Deuses e Monstros escrita por Sparkle


Capítulo 7
Por favor, não diga meu nome




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Lisa se casou com Jim em Nevada, depois de cheirar cocaína e embarcar em sua moto. Agora estava cada vez mais próxima da família do presidente, pois fazia parte dela.

Jim a amava e ela estranhamente correspondia, mas estava errado e ninguém poderia saber disso... o amor dela colocaria a vida dele em risco. E ele era muito jovem para morrer.

Ele era meio punk rock e ela meio hip hop, mas eles combinavam mais que seu  suéter favorito. E ele era mau, e o amor machucava, claro que ela sabia...

Ele porém tinha grandes sonhos, gangster e disse que iria partir para recomeçar a vida deles juntos.

Lisa estava tipo “Não, por favor, fique aqui. Nós não precisamos de dinheiro, podemos fazer tudo funcionar.

Mas ele saiu no domingo. Disse que chegaria em casa segunda feira... Lisa esperou.

Uma ligação : Ele foi pego no jogo.

Lisa não se importava com o que ele fazia, pois ela estaria ao seu lado. Não importa se ele caísse ou voasse, ao menos havia tentado.

Mas quando ele saiu por aquela porta, um pedaço dela morreu.

Ela queria estar mais ao seu lado, e não era isso que tinha em mente, só queria que tudo fosse como antes, eles dançando a noite toda...

Então eles o levaram, roubaram ele de sua vida... Mas ela sabia qual era a armadilha, não estava fazendo seu serviço direito e haviam a punido levando ele.

Pois então o jogo começaria agora! Ela iria recuperar o que era seu por direito

...

“Querido diário;

Ninguém pode me parar agora, eu estou voando.

Nem as palavras pesadas do meu passado podem me entristecer. Eu ressurgi dos mortos.

Ninguém ao menos sabe o quão difícil foi a vida, eu nem penso sobre isso agora, porque finalmente encontrei Edgar.

Agora minha vida é doce como canela, como a porra de um sonho que estou vivendo.

Kennedy me ame, pois estou em todas as telas agora.

Sonhos americanos tornaram-se reais, de algum modo.

Eu jurei que os perseguiria até estar morta.

As ruas para mim estão pavimentadas de ouro, e a multidão me ama, meu pai disse.

E havia dias em que ninguém me queria.”

O primeiro filme de Lana foi um sucesso, as pessoas enfileiravam-se diante o hotel Mormont, pois todos queriam uma foto ou uma assinatura sua.

De repente ela deixou de ser apenas mais alguém dentre a multidão e acabou sendo o motivo dela. Homens a desejavam, mulheres a invejavam,  e ela já estava em capas de revista como “a descoberta fantástica”.

—Parece que alguém realmente se tornou a queridinha – comentou Lisa.

—Mais que o merecido – respondeu Misty.

Estavam agora dentro do quarto de Lana no hotel, prostrados nos portões estavam os paparazzis aguardando o momento em que ela desejasse dar uma volta.

—Sente-se  Misty – Lana disse apontando sua penteadeira – vou te mostrar como faz isso direito.

Misty ficou olhando suas mãos habilidosas transformarem seu rosto de menina em algo realmente glamouroso. Ela fez as suas pálpebras brilharem, as suas faces se destacarem e a boca ficar cheia e rosada. Ela também levantou seus cabelos, fazendo um elegante coque francês.

Ao se ver no espelho, Misty pensou “Ora, eu poderia passar por dezessete anos.”

Então cheia de orgulho por seu trabalho ela a pegou e mostrou aos paparazzis.

Algumas vezes seus amigos empresários, da qual havia ficado muito próxima em festas, a convidavam para ir com eles à casa que alugavam durante o verão em Never Land. Uma excursão em sua companhia podia ser tudo, menos tranquila.

Em um fim de semana, Lana passou um bom tempo sentada discretamente na praia, de maiô, óculos de sol, chapéu de palha e um guarda-sol.

