Inesperado escrita por Clementine Patricha


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)
Conversa no final do capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751718/chapter/2

~Capítulo betado por true 

A campainha soou despertando-a dos afazeres, fazendo que sobressaltasse com o som alto e que cortasse seu dedo indicador com a faca. Mordeu os lábios em descontentamento ao ver o sangue manchar a folha de sevada e riu amargurada, apesar de o sangue escorrer e de o machucado emitir uma certa ardência, ela achava um pouco de graça.  

Levantou os olhos para o relógio erguendo o cenho em questionamento. Era muito tarde para alguém estar ali. A não ser que... 

 – Naruto-kun... – suas palavras morreram ao se deparar com ônix negros a fitando com a ligeira máscara de indiferença. Sentiu suas bochechas queimarem por constatar o seu erro  Gomem, Sasuke-kun – Curvou-se em um pedido de desculpas e voltou a encarar a pessoa a sua frente com certa curiosidade  Naruto-kun está no escritório do Hokage. 

 Sensei? – Boruto, que estava no andar de cima, desceu no momento que ouviu a porta se abrindo — Quer falar comigo? 

—– Não – respondeu ao menino, se virando para ir até a prefeitura, ou seja, escritório do Hokage. 

—– Espera – Hinata esticou os braços dando um passo para frente a fim de deter o Uchiha  o jantar está ficando pronto e sobrou chá da tarde. Gostaria de entrar e tomar um chá? 

Ficou parado no meio da rua analisando a proposta de entrar àquela hora da noite na casa de uma mulher casada e ainda mais com o Hokage. Sabia que Hinata era sozinha, mesmo estando casada, mas pensava que de tantas figuras atraentes e que gostam de ouvir umas lamentações - ainda mais da primeira dama- ela tinha justo que convidar ele? 

Sarada já estava na cama e Sakura, com certeza, estava-o esperando. Como todas as vezes que ele voltava para casa, ela o esperava e não dormia até ele chegar. 

Sabia que a mulher tinha receio de ele sair em missão sem se despedir dela e sem conversar. A penúltima missão que causou doze anos de espera a deixou traumatizada, fazendo que prometesse para si mesma que iria voltar a ser a menina irritante do time sete, só não iria persegui-lo presencialmente e sim, mentalmente. 

 Uzumaki... 

 Hinata  Interrompeu-o abrindo um sorriso tímido ao sentir os olhos escuros sobre si  Gomen, mas entra Sasuke-kun, não irei tomar seu tempo, é apenas um chá.  Ouviu um suspirar baixinho e virou de costas entrando na casa, sabendo que o Uchiha viria logo atrás com sua famosa máscara de indiferença. 

Voltou para o posto de cozinheira atrás do balcão e olhou o Uchiha analisar minuciosamente a sua casa. Canto por canto. Como se tudo fosse algo que iria ataca-lo a qualquer momento. Riu internamente. 

 Faça um curativo.  A voz grave a assustou fazendo com que a faca em sua mão deslizasse para baixo do mármore. 

Hinata se agachou delicadamente tentando esticar suas pequenas mãos para embaixo do móvel. Sem sucesso. Seus braços eram pequenos. 

 O que disse?  retornou a conversa, se ajoelhando ainda mais em uma forma útil de alcançar o objeto. 

 Limpe o seu dedo, comer comida com sangue não é uma coisa que a sociedade iria imaginar que a primeira dama gostasse.  

 Gomem, Sasuke-kun. – Agradeceu por ele não a ver suas bochechas em um tom rubro, mas a voz abafada - não só por estar agachada - e a respiração alta indicava sua vergonha. 

Tentou mais uma vez pegar a faca, mas quando sentiu a ponta de seu dedo tocar o metal gélido, a faca acabou escorregando mais pra trás e um bufo junto com um suspiro despertou Sasuke do seu reprimir as cores que se encontrava na casa. Muito colorido. Pensava ele. 

Deu a volta no balcão e encontrou uma Hinata vergonhosamente abaixada tentando pegar alguma coisa em baixo do mármore. Se fosse uma pessoa normal até riria, mas se contentou com revirar os olhos e abaixar diante dela, enfiando logo a mão naquele buraco e puxando uma faca um tanto reluzente do móvel. 

