Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 41
Toda a verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi, gente! Desculpa o atraso (de novo)!!!
Acontece que as minhas aulas voltaram, então eu tô com menos tempo pras fanfics... Mas, como queria deixar a história com cara de final de temporada antes de colocar a fanfic em hiatus novamente, resolvi que vou escrever, além deste, mais um capítulo :)
Sobre o clipe de hoje, a letra vai ser a da música Penso Em Ti, de Chiquititas, em português. Vocês podem ouvir aqui: https://youtu.be/o5MRl8K3_zI
Já a melodia, vai ser a da versão em espanhol do filme Chiquititas: Rincón de Luz, pq eu achei mais romanticazinha: https://youtu.be/Gqc43dkEqAw
Enfim, espero que gostem do capítulo!



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As Chiquititas precisavam pensar. Sabiam que não adiantava mais esconder que estava acontecendo algo sério, mas ainda não tinham certeza se o melhor era contar aos meninos. De qualquer forma, confessaram que havia um segredo.

— Mas a gente não pode contar pra vocês... — Disse Sandy.

Os meninos pareciam cada vez mais curiosos e preocupados.

— Não é que a gente não confie em vocês... — Janete falou. — A gente até contaria, mas...

— O Davi não pode saber. — Continuou Eleanora. — E ele é o pai de vocês, então vocês iam ter que contar pra ele...

— Então... — Disse Joaquim. — Se a gente prometesse não contar nada pro Davi... vocês contariam o segredo pra gente?

As irmãs entreolharam-se. Ao que parecia, todas estavam perto de ceder. Talvez fosse melhor, afinal, estava sendo muito difícil esconder o segredo de todos. E os Cuecas eram os melhores amigos delas, com certeza não contariam a ninguém... Será? Era preciso ter certeza.

— É o seguinte, nenhum adulto pode ficar sabendo disso! — Disse a mais velha das Chiquititas. — Os três precisam prometer que não vão contar nada, nem pro Davi!

Téo e Joaquim prometeram na hora. Samuca ficou um pouco receoso, esconder coisas dos adultos não parecia muito certo, mas isso acabou deixando-o ainda mais preocupado com as Chiquititas e com mais vontade de saber o que estava acontecendo, então acabou prometendo também.

— É... alguma de vocês quer contar? — Janete, que sentia que lágrimas estavam prestes a sair de seus olhos, perguntou às irmãs. — Porque eu não sei se... consigo falar disso...

Sandy, que, assim como a irmã, estava com medo acabar chorando, apenas olhou para Eleanora. É, teria que ser ela. Assim que a mais nova falou sobre a carta que tia Flora deixara no apartamento no dia do aniversário de Janete, esta não conseguiu mais conter o choro. À medida que Eleanora ia contando o que acontecia com elas desde o início do ano, os meninos ficavam mais comovidos. Depois de um tempo, Eleanora acabou se juntando a Janete no choro, então foi a vez de Sandy, que desistiu de tentar conter as lágrimas. Até mesmo Téo estava chorando no final, e Samuca e Joaquim, apesar de não chorarem, estavam muito tristes pelas amigas.

Os meninos finalmente entenderam tudo: o motivo pelo qual elas ficaram tão interessadas em órfãos, o porquê de nunca mais levarem ninguém no apartamento delas ou de quase sempre parecerem preocupadas... e entenderam por que não podiam contar a situação para nenhum adulto, afinal, eles já tinham morado em um orfanato e já tinham ficado com medo de se separar. Por isso, acabaram não só prometendo às Chiquititas que não contariam o segredo de sua tia a ninguém, como também prometeram ajudá-las no que elas precisassem.

As meninas ficaram muito felizes e os seis deram um abraço em grupo. Depois de um tempo voltaram a fazer o trabalho da escola, e tinham certeza de que sua apresentação seria incrível.

