Ela levava sua vida

Como o mar levava o navio...

Ora feliz, ora sofrida;

Ora fragata no mar, ora canoa no rio.

Atracaria nas Hébridas ou em Tortuga

E correria dos que lhe prendem ao chão,

Nunca seria pega em sua fuga,

O mar era tão livre quanto seu coração.

Remava por mares estreitos

E ainda mais estreitas situações,

Sofria deseperadamente pelos feitos

Da sua ingênua razão e suas frias emoções.

E, se navegar é  realmente preciso,

Colocaria medo em viking ou pirata.

Espantaria qualquer um com um sorriso,

Um riso de quem busca liberdade e não ouro e prata.

Escrevia no papel que atravessaria oceanos,

Muitos riam de sua fantasia e riam sem parar.

E, em meio aos seus pensamentos e planos,

Ela percebeu que sua imaginação era tão livre quanto o mar.

Entre piratas, vikings, prata, ouro e liberdade,

Com toda aquela maresia,

A bombordo ou estibordo continua a mais pura verdade

Que ela fez do mar sua poesia.