Analisou o objeto com indignação e estendeu para a mulher que estava mais vermelha que o normal. "E você não muda, não é, Hinata?" Suspirou com o pensamento e se levantou ainda segurando a faca e colocando sobre a pia limpa e seca. 

 ArigatoSasuke-kun Curvou-se em forma de agradecimento e manteve a cabeça baixa, até perceber que estava sendo a Hinata de doze anos atrás.  

 Onde você guarda a maleta de curativos? – perguntou já com a agonia de ver o dedo da perolada com um sangramento estacado. Se Sakura estivesse ali, ela teria feito o curativo no momento que tivesse batido os olhos e observaria ela até terminar a janta. 

Riu baixo com o pensamento, atraindo um olhar um tanto curiosa. "Então você sabe mesmo rir, Sasuke-kun". Sorriu com esse feito e voltou a prestar atenção no rapaz. 

—– Fica dentro do banheiro do corredor. À direita  respondeu para ele em seu tom ameno e voltou a prestar atenção na comida. Não se esquecendo de lavar a mão para tirar o sangue seco. 

Sasuke andou pelo corredor analisando preguiçosamente as fotos em família que carregavam pela parede que era a escada. 

Himawari com Hinata. Boruto com Naruto. Naruto e os outros Kages. Era engraçado ver como as mesmas fotos enfeitavam cada canto daquela casa. Na sala tinha fotos idênticas e não duvidava que no escritório do Hokage, no qual ele se dignou a olhar pelo menos algumas vezes, encontraria aquelas fotos na mesa bagunçada. 

Adentrou no banheiro e abriu o armário que ficava em baixo da pia que ocupava metade daquele local. "Espaçoso como o dobe". 

O banheiro era largo, tinha azulejos claros que combinava com o tom pastel do piso. Ao entrar, a primeira coisa que reparou foi o enorme espelho que emoldurava a parede, ao lado encontrava-se a pia, a qual também vinha acompanhada com um espelho, porém menor. Embaixo dela tinha um compartimento e na lateral contrária ficava a privada.  

Abriu um sorriso de canto e pegou a pequena caixa com mantimentos de pronto socorro. Logo ao fechar a porta do armário, percebeu um chakra bastante conhecido se aproximando ligeiramente de si. 

—– Tentar me atacar sem esconder o chakra, não é uma coisa de grandes shinobisBoruto Levantou calmamente dando uma rápida olhada no espelho e percebeu o quanto suas missões o desgastavam. Olhou a criança que estava na sua frente com o cenho franzido e começou a caminhar lentamente para sair do banheiro e voltar para a cozinha – Aliás, não era para já estar na cama? 

—– Quero pegar meu pai quando ele chegar em casa. Pegar um inimigo desarmado é mais fácil né, Sensei?  Coçou a cabeça do mesmo jeito que Naruto e Sasuke percebeu o quanto a semelhança entre ele e o dobe o irritava. 

—– O inimigo tem cartas nas mangas, não se esqueça disso.  

—– Sasuke Uchiha fugindo de uma luta?  O tom de chacota assentou ainda mais a questão de o porquê ter aceitado um Uzumaki como seu discípulo. 

—– Ninja não foge, ele só guarda suas forças para uma próxima batalha. –Agachou-se na frente de Boruto e fez a única coisa que poderia transmitir seu total afeto com as pessoas que tinha um pequeno apreço.  

O toque com seu indicador e anelar poderia significar tudo o que não conseguia dizer. 

—– Você é pior que meu otou-san – Queria rir do bico emburrado de Boruto, mas se conteve com um sorriso de canto. Manter a indiferença é sempre bom. 

—– Você é dobe que nem seu pai, Boruto. – rebateu apoiando sua mão na banha de sua Katana e viu o corpo do menor estremecer ao acompanhar seus movimentos.  

—– Meu pai é um dobe mesmo, mas eu sou Uzumaki Boruto, um cara que vai derrotar o Nanandaime Hokage Apontou o dedão para si mesmo e Sasuke viu a figura reluzente de Naruto sussurrando perto de si. "Eu sou Uzumaki Naruto e serei Hokage". Abriu um de seus raros sorrisos verdadeiros e se viu transbordar em lembranças onde o motivo de vingança foi trocado por laços que permaneceriam até aquele momento de sua vida. 

Definidamente, Sasuke Uchiha não merecia aquelas pessoas em sua vida, mas seria egoísta demais se dissesse que não iria deixar nunca mais esses laços se desfazerem?  

