Arena Mortal escrita por Nyna Mota


Capítulo 2
Capítulo 1 - Escória


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Tudo doía, cada canto do meu corpo doía. Mais um soco e não me aguentei, cai no chão gelado. Era chegada a hora, não tinha mais forças pra resistir.

Será que existe um céu? Um lugar bom? Será que Elizabeth estava lá? Eu me encontraria com ela? Deus existe? Se Ele existe, porque tanta coisa ruim tinha acontecido?

Enquanto mamãe viveu eu havia sido um bom garoto, eu cuidei dela, dos machucados, mas ela tinha morrido. Eu não tinha mais mãe.

Neve. Eu sempre tinha amado a neve, sempre tinha sido divertido, agora eu sabia que ela seria um dos motivos da minha morte.

Eles ainda me chutavam, mas o chão gelado havia adormecido meu corpo, não sentia as dores das pancadas mas do frio doía tanto quanto.

Tanto dor me fez crer que logo encontrasse minha mãe.

Mãos quentes tocaram meu rosto. Doeu, gemi em protesto.

Papai ele está vivo! Eu sabia que ele estava vivo! Uma voz fina dizia, mas não conseguia abrir meus olhos, via apenas uma pequena fresta.

O que eu já falei Isabella, nada de se aproximar da escória! Escória. Eu não sabia o que era aquilo, mas não parecia bom.

Eu queria levantar, brigar, mas não conseguia me mexer.

Charlie, é apenas uma pobre criança machucada. Paul, pegue o garoto, vamos leva-lo conosco.Uma voz doce disse, uma voz de mãe. Eu queria tanto minha mãe.

Eu já o vi pelas ruas senhora, ele é um briguento!

Não questione Paul, apenas pegue o garoto.

Tudo parecia tão distante, fazia tanto frio.

Renée...

Aquela ainda é a minha casa Charlie, a casa dos meus pais, e eu ainda sou a senhora dela!

Meu corpo foi levantado, mãos bruscas, tudo doeu, eu gritei e o mundo escureceu.

***

Os infelizes estavam atrasados, como sempre. Eu odiava atrasos, odiava atrasar, e quando se tratava de um carregamento daquele porte no meio da madrugada, atrasos eram maus presságios.

Acendi mais um cigarro em busca de uma fuga, a nicotina era uma delas. Era uma madrugada fria que me fazia lembrar de uma outra, uma noite fria, a noite que tudo mudou, essas lembranças tinham um gosto amargo. Fazia a bile subir, mas eu não podia fraquejar, eu era o Tiger.

Um farol apontou distante na estrada. Eu esperava que fosse o carregamento, ou o chefe ficaria muito descontente, e não era bom quando isso acontecia, alguém sempre saia machucado, raras eram as vezes em que era eu, mas as vezes era Ela.

O caminhão com a logomarca da Swan encostou devagar, até isso, dirigir, me remetia a Ela, reconheci o motorista, Sam era o capanga da vez. Um aceno de cabeça, nada de cordialidade. Eles me temiam, meu nome era conhecido e temido nesse mundo.

A contagem seria feita dentro da Arena, como tudo mais, precisávamos ir pra lá rápido, já estávamos atrasados. Adentrei o SUV que dirigia, sozinho, sempre sozinho. A imagem dela veio em minha mente, o que logo tratei de ignorar, não era o momento, não que tivesse um.

Dei a partida mas algo se aproximando chamou minha atenção. Um carro com o farol apagado, não era um bom sinal. Destravei a arma que estava sempre comigo, o metal frio na minha pele, mas não senti medo. Dizem que só se sente medo quando se tem algo à perder, eu não tinha nada, exceto talvez...mas não.

Desliguei o carro e esperei, com a calma fria do felino com o qual sempre me comparavam. Sempre o caçador, nunca a presa. Caçar, não ser caçado. Bater, não apanhar. Matar pra não morrer.

Era uma viatura, se aproximaram devagar, devagar demais. Vi Harlan do outro lado ansioso, mesmo no escuro sentia seu medo. A viatura parou, dois homens desceram, não conseguia reconhecer seus rostos, não sabia se eram amigos ou inimigos. Engatilhei a arma e fiquei a espera. Harlan ligou o farol, cegando à todos momentaneamente, inclusive eu, queria mata-lo por isso, nos deixado vulnerável.

Abri meus olhos rápido, em alerta, mas assim que os vi relaxei, eram conhecidos, apenas mais dois homens na folha de pagamento do Chefe. Robb e Jesse, dois panacas que se achavam por prestarem um serviço ou outro pra ele. O pior tipo que existia, policiais corruptos.

