Mais alguma coisa?

— Na verdade sim, vai ter uma chuva de meteoros hoje. Você quer ver comigo? - ele oer

— Não costumo sair com quem acabei de conhecer.

— Por favor. Eu não to afim de segurar vela. - ele disse um pouco corado.

— Quem mais vai?

— Jason e Piper, Silena e Charles.

— Ah eu conheço eles. As meninas são minhas primas.

— Viu, mais um motivo pra você ir.

— Vou pensar no seu caso.

— Pensa com carinho.

Dei um sorriso pra ele e fui preparar o seu café.

— Annabeth Chase, o que foi aquilo? - Silena disse com um sorriso malicioso.

— Nada. Ele é só mais um cliente normal. - tentei não falar nada que me entregasse.

— E eu sou a rainha da Inglaterra.

Dei uma risada irônica e fui entregar o café para ele.

— E se hipoteticamente eu aceitar ir com você, como que eu faria com a minha mãe. Até porque nós deveríamos nos odiar.

— Se você hipoteticamente aceitar, nós nos encontramos na ponte às 19:00.

— Hipoteticamente.

— Hipoteticamente.

******

— Mãe, vou ver a chuva de meteoros com as meninas. - falei saindo de casa.

— Tudo bem. Se comporta.

Eu estava vestida com uma calça jeans e uma blusa de manga longa com estampa de Star Wars.

Silena e Piper estavam na porta da minha casa.

— Conta tudo. - elas disseram juntas.

— Eu vou ver a chuva de meteoros com vocês e o PJ.

— Ai meu Deus. Sua mãe sabe? - Piper perguntou.

— Não. Nem pode saber, ela odeia eles.

— Amor proibido. Que gracinha. - Silena disse suspirando.

— Que amor o que Lena. A gente ainda nem se conhece. Vamos que eu tenho que encontrar ele na ponte às 19:00.

Ele estava mais lindo que o normal e ao ver a gente deu um enorme sorriso.

— Boa noite. Gostei da blusa.

— Boa noite. Você gosta de Star Wars?

— Quem não gosta. - ele disse rindo. - Você está linda.

— Obrigada, você também não está nada mal.

Ele pegou a minha mão e fomos andando até o parque.

Minhas primas estavam beijando seus namorados no banquinho da praça.

— Obrigado por ter vindo. Eu não aguento mais segurar vela. - ele disse apontando com a cabeça para os casais.

— Mas você só segura vela porque quer. Todas as garotas daqui são afim de você.

— Eu sei. Só que eu não quero desperdiçar meu tempo com a garota errada.

— Como você vai saber que é a garota certa?

— Eu ainda não sei. - ele deu uma risada e me olhou. - Olha começou.

Quando eu olhei para o céu fiquei impressionada. Era a coisa mais linda que eu já tinha visto.

—Uau. Meu Deus isso é muito perfeito, Perseu.

— É lindo não é. Isso me faz pensar o quanto nós somos pequenos, saca.

Eu não sabia o que dizer, nem o que pensar. Mas começamos a nos aproximar de uma tal maneira que eu conseguia sentir a sua respiração.

— Annabeth Chase, eu estou quebrando todas as minhas regras com você.

Dito isso ele me beijou.

Eu não sei como, ou porque, mas ele me beijou.

Me afastei um pouco, tentando absorver o que tinha acontecido.

— Me desculpe. Eu agi por impulso. - ele disse sem graça e bastante vermelho.

— Não precisa se desculpar. Eu acho que seria bom quebrar minhas regras com você.

Dito isso voltamos a nos beijar, sem nos importarmos com nada.

Já era bem tarde quando voltamos para a ponte e antes de nos separarmos ele me deu um papel e um selinho.

Era o numero dele. Junto com uma mensagem: “ Foi muito bom quebrar minhas regras com você.”

Naquele momento soube que eu estava numa enrascada incontrolável.