Digamos que Naruto ensinou muito sobre laços para o Uchiha. 

 –– Você é igual seu pai, não pode negar – Bagunçou os fios dourados do menino e se perdeu de novo nas fotografias daquele corredor. 

—– Eu nunca iria abandonar meus filhos para trabalho. – resmungou baixo sabendo que o mais velho ouviu, mas se mantinha ocupado em apreciar uma foto do time sete. 

—– Boruto – Respirou fundo tentando lembrar se em alguma época do passado se imaginaria explicando a ausência de um pai para uma criança. Esse não era seu papel e sim, de Naruto, mas ele se mantinha muito ocupado até para explicar as coisas para seu filho —, vocês já não conversaram sobre isso? Não complica mais as coisas com seu pai. 

 Eu não me importo de meu pai não ser presente — cruzou os braços com um bico um tanto infantil para sua idade —, mas mamãe não lida muito bem com isso. Ela brigou com papai uma vez e de ficar tanto chateada ativou o byakugan sem querer, fazendo com que Himawari corresse para mim desesperada. Ela nunca tinha visto mamãe de um jeito tão... quebrado. 

Sasuke analisou bem o corredor em que estava e tomou as palavras para si. Hinata assustando uma criança? Era difícil um poder ocular ativar sem que o dono mandasse ou quisesse, a não ser que... 

Balançou a cabeça abandonando os pensamentos e se levantou calmamente, voltando a seguir para cozinha sem antes bagunçar o cabelo loiro do menino que mantinha a expressão emburrada. 

 Tudo tem seu tempo e como um bom ninja, você terá que esperar.  Sabia que a criança ali não entenderia nada, mas com o tempo e com as perdas que um ninja sofre, Boruto entenderia. Com certeza iria entender. 

Chegou à cozinha a tempo de ver Hinata guardar um prato com um plástico dentro da geladeira enorme que ficava em um canto encostada na bancada enorme que tinha quatro cadeiras para se sentar. Sasuke achou a bancada um exagero, pois logo na frente ficava uma mesa de seis lugares em cima de um tapete laranja.   

Observou realmente quem Hinata era e percebeu que era uma esposa que não aguentava a ausência de um pai e do seu esposo, que faltava pouco para dar um surto e cometer um ato de loucura sem pensar nas consequências, mas também viu a Hinata doce que aguentaria o tempo que for para ver seu marido chegar em casa e a cumprimentar com um selar de lábios e subir escada acima desabando na cama, onde a tarefa de se despir sobraria para ela. 

Olhou de relance mais uma vez pela cozinha e percebeu uma garrafa de saquê quase na metade, escondida atrás de alguns temperos de comida. 

"Ela já está no estado de lamentações?". Pensou tirando aquele sobretudo preto de si, pendurando no cabideiro que estava próximo. Com os movimentos bruscos, Hinata não pôde deixar de perceber o quanto Sasuke era uma figura peculiar em seu ciclo de amizade. Quem conhecia Sasuke realmente a não ser o seu marido? Nem Sakura, que era esposa e mãe de uma filha do próprio, tinha tanta proeza quanto Naruto. 

Porém ali, Hinata percebeu que ele poderia ser normal, poderia chegar a sua casa num dia corrido contra ninjas e sentar-se à mesa e rir com a filha ao mesmo tempo em que soltava olhares apaixonados para esposa. Poderia sentar o mais preguiçosamente no sofá e dormir por ter trabalhado tanto e só acordar com beijos de sua esposa em sua bochecha. 

Ele poderia, mas não era. 

 Quanto tempo que o dobe não dorme em casa? -— Dobe. Nunca se acostumaria com a troca de carinho um tanto impessoal deles. 

— Naruto-kun é ocupado, entendo os deveres dele de Hokage. 

— Não perguntei o porquê de o dobe não aparecer e sim, quanto tempo ele não aparece  "Ríspido" pensou, mas sorriu. Era a única pessoa próxima de Naruto e sabia que Sasuke só era assim pelo passado inquietante e triste. Suspirou derrotada e encolheu os ombros, apreensiva. 

 Dormir como pessoa normal? Desde que assumiu o posto de Hokage, mas posso contar nos dedos quanto tempo passou com as crianças.  E percebeu, naquele momento, que era um desabafo de uma mãe e esposa que estava prestes a desmoronar. "Mais quanto tempo, Hinata? Duas semanas ou um ano?"  

