Amor e Poesia escrita por Dani Uchiha


Capítulo 1
Capítulo 1 - Único


Notas iniciais do capítulo

É uma história de amor, superação, depressão, poesias amizade, sonhos.
Espero que gostem



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 CAPÍTULO ÚNICO 

Estava eufórica, iria me encontrar com dois bons amigos, amigos estes que não vejo há um bom tempo, apresei-me em meus afazeres queria ter todo o tempo do mundo com eles a saudade era imensa, estava ansiosa por isso. Peguei minhas chaves tranquei toda casa e sai, hoje não pretendia sair com meu carro, gostaria de andar um pouco, olhar a rua, ainda era surreal para mim crer que meus amigos vieram do Brasil apenas para me ver. Pensando bem, as vezes sinto saudades de casa, quando olho para a vida que tenho agora me pergunto: Será que fiz bem em abandonar minha cidade natal meu pais para viver novas aventuras há essa altura da vida?

“Acho que sim” — murmurei baixo como resposta a minha própria pergunta, afinal dizem que nunca é tarde demais para buscarmos nossos sonhos, e aqui estou eu, uma verdadeira amante da literatura Inglesa, me mudei para Londres a cerca de um ano e meio, com intuito de fazer uma carreira aqui! Porem as coisas ainda não vão tão bem quanto eu gostaria mas ao menos um trabalho eu tenho, sou vendedora, trabalho em uma conceituada perfumaria no centro da cidade. Atenta ao movimento da cidade, prestei atenção em um homem que vendia flores na rua, embora sua véstia fosse tão clássica e elegante, sua banca era simples, feita de taboa cheia de ramalhetes muito bem feitos com cores tão harmoniosas sobre dois caixotes velhos e parcialmente quebrados. Esse homem não me parecia estranho, tenho a sensação de já tê-lo visto antes só não me lembro com exatidão aonde. Me aproximei da banca quase que sem me dar conta, confesso que fui atraída pelas belezas da flores ali expostas.

“Gostaria de algumas flores senhorita?” — o home perguntou-me com um belo sorriso, ao me aproximar mais dele pude notar que ele era jovem, tinha um lindo sorriso em seus lábios seus olhos azuis pareciam o céu de hoje completamente azul, limpo sem uma única nuvem, seus olhos azuis entravam em contraste com seu sobre tudo preto.

“Não obrigada, mas suas flores são lindas” — comentei olhando em particular um lindo ramalhete de rosas vermelhas, rosas eram as minhas flores preferidas assim como a cor vermelha. O ramalhete era composto por seis belas rosas vermelhas e três galhos de flor de arroz, o branco do arroz deu um toque gracioso e delicado ao ramalhete envolvido em uma fita completa mente rosa. 

“Gostou dessas?” — perguntou-me pegando o ramalhete em suas mãos.

“Sim! São lindas, e delicadas” — respondi entre um sorriso.

“Fique com elas, combinam perfeitamente com você”

“Ficar? Não, não seria justo, suponho que venda esses lindos boques para sobreviver, não precisa me dar. Espero que tenha um dia produtivo”

  O home retirou seu chapéu e o ergueu abaixando sua cabeça suavemente, sorrindo desejou-me um bom dia. Sorri de volta e segui para a cafeteria onde iria encontrar meus amigos, a imagem daquele homem permaneceu na minha cabeça por um bom tempo. Ao entrar na cafeteria avistei meus amigos ao fundo, caminhei até eles.

“Henrique, que prazer revê-lo. Elizabeth continua tão linda.” — Sorri me sentando após cumprimentá-los. 

“Você continua maravilhosa Daiane” — Antônio galanteador como sempre.

“Daiane está mesmo gostando de viver aqui? Tem tido sucesso em seus projetos? Em seus estudos” — perguntou-me Henrique erguendo sua xicara, fiz um sinal para garçonete que imediatamente veio até mim anotou o meu pedido e se retirou. 

“Um vejamos, gastei quase todas as minhas economias comprando um carro e um apartamento. Consegui entrar para a Universidade então em parte me sinto realizada, e como bônus aos finais de semana recito poesia na praça.” — comecei contar-lhes até ser interrompida.

