A lógica do amor escrita por lovestories


Capítulo 7
Jogo de Basquete


Notas iniciais do capítulo

Preparei um capítulo especial para vocês hoje, espero que gostem!



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Na quarta- feira, Heather não apareceu no colégio, pois havia acordado muito tarde. Não deveria ter ficado até tarde assistindo filme e vários episódios de Orphan Black.

— Aonde vai? - a mãe de Heather, Natalie, perguntou entrando no quarto. 

— Vou a um jogo de basquete no Hayden. - respondeu enquanto colocava algumas peças de roupa sobre a cama.

— Mesmo? - indagou incrédula. - Você odeia ambientes lotados de pessoas. 

— Mas eu decidi mudar algumas coisas esse ano.

Natalie observou a filha vestir um short florido, uma camisa azul, um cardigan na cor caramelo e sapatilhas. 

— Aquele seu amigo...Stan, certo? - Heather concordou com a cabeça. - Ele vai estar lá? 

— Sim... ele é capitão do Warriors.

— Huh. - sorriu maliciosamente. - Não tive a oportunidade de conhecê-lo melhor, ainda.

— Nós não temos muito tempo para conversas, mãe. Estamos ocupados estudando. 

— Hum, eu sei, mas...ele é o seu primeiro amigo depois que Sarah foi embora e realmente gostaria de conhecê-lo. Você acha que ele viria para um jantar?

— Não sei, mãe. O Stan é bem fechado. 

— Será apenas um jantar, não uma reportagem de jornal. - ela se aproximou da filha, tocando em seus longos cabelos. - Faça o convite, pelo menos. 

— Está bem, mas não posso prometer nada.

— Ok... já está de bom tamanho. - beijou a testa da filha. - Você está bonita. 

— Mesmo? Não seria melhor eu soltar o cabelo? 

— Você fica linda de qualquer jeito, Heather. - sorriu.

— Elogio de mãe não conta. - debochou rindo. - Obrigada. 

— Que horas será esse jogo? 

— Sete horas. 

— Já são sete e quinze. 

— Oh, não! - arregalou os olhos. - Estou atrasada! Preciso ir, mãe. 

— Certo, só não chegue muito tarde. 

— Ok! - gritou descendo as escadas. 

 

— Hey! - Alex gritou. - Estou aqui! 

Stan passou a bola para Alex que movimentou a platéia fazendo uma cesta de três pontos. O garoto olhou à arquibancada observando os pais de alguns colegas de equipe presentes, amigos e ex-namoradas sentados. Hannah e suas amigas líderes de torcida estavam entediadas enquanto aguardavam o intervalo para poderem se apresentar novamente. Sorriu devolvendo o sorriso de sua namorada que o observava mordendo o lábio inferior.

— Ford! - ouviu alguém gritar. - Passa pra mim!

Já havia se passado meia hora de jogo e ainda estavam perdendo para os Peacocks, precisariam de pelo menos quatro cestas de três pontos para ultrapassar o adversário. Se não ganhassem aquele jogo, poderiam dar adeus ao primeiro lugar na primeira divisão. 

Stan não sabia o que estava acontecendo com ele, nunca havia ficado ansioso ou nervoso em um jogo antes, mas aquele sentimento o estava consumindo chegando até a lhe atrapalhar nos passes. Precisava de algo que o acalmasse, algo que lhe permitisse sentir paz, precisava de Heather. 

Em uma sobrenatural sintonia, Heather abriu o grande portão da quadra adentrando no ambiente. Ela passou os olhos pela arquibancada a fim de procurar um lugar para sentar, por fim, achou um na última fila, sentando ao lado de pessoas que nunca havia visto no Hayden. 

— Ford! - Alex gritou. - O que está fazendo? 

— O que? - Stan indagou confuso e então percebeu o que fazia. 

O garoto se encontrava parado no centro da quadra, fitando a platéia, ou melhor, observando todo o trajeto de Heather até encontrar um lugar para sentar.  Ele baixou o olhar, encontrando os olhos claros de Hannah que não estavam nada felizes em ver seu namorado olhar para outra pessoa qualquer. 

Stan voltou a si, tocando a bola adiante. De repente, estava se sentindo melhor e mais animado para jogar aquela partida, ou melhor, ganhar. Olhou o placar, estava 24 a 33 para os Peacoks e percebeu que teria que dar tudo de si naquele momento. 

— Noah! No canto! - sinalizou. 

Noah obedeceu se encaminhando ao canto direito da quadra onde conseguiu fazer uma bela cesta. A platéia começou a se movimentar com o repentino ânimo dos jogadores. 

— Elijah! 

Stan tocava, ordenava e fazia cesta como nunca havia feito em nenhuma partida, realmente se sentia ótimo e pronto para ganhar aquela partida custe o que custar. Olhou mais uma vez o placar, 33 a 36, mas não daria tempo de fazer mais pontos, pois indicaram o horário do intervalo. 

