Sede de Poder escrita por Mermaid Queen


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

to tao ansiosa pra acabar essa história meu deus indescritivel



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Chris entrou com o carro na garagem subterrânea de um prédio.

Katherine esperou que as pessoas descessem da van antes dela. Quando Mary saiu, apoiou a mão na lataria e Katherine vislumbrou um curativo ensanguentado no dedo médio dela. Sentiu o estômago ficar gelado.

Rachel saiu em seguida, apressada para não ficar sozinha com Katherine dentro da van. Lançou um último olhar amedrontado antes de saltar para o estacionamento.

Katherine podia imaginar as manchetes. Os pais de Rachel em prantos, implorando que alguém lhes trouxesse a filha de volta. Porque ela tinha um futuro brilhante, e era só uma garotinha, e nunca havia feito nada a ninguém. Se alguém tiver qualquer informação sobre o desaparecimento, por favor nos contate.

Ela suspirou e fez o esforço para se levantar. Quando saltou da van e seus pés bateram no chão, o som ecoou e todos a observaram em silêncio temeroso. Chris pigarreou desconfortavelmente, querendo que o seguissem.

Como antes, ela podia ouvir alguns pensamentos desordenados, mas nem precisaria deles para entender o que estava acontecendo. Enquanto subia as escadas, podia sentir o olhar de desconfiança de David em suas costas. Eles achavam que ela era algum tipo de Frankenstein, uma coisa reanimada que podia sair do controle e massacrá-los. Fora David quem pensara nela como Frankenstein. Embora fosse um pouco ofensivo, até que servia.

Saíram da escada de incêndio para dar em um corredor com quatro portas. O carpete estava manchado por toda parte e as paredes eram sujas e velhas. Parecia um lugar esquecido. Era um bom esconderijo.

Chris bateu à porta sinalizada por um número tão oxidado que ela não conseguiu distinguir. Em seguida, Dionora abriu a porta e fez um sinal ansioso para que entrassem.

— Então você sobreviveu – murmurou ela.

— Sobreviver não é bem a palavra – Katherine respondeu, encolhendo os ombros. – Preciso me sentar.

Ela estava experimentando um nível crescente de desconforto. Não era bem-vinda. Todos estavam desconfiando dela. Nem ela saberia dizer quais acusações eram verdadeiras, então imaginou que eles tivessem razão ao imaginar os piores cenários possíveis vindo dela.

Melanie se sentou ao lado dela no sofá puído. Era a última pessoa que Katherine esperava que fosse amigável de alguma forma com ela.

— Fico feliz que estejam todos bem – disse Dionora, como uma saudação, quando já estavam todos acomodados na sala. Todos, menos Travis. – E sinto muito que o resgate tenha demorado tanto.

Katherine lançou um olhar para Evan, e o encontrou observando-a de volta. Esperou pela sensação familiar do coração batendo, ansioso, e o rubor na face, mas não sentiu nada. Só estática. Baixou os olhos, sem querer assustá-lo.

Sentia saudade da voz dele na cabeça dela. E queria tocá-lo. Queria poder abraçá-lo de novo, beijá-lo, mas se encolheu ao pensar na reação dele ao tocar lábios gelados como os de um cadáver.

— Você vai nos contar? – David falou de repente, como se aquilo estivesse explodindo dentro dele. – O que aconteceu com você? Esse homem que nos prendeu, ele tentou te matar? Ele te matou e você voltou?

É muito pior, ela pensou, respirando fundo. Cobriu o rosto com as mãos.

— Há meses que nós descobrimos que Katherine havia recebido doses exageradas da Substância, a mesma que nós vampiros recebemos para iniciar o processo da transformação – Dionora falou, olhando para David. David não confiava nela. – E passamos a investigar os motivos, e, principalmente, as consequências.

“Percebemos que as habilidades dela estavam mais desenvolvidas do que seria o esperado para o tempo de treinamento, e atribuímos isso à Substância. Era um bom sinal, porque, como explicamos a ela no começo, a nossa maior explicação era a morte por intoxicação.”