“Então valeu a pena vir!” — olhei para Elizabeth dei um meio sorriso.

“Sim posso dizer que em parte valeu a pena, é cansativo pois passo a maior parte do meu tempo trabalhando e a noite estudando, mas ainda assim está valendo apena”

“Em parte? Parece estar conseguindo tudo que veio disposta a conquistar, o que te falta para te deixar completa?” — a garçonete colocou minha xicara de café diante de mim ao lado de alguns biscoitos e se retirou, olhando a fumaça quase transparente que saia encarei Henrique para responde-lo.

“Falta a minha metade, alguém ao meu lado, se antes não me importava em estar só. Hoje me vejo disposta a ter alguém, não é como se eu estivesse ficando velha de mais, tenho apenas 21 anos eu sei, mas... quando penso nos planos que fazia ainda na adolescência, penso que sinto que está na hora de encontrar alguém, a idade é algo relativo não? O que é estar velho demais ou novo demais para alguma coisa.”

“Todo esse tempo aqui e ainda não se envolveu com ninguém Daiane?”

“Você é bem curioso não é Henrique?”

“Avida me fez assim” — Elizabeth sorriu, dei um gole no meu café e mudamos de assunto. Henrique e Elizabeth sorriram, tomamos nosso café enquanto os ouvia contar sobre como todos iam, trouxeram consigo cartas de velhos amigos e uma de meus pais, fiquei contente em saber que eles estavam bem e que sentiam minha falta tanto quanto eu a deles.  A conversa estava agradável, poderia ficar horas e horas conversando com eles. Atarde eu iria até a praça principal recitar meus poemas como de costume, aproveitando que meus amigos estão aqui os levarei até lá talvez eles gostem, mas antes de irmos à praça os levei para conhecerem alguns pontos turísticos da cidade. Aproveitamos também para irmos até o Big Bem, mesmo já tendo ido algumas vezes deis de que cheguei nunca me casava de olha-lo, sua estrutura era magnifica. 

 Por volta das quatro da tarde, eu cheguei na praça, o festival já estava começando o palco que montaram estava lindo e dessa vez estava mais cheio do que das últimas vezes.

“Estou nervosa”

“Não fique assim relaxa não é à primeira vez que faz isso não é?”

“Não é a décima mais...”

“Daiane que bom que chegou, hoje você é a primeira em”

“Oi Medley, eu vou ser a primeira?”

“Sim então por favor venha ao palco”

 Respirei fundo e subi no palco, peguei o poema que tinha preparado dentro da bolsa e comecei a recita-lo sobre os olhares de todos e principalmente dos meus amigos

  A borboleta um sonho tentou buscar.

Sobre a cidade ela iria voar.

A borboleta tão pequena.

Discreta sobre os prédios passar.

E sobre um vazo de flor cogitou ficar.

Mas a borboleta, mais iria explorar.

E sobre os carros ousou voar.

Mas o vento para longe a jogar.

A borboleta que a cidade quis explorar

Agora em uma vitrine repousar.

E os olhares curiosos sobre ela ficar.

Azul era a borboleta que uma jovem pegar.

A borboleta que a cidade quis explorar.

Após recitar o poema fui muito aplaudida, me senti tão feliz gostava tanto de versos e poesia, poder recitar para uma plateia mesmo que singela em um parque me deixava satisfeita. Desci do palco e fui surpreendida por um lindo ramalhete de rosas vermelhas com quatro flores de trigo em cada canto envolvidas em uma fita verde. 

“Parabéns” — ergui meu olhar e me deparei com o homem que vi de manhã vendendo flores na causada.

“Você”! — foi inevitável o espanto realmente não esperava vê-lo ali. 

“Prazer sou Oscar” — apresentou-se estendendo a mão, eu a peguei.

“Sou Daiane”

“Por favor aceite essas rosas, vi que gostou tanto delas mais cedo”

“Obrigada, mas como me encontrou aqui? Por acaso está me seguindo?” — perguntei seria o encarando.

“Eu moro logo ali, e como soube que hoje teria recitais de poesia na praça eu vim ver, admito que há vi chegando então peguei as rosas em minha casa e as trouxe para você!”