Heather observava calada todo o jogo com bastante atenção e percebeu que Stan realmente era um ótimo capitão, coordenava com maestria os passes e as cestas. Talvez fosse a adrenalina de chegar atrasada ou por estar em um lugar entupido de gente, mas sentiu o seu coração errar uma batida quando percebeu que Stan a observava na arquibancada. Ele estava em reunião com os outros jogadores, mas de vez em quando fitava os seus olhos com um brilho diferente sobre a sua pessoa e percebeu também que não conseguiu conter um sorriso discreto. 

— Primeira vez aqui? - ouviu uma voz ao seu lado. 

— Sim, geralmente não vou a eventos com muita gente. 

— Hum...resolução de ano novo? 

— Pode-se dizer que sim.

Heather se pôs a observar a garota ao seu lado, tinha cabelos negros extremamente cacheados, olhos escuros, sobrancelhas grossas e um sorriso fácil. Usava uma camisa do AC/DC, calça skinny escura e coturnos; a garota realmente tinha estilo, mas o que chamou a atenção de Heather foi a câmera em suas mãos morenas. 

— Você é do jornal do colégio? 

— Sim, entrei há duas semanas. Adoro fotografar. 

— Eu também já participei do jornal. Era a fotógrafa. - a garota levantou a sobrancelha. 

— Qual o seu nome? 

— Heather Summers.

— Oh! Já me falaram sobre você! 

— Sério? - indagou surpresa. - Falaram o que? 

— Que as suas fotos eram incríveis, a diagramação, os efeitos, mas elogiaram principalmente a sua naturalidade.

— Nossa! Não sabia que era considerada uma lenda.

— Você é sim.

— Me desculpe, eu nem perguntei o seu nome. - confessou sem jeito. 

— Cecília Gold, mas todos me chamam de Cece.

— Ok, Cece... você é nova no Hayden? 

— Não, na verdade, entrei ano passado. 

A conversa foi encerrada pelo som ensurdecedor do sinalizador. O intervalo havia acabado e os jogadores estavam de volta a quadra. Cece focava a sua câmera em uma visão panorâmica de todo o ambiente quando mirou em uma rápida briga protagonizada por Stan e um garoto do time adversário. 

— Arrg! - reclamou. - Esse Stan é um pé no saco! 

— Você o conhece? 

— Não, mas ele já prendeu muitos dos meus amigos no banheiro, além de já ter tentado derrubar a minha câmera.

— É, não sabemos porque ele faz isso aqui. - falou mais para si mesma. 

— Você é amiga dele?

— Ele é da minha turma. 

— Nossa, deve ser horrível suportá-lo todos os dias.

Heather apenas baixou o olhar, não podia dizer que Stan era mais do que mostrava no colégio, um garoto incrível que cuida de sua mãe doente com todo carinho e que não é um homem das cavernas. Ela mirou a câmera de Cece, pedindo para usar. 

— Stan é como essa visão... - mostrou a imagem pela lente. - De longe não parece ter muito sentido ou beleza. - deu zoom no rosto do garoto. - Mas quando olhamos bem de perto, percebemos que existe muito mais detalhes do que imaginávamos. - ela tirou a foto. 

— Pode até ser, mas não tenho nenhuma intenção de tê-lo por perto. - Cece confessou pegando a câmera de volta. 

Elas voltaram a prestar atenção no jogo, no placar marcava 40 a 42 ao Peacocks e só restavam cinco minutos daquela partida. Sem perceber, Heather estava com as unhas na boca, torcendo para a situação mudar.

A ansiedade voltou a atingir Stan lhe paralisando por alguns segundos, tinha apenas três minutos para salvar o jogo e não sabia como mexer o seu próprio corpo. Ele observou os seus colegas de time correrem de um lado a outro sem conseguir fazer nenhum ponto sequer, precisariam de uma cesta de três pontos o que não era o forte de Stan.

Sem saber o porquê, buscou o olhar de Heather que também estava apreensivo, mas algo mudou em seu íntimo quando mirou aquele par azul por trás dos óculos, uma calmaria invadiu o seu ser o deixando tão relaxado que quase não desviou o olhar, pois aquele era um sentimento que anseiava há muito tempo. 

— Ford! - o técnico Murphy gritou. - Faça alguma coisa! 

Stan percebeu que faltavam apenas trinta segundos para acabar o segundo tempo, então correu acompanhando os outros jogadores. Alex possuía a bola em seu esquadro, tocou para Noah que fingiu jogar para frente quando na verdade tocou ao lado para onde Stan estava. Sem perca de tempo, o garoto lançou a bola a cesta sendo atacado em seguida por um adversário duas vezes maior que seu tamanho. 

— E a vitória é dos Warriors! - o locutor informou animadamente. - Muito obrigado pela presença. Boa noite! 