Olhou para as rugas de expressão e percebeu que o assunto era desconfortante, decidiu dar de ombros e se aproximar do balcão. 

 Quando o chá será servido? – Mudou de assunto, segurando a Katana mais fortemente, o cheiro doce com as cores vivas que a casa emanava o estavam deixando tonto. 

 Agora.  Viu ela virar de costas e pegar um bule de chá esquecido no fogão e derramar em uma xícara laranja e chamativa. Colorida demais para o gosto do Uchiha, porém não falou nada e só fez o seu papel de bom convidado ao pegar a xícara. — Como anda Sarada? - perguntou tentando prolongar uma conversa com o melhor amigo de seu marido. 

 Bem. – respondeu e sorveu um pouco do chá que estava do jeito que gostava, morno com um gosto de canela suave, aquilo o colocou em um estado de inércia corporal.  

O assunto parou por ali e era o que Hinata esperava de Sasuke, ele não era muito sociável e como pensou: só Naruto tinha a proeza. 

—– Sakura? – perguntou servindo um pouco de chá para si e se sentando na bancada, um pouco afastada de Sasuke.  

—– Eu acabei de chegar, Hinata, não encontrei a Sakura e estaria no escritório do Hokage, se não me convidasse para entrar. – Seu tom de voz continuava neutro e Hinata ficou vermelha. Aquilo parecia uma grosseria, porém levou em conta que era Sasuke, o ninja mais apático de Konoha. – E não fique envergonhada, eu aceitei o convite, não foi? 

— Hm – resmungou baixo e sorveu um pouco do líquido incomodada pelo silêncio. – Sakura está dividindo seu tempo entre o hospital e Sarada, viramos bastantes amigas desde quando a guerra acabou. – comentou e observou Sasuke a olhar de um jeito interrogativo. 

—– Você está mais comunicativa. – Hinata entendeu aquilo como uma afirmação e se dignou apenas em dar um sorriso tímido em direção ao Uchiha. 

—– Você parece mais sociável também. – disse em tom de brincadeira e voltou a beber de seu chá. 

—– O que uma guerra ninja não faz, hm? — Levantou o copo a xícara em um brinde e terminou seu chá e ficou sentado olhando Hinata bastante entretida com o saleiro que se mantinha em cima da mesa.  

 

***** 

 

Sasuke decidiu, depois de um tempo, que não poderia mais protelar o encontro com o Nandaime Hokage, então quando o chá terminou e a mulher começou a suspirar olhando para o relógio, ele se despediu de Hinata e Boruto, que insistiram em ficar acordado. 

Caminhou calmamente pelas ruas vazias de Konoha, que só era preenchida por alguns ex-companheiros de guerras bêbados ou guardas não muito prestativos que estavam entediados com o tempo de paz. 

Seus pensamentos realmente o atormentavam. Não pôde deixar de pensar em Sakura quando analisou Hinata. Como será que sua esposa se sentia? Sakura era uma das melhores ninjas médicas do mundo shinobi, ultrapassará até Tsunade -que naquele momento deveria estar bebendo em algum bar com os antigos Kages-. A sucessora da tal, no final de tudo, acabou virando uma mãe amorosa e excelentíssima dona de casa, não que Sakura desistirá de ser uma kunoichi.  

Quando mais precisavam de seu serviço para avanços tecnológicos na área medicinal, ela era uma presença indisputável - já que Tsunade se recusava a trabalhar desde que saiu de seu cargo-. Passava pelo dilema e que renunciou para descansar, mesmo que as vezes era encontrada em países baixos cuidando de pequenas doenças. Renunciar? Não era uma coisa que os ninjas pensavam. Eles só se desabilitavam do cargo quando mortos ou quando com problemas em relação à saúde (mesmo assim insistiam em ficar). E Sakura meio que renunciou de seu cargo em ser ninja a frente de batalhas para ser mãe, não que a mesma já tenha reclamado ou disse algo do tipo para Sasuke, porém como ele disse antes, renunciar era uma palavra que não existia no dicionário shinobi. 

Começou a visualizar os pequenos momentos com sua esposa e não pôde deixar de prestar atenção nas partes em que ela suspirava por algum canto da casa ou quando sorria ao tocar, sem querer, o ponto em sua testa que centralizava seu chakra. Será que ele estava prendendo Sakura de um jeito tão discreto e infeliz? 

