Os Cuecas e as Chiquititas escrita por SnowShy


Capítulo 31
Quem tá apaixonado?


Notas iniciais do capítulo

Volteei!
Pois é, eu não morri. Mas, infelizmente, não sei se vou conseguir postar outro capítulo tão cedo, então desfrutem deste aqui!



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De acordo com o raciocínio de Joaquim, Davi tinha uma nova namorada ou estava interessado em alguém. Samuca e Téo, a princípio, acharam que não tinha nada a ver, mas pensaram melhor e viram que fazia sentido. Mas quem poderia ser essa mulher? Independentemente de quem fosse, Davi não devia querer que os meninos soubessem, já que não falara nada para eles...

— Meu palpite é que ela é muito feia ou muito chata – disse Joaquim.

— Ou o pode ser que o Davi não seja correspondido – opinou Samuca.

— Coitado! – Exclamou Téo. – Se for isso, a gente precisa ajudar ele!

Para ajudar, primeiro os meninos tinham que descobrir quem era a mulher, e Samuca foi logo alertando a Joaquim que interrogatórios para extrair informações estavam fora de cogitação.

— Tá. Mas se a gente não conseguir nada, esse fica sendo o nosso último recurso... – disse o bagunceiro.

Então os meninos partiram para a ação. Samuca fez uma lista de todos os lugares onde Davi poderia encontrar uma mulher para se apaixonar: gravadora, site de namoro (vai que ele tinha voltado atrás e usado a conta que os meninos tinham criado pra ele, né?) e escola.

— Espera. Escola? – Perguntou Téo.

— Reuniões de país e mestres. Ele pode ter conhecido alguma mãe solteira lá.

— Ou professora... – Disse Joaquim, com os olhos arregalados.

É, se Davi tivesse se apaixonado por uma professora da escola dos meninos, ele com certeza tinha motivo para esconder isso deles! Enfim, o próximo passo era a observação.

— Muito chato... – murmurou Joaquim.

— Você tem uma ideia melhor?

Joaquim deu um sorriso e disse que eles deviam fazer perguntas indiretas a Davi, falar com as mulheres desses lugares, entrar no site de namoro, bisbilhotar as coisas de Davi etc. É, era mais eficiente do que só observar, mas Samuca não queria invadir a privacidade de Davi. Téo pensou por um instante e disse:

— Mas esse é o único jeito!

Eram dois contra um, então Samuca não tinha muita escolha...

Porém, nada disso funcionou, já que a mulher por quem Davi estava apaixonado foi vista uma única vez no supermercado. Então só restaria o interrogatório de Joaquim...

***

Sandy andava meio aérea desde de que voltara da escola naquele dia, ou melhor, desde que voltara do recreio. Ou seja, ao que parece, a conversa que ela e Joaquim tiveram não havia mexido apenas com os sentimentos do garoto...

Enquanto a menina fazia o dever de casa no quarto, Janete e Eleanora conversavam na sala:

— Estranho a Sandy tá demorando tanto pra fazer o dever de matemática, né? – Perguntou a irmã do meio. – Ela sempre termina antes de você...

— Tá me chamando de lenta???

— Não... só pra matemática.

— Que seja... Eu acho que a Sandy não tá muito concentrada, por isso tá demorando tanto. Você percebeu que ela tá meio esquisitinha hoje? Com a cabeça nas nuvens, parece até você!

— Ei! Tá me chamando de esquisita? Tá, não importa, eu acho que você tá certa sobre a Sandy. Ela tá assim desde que conversou com o Joaquim no recreio. Você acha que pode ter acontecido alguma coisa?

Eleanora pensou por um tempo, depois arregalou os olhos e perguntou:

— Será que eles se beijaram?!?!?!

— Eca! É claro que não!

— Ué, por que não? A gente sabe que eles se gostam.

— Mas eles são crianças...

— Eles têm 12 anos, pela lei já são adolescentes, não é?