— Boa noite Senhores. – Eles falaram alto já que não descemos. Não respondi, não tinha tempo a perder. – Viemos apenas nos certificar que tudo chegue sem problemas.

Liguei o carro e o farol, esperando os idiotas entrarem no carro. Eles hesitaram e demoraram preciosos minutos. Aguardei, minha fúria eu descontaria em outro lugar. Seguimos de forma rápida, quanto maior a demora mais arriscado, já havia perdido tempo demais.

Não muito depois adentramos o galpão, conhecido no meu mundo como Arena, era ali onde toda a sujeira era feita, ali também era um armazém da Laboratórios Swan Inc., ninguém desconfiaria do armazém, não quando todos estavam comprados, não quando tudo era feito com tanto rigor cautela.

Os homens descarregaram, fizemos a pesagem e contagem, peguei os relatórios para entregar enquanto Harlan cuidava do armazenamento, e depois quando chegasse à ordem, da distribuição.

Vender cocaína dava um lucro muito grande, eu bem o sabia afinal sempre era o responsável por levar os relatórios, mas jamais cheguei perto daquela merda pra consumo. Eu era um lixo, mas não tinha descido tão baixo ainda.

O sol já apontava no céu, meu corpo pedia por cama, os nós dos meus dedos estava doloridos, mas o serviço ainda não estava acabado.

Fui pro apartamento que alugava no subúrbio de Detroit, era pequeno, um quarto, banheiro e sala conjugada com cozinha. Não tinha fotografias, não tinha adereços, tudo tão vazio quanto eu me sentia.

Tomei um banho longo e quente, lavando os cabelos, me enrolei na toalha e ignorei a imagem do espelho, não me barbearia aquela manhã.

Após me vestir preparei um café forte, ovos e torradas. Eu me alimentava bastante, o eco da fome vibrava em meus ossos de momentos passados, momentos que eu não viveria mais.

De: Chefe

Para: Tiger

Te espero às 08:00 am.

Não se atrase.

Como se algum dia eu já tivesse me atrasado. Respondi a mensagem.

De: Tiger

Para: Chefe

Já estou à caminho.

Lavei a louça que havia usado e sai para a manhã fria e nublada. Entrei no carro e me dirigi pra mansão do Chefe. Um local extremamente luxuoso, enorme, cercado por segurança, local onde morei por um longo tempo, até me mudar pro apartamento que estava hoje.

Estacionei o carro distante da fonte, não fui para a garagem lotada de carros de luxo, eu sairia logo.

Os segurança me reconheceram com um mero aceno, aqui eles também sabiam quem eu era.

Adentrei a casa pela porta dos fundos, a porta dos funcionários que dava direto pra cozinha.

Ela estava lá, sempre irreverente às regras do pai. Comendo na cozinha e sorrindo com Leah, a cozinheira, seus olhos brilhavam, seus cabelos soltos iam até sua bunda, vestia uma calça jeans que marcava bem seu traseiro e uma regata branca, quase tão branca quanto sua pele. Engoli em seco e entrei, ambas me olharam, uma com carinho a outra com comedimento.

Alice adentrou a cozinha, já a minha espera.

— Tiger, Charlie te espera no escritório.

Acenei e a segui em direção ao escritório do chefe, tinha que admitir Marie Alice Brandon realmente era uma linda mulher, cabelos negros lisos que iam até o meio de suas costas, era magra e baixa, mas forte.

Bati na porta e após um entre sufocado adentrei o ambiente. Era tudo luxuoso, tinha um lustre enorme, prateleira cheias de livros que eu dividava alguém um dia ter lido, poltronas enormes e confortáveis, as quais sempre me recusei a sentar.

— Olá garoto. Carregamento grande esse! Renderá muito. – Apenas assenti e me mantive sério enquanto ele lia os relatórios. Charlie era um homem que já tinha quase cinquenta anos, os fios grisalhos em seus cabelos contavam sua idade, olhos marrons, e bigodes espessos, se passava por uma pessoa de bem pra quem visse por fora. Já acostumado ao meu silencio retomou. – Veja Liam maior que dá última vez!

Liam era seu braço direito, a quem supostamente responderíamos na ausência de Charlie, coisa que raramente de acontecer. Ele me lembrava uma réptil, seus olhos negros observadores, sempre rastejando ou olhando pelos cantos.