Respirou fundo e parou em frente à fachada do prédio do Hokage. A vila poderia evoluir, mas aquela construção velha e vermelha não mudava em nada. 

Cumprimentou alguns guardas em seus postos e não pode deixar de sorrir ao acordar alguns em meio ao serviço. Parou em frente à porta de Naruto e suspirou já sabendo o que encontraria lá dentro. Abriu a porta e constatou que como o prédio também não mudava, Naruto não se diferenciava em não ter mudanças também. Continuava bagunceiro e dormindo em serviço. 

Se para ser Hokage exigisse limpeza e concentração cem por cento, Sasuke tinha certeza que Naruto não teria chegado ao posto tão cedo. 

Fechou a porta calmamente atrás de si e se pôs a analisar as fotos de família e os documentos espalhados tanto na mesa quanto no chão. Pelos símbolos de algumas folhas, definiu que era assuntos relacionados as outras vilas.  

A sala do Nanandaime não era muito organizada, era um espaço grande no qual o centro ficava uma mesa e uma cadeira giratória preta. Era só Naruto virar que ele comtemplaria a imagem da vila pela janela que ocupavam a parede inteira, do teto ao chão. Nos cantos ficavam cômodas que eram guardados papéis sobre missões e tudo relacionado a Konoha. As paredes estavam agraciadas com algumas fotos e a mesa do Hokage também, porém mais pessoais. Fotos de sua família.   

Aproximou-se devagar da cadeira de Naruto e chutou uma roda que se enroscou no carpete e se direcionou para o chão, levando o dobe junto. 

—– Não sabia que podia dormir em serviço, usuratonkachi  falou sem emoção alguma ao observar seu ex-companheiro de equipe ativar o modo sennin. 

—– Teme  Prolongou a palavra em um resmungo e respirou fundo ajeitando a cadeira no lugar — O que faz aqui a esse horário?  

—– Relatar missão, senhor Hokage.  Deu de ombros andando até a mesa do Hokage e pegando uma moldura onde encontrava a família Uzumaki de um jeito bem descontraído  Apesar de que você também deveria estar em casa, não é, dobe?  falou o apelido de um jeito provocativo e sorriu quando ouviu Naruto resmungar e se jogar na sua cadeira confortável. 

—– Ser Hokage é mais difícil do que pensei.  falou com um ar cansado recolhendo algumas folhas que caíram no chão com sua queda.  

—– Sim, um ninja renegado e um Hokage têm lá suas obrigações.  falou em tom de ironia. Colocou a moldura que esculpia toda família Uzumaki, de volta a mesa e vislumbrou na hora em que Naruto fez uma careta em desagrado  Você faz de tudo para proteger a vila e sua família. Tempos de paz não dura muito, você sabe disso, eu sei disso. 

—– E o relatório?  perguntou mudando de assunto enquanto se dirigia a um canto da sala e guardava alguns papéis dentro de uma gaveta. 

—– Nenhum sinal de outro adorador do universo KaguyaShinkiki e seu subordinado não eram daqui. – respondeu a contragosto com a troca de assunto, mas sabia o seu real motivo por ter viajado a dois meses e por estar ali aquele horário. 

—– Mais nada?  questionou estranhando o Uchiha não achar coisas mais especificas, o que ele falou Naruto já sabia por receber seus relatórios diários. 

—– Não, nada. – Deu de ombros relaxando.  Nenhum pergaminho, nenhum rastro e nenhum burburinho em cidades vizinhas. 

Naruto assentiu com a cabeça e voltou a sentar na cadeira. Observou o loiro se concentrar em um papel e a imagem de Hinata esperando seu amigo chegar venho em sua mente. 

Ele não iria falar nada a despeito do assunto, porém logo em seguida a imagem de Sakura surgiu para si. Esperando ele que nem Hinata. Suspirou sentindo seus ombros ficarem tensos e olhou Naruto. Ele era um idiota, não iria perceber que sua esposa ficava noites o esperando e sabia que o único a fazer enxergar esse lado, era ele. Uchiha Sasuke, o seu melhor amigo.  

—– Hinata sente sua falta. - Afirmou e se dirigiu até a janela no qual reluzia a vila em um sonoro descanso.  