Os jogadores tiraram Stan do chão o lançando para cima em movimentos frenéticos. As líderes de torcida vieram a loucura, bem como a platéia que gritava: Warriors, Warriors...Todos estavam em uma euforia só e parecia que não acabaria tão cedo.

Hannah beijou o seu namorado exageradamente quando finalmente o puseram no chão, sentindo orgulho em ser a namorada do capitão do time vencedor e do garoto que fez o ponto da vitória. 

Stan sorria abertamente a todos, agradecendo os elogios enquanto procurava Heather na multidão, mas não a encontrou em nenhum lugar. Decidiu ir tomar banho e se trocar no vestiário próximo a quadra, acompanhando os seus amigos. 

Vestiu sua blusa azul, casaco preto e calças escuras enquanto teclava no celular:

— Onde vc tá???

— Na parte de trás da quadra. 

— Pq sumiu?

— Vc tava cercado de gente. Sorry :(

— Ok. Tô indo.

Ele pegou a sua mochila se encaminhando ao lado de fora da quadra. Estava meio escuro quando abriu o grande portão de saída, sendo iluminado apenas pela lua cheia e os refletores do campo no outro lado da escola. 

Stan viu Heather atender a uma ligação no celular enquanto a observava se aproximando. Ela estava tão fofa e linda que não conseguiu tirar os olhos dela, os cabelos presos deram um efeito especial ao seu visual. Heather encerrou a ligação e imediatamente sorriu ao ver o seu amigo se aproximar dela.

— Meus para...ah!

Stan a abraçou fortemente a tirando do chão, em seguida. Ela começou a rir no pescoço dele, causando-lhe cócegas e um estranho frio na barriga.

— Não acredito que você realmente veio. 

— É... percebi que não morreria se encontrasse outras pessoas.

— Eu sou uma boa influência, afinal.

— Por enquanto, sim. - ele riu.

Heather percebeu o quanto estava feliz por vê-lo rir daquele jeito tão alegre e aberto como dificilmente faz. Ela acariciou os cabelos da nuca dele, fazendo Stan descansar os olhos com o gesto.

— Tenho orgulho de você. - sorriu.

Stan observou os fios soltos de Heather lhe cobrirem o lindo rosto e sorriu com aquilo. Ela havia vindo vê-lo mesmo odiando a multidão e percebeu que sentiu sua falta durante todo o dia quando não apareceu para as aulas. Então ele apertou a sua cintura, a cingindo mais para perto onde podia enxergá-la melhor e tomou os seus lábios em um beijo. 

Heather não entendeu como aquilo começou, apenas se viu sendo beijada por Stan Ford. Se assustou com o gesto, mas correspondeu quase imediatamente percebendo que desejava aquilo mais do que esperava. Os lábios macios de Stan se movimentavam com desejo sobre a boca doce de Heather, a fazendo se aproximar mais e tocar as duas laterais do rosto dele.

Stan se sentia entorpecido pelo cheiro e gosto dela, parecia que havia mergulhado em um mar de rosas banhadas por chocolate e não conseguia desgrudar de todo aquele corpo macio. Porém a falta de fôlego o impediu de continuar a desvendar os segredos dela, finalizando o beijo tão rápido quanto havia começado. 

— Stan... - disse num fio de voz rouca. - Você tem namorada. 

— Eu sei, mas... foi um beijo ingênuo. Eu estava muito empolgado e quando te vi eu... - fitou os olhos dela. - Me desculpe. 

— Tudo bem. - se desvenciliou dos seus braços. - Mas não pode mais ocorrer, não quero ser a culpada pela separação de ninguém. 

— Ok, não se preocupe. Não vai mais acontecer. 

Ambos se encararam confusos quanto ao que acabara de ocorrer, mas igualmente cientes do que queriam. Eles suspiraram pesadamente querendo retornar de onde haviam parado, mas sabiam que era errado, Stan tinha uma namorada e por mais que doesse se afastar, Heather disse:

— Eu preciso ir para casa.

— Eu te levo. - ofereceu. 

— Não! - respondeu rapidamente. - Eu vim de bicicleta. É melhor você não ser visto com outra garota na sua caminhonete.

— Pony... - a segurou pelo cotovelo. - Me desculpa mesmo. 

— Ok, Stan... eu preciso mesmo ir.

O garoto levou alguns segundos para soltá-la e a observou se afastar cada vez mais. Ele se perguntou se o motivo para ter a beijado foi realmente emoção do momento ou porque desejava ardentemente tê-la em seus braços. Sendo um ou outro, só pôde constatar que havia sido muito bom tomar os seus lábios doces para si, parecia muito natural beijá-la, era como se os seus lábios dançassem livremente em movimentos coreografados. Percebeu também que estava muito ferrado, pois não iria conseguir tirar aquele beijo da cabeça. A não ser que roubasse outro. 


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Notas finais do capítulo

Eles não são fofos?



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