— É, mas isso não anula o fato de que beijo na boca é muito nojento!

— Como você é frescurenta!

— Eleanora, você só tem 10 anos! Tá pensando em fazer isso também, é???

— Por enquanto, não, credo! Mas daqui a alguns anos, talvez...

— Meu Deus...

— Tá, mas e aí? Vamo falar com a Sandy pra saber se ela andou fazendo esse tipo de coisa na escola?

As meninas, então, foram para o quarto.

— Sandy, manda a real pra gente: você e o Joaquim se beijaram ou não?

— Nossa! que sutil, Eleanora...

— Do que vocês tão falando? – Sandy perguntou.

— De quando você sumiu no recreio.

— Ah, tá, isso... Bom, primeiro, eu não sumi, vocês sabem exatamente onde e com quem eu estava...

— Por isso mesmo a gente quer saber se rolou alguma coisa – disse a irmã mais nova.

— O que rolou foi que eu finalmente dei um jeito de fazer o Joaquim parar de tentar se intrometer na nossa vida, agora ninguém vai ficar sabendo que a gente tá morando sozinha, não precisam agradecer!

As irmãs estranharam. Perguntaram como ela tinha feito isso.

— Deixando bem claro pra ele que a gente não tem que dar satisfação de nada nem pra ele nem pros irmãos dele. Mais alguma pergunta ou eu posso voltar pro meu dever de casa?

Ui! Nem parecia a mesma Sandy aérea de minutos atrás. Obviamente o fato de as irmãs terem perguntado sobre Joaquim e sobre beijo havia irritado a menina. A verdade é que ela não queria pensar nesse tipo de coisa com tantos problemas na sua vida, mas desde que entrara no sétimo ano as outras meninas da sala, que tinham a sua idade ou eram mais velhas, não paravam de falar sobre perder o BV e não sei o quê... Talvez se suas irmãs fossem um pouco mais velhas ou, melhor ainda, se fossem mais velhas do que ela, Sandy quisesse conversar sobre essas coisas de adolescente, mas, como não era o caso, melhor pensar em um jeito de conseguirem fantasias para o show que fariam no aniversário daquela menina rica.

***

Clipe musical: “Beijo, Beijinho, Beijão” por Sandy.

***

— Já aviso de antemão que estou oficialmente fora da missão. – Disse Samuca, o que fez Joaquim e Téo se perguntarem por que ele usava palavras tão difíceis. – Ou seja – Samuca continuou –, se o Davi quiser nos deixar de castigo, eu tô fora. Sempre deixei claro que não concordo com esse método do Joaquim – falava sobre o interrogatório. 

Sem dar muita importância e achando o irmão chato e exagerado, Joaquim bateu na porta do quarto de Davi. Por sorte, o homem acabara de dar uma pausa no trabalho e abriu a porta para o filho.

— Precisamos ter uma conversa importante, mocinho. – Disse o menino, fazendo Davi segurar o riso.

— Tudo bem, pai – o homem brincou. – Pode sentar. Sobre o que precisamos falar? Minhas notas?

— Você se acha muito engraçado... escondendo coisas dos seus filhos... não é?

— Pode ser mais específico? – Perguntou Davi, estranhando.

— Quem é ela? Há quanto tempo tá saindo? Onde ela mora? É filha de quem? – A cada pergunta, o rosto de Joaquim mostrava uma expressão mais ameaçadora, o que fez Davi cair na gargalhada. – Para de rir! O assunto é sério!

— Da onde vocês tiraram que eu tô saindo com alguém?

— Da sua cara de bobo, ué! – Joaquim, percebendo que não podia falar assim com o pai, tratou rapidamente de concertar o que havia dito: – Quer dizer, você tem demonstrado inícios, quer dizer... qual é a palavra, mesmo?

—... Indícios?

— Isso! Indícios de que tá apaixonado. 

