Em seus braços escrita por MilonDiGraram


Capítulo 1
O Sol, a Lua e a Verdade


Notas iniciais do capítulo

Hello Peoples... Eu disse que iria voltar com outra beldade...
Esse casal mora no meu coração e essa fanfic é meio que uma critica, que vou esclarecer no próximo e ultimo capitulo.
Espero que gostem!



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T H E O

Por mais que o treinador Finstock já tivesse examinado o porta malas do ônibus pela terceira vez, o loiro não conseguia acreditar que havia esquecido sua barraca.

— Tem certeza que você olhou em todos os lugares? - perguntou o loiro a escuridão dentro do bagageiro.

— Garoto, eu olhei em cada compartimento possível aqui embaixo. Você tem certeza que não se esqueceu de trazer? Vai ver pegou a mala com suas coisas e se esqueceu da barraca na porta da sala, sei lá.. - pontuou esfregando os braços buscando se aquecer.

— Deixa que eu procuro.. – disse subindo no porta malas.

— Você não quer a lanter.. Ok.. – o treinador se afastou do ônibus e foi andando em direção ao refeitório deixando o jovem teimoso perder seu tempo sozinho naquele frio.

Fazia uns 20/30 minutos que eles haviam chego no acampamento e o vento gélido das montanhas assolava o local repleto de pinheiros e carvalhos, o que só diminuía a sensação térmica.

Theo farejou o ar e sentiu o seu cheiro impregnado em algum lugar. Ele o seguiu até a parte do porta malas perto do motor, onde o teto era mais baixo, se inclinava em direção a frente do veículo e o loiro não conseguia se manter de pé, então teve que se esgueirar para alcançar a alça da bolsa. Com os caninos amostra num sorriso, o coiote saiu do ônibus e caminhou em direção ao refeitório para esbanjar sua conquista.

— Você não disse que olhou em todos os buracos? - perguntou jogando a bolsa em cima da mesa.

O treinador não gostou muito do tom de deboche usado pelo garoto, fato que sua cara amarrada confirmava. Enquanto o outro procurava algo na mala, o treinador abriu a bolsa onde supostamente deveria estar à barraca do outro, mas só havia os suportes.

— Parece que você leva o, “dormir ao ar livre”, a sério mesmo – caçoou indo atrás dos outros alunos, pois estava quase na hora de se juntarem na fogueira.

— O que.. – Theo se levantou e foi em direção à mesa onde havia deixado sua bolsa, porém a jogou no outro lado do refeitório quando viu seu interior.

— Presta atenção esquentadinho, quase acertou a gente! – gritou um dos jogadores do time de lacrosse que estava no outro extremo da mesa. As barras quicaram no chão gerando um som que reverberou pelo ambiente junto de seu rosnado, o que fez os jogadores recuarem alguns passos.

O loiro colocou sua mala no ombro e saiu do refeitório com passos pesados, ficar sem barraca no acampamento de inverno, claro, porque não? O jovem bufou frustrado e parou no meio da floresta, onde havia um espaço entre as árvores, quase um círculo, o que deixava a visão do céu limpa naquela área. Theo se dirigiu até o centro do local numa rocha que era banhada pela luz do sol, com uma visão bem clara da lua em transição de nova para quarto crescente.

Diferente dos lobisomens, os coiotes são influenciados pela lua quando ela entrava na fase crescente e perdiam o controle quando ela se encontra plenamente neste estado, onde a lua estava praticamente cheia, mas não totalmente. Devido a isso, essas criaturas ficavam mais... Sensíveis... Até perder o controle por completo no pico crescente.

Ao se sentar numa posição de meditação na rocha e olhar para cima, seus olhos verdes começaram a oscilar para o azul. O loiro respirou fundo e se concentrou para acalmar seus hormônios sobrenaturais, o que não era nada fácil no momento.

Após desacelerar seu coração e consequentemente seu corpo, seus sentidos começaram a vagar pela extensão do acampamento. Ele ouviu o crocitar de uma coruja dentro de um tronco oco de árvore; o grasnar de um corvo no topo de um carvalho; coelhos brincando sob as folhas da floresta, o ronco de ursos hibernando floresta adentro, entre outros animais espalhados ao seu redor. O cheiro característico da mistura de carvalhos e pinheiros; das toras que provavelmente queimaram na fogueira do dia anterior; das comidas da cozinha do acampamento.. Mas o que mais chamou atenção, foi o um cheiro que por mais que ele tentasse, não saia de sua mente. Ele não gostava do modo como aquele cheiro se impregnou em suas narinas e da necessidade que seu corpo tinha em se aproximar da fonte. Maldito dia em que ele tirou ele daquele buraco e no desespero, recebeu um abraço apertado.. E isso bem quando a lua começou o ciclo crescente.