“Obrigada”

“Aproposito, você tem uma doce voz, recita tão bem. Essa já é a quarta apresentação sua que vejo. ”

“Quarta?!” — ao ouvi-lo dizer isso me dei conta que já tinha o visto algumas vezes na plateia dos recitais, por isso achei que já tinha o visto quando o vi mais cedo na rua.

 “Sim. Me sentiria honrado se um dia você fizesse um poema para mim, tenho certeza de que eu gostarei muito tanto quanto o poema do pássaro enjaulado que recitou a três semanas, ele o seu poema me salvou de mim mesmo” — O sorriso dele era tão doce seu olhar era tão sincero, ele gostou mesmo do meu poema? Percebi que ainda estava segurava sua mão então a soltei, senti meu coração um pouco diferente, seu ritmo estava diferente.

“Daiane, não vai apresentar seu amigo para nós?”

 “Sim. Ele, ele é....”

“Prazer eu sou o Oscar, Oscar Metcalfe” — ele se adiantou se apresentado estendendo a mão para Henrique que a pegou.

“Sou Henrique”

“Eu sou Elizabeth, ele é Antônio e somos melhores amigos da Daiane”

“Prazer em conhece-los, a amiga de vocês é muito talentosa e linda”

 “Vocês se conhecem a quanto tempo Oscar?”

“Bom nós...” 

“Bom, bom todos apresentados, vamos Henrique, vamos Eliza, meu apartamento está bem longe e eu não estou de carro hoje então temos muito o que andar.”

“Se me permitirem, eu posso levar vocês no meu carro” — Eu olhei para ele séria.

“Você nos dar carona? Você vende flores na esquina com uma bancada quase aos pedaços e acha que pode nos dar carona!”

“DAIANE!” — Elizabeth gritou comigo, o que deu em mim? Por que falei assim com esse homem sem nem um motivo aparente, porque fiquei tão nervosa com a ideia que ele nos desse carona.

“Me perdoe Oscar eu não... eu não queria falar assim com você eu só...”

“Tudo bem, um mero vendedor de flores não deve ter condição de ter um carro ainda mais para levar uma dama como você! Espero que não jogue fora as flores, adeus” 

 Vi Oscar atravessar a rua chateado, Henrique e Elizabeth me olharam sérios, entendi que o tinha tratado mal a troco de nada, me senti tão diferente quando ele sugeriu nos levar, olhei as rosas triste, tive medo de sentir algo tive medo de uma possível aproximação.

“Não digam nada, eu já sei que preciso me desculpar, vamos pra casa, vocês podem ficar no meu apartamento essa semana!” 

 Elizabeth Henrique e Antônio ficaram na minha casa por uma semana, depois eles foram embora, os fiz prometer que voltariam para me ver, e tive uma linda supressa, eles voltaria mais para ficar, gostaram tanto da estadia que optaram virem viver aqui, mesmo que por apenas algum tempo. Durante a semana tentei encontrar Oscar para me explicar e pedir desculpas, estava me sentindo muito mal com o que falei para ele, mas eu nunca mais vi ele na esquina de antes e nem nas apresentações de poesia, o procurei por um mês e nada, nos últimos dias tenho andando sempre tão distraída, sempre pensava nele minhas notas começaram a cair e meu desempenho na perfumaria também não ia bem, passo tempo de mais pensando nele, pensando em onde Oscar estava.

“Daiane espero que hoje esteja atenta ao seu trabalho” — Essa era a quarta vez na semana que Maya me repreendia antes de abrirmos a loja.

“Hoje não terá nem um incidente eu prometo”

“Ótimo, agora limpe bem o vidro vamos abrir em 10 min.”

“Está bem”

 Peguei um pano alguns produtos de limpeza e comecei a limpar a vidraça, percebi que o imóvel que ficava em frente a perfumaria disponível para aluguel tinha sido alugado, me pergunto o que abririam ali! Parece que alguém lá em cima¹ gosta de mim e estava decidido a me dar a resposta, vi diversos vasos de flores serem postos na entrada da loja, o lugar estava ficando lindo. De repente algo em particular me chamou a atenção.