Davi estranhou. Não sabia que isso era notável. Quer dizer, nem sabia se podia considerar que ainda estava apaixonado...

— Seu silêncio quando eu perguntei deixou tudo ainda mais na cara! Então, por que não contou pra gente?

— Olha, Joaquim, eu sei o que vocês tão pensando, mas eu não tô namorando ninguém. Se eu estivesse, com certeza contaria.

— Tá. Mas tá trocando mensagens com alguém? E-mails? Cartas? Músicas, sei lá??? — Era engraçado, Joaquim agia como se realmente fosse seu pai.

— Nenhuma das alternativas.

— Aff... Então é um amor não correspondido. Que chato!... Mas por quem é? Conta, por favor! E se a gente puder dar uma ajuda??? – Joaquim ergueu as sobrancelhas duas vezes na última pergunta.

— Não vai ser possível... Já que você não vai me deixar em paz e, mesmo que deixe, o Téo vai me fazer o mesmo tipo de pergunta depois – Téo realmente pensava em fazer isso, mesmo que não tivesse falado para os irmãos, Davi conhecia muito bem os seus filhos! –, eu vou explicar logo. Mas você provavelmente não vai entender, é muito novo pra essas coisas... Não é que eu tenha me apaixonado agora. Eu... me lembrei de umas coisas do passado, por isso tô assim...

— Ah... lembrou da única namorada que você teve, né?

— Isso. Ou seja, vocês não podem fazer nada.

— Por quê? Ela tá casada com outro agora?

— Eu não sei. Não sei nada da vida dela...

— Quantos anos você tinha quando se apaixonou por ela?

— Bom, a gente namorou entre os 15 e 17 anos, mas eu comecei a gostar dela um pouco antes... com uns 13, eu acho...

Joaquim arregalou olhos e disse:

— E pensa nela até agora?! Você era só um pouco mais velho do que eu...

— É impressão minha ou você não está mais tão interessado na minha história? – Davi tirou essa conclusão levando em conta que Joaquim não fazia mais nenhuma pergunta relacionada especificamente a Clarinha.

— O quê?

— Você parece preocupado, Joaquim... o que tá acontecendo?

Joaquim não respondeu. Parecia pensativo. Davi, então, disse:

— Acho que já entendi... É a Sandy, não é? Vocês brigaram de novo?

— Não. Quer dizer, mais ou menos, mas já fizemos as pazes... Não é isso que tá me incomodando...

— E o que é?

— Ah, é só... Esse negócio de sentimento... É meio chato...

— Olha, Joaquim, você ainda tem 12 anos. Não se preocupa com esse tipo de coisa, tá bom?

— Isso vai passar algum dia? – O menino perguntou, sem olhar nos olhos de Davi.

— Não tem como saber... Mas, por enquanto, aproveita a sua infância! Quando vocês forem um pouco mais velhos, se você ainda sentir alguma coisa, fala pra ela e vê no que dá. Esse negócio de se apaixonar é complicado, mesmo. Acho que é demais pra uma criança...

Joaquim entendeu o recado. Bom, mais ou menos. Ele achava que, se não podia se apaixonar por Sandy, não devia gostar dela... Ok, ele não entendeu nada. Ele não estava pensando em deixar o assunto de paixão pra lá e aproveitar a infância, como Davi sugeriu; o que pensava agora era em achar um jeito de parar de gostar de Sandy mesmo trabalhando junto com ela. Mas antes, teria que contar aos irmãos que Davi não estava saindo com ninguém, só lembrando da adolescência.


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Notas finais do capítulo

Pois é, gente, apesar de n saber qd vou atualizar a fic dnv, quero que saibam (se é que ainda tem alguém lendo...) q eu ñ vou desistir da fic, ok?
Mesmo que demore anos, eu vou postar até o final.
Falando nisso, semana passada Os Cuecas e as Chiquititas completou 2 anos! Eeeehhh



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