Lilies, pumpkins and golden snitch escrita por Thuty


Capítulo 1
Unique


Notas iniciais do capítulo

Peguei-me pensando em um James que gostasse de desenhar, não sei bem o porquê. Por isso, resolvi colocar esse detalhe aqui.
Espero que gostem dessa fic, ela era pra ser postada logo depois da virada de ano, mas, fiquem chocados, eu me atrasei por conta da capa que não sabia como fazer.
Então é isso, enjoy.



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O Natal havia passado e nada dele. Era comum o cumprimento habitual, seguido da indiferença por parte dela, após a essa reação ele sorriria galante, chamaria-lhe de “pumpkin *” e ela o ignoraria dando-lhe as costas e jogando-lhe os cabelos para trás, onde ele sempre fingia, sim, porque ela era incapaz de acreditar na veracidade de seus atos, sempre fingia ficar inebriado pelo odor cítrico que seus cabelos ruivos emanavam.

Mas o Natal veio e foi embora e a tradição não se repetiu. Ela não sabia que era tradição até sentir falta.

Estava sozinha a tomar o seu café da manhã. O prato do dia era chá gelado com torta de chocolate. Havia sido julgada por suas amigas pelo seu estranho cardápio matinal, mas ele nunca a julgou. Ela era peculiar, mas isso não parecia ser um problema.

Hoje, porém, não havia ninguém a olhar torto e, mesmo que tivesse, ele não estava ali para revirar os olhos e mandar todos deixarem-na em paz, mesmo que ela dissesse que não precisava ser defendida.

Tinha horror a solidão. Lembrava-se da primeira vez em que optou por passar as festas de fim de ano em Hogwarts. Fora no seu segundo ano e estava com medo de ficar sozinha. Lembrava de ter dito para a sua amiga que não se importava, lembrava também que ele estava por perto e que tinha dito “não se preocupe, pumpkin, eu posso passar o Natal com você se quiser”. Ela disse que não queria, pois era o mais óbvio a se dizer, mas no fundo ficou feliz com a aparente preocupação.

No terceiro ano ele apareceu. Estava mais charmoso e mais irritante. Achava que o mundo girava em torno do seu nariz. Tinha resolvido passar as festas no castelo com os seus amigos. Ela ficou extremamente irritada, mas a irritação deu lugar a surpresa quando no dia 25 de dezembro encontrou um pequeno embrulho não identificado entre tantos embrulhos identificáveis. Era pequeno o suficiente para parecer não haver nada, mas mesmo assim a deixou ansiosa. Havia um pequeníssimo cartão em que havia o desenho de uma abóbora e de uma flor, as figuras não pareciam ter nenhuma relação. Logo abaixo, tinha um J. P. A ilustração era bela, os traços delicados. Abriu o pacote e se deparou com uma miçanga de uma flor igual ao desenho. Seria um lírio? Nunca havia visto um. Ao lado da miçanga, um tablete de doce de abóbora.

Ela sabia quem tinha lhe dado aquilo, mas nunca o agradeceu. Ela guardou a miçanga na sua caixa de preciosidades, assim como o cartão. O doce ela comeu no café da manhã, sendo julgada por muitos e defendida por ele.

No quarto ano, ele não ficou para as festas. Porém, mais um embrulho não tão identificável apareceu aos pés da sua cama no dia 25 de dezembro. Ele era um pouco maior e acompanhava um cartão também maior. No cartão havia uma ilustração dela estudando na biblioteca. No embrulho havia um cachecol verde.

Lembrava que antes do Natal, antes do recesso escolar, ela tinha passado mal por conta do frio. Tinha ido a enfermaria e tinha se deparado com o Potter com a perna quebrada estirado em uma cama. Ele parecia estar dormindo, por isso não se preocupou em dizer a madame Pomfrey que não tinha muitos agasalhos esse ano, pois não quis pedir aos pais, visto que sua irmã tinha ido para um colégio trouxa melhor e os gastos estavam sendo mais altos.

No quinto ano, ele ficou para as festas. Estava ainda mais irritante e parecia achar que ela era apaixonada por ele. Como se isso fosse possível. Encheu-lhe a paciência para que ocorresse um encontro entre eles, o qual foi ignorado com sucesso pela ruiva. Ele parecia frustrado, ela parecia triunfante. Achava que enfim ele tinha desistido dela. Mas, mesmo assim, no dia 25 de dezembro um embrulho, agora identificável, acompanhado de um pergaminho enrolado apareceu na sua cama. No pergaminho ela estava em sala de aula, com sua mão erguida para chamar a atenção do professor. Não havia professor, só havia ela. O desenho estava melhor, ele parecia evoluir cada vez mais. No embrulho, havia um pequeno caderno laranja berrante com uma bela ilustração de uma lírio (agora ela sabia como era a flor) e de uma abóbora logo abaixo.