Devagar, como se a noticia houvesse se espalhado por um tipo qualquer de telepatia, um grupo de jovens com roupas de banho aproximara-se de Lana e seu grupo. Ficaram olhando para ela, sem acreditar, como se estivesse vendo uma miragem. Chegaram perto dela, deram gritinhos de alegria, estendendo as mãos para tocá-la. Começaram a se juntar, com entusiasmo saindo do controle enquanto ela recuava, com um reflexo de medo nos olhos.

Seus amigos ficaram impressionados com a forma da qual ela ficara reconhecida em apenas um filme, enquanto muitos precisavam de uma carreira toda, havia efeito duplo naquilo: a alegria pelo amor e adulação do grupo, e, ao mesmo tempo um medo indefinido.

Ela riu, nervosa, escapou do circulo abruptamente e correu para a agua, a uns cinquenta metros de distancia. Os jovens admiradores aplaudiram e entraram no mar atrás dela. Ela começou a nadar e pediu aos seu amigo para segui-la. Ele ficou um pouco assustado, ainda mais quando eles a cercaram enquanto ele tentava afastá-los.

De repente Lana começou a engasgar-se e engolir agua.

—Não sou uma boa nadadora mesmo quando estou bem – ela gaguejou.

Ela e seu amigo foram salvos por uma lancha que estava passando. O rapaz que a estava dirigindo ficou andando em círculos sem parar, olhando hipnotizado para a exausta mulher que levava em sua embarcação, até seu amigo chamar sua atenção e manda-lo voltar logo a praia.

Em outros momentos ela mostrava carinho em relação aos que a reconheciam. Outro dia, disfarçada com um lenço na cabeça e óculos escuros, parou em um posto de gasolina, em companhia de algum amigo, O frentista conferenciou com seu companheiro e depois anunciou:

—Apostei dez dólares com meu amigo aqui que você é Lana Mortenson

—Não, não é – disse a pessoa que estava com ela – mas muita gente confunde com ela.

Estavam se afastando quando Lana gritou:

—Meu Deus, ele está pagando os dez dólares ao outro – chamou o outro frentista, tirou os óculos e disse – De-lhe o dinheiro de volta. Sou Mortenson

Misty foi fazer compras com ela na quinta avenida. Lana disfarçava-se com um lenço de seda amarrado sob o queixo, óculos escuros, boné e uma camada de creme de hormônios no lugar de maquiagem. Esse “disfarce” não enganou ninguém. Misty afastou-se dela depois de combinar que a encontraria no balcão de relógios, mas acabou voltando e descobrindo oito balconistas homens a atendendo e uns duzentos e cinquenta clientes da loja cercavam o grupinho. O resto do estabelecimento estava vazio. Lana atravessou a multidão até chegar perto dela e sussurrou:

—Por favor, não diga meu nome. Não quero que ninguém saiba quem eu sou.

Misty concluiu que Lana deliciava-se em ser mulher, aceitava a força que isso lhe dava. Ela percebia a difereça psicologia sexual dos homens e das mulheres e jamais censuraria um homem por bater em uma mulher até o osso por assim dizer.

Ela desejava ser possuída, sabia ser carinhosa e sedutora, no entanto teve de lutar sozinha contra o poder da indústria cinematográfica, que estava em mãos masculinas.

Lana pediu a Misty para leva-la a uma exposição de Rodin no Museu Metropolitano de Arte. Duas obras a fascinaram : Pigmalião e A Mão de Deus.

A Mão de Deus, em mármore branco, mostrava uma grande mão encurvada, que segurava um homem e uma mulher presos num abraço apaixonado. “Eles estão juntos e separados”,  pensou Misty. Os cabelos da mulher pareciam fluir da pedra. Lana ficou andando em círculos em torno daquele pequeno milagre branco, e Misty pode ver seus olhos arregalados quando ela tirara os óculos.

Naqueles dias, Lana começou a dizer aos amigos que encontrara o amor de sua vida. Com certeza estava perto de atingir uma de suas metas: tinha o presidente do país e o mais importante dramaturgo do país preso no anzol, leva-los para dentro de seu barco seria só uma questão de tempo.


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