—– Como? - perguntou desconcertado por seu amigo afirmar em tom convicto algo de sua esposa, sem contar que aquele assunto surgiu do nada. 

—– Fui a sua casa, relatar a missão, sabe? Pensei que estivesse lá, já que está muito tarde para você ficar aqui. Hinata me atendeu e me serviu um chá. Uma dama acordada aquele horário só significa uma coisa. – Pela primeira vez o tom de Sasuke era sereno, como se estivesse explicando algo simples para uma criança. Se os dois analisassem bem aquela cena, com certeza, fariam uma co-relação de Naruto ser uma criança e Sasuke o adulto sensato.  

—– Hinata é uma ótima esposa. – Confessou suspirando fundo e apoiando sua testa em cima da mesa de madeira maciça – nunca pensei que fosse complicado conciliar família com trabalho. – disse com a voz abafada pela mesa. 

—– Também. – Sasuke concordou com Naruto e voltou a mirar seu amigo com a testa apoiada na mesa. – Somos péssimos maridos

—– Sakura parece bastante feliz por ter conquistado o coração de Uchiha Sasuke— Resmungou em um tom infantil por lembrar de sempre ver sua amiga com um sorriso no rosto, comentando o quanto era feliz por ter “Sasuke-kun como marido”. 

—– Talvez, quem sabe? – Deu de ombros querendo desviar do assunto sobre si e Sakura. –– Boruto sente sua falta. 

—– Depois da luta contra Shinkiki, nós dois conversamos, Boruto entendeu naquele dia o quanto meu trabalho é complicado, sem contar que estou me esforçando o máximo possível para adiantar os trabalhos e sair mais cedo. — Levantou a cabeça e virou sua cadeira para olhar Sasuke com uma sobrancelha arqueada em questionamento. 

— Dizer que está ocupado não é conversar, dobe. Boruto é uma criança e ele quer passar mais tempo com seu pai. 

— Boruto tem um pai.  — Bufou sentindo o estresse de seu cargo pousando em seus ombros e olhos. 

—– Sim, ele tem um pai. – Balançou a cabeça em afirmativa e fechou os olhos tentando não se estressar com aquele assunto, aproximou da mesa. – um pai ausente. 

—– Que droga, Sasuke – praguejou já cansado daquelas acusações. Naruto estava se esforçando para ser um ótimo pai, esposo e líder de uma vila, mas era difícil e parecia que ninguém entendia, nem seu próprio amigo. 

— Você não teve pai e Boruto está sentindo a mesma coisa que você sentia quando via as crianças com seus pais.  Cruzou os braços, encostando-se à mesa e olhando para seu amigo sério e com ar de mais velho. "Quanto tempo passou até você se tornar isso?". Perguntava-se enquanto analisava o loiro sem motivação nenhuma. 

—– Vá para casa, abrace sua esposa e de um beijo de boa noite em seus filhos.  

Um silêncio desconfortável instalou na sala e Sasuke sabia que essa era sua deixa para ir ao seu lar e ter uma boa noite de sono ao lado de sua esposa. Estava na hora de ele seguir a mesma dica que dera há alguns minutos para Naruto.  

Virou de costas e andou até a porta, pronto para sair dali.  

—– Obrigado.  Naruto disse atraindo a atenção momentânea de Sasuke, que continuava de costas para si. 

—– Agradeça a mim depois.  Sorriu de canto e abriu a porta que foi marcado por uma tosse falsa do loiro. 

—– Obrigado por cuidar de Boruto, mesmo estando longe e mesmo o garoto tendo um pai.  Fechou o notebook em cima da mesa e se levantou pegando o casado pendurado na cadeira — Não sou o melhor pai do mundo. 

—– Eu perdi doze anos da vida de Sarada, Naruto, e posse lhe afirmar com convicção que essa foi a pior parte da minha vida. Não quero que aconteça com você o que aconteceu comigo.  

Sasuke acenou com a cabeça e saiu da sala sendo seguido por um Naruto apreensivo e inquieto com algo, sabia que era pelo motivo de o loiro ir para sua casa e encontrar sua família ainda acordada e como conhecia a família Uzumaki, sabia que estava indo a tempo de encontrar Boruto zelando pelo sono da irmã enquanto se remexia mais silenciosamente possível a cada gol no seu kitnect marcado. 