— Claro – David respondeu, sarcástico.

— Ela passou a ser rápida, a se curar quase que instantaneamente, a ter facilidade com os poderes psíquicos… — Dionora continuou, sem se abalar. – Todas características que remontam aos vampiros ancestrais. Só faltava uma coisa…

— A morte – Melanie sussurrou.

Katherine sentiu cheiro de sangue, e a pele se arrepiou. Tentou se manter parada no lugar, e não ceder à agitação de procurar de onde vinha. Ela não era um animal. Não era um tubarão que sentia o cheiro do sangue a quilômetros de distância e ia buscar a origem.

Se controla, porra, pensou, desesperada, achando que estava ficando mais forte. Muito perto. Prendeu a respiração.

— A morte – Dionora confirmou, com a voz assombrosa, sem prestar atenção a ela. – Acredito que você seja o mais próximo que tivemos de vampiros como o Conde Drácula em, digamos 200 anos, Katherine.

— Há quanto tempo você é… isso?

Katherine virou a cabeça imediatamente na direção da voz de Rachel, chocada por ela ter finalmente dito algo. E aliviada. Rachel imediatamente se retraiu ao notar que atraíra a atenção de todos na sala.

— Faz uns seis meses – Katherine respondeu, tentando manter a voz calma, embora quisesse reconquistar a confiança de Rachel. – Eu não sabia nada sobre isso antes de agosto, juro.

— Logo que você saiu – Rachel completou, menos hesitante.

Katherine concordou com a cabeça e tentou sustentar o olhar dela, querendo passar confiança, mas Rachel desviou os olhos.

— Kate! – gritou Travis, da cozinha. – Venha até aqui um momento!

Katherine quase saltou do sofá, mas conseguiu se controlar. Ainda com a respiração presa, pediu licença e caminhou até a cozinha.

Ao chegar, se sobressaltou. Podia não sentir mais o cheiro, mas agora podia ver de onde ele vinha.

— O que você está fazendo? – ela sussurrou com urgência.

Travis estava fazendo um curativo no braço. Ao lado dele, na bancada, havia uma seringa, tubos e uma bolsa. Cheia.

Katherine desviou os olhos.

— É para você – Travis insistiu, apontando para a bolsa de sangue. Parecia cansado. Fraco. – Só coloquei na bolsa para ser mais seguro, só isso. Posso ver a sede nos seus olhos.

— É muita coisa – ela disse, se segurando para não agarrar a bolsa de sangue. – Não devia ter feito isso.

— Entenda como uma prevenção – Travis respondeu, dando um sorriso fraco. – Contenção de danos. Para essa bolsa não virar uma pessoa. Sem ofensas.

Katherine encolheu os ombros. Não era ofensivo mesmo. Estendeu a mão para a bolsa, finalmente se permitindo, e rompeu o cano de plástico com facilidade. Levou-o à boca evitando o olhar de Travis.

Quando saboreou o sangue pela primeira vez, não se impediu de estremecer. Tateou a parede à sua volta em busca de apoio para que não se deixasse escorregar até o chão.

Ao terminar, dirigiu um olhar ébrio a Travis.

— Eu sinto culpa toda vez que bebo – confessou. – E mesmo assim, não sou capaz de abrir mão.

— Não precisa abrir mão – Travis respondeu simplesmente. – Não precisa negar a sua natureza.

Como Serpente diz, Katherine pensou, mas não disse nada.

Por que a minha mãe está na televisão?

Ao ouvir a voz esganiçada de David, Katherine nem saberia explicar como chegara à sala. No entanto, não conseguiu dizer nada. Ficou alternando o olhar entre a tela e David enquanto Serpente, ou Roberto, se aproximava e passava o braço sobre os ombros de Ellen.

— Katherine – David sussurrou. Havia lágrimas nos olhos dele. – Katherine.

— É ele mesmo – ela disse, tremendo.

David caiu de joelhos, sem conseguir tirar os olhos da televisão.