Theo levou suas mãos ao rosto e se deu por vencido gemendo alto. A “contra gosto”, colocou a mala novamente no ombro e começou a seguir em direção à droga biológica que não escolheu se viciar.

Sorrateiramente, afinal, não fazia questão que o outro notasse sua presença, o loiro se aproximou de onde Liam montava sua barraca e ficou lhe observando do alto de uma árvore.
Pensou em oferecer ajuda e perguntar se ele poderia dividir a barraca com ele, mas sabia que não seria bem vindo.. Seu orgulho falou mais alto e ali ele ficou até o almoço, sentindo falta da presença do outro nas mesas.
"Vai fazer o que? Levar comida pra ele? Porque não abaixa as calças e mostra sua.." resmungava seu coiote interior. Entenda, alguns seres sobrenaturais tem a sorte de desenvolver uma segunda personalidade e cada qual tem sua consciência, logo, seu lado humano era de um jeito e o animal de outro, em sincronia, porém, de certa forma independentes.
Ao terminar de comer, deu um jeito de deixar sua sacola com as barras e sua mala no sótão do refeitório, que se tratava de um grande casarão, Theo voltou ao seu esconderijo na árvore a tempo de ver Liam saindo da barraca parecendo está irritado por algo encontrando Jackson a uma barraca depois da sua.
Este procurava Matt, o que o loiro não estranhou, afinal somente um cego não via que o jogador era caidinho pelo fotógrafo.
Por alguma razão Liam decidiu ajudá-lo a encontrá-lo e os dois partiram floresta a dentro.

Quando teve certeza que os dois haviam partido, Raeken desceu da árvore e se aproximou da barraca. Olhou ao redor e confirmando que ninguém estava a vista, ele rapidamente abriu o zíper, entrou, pegou uma camiseta do menor e saiu como se nunca estivesse estado ali.
Como o outro ainda não era tão bom com cheiros e essas coisas, provavelmente não reconheceria seu cheiro. Ele não sabia necessariamente o que estava fazendo, só que.. Precisava desesperadamente sentir aquele cheiro mais de perto..
Rapidamente voltou ao topo da árvore e decidiu por esperar Liam retornar, mas acabou por cair no sono com aquele cheiro indescritível em suas mãos.

X.o.X.o.X


Theo acordou assustado, mesmo não se lembrando exatamente o porquê, quase caindo da árvore. Já estava quase noite, porém, pelo cheiro, Liam não estava em sua barraca, mas seu cheiro estava no acampamento, então decidiu ir aonde provavelmente o outro estaria.

O caminho até a fogueira foi tranquilo. Os outros campistas não ousavam se aventurar floresta adentro durante a noite, a não ser que saibam para onde estão indo ou queiram transar, ou saibam para onde estão indo para transar.

Quase chegando à fogueira, Theo ouviu um galho se quebrando a alguns metros, ele teria ignorado se não tivesse percebido um par de olhos amarelos na penumbra. Não foi muito difícil passar despercebido, seja lá quem for estava muito ocupado correndo desgovernado. O loiro seguiu a sombra até a pedra em que ele estava há alguns minutos. As nuvens tinham um time perfeito, pois assim que a pessoa se jogou na pedra, elas permitiram que a lua a iluminasse.

— O sol... A lua... A verdade... O sol... A lua... A verdade... – o castanho repetia um mantra de forma sofrida, entre gemidos e arfadas.

Theo se aproximava com cautela, mas se desequilibrou e caiu em cima de alguns galhos secos, que soltaram um estalo alto o suficiente para que o outro percebesse sua presença em meio ao surto.

— Quem está ai! – rosnou o menor ancorado na pedra. – Vá embora!

O maior saiu das sombras com as mãos na cabeça e um sorriso travesso no rosto.

— Ora, ora, ora... Se não é o pequeno beta do McCall... – o loiro sabia que se o outro estivesse mesmo fora do controle, chegar com brincadeiras não ia ajudar muito, mas precisava avaliar a situação antes de mais nada. – Onde está seu Alpha nessas horas, Liam?

— Cai fora, Raeken!

Liam estava com a boca toda ensanguentada, o que levantou a curiosidade do outro.

— Primeiro me diz quem foi o infeliz que você matou, quero prestar minhas condolências... – Theo se aproximou e tocou no ombro do menor, porém o outro virou bruscamente.