Ela se perguntava o porquê dele ter enviado o presente. Talvez já tinha comprado antes das discussões e não queria desperdiçar seu dinheiro. Ou talvez ele não tivesse desistido. Mas ela também se perguntava quando é que ele iria perceber que desenhar lírios e abóboras um perto do outro não tinha nada a ver, mesmo que, visualmente, ficasse até bonitinho.

No sexto ano, ele estava lá novamente e eles até conversaram um pouco na lareira. Ao fim da conversa, em seu quarto, ela tentou jurar de pé junto que a conversa não foi tão agradável quanto parecia ter sido e que ela não deveria ser amiga dele. Ele estava mais maduro, isso era verdade. Mas não queria dizer nada.

Mesmo tentando não dá esperanças, no dia 25 de dezembro, novamente, aos pés da sua cama, um embrulho mais que identificável estava a sua espera. O cartão estava dentro, por isso, dessa vez, viu o conteúdo do embrulho antes do envelope. Era uma pulseira feita com um cordão e havia algumas miçangas penduradas. Uma abóbora, um lírio, um par de asas, um pomo de ouro e um leão. Ela tentou ignorar o pomo de ouro e focou no restante. Achou a pulseira extremamente bela, tão bela que quase esqueceu o cartão. No cartão ela estava deitada em um campo com bastante flores, essa ilustração era colorida dessa vez, mas as cores pareciam meio transparentes, como se fosse água. Lembrou de um dia tê-lo visto brincando com tintas e ele apenas murmurou “é aquarela”. Então era isso, ela tinha sido “aquarelada”.

Agora no sétimo ano, seu último ano, ele, que disse a ela que ficaria para as festas, não ficou. O dia 25 de dezembro passou sem nenhum embrulho especial identificável na sua cama e começou a se perguntar se havia algo de errado. Eles não eram amigos, mas tinham uma relação. Até cartas trocaram, mas, no período das festas, ele não mandou nenhuma.

Hoje os alunos retornariam e ele estaria de volta. Ela não queria vê-lo. Percebeu que nessas duas semanas a única coisa em que pensou foi nele e não sabia se faria bem para a sua mente (ou o seu coração) vê-lo. No entanto, era inevitável não ter contato e, por isso, a noite, durante o jantar, viu quando ele adentrou o salão.

Parecia cansado, havia um pouco de sombra ao redor dos olhos, estava mais cabisbaixo e apenas cumprimentou as pessoas com um aceno vago. Sentou-se a três cadeiras de distância da ruiva e ela fingiu não sentir a sua presença. Estava assustada não só com a aparência do maroto, mas também com tudo o que estava sentindo. Não sentia mais fome.

Ao passar por sua cadeira enquanto ia embora sentiu alguém puxando sua mão. Era ele.

“Eu não esqueci.” disse entregando-me discretamente um pequeno embrulho e voltando, logo em seguida, para o seu prato de torta de abóbora.

Tentou sair sem chamar atenção, mas, assim que se distanciou do grande salão, correu em direção a torre da grifinória indo direto para o seu quarto. Sentou na cama e percebeu que suas mãos estavam trêmulas. Abriu o pacote e dentro tinha um pequeno cartão. Duas figuras, um lírio e uma abóbora. Apenas. Mas era mais lindo do que tudo que havia recebido dele. No embrulho havia também duas miçangas. As duas formavam um par, uma corsa e um veado. Não entendeu o significado, mas ficou encantada com o presente.

Pegou sua caixinha de tesouro e abriu com cautela. Dentro encontrou tudo o que havia de mais sagrado para ela. Uma foto de seus pais. Uma foto com as suas amigas. Uma coletânea de poesia inglesa. Mas, além desses itens, havia cinco ilustrações, uma miçanga de lírio, um cachecol verde, um caderno laranja berrante (com suas memórias mais especiais) e uma pulseira. Sorriu ao perceber que agora tinha mais um cartão e mais duas miçangas a acrescentar.


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Notas finais do capítulo

Espero que não fiquem chateados por eu ter trocado o apelido carinhoso da Lily. Eu sei que a maioria das histórias diz que o James a chama de "lírio", mas estava pesquisando sobre "apelidos carinhosos em inglês" (sim, eu sei que não tenho mais nada pra fazer) e vi que "pumpkin/abóbora" é um apelido e, bem, quis mudar.
Sobre o sumiço de James e o comportamento dele, espero poder desenvolver uma fic sobre isso, mas basicamente ele tinha ido para a sua casa, pois a sua mãe estava doente.
E é isso, espero que vocês tenham gostado e, se quiserem, podem deixar um joinha ~like comentários~ logo a baixo.
Beijos, meus bens.