Me mantive ereto enquanto eles discutiam como seria dividido o carregamento, aguardando pra saber o que me seria designado pra hoje. Alice estava no canto, sempre próxima á Charlie, mesmo quando se tratava de negócios.

Alice havia chegado ali pouco depois de mim, tinha sido vendida pelo próprio pai pra pagar uma dívida e se tornou o bibelô do chefe. Era uma garota indefesa, hoje uma mulher dura. Olhando pra ela e pra mim notei como a vida nos transformou.

— Tiger, hoje você vai acompanhar Isabella na faculdade e depois leva-la junto com Marie pra Diamonds. – Ótimo, hoje eu seria babá, ao menos Marie estaria junto. – Isabella irá direto pra faculdade e depois direto pra casa, entendido?

— Sim senhor.

Fui dispensado com um sinal de mão, Alice me seguiu pra avisar Isabella do cronograma. A garota vivia numa redoma de vidro, era controlada pelo pai, e seguida por capangas como eu pra onde ia. Ela não tinha uma vida livre, assim como nenhum de nós, mas o pesar por ela era maior, pensar por sua inocência roubada, seu sorriso contagiante repreendido.

Reprimi o sentimento e segui pra cozinha, aguardaria lá até o momento de leva-la pra aula. Meu antigo quarto estava tão próximo. Tantas lembranças. Não vá por ai Tiger! Eu tinha que me controlar.

Senti sua presença antes mesmo que ela me chamasse. Será que sempre seria assim?

— Vamos Tiger? – Ela estava parada lá, ainda em seus jeans e regata, o cabelo antes solto agora estava preso no alto de sua cabeça e óculos, porra como ela ficava sexy de óculos, era a personificação dos meus desejos mais sombrios e eróticos. Eu precisava controlar meus instintos, só de vê-la meu corpo reagia, eu estava tendo uma ereção apenas por olha-la! Era absurdo.

Levantei sem dizer nada e segui para o SUV, ela sentou ao meu lado e seu cheiro de morangos me invadiu, reprimi o rosnado que tomou conta de mim, abri as janelas e não a olhei, ela era pura tentação e não precisava fazer nada.

É falta de sexo Tiger, hoje após o serviço como babá você irá atrás de Hannah, será uma boa distração. Sim, era um bom plano.

— Você está de cara fechada hoje. Algum problema? Você está machucado? – Isabella me encarava, um ruga no meio de sua linda testa. Suavizei minha expressão.

— Não é nada. Não precisa se preocupar comigo, não estou ferido. – Ela me fazia parecer um gatinho e não o Tiger. – É sério Isabella, estou bem!

Ela me deu um sorriso doce e ligou o som. Ela era assim, pura, inocente, bela, sua alegria era um bálsamo naquele mar de sujeira.

— Você vai ser uma excelente médica, sabe disso não sabe? – Meu tom era melancólico. Ela seria a mais linda e dedicada, a mais doce, todos vão amá-la e ela iria pra longe, longe de tudo que Charlie e eu representávamos, ela havia confessado, queria ir pros médicos sem fronteiras. Eu não a culpava ela era boa demais para estar ali.

— Edward... – Ela era a única que me chamava assim, e isso só quando estávamos sós.

— Tiger Isabella, eu sou Tiger. – Eu tinha que lembra-la quem eu era, eu tinha que me lembrar quem era.

Estacionei o carro e aguardei. Vi Rosalie se aproximar, a loira e Isabella estudavam juntas, era amigas e mesmo não precisando também cuidava da outra, ela despertava algo em mim, algo não carnal, só um dever de cuidado.

— Ficarei no carro, se for sair me avisa. Por favor Isabella, qualquer coisa me avise ou vou passar a seguir você pelo Campus. – Eu fui mais duro, era uma forma de lembrarmos quem era quem ali, e qual papel eu representava.

Eu sou apenas um capanga Baby.

— Ok. – Ela bateu a porta e não me olhou mais.

Respirei fundo e fechei os olhos, Isabella tinha um domínio sobre mim do qual não fazia ideia. Eu tinha que ficar sob controle não podia jamais me deixar levar, não com ela.

— Ah e só pra constar é Bella Tiger. – Escárnio escorria de sua voz, ela estava brava. Abri os olhos sobressaltado. – E vê se dorme você está com um cara horrível! – Ela sempre seria aquela a me desarmar.

— Vá logo Isabella, ou juro, vou atrás de você! – Rosnei pra ela que sequer se moveu, me deu um sorriso doce e só então saiu.

