The Bitsmaster escrita por Junior Lopes 03


Capítulo 2
Perigo à vista


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo pessoas! Está aqui mais um capítulo. Boa leitura!



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O restante da aula seguiu tranquilamente com aquele plus de “blá blá blá primeiro dia” que já lhes contei aqui, primeiro dia de aula é quase como um evento mesmo... Continuei estranhando que ninguém, absolutamente ninguém da minha turma trocou uma ou duas palavras sequer comigo, mas ao mesmo tempo não estava ligando muito, afinal fiz prováveis amizades na hora do intervalo.

O sinal toca anunciando a hora de irmos embora, guardo meus materiais escolares na mochila e sigo até a saída da escola não tão mais nova assim agora. Antes de alcançar o portão que dá acesso à rua, vejo Gabriel e seus amigos um pouco longe, eles também parecem me avistar e, eu, educada, mando um aceno, só que em troca, Gabriel me manda um beijo e uma piscadela, viro a cara bem envergonhada e dou uma risada nervosa, mas sem antes deixar de notar as gracinhas que Gabriel e companhia limitada fizeram após a atitude dele que julguei um tanto ousada, frise-se...

Ao chegar finalmente ao portão de saída, dou de cara com meu pai... Gelei! Afinal há instantes atrás estava lá eu recebendo um beijinho à distância de um garoto, logo se meu pai chegasse alguns minutos antes, poderia ter flagrado tal cena vergonhosa...

— Eeer... Pai, o que faz aqui? – perguntei mal disfarçando o choque que tive.

— Ora o que tô fazendo aqui? Vim te buscar, ué! – respondeu ele de maneira brincalhona.

— Mas... mas... Não precisava...

— É horário de almoço lá na escola de idiomas e como ela é aqui perto também, resolvi te buscar, Leninha! Fora que aproveito e como em casa mesmo... Não posso? – disse meu pai me lançando um olhar desconfiado e claro: me deixando mais nervosa ainda! – Além disso, foi como eu te disse hoje de manhã: “O mundo tá muito perigoso!”

— Ah sim... Claro! É que não esperava mesmo... – Eu disse já me recompondo.

Então lá se vão pai e filha indo para a casa. No caminho, papai me pergunta justamente as mesmíssimas coisas que eu estava curiosa logo cedo: “E o seu primeiro dia de aula?”, “Gostou da nova escola?”, “E os professores?”, “Fez novos amigos?”, etc. em relação ao primeiro dia, à escola e aos professores, respondi que por enquanto estava tudo normal:

— Nenhum evento extra-ordinário ocorreu hoje! – acrescentei com humor.

Mas em relação às amizades, confessei que achei o pessoal um pouco estranho:

— Mal me deram um bom dia ou quiseram puxar algum assunto comigo!

— Hmmm... Bem... Nada de anormal também aí, afinal você ainda é “estranha” – meu pai faz um sinal de aspas com as mãos – para os seus colegas, mas você também fez por onde Lena? – perguntou ele com um sorrisinho.

— Eeeer... Não também... – pra variar, falo isso de maneira envergonhada – Mas era apenas eu contra o resto da turma, ora! – Emendei protestando.

Papai riu e eu fiquei quieta.

— Algo mais que queira me contar Leninha? – ele me pergunta olhando nos meus olhos.

Por algum motivo, decidi não contar a ele sobre o que aconteceu no intervalo envolvendo Gabriel e seus amigos, creio que devido ao episódio que me deixou um tanto envergonhada na hora da saída:

— Não pai, nada demais...

Chegamos em casa, almoçamos com mamãe (que também me encheu com o mesmo questionário que papai me fez há menos de dez minutos) e aproveitei o resto do meu dia entre ajudar mamãe com algum afazer doméstico e óbvio: jogar videogame!

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A semana foi passando tranquila e rapidamente ao mesmo tempo até que quando dei por mim, já era quinta-feira! Assim como nos outros dias, acordo cedo e faço toda rotina que já descrevi antes, entretanto na mesa do café-da-manhã comunico aos meus pais:

— Mãe! Pai! – eles me olham com atenção – Minha professora de Geografia já nos passou um trabalho... Só que é em grupo e a gente precisa se reunir na casa de uma colega nossa para fazermos isso...

Sim, meus queridos leitores, eu estava mentindo para os meus pais sobre a reuniãozinha de videogame que teria após a aula com os meninos que conheci logo no meu primeiro dia de aula.

— Ué, Leninha! Você não tinha nos dito que estava com dificuldade para fazer novas amizades nessa nova escola? – minha mãe pergunta receosa.

— Sim mãe! Mas isso foi mais no primeiro dia: com a semana passando, tanto eu quanto meus colegas de turma fomos nos soltando, daí eu pude conhecer eles melhor e eles a mim! – concluí essa minha fala com certo esforço.

— Bem... Tudo bem Leninha! Mas telefona pra gente quando chegar na casa dessa sua colega e quando sair para eu te buscar! – disse meu pai.

— Não precisa me buscar, pai, parece que o resto do pessoal do grupo mora aqui perto, daí vamos todas vir juntos! – respondi.

— Aliás, Helena – minha mãe me chamando pelo nome, coisa que não gosto, já disse, é sinal de que ela está ou nervosa ou com a pulga atrás da orelha mesmo – como se chama essa sua colega onde vocês farão o trabalho?

— Amanda! – respondo até que rapidamente, mas depois me arrependo, pois eu não tinha certeza se existia alguma Amanda na minha sala, eu deveria ter prestado mais atenção na chamada...