É a nossa filha, claro, mas não podemos fechar os olhos para as ações hediondas dela nas últimas semanas— disse Roberto, com a mão livre sobre o coração. – Não compreendo o que ela se tornou.

Kate, querida, se puder me ouvir, por favor, entregue-se— Ellen continuou, debulhando-se em lágrimas. Limpou os olhos com um lenço antes de continuar. – Pare de apoiar esses monstros, por favor. E me devolva o seu irmão. David não tem nada a ver com isso.

Nós só queremos que a justiça seja feita— Serpente voltou a falar sobriamente. – Se o governo não entregá-la, vamos buscá-la. E é melhor que devolvam David com vida.

Ao fundo, a multidão gritava. A câmera varreu a praça, com pessoas demais para que Katherine pudesse contar. Eles clamavam por ela. Diziam que o governo não podia protegê-la por muito mais tempo. Que ela era o cão de briga de Staham.

— O quê… — Katherine tentou falar, mas a voz falhou. Respirou fundo. – O que Staham disse sobre isso?

— QUEM É STAHAM, KATHERINE, PORRA? – David berrou, e bateu com os punhos no chão. – SÃO OS NOSSOS PAIS NA TELEVISÃO, CARALHO. O MEU PAI QUE MORREU QUANDO EU ERA CRIANÇA. NOSSOS PAIS JUNTOS BEM ALI!

Mary colocou a mão sobre o ombro dele, mas ele a afastou e ficou de pé num salto. Apontou para Katherine.

— Você já sabia disso?

Katherine assentiu com a cabeça lentamente. Sustentou o olhar dele com resignação.

Diante disso, David continuou olhando para ela com fúria, mágoa, ódio, dor, até que desistiu de encará-la e se deixou cair no sofá. Cobriu o rosto com as mãos.

Mary novamente tentou se aproximar dele, e colocou a mão sobre a perna dele. Dessa vez, David não protestou. Katherine queria poder abraçá-lo e mostrar algum apoio, mas sabia que não havia nada para mostrar.

O resto da sala se condensou em uma atmosfera pesada de silêncio enquanto David soluçava com o rosto coberto.

Enquanto o olhava, Katherine teve vontade de se jogar de outro prédio, embora soubesse que dessa vez nem chegaria a se arranhar muito. Sofrera aquela mesma dor dele, acreditara no pai, sentira o alívio de poder tê-lo novamente, mas tudo se fora. Roberto a desprezava. Ele a usara como experimento, como ferramenta, e agora a queria como bode expiatório. Nunca como filha.

Mesmo assim, queria poder confortar David. Roberto o amava, de alguma forma nebulosa e deturpada. Talvez acreditasse que os três juntos seriam uma família feliz depois que ele chegasse ao poder.

— E o que você quer fazer agora? – David perguntou, de repente. Os olhos estavam carregados de raiva. – Quer matá-lo de novo?

Katherine olhou para ele, sem saber o que responder àquela acusação rancorosa. Era Serpente quem queria matá-la, claramente.

— Fugir? – ela sugeriu, com desânimo. Claro que se sentia culpada e realmente assumia as acusações de David, mas já não sentia a revolta dele.

Fugir. A ideia pareceu patética. Como se Serpente pudesse machucá-la agora.

— Ele manteve vocês como reféns para me controlar e me fazer trabalhar para ele – disse Katherine. – Vocês estão livres agora, então eu também estou.

— Katherine, mas a mamãe…

Ela não se abalou.

— Ela parece feliz agora – respondeu, indicando a televisão com a cabeça. – Se quiser se juntar a eles para voltarem a ser uma família feliz, não vou te impedir. Mas não há mais lugar para mim.

Se quiser se juntar a eles para me caçar, ela pensou em dizer.

David balançou a cabeça para ela, incrédulo. Katherine sabia que era exatamente naquilo que ele estava pensando. David não sabia nada sobre os planos do pai, não sabia nada sobre Roberto em si, e provavelmente nem via problema no discurso que estava havendo na televisão.