“Oscar!” — Era ele, larguei tudo que estava fazendo e corri até o outro lado da rua. “Oscar” — O chamei, e ele se virou imediatamente para mim.

“Daiane” — Sorri ao ver que ele lembrava o meu nome, talvez ele lembra-se por motivos que não me fariam sorrir assim e tão pouco fazer o meu coração bater tão forte como ele está batendo agora.

“Faz tempo que eu queria revelo, para pedi-lhe perdão, por favor me desculpe pela forma que eu te tratei aquela vez, eu, não tive a intensão eu...”

“Tudo bem, eu sei que não fez por mal. Que tal esquecermos isso?” — Perguntou-me sorrindo

“Está mesmo tudo bem? O que eu te disse não foi nada agradável”

“Vamos fazer assim! Que tal tomarmos algo mais tarde e então começamos novamente?”

“Sim, eu aceito seria ótimo”

“Então combinado, acho que você deve voltar ao trabalho não?”

 “Não, quero dizer sim”

  Voltei para perfumaria, levei uma broca da Maya mas tudo bem, me sentia tão feliz que não me importei em levar uma bronca dela, só o fato de ver Oscar e ele ter me dito que não se importava com o que eu disse me fez muito bem. Tirei um peso das minhas costas.

“Daiane, você está tão sorridente, prece até que viu um passarinho verde”

“É quase isso Fred, é quase isso”

 Trabalhei o tempo todo olhando para o outro lado da rua, Oscar estava deixando a faixada da loja incrível, tenho certeza de que ele seria um excelente funcionário para aquela loja, os arranjos que ele fazia e pendurava na loja eram incríveis. Fui liberada para hora do almoço, Oscar achou o momento oportuno para que pudéssemos conversar fomos há uma lanchonete que tinha ali mesmo no bairro.

“Obrigada pelo convite Oscar, e por ter me desculpado eu não queria mesmo...”

“Se me lembro bem combinamos não falar mais disso não é?”

“Sim! Mas me diga você vai trabalhar naquela loja?

“Sim abri um novo negócio, troquei a minha velha banca caída aos pedaços por aquela loja”

“Você, você é o dono?”

“Supressa?”

“Sim, quero dizer não! Bom e que eu só não esperava que você fosse o dono” — Oscar deu um sorriso de canto apoiando seus cotovelos na mesa.

“Será que não sou tão bom para ter uma floricultura?” — insinuou me olhando.

“Não, não estou dizendo que não pode.  É que eu realmente não esperava isso”

“Há, há você ficou sem graça”

“Acho melhor eu ir embora, não importa o que eu diga você acaba interpretando mal”

“Espera” — Oscar segurou minha mão me mantendo sentada na mesa, ele apertou minha mão de uma forma, meu coração estava tão acelerado. Ele se desculpou e me pediu para não ir embora. Decidi ficar admito que a conversa ficou interessante ele era engraçado e divertido, gostei tanto da companhia dele me sentia à vontade com ele trocamos e-mails, telefones confidências era espantosa a forma de como nos demos bem um com outro assim tão rápido, parecia um verdadeiro encontro de almas e assim começamos uma linda amizade.

Um ano depois

 A vida é uma roda que não para nunca, algumas vezes rodam lentamente outras tão rápido que se quer nos damos conta do tempo, do quanto já vivemos ainda mais quando estamos apaixonados, tive um ano e tanto novos amigos novas experiências algumas baixas, mais o mais importante era meu relacionamento com Oscar, nos tornamos tão próximos tão amigos, mas eu queria mais que isso queria que acontece-se algo amais entre nós; gostaria que fossemos um casal. Admito que Oscar tentou várias vezes mas eu tive medo por conta da nossa diferença de idade, eu tenho consciência de que não sou mais nem uma mocinha meus 22 anos deixavam bem claro isso, tive medo de não ser o que ele esperava, mas eu sei que ele era o que eu esperava e hoje eu estava decidida a dizer isso há ele, ser capaz de passar os obstáculos é libertas as azas de um pássaro enjaulado pelo medo.