Enfim, minha mãe parece que se deu por convencida, já estava na hora de mais uma vez eu ir para a escola e encarar mais um dia de aula.

A manhã dessa quinta-feira passou rapidamente até que deu a hora da saída. Fiquei dentro da escola mesmo, temendo que meu pai pudesse pegar o caminho de volta para casa na hora de almoço dele e me visse plantada no portão da escola e daí desconfiasse que eu não iria fazer trabalho nenhum em casa de colega nenhuma. Devo ter esperado por uns dez minutos até que avistei Gabriel e sua turma vindo e fazendo uma algazarrinha, ele e seus amigos me notam e logo ele fala:

— E aí princesa? – mais uma vez esse maldito “princesa”... – Vai colar com a gente no rolé dos games hoje?

— Sim! – tentei responder de modo firme e simpático ao mesmo tempo.

— Aeeeee! – responde Gabriel sendo imitado pelos seus amigos, já me abraçando e dando um beijo no meu rosto, me deixando mais uma vez constrangida.

— Então vamos, a gente vai jogar hoje na minha casa! – continuou ele.

Acenei com a cabeça fazendo um sinal positivo e começamos a andar. Seguimos até o portão da saída da escola e aqui me pus em alerta, já que ainda tinha medo do meu pai flagrar eu saindo com os meninos... Para meu alívio, o caminho para a casa de Gabriel contava com uma ruazinha estreita que cortava a avenida onde fica o colégio que estudamos, logo meu pai não nos notaria mais.

A casa de Gabriel não era longe da escola, mas também não era tão perto quanto a minha, logo devemos ter caminhado de uns 15 a 20 minutos até lá. Ao chegarmos ao nosso destino, Gabriel até que se mostrou um bom anfitrião (vi essa palavra hoje na minha aula de Português, que coincidência!), disse para nós todos nos acomodarmos e ficarmos à vontade enquanto ele trazia alguns refrigerantes e salgadinhos que ele deve ter comprado para a nossa reuniãozinha. Estranhei o restante da família dele não estar em casa, mas imaginei que deveriam estar trabalhando ou algo assim, daí aproveitei para pedir a ele se eu poderia usar o telefone:

— A casa é toda sua, bebê! – ele me responde com uma piscadela.

Ignoro (não corei dessa vez, olhem só!) e telefono para a minha casa e discretamente, ou pelo menos tentando, comunico à minha mãe que já estava na casa da “minha colega” e talvez voltaria um pouco antes de anoitecer, ouço algo como um “Tudo bem e se cuida, tchau!” do outro lado da linha e desligo o telefone.

Assim, começamos a fazer o que estávamos planejando: jogar, óbvio! Jogamos vários tipos de jogos: aventura, corrida, luta, ação, etc. Notei que os meninos estavam admirados com as minhas habilidades no videogame, e vez ou outra, Gabriel e até alguns de seus amigos me lançavam elogios, dos respeitosos aos mais indiscretos, sendo que estes últimos que me deixavam vermelha (que novidade...).

A tarde foi passando igualmente rápida, mas muito mais divertida do que foi a manhã, afinal estávamos jogando e não enfurnados numa sala de aula... OK! Gosto da escola e de estudar, mas também tenho e mereço meus momentos de lazer e diversão, até que me levanto e anuncio aos meninos:

— Bem meninos, foi muito legal a gente se divertindo aqui hoje, mas tenho que ir, já tá ficando tarde e meus pais podem se preocupar...

— Ah princesa! Fica mais um pouco, poxa! – disse Gabriel parecendo um tanto contrariado.

— Eu gostaria muito, Gabriel, mas como eu disse: não dá! – falo tentando não ser grosseira.

— Tudo bem princesa, eu te levo até a porta então.

Caminhamos nós dois até a porta da sala (que dá acesso ao pequeno quintal da casa dele que, por sua vez, é caminho para a rua), mas de repente e num movimento rápido, Gabriel se coloca na minha frente, entre eu e a porta, impedindo que eu saísse.

— Que isso, Gabriel? – falo assustada.

— Você só vai se fizer uma coisinha, princesa! – ele diz e percebo certa maldade no seu olhar.

— O... que? – pergunto e gaguejo nervosamente.

— Só vai se me der um beijo! – disparou ele com um sorriso malicioso.

Eu fico silenciosa por alguns segundos, chocada, mas logo tento me recompor:

— Gabriel, para de brincadeira e me deixa sair! – implorei.

— Não tô brincando, tô falando sério! – ele responde sério.

Nisso, viro por uns segundos meu rosto e percebo que os outros amigos dele estão nos olhando como se aquilo fosse uma cena de filme e percebo que eles nos encaravam de maneira que estavam como se fosse incentivando o amigo a me beijar, coisa que eu não queria! Volto meu rosto para Gabriel e daí tento de alguma maneira empurrá-lo, tirá-lo da minha frente para que eu pudesse abrir a porta, porém ele por ser mais alto e mais forte consegue me conter: uma de suas mãos me segura pelo braço e a outra pelos meus cabelos e eu, muitíssimo assustada e ofegante, só tinha um pensamento em mente:

“– Tô ferrada!”


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Notas finais do capítulo

E continua...
Aviso para quem esteja acompanhando (mesmo não comentando aqui no Nyah Rsrsrs): serão postados 2 capítulos por semana de The Bitsmaster, sendo que um será lançado na segunda-feira e o outro na quinta-feira, OK?

A fic também está sendo postada no Social Spirit, quem preferir ler por lá, pode ficar à vontade! ^^
Link da fic no Social Spirit: https://www.spiritfanfiction.com/historia/the-bitsmaster-11614728



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