***

Depois de um tempo, Clarinha parou de insistir para tentar falar com Davi. Isso havia sido um pouco antes de ele ter tido aquela conversa com Téo e ter considerado fazer as pazes com ela. Sendo assim, o homem não recebeu mais nenhuma mensagem ou telefonema da namorada por uns dias. Esse era o principal problema de quando namoravam na adolescência: a falta de comunicação.

No fim de semana, Clarinha estava em sua casa corrigindo algumas provas de seus alunos, quando ouviu o som de um violão. Como era curiosa, decidiu olhar pela janela. E lá estava, no portão da casa, Davi, dedilhando uma melodia que Clara desconhecia. E então começou a cantar uma música, cuja letra a professorinha também não conhecia.

 ***

Clipe musical: "Penso em Ti" (letra em português com a melodia da versão do filme Chiquititas: Rincón de Luz) por Davi.

***

Enquanto o namorado cantava, Clarinha foi em direção ao portão, o abriu e ficou lá, com um sorriso enorme, se envolvendo na letra da música e sentindo que estava flutuando.

Quando terminou a serenata, Davi disse, com seu jeito tímido:

— Eu só queria te pedir desculpa pelo jeito como falei com você naquele dia... e também por não responder as suas mensagens e...

Como resposta, ele recebeu um beijo da namorada.

— O jeito como eu falei com você também não foi legal... — Ela disse em seguida. — Desculpa se eu me intrometi ou fiz você se sentir pressionado... Eu quero que você saiba que eu só queria te ajudar, mas se quiser que eu fique de fora desses assuntos de família eu posso ficar, eu posso me colocar no seu lugar, tentar pensar como você pensa pra te entender melhor...

Davi passou a mão no cabelo dela e disse:

— Não precisa. Eu acho que você me entende melhor do que eu mesmo...

Clarinha franziu o cenho e disse:

— Isso quer dizer que...

— Eu vou falar com os meninos — Davi completou. — Vai ser difícil... mas eu não posso esconder o meu passado deles se quiser levá-los ao Vilarejo dos Sonhos algum dia...

Clarinha quase pulou de felicidade.

— Você mudou de ideia! — Ela disse, enquanto dava um abraço nele.

Em seguida, olhou nos olhos dele, sorrindo, e disse:

— E você fez uma serenata!

— Você gostou?

— Se eu gostei??? Eu amei! Você vai fazer serenatas toda vez que a gente brigar?

— Quem sabe?...

— Uhn... Acho que a gente devia brigar mais vezes! Hahaha. E essa música? Era tão linda!

— Ah, é uma música que eu compus há muitos anos... Logo quando vim morar aqui em São Paulo, depois da gente terminar.

Clarinha ficou impressionada. Não sabia que Davi já tinha escrito uma música pra ela! Ele sempre dedicava músicas a ela quando eram adolescentes, mas eram músicas que já existiam... Esse Davi era uma caixinha de surpresas! E não só pra ela, pois os Cuecas também se supreenderiam logo, logo com o que viriam a saber do pai...

***

Levou alguns dias, mas enfim, Davi conseguiu criar coragem para reunir os meninos na sala de sua casa e lhes contar toda a verdade.

— Não fui eu! — Disse Joaquim, precipitadamente, antes do pai começar a falar.

— Seja lá o que o Joaquim tenha feito, eu não tenho nada a ver com isso! — Samuca continuou.

— Mas eu não fiz nada! — Joaquim protestou. — É sério, Davi! Pelo menos eu acho...

— Eu sei que você não fez nada, Joaquim, calma! Eu não chamei vocês pra dar sermão, foi só pra... conversar. Quero contar umas coisas que aconteceram comigo...

Os meninos ficaram confusos. Téo, após pensar um pouco, abriu um sorriso e disse:

— Você e a Clarinha tão noivos???

— O QUÊ?! — Exclamaram Joaquim e Samuca.

— Não, não é nada disso! — Davi respondeu, desconcertado. — Ainda é cedo pra gente pensar nisso...

— Mas vocês não fizeram as pazes? — Perguntou Téo.

— Claro que sim, mas continuamos só como namorados...

