— Você não tem o direito de se meter na minha vida, Estevão!!! - estava com raiva e ele também porque nunca tinha gritado com ela, mas naquele momento gritou.

— Você é minha mulher e aquele garoto lá dentro é o meu filho!!! - ela arregalou os olhos no mesmo momento.

— O que? - a voz de Sebastian foi ouvida pelos dois que o olharam de imediato...

Maria no mesmo momento se desesperou com a imagem de seu filho ali no meio daquela confusão toda e correu até ele assim como Estevão que não queria que ele descobrisse daquele modo que ele era seu pai. Sebastian não aceitou que a mãe o tocasse e seus olhos estavam apenas em Estevão que parou em sua frente e ele se aproximou quase que sem piscar.

— Sebastian... - Estevão ia começar a falar quando foi cortado.

— Você é o cara da semente?

— Sebastian, meu amor, eu... - Maria ia falar mais parou assim que o filho a olhou com os olhos de reprovação por ser interrompido.

Ela sabia que o filho era diferente das outras crianças que entendia até demais as coisas a seu redor e se ele tinha ouvido não deixaria passar a verdade se Estevão fosse mesmo o "cara das sementes". Ele voltou seus olhos para Estevão que respirou fundo para dizer.

— Vamos entrar e conversar lá dentro!! - deu a mão a ele. - Coloque o gelo no machucado.

Sebastian segurou a mão dele e com a outra colocou o saquinho de gelo no machucado como ele tinha pedido e os dois caminharam para dentro. Maria os olhou e respirou fundo indo atrás dos dois que foram ao sofá e sentaram quase que na mesma posição de tão idênticos em suas manias, Vivian foi embora e os deixou para que aquele momento fosse apenas dos três e ninguém mais.

— Pode me dizer agora? - insistiu o pequeno.

Estevão olhou para Maria porque aquela revelação não era somente dele e por mais que estivesse bravo por ela estar com Geraldo não iria tirar seu direito de contar ao filho se fosse isso que ela queria. Maria sentou junto a eles e disse:

— Estevão vai te contar uma coisa e quero que você nos diga exatamente o que está sentindo, ta bom? - tinha medo que o filho surtasse ou algo do tipo.

— Ta bom, mamãe. - olhou novamente para Estevão que respirou fundo.

— Eu sou sim o cara da semente!!! - falou logo já que não tinha jeito algum para tratar com criança.

Maria o olhou e suspirou pelo modo como falava com seu filho, sabia que ele era todo sem jeito, mas pensou que ele teria um pouco mais de cuidado com Sebastian e esperou a reação dele. Sebastian pensou por alguns minutos e deu um sorriso enorme para ele dizendo:

— Podemos nos fingir de doidos juntos agora? - ficou de pé.

— Nem pensar!!! - Maria falou no mesmo momento.

Estevão negou com a cabeça no mesmo momento, não era certo e ainda se sentia culpado por ele ter se metido em briga por seus conselhos.

— Nem pensar!!! - completou.

Sebastian começou a rir como não tinha rido a sua vida inteira e agarrou Estevão que no mesmo momento olhou para Maria sentindo um alívio tão grande de poder gritar pra todo mundo que ele era seu filho, seu fruto do amor por Maria. Sorriu largamente agarrado a seu menino sentindo a paz voltar para dentro de si.

— Meu filho!!! - falou todo orgulhoso e Sebastian se soltou dele.

— Você tem orgulho de mim? - falou sentando no colo de Estevão que sorriu era só um menino que precisava de atenção e ele daria toda e total atenção a ele.

— Meu filho, você é o meu orgulho! - sorriu para ele que retribuiu igualmente.

Maria tinha os olhos cheios de lágrimas, sabia que faltava uma figura masculina para ele, mas não imaginava que era tão grande a necessidade dele, respirou fundo e ficou ali observando seu menino com ele que sorria largado da conversa que tinham, ficou com um pouco de ciúmes por não ser o centro das atenções naquele momento e logo Sebastian a agarrou beijando muito, muito sua mãezinha.

Ele estava tão feliz que nem sabia como reagir e os dois foram cuidar dele e daquele machucado em seu queixo, depois viram um filme que ele escolheu e o comentou todo sem deixar que eles de fato assistissem e por fim pegou no sono. Estevão fez questão de levá-lo para a cama e o deitou ficando ali por minutos admirando seu menino dormir com sua pelúcia "galinha morta".

Quando saiu do quarto sabia que era a hora de acertar as coisas com Maria e desceu as escadas e ela o esperava na sala, estava de costas e ele se aproximou.

— Maria...

Maria apenas virou e sentou a mão na cara dele o fazendo dar um pulinho pelo susto.

— Isso é por ensinar a meu filho o que não deve!! - falou com os olhos cheios de lágrimas.

Ele se aproximou a puxando para seus É ela bateu em seu peito já deixando suas lágrimas rolar por seu rosto.

— Eu odeio você!!! - estava com seus sentimentos desencontrados.

— Eu também te amo!!! - levou a mão a sua nuca e a olhou nos olhos. - Te amo como nunca pensei amar alguém nessa vida!!! - aproximou mais seu corpo do dela. - Não chora meu amor!!! - aproximou mais seu rosto do dela.

Maria podia sentir a respiração dele e seus olhos se fecharam tamanha proximidade dele.

O beijo era inevitável e ele colou seus lábios aos dela e sorveu do amor que tinha ali para ele, era o momento de acertar as coisas e serem um do outro, não tinham mais o que brigar e sim viver aquele amor atrasado de tantos anos. Maria levou seu braço esquerdo para o pescoço dele e o direito foi a seu braço o apertando, tinha verdadeira loucura por ele e estava morrendo de saudades depois de todo aquele tempo longe.

— Eu te amo!!! - falou assim que seus lábios se separaram. - Me deixa fazer parte da sua vida e da vida do nosso filho?!

Maria ofegou e o olhou nos olhos ainda o segurava em seus braços e não tinha a pretensão de soltá-lo, ele secou o rosto dela e esperou com o coração acelerado por sua resposta, não queria ter que ir embora e os deixar ali. Estevão já tinha sofrido por dias a ausência dos dois e não queria mais se quer um dia longe deles, Maria podia sentir as batidas do coração dele e a mão acariciou seu cabelo cheia de ternura e amor, era o momento de ser feliz e ela apenas o beijou mais uma vez deixando que ali ele recebesse a sua resposta, não o deixaria ir nunca mais...

— Eu te amo Estevão San Roman e quero que faça amor comigo!!! - falou ofegante sentindo o corpo tremer por seu amor assim como o dele que tremia por ela.

Um sorriso surgiu nos lábios dos dois e ele não disse mais nada apenas a pegou em seus braços e subiu para o andar de cima...