“Espero que ele goste do meu poema” — digo sorrindo olhando o que tinha escrito para ele. Tudo pronto retoques dados pego as chaves do meu carro, tranco tudo e vou até ele, entro no carro tentando expressar uma felicidade que não tenho, checo meu sinto e tudo ok, dou a partida e a surpresa não tarda, o motor do carro ferve me assustando.

“Ótimo era tudo que eu precisava nesse momento, um carro estragado” — dou uma rápida olhada para o céu o tempo não é um dos melhores ele estava coberto por nuvens claramente carregadas, mas o que tem de mais, no fim não passa de água caindo enforma de chuva. “Vamos Daiane, é apenas chuva” — Peguei minha sombrinha escandalosamente amarela e segui pela calçada sujeita a olhares, questionadores, desinteressados e até mesmo amigáveis, sendo vista na rua por tantos, e me torno completamente invisível para quem realmente me interessava.

“Daiane?” — Ergui meus olhos tombando a sombrinha para o lado para olhar quem me chamava o barulho que as gostas de chuva causavam ao entrar em contato com a sombrinha não me deixou identificar a voz de imediato.

“Oscar” — sorri ao vê-lo.

“O que aconteceu? Onde está a carruagem de vossa excelência usa sempre?”  — Eu percebi uma certa ironia em suas palavras, mas dessa vez eu iria deixar passar estávamos sempre nos tratando assim entre ironias e brincadeiras.

“Está um dia tão lindo que decidi andar um pouco”

“Que bom que está achando esse dia chuvoso tão lindo, nesse caso você não vai querer uma carona não é mesmo?”

“Seria uma pena já que pretendia entregar seu presente de aniversário nesse momento. Vovô” — sorri achando graça na expressão que ele fez ao me ouvir chama-lo de vovô.

“Vovô? Bom eu estou fazendo 33 e você vovó quantos tem?!”  — gargalhou me olhando.

“Eu não queria mesmo carona eu já vou, não sei se sabe mas a vovó aqui precisa andar se quiser chegar ao centro” — entendo que nos dois tenhamos intimidades o suficiente para brincarmos um com o outro, mas as vezes me sentia incomodada ao me dar conta da diferenças de nossas idade ainda mais porque eu o amava. A chuva estava começando a ficar mais forte, voltei a andar ignorando os gritos dele, o meu dia não poderia ter começado melhor.

“Vovó. Esse idiota!”

 Depois de pouco mais de meia hora eu cheguei na loja, com meus pés parcialmente molhadas assim como as mangas da minha blusa e a barra da minha calça. Oscar estava na porta me esperando obvio que ele chegou primeiro, ele me olhava sorridente, sinceramente não sei onde ele está vendo tanta graça, se pudesse o mataria a gora. Passei pro ele seria ele veio logo atrás.

“Daiane, me desculpe pelo que eu disse. Você sabe que foi uma brincadeira, que foi da boca para fora, você não é velha, e está muito longe de ser uma”

“Eu sei Oscar! Eu sei! A lias, parabéns pelos seus trinta e três anos, tão jovem não!” — Oscar se pois a minha frente e ergueu uma linda rosa vermelha.

“A sua flor e cor preferida”

“Vai precisar mais do que uma rosa para ter o meu perdão e você esqueceu a for de arroz, mas é linda obrigada”

“Você iria na minha festa está noite?”

“Não posso, estou me preparando para o festival de poesia no final de semana”

“Ô tinha esquecido que minha amiga é uma poeta, que se quer tem tempo de ir na festa da pessoa que ela diz ser seu melhor amigo”

 Oscar saiu da loja irritado, o vi entrar na floricultura ele tinha ficado claramente chateado comigo, Ok eu vou concentrar isso!  Irei até sua casa hoje à noite, afinal é apenas uma festa que mal teria?

“Vamos trabalhar Daiane?”

“A sim, bom dia Maya”

 Maya sorriu para mim e seguiu para o caixa, comecei a limpar o vidro da loja olhando atentamente para a floricultura, e diferente dos outros dias Oscar não estava lá me observando, mas hoje algo diferente aconteceu vi uma mulher familiar entrar na loja, era Jenna prima de Medley, uma vez ouvi por alto que ela gostava dele tinha um lindo embrulho em seus braços.