— Ele passou semanas, meses, sei lá, me obrigando a sequestrar pessoas com a roupa do governo para vir contar essa historinha – ela disse, aumentando a voz. – Toda a versão dele bate, porque ele tem as vítimas como testemunhas, pessoas infiltradas no governo trabalhando para ele, e ainda é capaz de manipular as suas memórias e a sua cabeça inteira, David. Ele conseguiu o apoio dos humanos e o que ele quer é derrubar as leis vampiras de proteção aos humanos!

Diante do silêncio de David, Katherine respirou fundo e continuou.

— Não é mais o seu pai amoroso, David. Isso é uma manipulação – ela apontou para Evan, e sentiu o estômago gelar. – Ele me fez acreditar que eu havia matado Evan. A culpa que eu senti, David, e era tudo falso.

Quando Evan a olhou, Katherine quis desabar. Achou que choraria, mas não sentiu nada parecido com lágrimas. Apenas o encarou, transbordando de angústia, com os joelhos trêmulos.

— E pense em como Jack deve estar agora, vendo isso na TV. – Katherine falou. Esperava que ele estivesse seguro. Soltou um longo suspiro. – Não é mais problema meu. Ele sabe se virar. E espero que vocês também saibam, porque não vai dar para passar por isso de novo. Que droga.

— Espere, Katherine – disse Dionora. A voz calma a impediu de seguir pelo corredor. – Ele vai tomar o poder à força se não o impedirmos. Como no começo, não tenho mais ninguém com quem contar, e preciso de você, como uma vez você precisou de mim.

Katherine respirou fundo e virou a cabeça para ela.

— Você mesma descreveu os planos dele de chacinar os humanos – Dionora insistiu. – E as ideias radicais. Não podemos assistir de braços cruzados só porque vai nos favorecer.

— O que você quer que eu faça? Ninguém vai acreditar no que eu disser. Quer que eu o contenha à força?

— Se for preciso – Dionora encolheu os ombros.

Katherine suspirou, ciente de que estava cometendo um erro.

— Me acorde se ele estiver aqui para me matar – falou, abrindo uma porta no corredor e encontrando um quarto. – Só posso ajudar depois das seis.


Katherine também descobriu que não conseguia dormir, mas não era a maior novidade do mundo.

Enquanto rolava na cama, ficou pensando se estaria curada da depressão. Drácula não parecia alguém que teria depressão. Ou parecia? Tomara que não.

Alguém bateu à porta. Ela imaginou se poderia realmente ser o caso de Serpente estar ali para matá-la, mas ele provavelmente estava na passeata magnífica pelo bem da sociedade dele.

— Pode entrar.

A cabeça de Evan apareceu no vão da porta, e o estômago de Katherine se liquefez.

— Podemos conversar? – ele perguntou.

Ela se sentou na borda da cama e assentiu para ele, que se sentou ao lado dela. Apesar do escuro, os olhos de Evan cintilavam.

— Nós passamos por muita coisa juntos, e você… - Evan hesitou. – Você passou por muita coisa também. E parece que eu tenho tanta coisa para dizer, e não consigo… organizar. Os meus pensamentos. Não sei bem o que falar.

— Também sinto falta de você na minha cabeça – Katherine falou.

— Você entende – ele riu, parecendo desconcertado. – Eu não teria que me explicar, antes.

Katherine apertou os olhos. Tentou compreender se Evan estava tentando dizer que queria retomar o pacto, mas não teve coragem de sugerir em voz alta. E sabia que a mente dela não era um espaço saudável para ser compartilhado agora, embora nunca tivesse sido muito melhor.

Ela ficou observando o rosto dele. Apesar do escuro, podia distinguir cada detalhe, que já conhecia tão bem.

— Durante todo esse tempo, eu pude sentir você, de certa forma – Evan continuou. – A presença da sua mente, mesmo com o fim do pacto. Mas só entendi que o pacto havia chegado ao fim quando a vi, de verdade, na minha frente.

— Também não entendi que o pacto tinha acabado – ela disse. – Para mim, você estava…

A voz dela falhou. Novamente, aquela sensação de desespero e choro, mas as lágrimas não vinham.