— O sangue é meu idiota.. Não sou tão descontrolado a ponto de sair atacando alguém.. – disse limpando a boca na manga e a testa em seguida, deixando o local com vestígios de sangue. – O que? - questionou espirrando.

— Ah... Era uma afirmação? Desculpe, você só engana a si mesmo com essas palavras.. – caçou cruzando os braços.

— Diz o cara que fez de tudo para.. – mas Liam não terminou a frase antes de Theo o acertar com um soco.

— Você é louco? - gritou antes de levar outro soco.

Os dois começaram a desferir socos um no outro. No rosto, barriga, onde conseguissem acertar, até que ambos caíram no chão.

— Até que você é forte Dunbar... Eai... Tá mais calminho?

O castanho não respondeu, apenas respirava.

— Eu acredito que às vezes é melhor extravasar do que conversar.. Mas conversar ainda é importante..

O menor se mantinha em silencio.

— Ok, se você não quiser conversar podemos voltar a nos socar, eu estou quase inteiro de novo..

Theo se sentou e deu um soco no ombro de Liam, que fechou os olhos e continuou a murmurar o mantra num tom quase inaudível.

— O sol... A lua... A verdade... O sol... A lua... A verdade...

— Ele não funciona assim.. Se você ficar repetindo sem acreditar no sentido das palavras, são só isso. Palavras vazias.

Liam se sentou também, mas de cabeça baixa.

— O que você sabe sobre isso? Odeio elogiar, mas não parece que você tem problemas com raiva.. – murmurou o castanho cabisbaixo.

— O fato é como você lida com isso.. Deixando levar pelas provocações dos outros ou trabalhando isso internamente, ou com alguém.. – Theo percebeu que o outro prestava atenção em suas palavras, o que significa que ele estava sendo atencioso demais. – Bem, em outras palavras, é mais fácil puxar briga do que lidar com sua raiva, é o modo mais fácil para os fracos..

O loiro não ficou surpreso quando levou um soco do menor, que se levantou e saiu da clareira devagar coçando o nariz.

— Francamente Raeken... Você não presta! - gritou se perdendo entre as arvores.

— São seus olhos! – gritou de volta, para a noite, se perguntando o que teria irritado o nariz do outro, socos ou alguma planta em específico?

Porém o outro o ouviu muito bem e se permitiu sorrir no escuro.

L I A M


Após se acalmar com a ajuda do loiro, por mais que ele não quisesse admitir, Liam foi para a fogueira onde se sentou o mais longe possível de Gabe e Nolan, que o provocaram até eles saírem no soco mais cedo.

— O Garret não larga do seu pé, ehn? – comentou Mason que já estava incomodado em como o outro nem piscava olhando para o castanho. – Isso é pra você aprender a escolher melhor seus relacionamentos..

— Mason.. - repreendeu Corey.

— A nossa relação era ótima, tirando o fato dele querer meu corpo nu 25h... Mesmo ele dizendo que iria esperar, era muita pressão.. – Liam pegou os marshmallows do amigo que já estavam no ponto e levou a boca assoprando.

— Cuidado... Ele não parou de beber desde que se sentou ali..

— Ele não faria nada contra mim, terminamos pacificamente..

— Só.. Fica de olho, ok? – Mason era um irmão pra Liam, por isso ele já havia se acostumado com suas paranoias, mas assentiu para que o outro sossegasse.

Vez ou outra, Gabe lhe mandava beijos para lhe irritar, mas quando o castanho ia se levantar e fazer algo que provavelmente se arrependeria depois, Theo se sentou ao lado de Gabe e socou seu joelho, com força por sinal, pois o mesmo caiu para trás e saiu do local mancando sendo auxiliado por Nolan que fitou o loiro e o castanho com um olhar ameaçador antes de sair de vista.

Theo não olhou na direção de Liam uma vez se quer durante a noite, mesmo quando jogaram eu nunca, ele somente fez a pergunta olhando para a fogueira. Às vezes Liam tinha medo do maior, outras vezes pena e a todo o momento raiva, mas não gostava disso, pois sabia que a raiva é só um pretexto para um real problema, a tristeza. Enquanto o castanho se questionava sobre as atitudes de Theo, Garret seguia seu olhar na direção do loiro e não gostou nada da atenção que ele já não tinha, sendo roubada. Afinal, ele queria reconquistar o  então ex-namorado.


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Notas finais do capítulo

Eai gente... O que acharam?
Meu cachorro, vulgo editor, adora uns feedbacks! Seja por meio de sinais de fumaça, carros de som, mensagens na areia..
Bjs de luz na testa e na bunda!



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