O olhar que teria feito muitos homens recuarem não mexeu com ela. Porra! Essa mulher me enlouquece! Mas você não é mais aquele garoto Tiger, nada mais de Edward e Isabella, não depois de tudo.

Respirei fundo observando a ir. Ela pisava firme, estava enfurecida, Rosalie me olhava por sobre o ombro, e porra o gingado do quadril daquela bela morena me enfeitiçava, ela era gostosa pra caralho e ficava ainda mais gostosa brava.

Imaginei toda aquela fúria dirigida à mim, numa cama. Ah sim gatinha, poderia fazer loucuras com você brava na cama!

Controle-se homem!

Quando ela sumiu da minha vista relaxei.

Era cedo e eu passaria o dia ali. Coloquei o celular pra despertar próximo ao horário da saída dela, ela tinha razão eu precisava dormir. Mesmo brava ela se preocupava, um sorriso veio aos meus lábios contra minha vontade, ela se preocupava.

Pouco antes do horário de aula dela terminar acordei, fui na lanchonete próxima e comprei algo pra comer, eu ainda era de ferro, e precisava disso, dormir, comer, relaxar...mas isso seria mais tarde.

Aproveitei e mandei uma mensagem para Marie.

Avise Hannah que hoje quero vê-la.

Não obtive resposta, não que eu esperasse alguma. Em contrapartida tinha uma de Bella, ela iria voltar com Rosalie, me aguardavam no carro da mesma para segui-las a distância.

Senti sua falta ao meu lado, falta do seu cheiro de morangos e da presença inebriante, até mesmo da sua fúria. Eu já deveria ter me acostumado, mas sempre era uma nova ferida aberta.

Chegamos na mansão a deixei e fui pra casa. Se Charlie quisesse algo teria avisado, depois do carregamento de ontem ele estaria estudando o melhor jeito de distribuir a droga.

“Alice, avise-me a hora de pegá-las”

Eu sabia que elas não ficariam prontas antes das 22h, aproveitei o momento pra dormir adequadamente, mais tarde precisaria de toda energia possível.

Na hora marcada por Alice já estava na mansão Swan, aguardando pacientemente. Então elas desceram, senti um soco no meu estômago.

Isabella esta lindíssima, um vestido preto, justo, marcando cada curva deliciosa daquele corpo esguio, seus seios, deixando sua pele branca ainda mais em evidência. Seus lábios estavam vermelhos da cor da luxúria e os olhos verdes marcados por uma sombra preta, saltos altos que ainda a deixavam batendo no meu ombro, mas que arrebitavam sua bunda deliciosamente redonda. Era uma visão estonteante. Sexy sem ser vulgar, luxúria e inocência.

Minha perdição.

— Vamos. – Alice passou esbarrando em mim. As deixei passar na frente enquanto me controlava.

Tiger assuma a porra do controle! É só um vestido, é só Isabella, doce e quente como o inferno e Jesus! Todos aqueles homens. Porra!

— Estamos esperando Edward. – As duas me encaravam. Engoli em seco e as segui.

— Tiger. – O nome foi dito com sarcasmo por ela, ela ainda estava brava, mas era melhor assim, a raiva dela nos distanciava. – Iremos pegar Rosalie.

Assenti e segui em direção a casa da loira, pelo retrovisor percebi Harlan nos seguindo, ele também fora cotado pra cuidar das preciosidades de Charlie esta noite.

Elas conversavam baixinho no banco de trás, os sussurros eram abafados pela música que ouvia, eu não queria ouvir, era demais pra mim. Logo Rosalie se juntou as outras enquanto Hotel California mantinha minha mente desfocada.

A Diamonds Club não ficava longe, parei o carro no estacionamento privativo, olhei pelo retrovisor encontrando com olhos verdes me fitando, encarei e endureci o olhar, era uma guerra já vencida baby.

Entramos no ambiente abafado da boate, era mais um dos negócios de Charlie, um que não ia o nome dele de forma explicita, esse era Liam quem comandava, a boate mais luxuosa de Detroit, e uma boa forma de distribuição de droga.

A música eletrônica tocava alta, era algo que eu realmente não gostava, muita gente, muita droga, minha arma à postos.

Alice se manteve ao meu lado por um instante enquanto Rosalie e Isabella se deixaram levar pelos corpos suados, se deixando levar pela música alta e aproveitando a pouca liberdade de dançar.

— Hannah já está à sua espera. – Seu tom era de reprovação. Seu olhar era fulminante. – Você sabe que um puta de luxo não substitui a princesa de um império.

Não era uma pergunta.