— Morto – ele completou.

Katherine engoliu em seco.

— Passei dias abraçada com o seu cadáver e coberta com o seu sangue, e agora não sei o que é real. Não consigo mais ir à nossa ilha, porque tenho medo do que vou encontrar. Tenho medo de reviver aquilo.

Evan tocou o ombro dela e deslizou a mão suavemente pelo braço de Katherine até encontrar a mão dela. O toque ainda era elétrico para ela.

Evan não recuou à pele gelada.

— Eu me culpei por muitas coisas, Evan – disse Katherine, encontrando os olhos dele. Deixou-se engolir pelos olhos verdes, sem sentir medo dessa vez. – Eu me culpei pelo que fiz e pelo que não fiz. Por não ter te protegido, por ter te atacado. Mas também por não ter me permitido estar com você. Por não ter me entregado. Por não ter dito que eu te amava.

Ela estendeu a mão e tocou o rosto dele com delicadeza.

— Amo você, Evan. Amo estar com você, amo conversar com você, amo seu cheiro, amo rir com você, amo cada pedacinho de você. Amo sua companhia. Amo como você mexe no cabelo, e amo a curva do seu nariz, e amo beijar você. Amo você. Não vou mais me arrepender do que eu não fiz. Amo você.

Se meu coração ainda batesse, ele bateria só para você, ela pensou, querendo rir da própria piada. Mas era melhor guardar esse tipo de piada sobre morte só para ela por enquanto.

Sentia alívio. Queria gritar para o mundo que havia dito aquilo em voz alta, que estava se permitindo viver aquilo. Amar. Katherine amava, e poderia dizer aquilo o dia todo.

Evan segurou a mão dela que estava pousada no rosto dele, e a afastou lentamente. Tinha um sorriso gentil no rosto, mas o toque era frio. E nada tinha a ver com a pele dela.

— Kat, eu… — ele balançou a cabeça e riu. – Eu teria ido ao inferno por você. Eu a amava, eu a adorava, você se tornou tudo na minha vida. Até que o pacto acabou, e eu me vi com a minha cabeça só para mim pela primeira vez em tanto tempo. Meus pensamentos eram só meus, livres de qualquer influência. Não dividia mais as emoções com ninguém.

Katherine prendeu a respiração.

— E eu percebi que não a amava. Nunca a amei, não sem o pacto. Minha mente só clareou quando eu a vi, e achei justo que você soubesse que as coisas estão… diferentes… na minha cabeça agora. Eu estou me conhecendo de novo. E nada daquilo era real.

Enquanto Evan a observava, Katherine percebeu que ele estava esperando por alguma reação. Ela resistiu ao impulso de cobrir a boca com a mão, que foi a única reação que o cérebro gelado dela pensou em ter. Ela engoliu em seco e baixou os olhos.

Era o término de alguma coisa que poderia vir a se tornar alguma outra coisa mais doloroso que ela podia imaginar. Havia sido tudo uma grande fantasia da cabeça deles, e, agora que estava acabada, a cabeça dela ainda não havia entendido.

Logo após Katherine ter feito a declaração de amor da vida dela.

Que humilhação. Que dor era aquela.

— É – ela disse debilmente. – Vai ser bom para você pensar.

— Você está bem? – ele perguntou.

Estou morta, porra.

— Estou – Katherine respondeu, controlando a voz. – Também preciso pensar no que você disse. E em tudo que o pacto significou.

— Que bom. Gosto muito de você, Kat. Espero que ainda possamos ser amigos.

Parece um pesadelo e não acaba.

— Eu também.

Evan sorriu e a puxou para um abraço desajeitado. Katherine esperou rigidamente pelo fim do abraço, pensando em como todas as catástrofes da história da humanidade não chegavam aos pés daquela cena. Quando Evan finalmente a soltou, ele se levantou da cama e saiu do quarto.

Katherine se jogou de volta na cama e ficou em posição fetal.

Pensando bem, Drácula com certeza tinha depressão.


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Notas finais do capítulo

textos crueis demais



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