Subiu em cima do telhado e concentrou chakra nos pés. Despediu-se de Naruto e correu para sua casa. 

Não dera nem cinco minutos da conversa com Naruto e Sasuke já estava em casa sendo observado por uma presença rosada e meio dorminhoca no canto encolhido do sofá. 

"Quem diria que Uchiha Sasuke se casaria com a mulher mais temperamental de Konoha?". Sorriu cúmplice com algumas memórias que invadiam sua cabeça e andou até a mulher cuidadosamente, tentando provocar o mínimo de ruído possível. 

— Sasuke A voz desperta e sonolenta o assustou fazendo que cambaleasse para trás e batesse na mesa de centro. 

"Talvez, não é só Naruto que tenha que resolver seus problemas em casa". 

— Sakura Suspirou de uma forma cansada, tentando demonstrar o seu desgosto por vê sua mulher desconfortável no sofá da sala. 

A ex-Haruno, a Uchiha, levantou e depositou um selar leve sobre seus lábios e em um ato infantil e doce, beijou sua bochecha de uma forma sorridente, como se todo o sono tivesse evaporado. 

—– Sarada? – perguntou dando as costas para rosada e seguindo para o andar de cima, ouvindo passos logo atrás 

—– Dormindo – respondeu baixo segurando firmemente o apoio da escada, tentando não estragar a madeira com toda a felicidade de ter seu marido depois de semanas em sua cama  você demorou... – começou tentando puxar assunto. 

—–Tive que passar no escritório de Naruto  disse simplesmente querendo demonstrar sua falta de tato para conversar aquela hora. 

Sasuke entrou na porta e pelo canto do olhou viu Sakura estagnada no lugar o olhando amorosamente. 

—– Aconteceu algo? – perguntou tirando a bainha de sua espada e encostando perto de um móvel que comportava a foto de seus pais e seu irmão. Uma foto com Sakura e Sarada agraciava a sala para quem quisesse ver. 

—– Okaeri — Virou-se para onde sua esposa estava e vislumbrou ela se aproximar e o abraçar pelo pescoço ficando nas pontas do pé. – Senti sua falta. 

Como pensou, ele era um péssimo marido.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá pessoas, então...desculpem a demora. Estou tímida shashhaha Me desculpem mesmo, porém vamos fazer assim: eu não estipularei quando irei postar, quando eu tiver respondendo os comentários é porque o capítulo está saindo do forno e pra ser mais exata ainda, os capítulos serão a cada um mês. Mas por que Clementine? Porque os capítulos são revisados duas vezes e seja o tamanho da mudança do capítulo e os erros a demora se prolonga, mas posso ter certeza que a cada mês tem um capítulo novo.
Eu acredito que está história não vai ser longa, ela irá terminar este ano mesmo, então não se preocupem, eu não irei sumir e caso eu suma, é por causa dos capítulos kkk. Está história puxa muito de mim e da minha imaginação, é o primeiro crackship e longfic que escrevo, então imaginem a pilha que sou pra escrever um capítulo que seja bom?! Me perdoem pela demora das postagens, mas é tudo do bom e do melhor pra vocês. Antes eu nunca entendia as escritoras e ficava bastante chateada e brava quando elas demoravam pra postar, mas pô, agora eu entendo e vejo o quanto o processo para apenas um capítulo é desgastante, porém vale a pena pra caramba e os comentários de vocês me dão um gás a mais, serião!
Bom, vamos deixar esclarecido que as notas finais vai sempre ser a nossa ponte de comunicação ok? Okay! Então sempre leem as notas finas.
Quero agradecer minha beta mais uma vez e já vou avisando vocês que sempre irá ter elogio a ela simm!!!!
Esta fanfic também está sendo postada em outro site, mas o tempo de atualização de capítulos é diferente. Vocês do Nyah recebem os capítulos primeiros EEEEEEEEEH, mas nada de espelhar pros coleguinhas em? SHAHHSHHh.
Sem delongas e até o próximo, desculpa mais uma vez a demora ♥.
Ah gente, quero que vocês capitem as emoções do personagem e se quiserem falar suas teorias porque de cada emoção, podem me falar. Gosto as vezes de deixar as coisas nas estrelinhas pra vocês descobrirem kkkkkk.

Obs: 4,424 palavras bicho. Caramba, umas 3mil palavras a mais de presente pela demora ahashahhsahh



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inesperado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.