— Não se meta Alice! – Eu fui rude, mas ela já estava acostumada.

— Como quiser Oh rei Tiger. – Escárnio. Alice era puro veneno. A fulminei com o olhar e ela se juntou as outras.

Elas chamavam a atenção. As três eram belas mulheres. Sensuais e elegantes. Cada uma a sua maneira.

Isabella tinha a beleza angelical, mas hoje parecia uma diaba naquele vestido curto que subia a cada vez que ela rebolava seu traseiro redondo.

Rosalie era o tipo mulherão que os homens babam e imploram por atenção.

Alice era a intocada, uma beleza doce mas um olhar duro, marcada pela vida de formas que poucos entenderiam. Sua alma era tão obscura quanto à minha.

Vários homens se aproximavam delas, enquanto elas rebolavam ao som de In da Club, a letra pornográfica dava um ar totalmente sensual e depravado e mexia com minha libido.

Isabela sabia que tinha minha atenção, sabia que não tiraria os olhos dela, ela era minha missão naquela noite, e ela estava jogando, jogando pesado.

As mãos percorrendo o corpo indecente, passando muito próximos aos seios, minha boca se encheu de água, eu queria prova-la, degusta-la. Eu queria comê-la.

Seu quadril se remexendo ao som das batidas, era uma simulação e um convite ao sexo. O vestido subindo. A respiração ficou presa na minha garganta. Eu morreria, não no tatame, não por uma bala, eu morreria apenas por vê-la dançar de forma tão indecente e provocante. Deveria ser proibido. Era proibido.

Inferno! Praguejei alto.

— Ela realmente é um espetáculo. – Hannnah.

— Espetáculo vai ser o que eu vou fazer com você e essa sua boquinha esperta mais tarde. – Eu precisava me libertar, precisava tirar a imagem daquele vestido subindo mostrando suas lindas pernas brancas, tão brancas!

— Vai foder minha boca mais tarde Tiger? – A bela morena de cabelos cacheados questionou com malícia. Ela era uma mulher linda. Hannah era uma puta com curvas estonteantes, morena da cor do pecado, maliciosa, fogosa, sabia satisfazer um homem, ainda mais um que lhe pagasse bem, e quando eu queria, era minha.

— Não vou foder só sua boca, você terá sorte se conseguir andar amanhã. Agora se comporte! – Falei segurando sua nuca com força.

O olhar de Isabella era como fogo na minha pela, ela ainda me encarava. Eu foderia Hannah mais tarde até perder as forças, mas daria minha vida pela mulher que me encarava como se pudesse me matar assim.

É melhor assim gatinha, você não vê!? Ela não via. Evitei seu olhar propositalmente, mas notei a aproximação de três homens. Tyler, um moreno alto e um loiro. Com Tyler ali meu serviço estava dispensado aquela noite.

Ele sabia quem eu era, com um aceno fui dispensado. Vendo o rei de Detroit colocando os braços nos ombros da princesinha dessa cidade infernal.

Elas agora tinham companhia e proteção. Eu já não era necessário. Era descartável. Não olhei pra trás enquanto seguia atrás de Hannah.

Eu havia prometido foder ela à noite inteira, e seguiria meu propósito até o fim.

Sem mais delongas seguimos pro motel que ficava ali próximo.

— Está impaciente hoje Tiger. O que foi? Foi a princesinha de gelo? É porque você não pode comer ela garanhão? – Ela queria me irritar, e tinha conseguido.

— Cala a porra da sua boca Hannha!

— Achei que fosse o que você iria fazer.

Ela me calou com um beijo. Eu não gostava de beijá-la, ela sabia, mas aquela noite era uma exceção. Estávamos os dois frustrados, cada um enfiado em sua própria merda.

Arranquei o vestido que ela usava, vermelho e vulgar, sem nada por baixo. Tão diferente dela...

Coloquei o preservativo e após checar se ela estava lubrificada o suficiente me enfiei nela com força.

Eramos duas criaturas estranhas mas parecidas, eramos parte da escória daquele mundo vil em que vivíamos.


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Notas finais do capítulo

Hey, alguém por aqui?
Primeiro desculpe os erros de português.
Segundo desculpe a demora. Tiger é um ser complicado de ser entendido, mais ainda de ser descrito.
Ansiosa pela opinião de vocês!
Lola e Chloe, obrigada pelo apoio, pelo incentivo e Lola essa capa maravilhosa, é a mais maravilhosa de todas. Amo tanto! obrigada!
Até Breve.
Beijinhos.
22.01.2018



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