— Então o que é que você queria contar pra gente? — Indagou Joaquim.

Davi suspirou e disse:

— É sobre... a minha adolescência. Eu já contei pra vocês a minha história com a Clarinha, mas vocês não sabem nada além disso...

— Verdade, a não ser o que a Clarinha contou pra gente naquele jantar — respondeu Téo.

— É, que você levava o violão pra escola. — Completou Joaquim. — Ah, falando nisso, a professora de Geografia deixou eu levar o meu pra apresentação daquele trabalho que a gente tá fazendo com a Chiquititas! 

— Ah, que bom que você pediu pra ela! E que bom que o trabalho tá dando certo! — Disse Davi.

— Joaquim, você fez o Davi perder o foco da conversa! — Disse Samuca. — Continua, pai.

Pra falar a verdade, Davi até tinha gostado do fato de Joaquim ter desviado um pouco do assunto. Apesar de ter se preparado, o homem não sabia exatamente como contar o que ia contar aos meninos... mas tinha que fazer isso. Então aproveitou que já estavam falando sobre escola para confessar que não tirava notas muito boas. Pelo menos não nas matérias que não eram de Humanas.

— Nossa... — Disse Joaquim, mais estranhando do que impressionado. — E eu achando que você era nerd que nem o Samuca...

Depois, Davi contou sobre a relação conturbada que tinha com seus pais. E então chegou na parte em que fugiu do Vilarejo sem avisar a ninguém e sem ter terminado o colégio. Os três meninos ficaram igualmente chocados. Sabiam que Davi havia saído do interior para tentar uma carreira musical em São Paulo, mas nunca imaginavam que tinha sido daquela maneira...

— Mas você terminou a escola, né? — Perguntou Samuca, preocupado.

Davi, então, explicou que, depois de trabalhar um pouco e não conseguir nada no meio musical, voltou a estudar. Estava muito envergonhado, até mais do que quando havia contado a Clarinha. Mas sabia que estava fazendo a coisa certa.

— Eu sei que às vezes vocês podem achar que eu sou meio chato, principalmente em relação aos estudos de vocês, mas é porque eu quero que vocês sejam melhores do que eu. — Ele se dirigia a todos os meninos, mas Joaquim sentia que Davi estava falando especificamente com ele. — Eu sei que vocês amam a música e que pretendem viver disso, mas também é importante aprender coisas diferentes na escola. Principalmente porque, enquanto vocês são crianças, os estudos são prioridade.

Os meninos ouviam atentos e pensativos. Joaquim chegou até a se lembrar de quando tiveram que deixar de ir à escola por causa de Ian, que queria que eles se dedicassem mais à banda. Os meninos estavam entendendo perfeitamente o que Davi queria dizer e o porquê de ter contado a sua história.

— Eu só não quero que... — o homem continuou — a minha relação com vocês acabe ficando igual à que eu tinha com os meus pais...

— Isso nunca aconteceria! — Exclamou Téo. — Você quis a gente quando ninguém mais quis...

— O Téo tem razão. — Concordou Samuca. — Poucas pessoas adotam crianças, e as que fazem isso geralmente preferem os bebês, ou melhor, apenas um bebê, porque são muito raros os casos em que irmãos são adotados juntos... Enfim, não é todo mundo que tem a sorte de ter um pai como você!

Téo e Samuca ficaram um tempo esperando Joaquim dizer alguma coisa, então o menino, sem querer parecer sentimental demais, falou:

— Às vezes você é meio chato, mas... até que um pai legal, sim...

Davi, que conhecia muito bem o filho e sabia que ele sentia bem mais do que expressava, então apenas sorriu, aliviado por ver que os meninos o compreendiam e que não precisava esconder mais nada deles. E é claro que aquele momento pedia um abraço em grupo.


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Notas finais do capítulo

Só lembrando, depois do capítulo de hoje, eu só vou escrever mais um, pra finalizar a temporada e colocar a fanfic em hiatus de novo. Daí, quando eu tiver mais tempo, volto a escrever



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