“Ela vai presentear ele, levando encontra o tamanho do embrulho deve ser algo tão fino e o meu é tão simples. Porcaria de poema” — Apertei o pedaço de papel em minhas mãos, hesitei em joga-lo fora, não o daria pra Oscar mas também não o jogaria forma, meu primeiro poema de amor o poema que escrevi para ele já que uma vez ele disse que gostaria que eu escrevesse um para ele. Vi que Jenna não demorou lá fiquei feliz. 

 Estava ansiosa para a chegada do final do dia, ansiosa para encontrar Oscar estive pensando a manha toda, talvez seja hora de confessar meus sentimentos, já sou uma mulher, não posso viver hesitando como se fosse uma adolescente, embora me sentisse exatamente assim agora. Horas mais tarde a minha a ansiedade deu lugar para a tristeza, quando cheguei no apartamento soube pelo porteiro que Oscar iria viaja.  Subi imediatamente para ela no primeiro toque da campainha ele abriu a porta.

“Eu sabia que você viria” — falou me puxando para dentro.

“Oscar, você, você vai viajar?” — Perguntei desesperada.

“Como sabe?”

“Enric me contou, é verdade?”

“Sim”

“Porque? Porque? Você vai!”

“Porque não tenho nada que me prende aqui” — Ouvir essas palavras me apertou o coração.

“Nada que te prenda aqui...” — murmurei triste.

“Sim, quero explorar o mundo e o meu primeiro destino será o Brasil, quero conhecer a terra dá qual você tanto fala.

“Oscar...”

“Vem aqui tenho algo para você” — Oscar me levou para varanda do apartamento o local estava cheio de rosas e flor de arroz no centro tinha uma linda mesa posta com dois pratos, vinho velas e um pequeno bolo.

“O que é tudo isso?”

“A minha festa de aniversário linda não é”

“Oscar, você não acha que isso é pouco? Quantas pessoas virão?”

“A única que eu convidei e que era a que eu queria que viesse já chegou e é você”

“Oscar”

“Quando é que você vai entender que eu estou apaixonado por você Daiane! Quando é que vai nos dar uma chance? Não é como se eu fosse imortal para esperar para sempre por você, mas se eu fosse eu certamente esperaria”

“Oscar... mas eu, e você nossas idades...”

“E o que tem? São apenas números e o que eu sinto é real”

“Oscar” — me joguei nos braços dele e o abracei.

“Você é capaz de esperar por mim enquanto viajo?”

“Para onde vai? Porque tem que partir?”

 “Para resolver alguns problemas familiares” — eu sabia que Oscar tinha assuntos pendentes com seus familiares, mas eu tinha a sensação de que isso não era tudo. Mas eu não poderia exigir que ele fica-se, meus olhos estavam cheios de lagrimas e tremiam muito. Oscar segurou meu rosto limpando minhas lagrimas e então me beijou, seus braços me apertavam e me envolviam era reconfortante era seguro. Saber que Oscar me ama tanto quanto eu a ele me enxia de felicidade.

“Não chore ok! Essa noite, era para ser uma noite feliz então sorria.”  — Nos sentamos na mesa jantamos juntos, a conversa estava divertida, acendemos a vela do bolo e cantamos parabéns Oscar desejou que, que ficássemos juntos e isso me deixou muito feliz.

“Onde está o meu presente?” — perguntou sorrindo, lembrei que ainda estava com o poema na bolsa.

“É algo muito simples, tanto que não sei se devo”

“Que fosse uma bala! Ainda assim eu quero!”

“Está bem” — peguei minha bolsa e retirei o papel amaçado tentei arrumá-lo envergonhada diante do olhar curioso de Oscar.

“Isso amaçado ai é o meu presente?” — Perguntou sorrindo, que droga eu não devia ter amaçado o papel.

“É, desculpe estar amaçado eu fiz um poema para você, uma vez você disse que...”

“Eu gostaria que você fizesse um poema para mim. Bom estou pronto para ouvi-lo”

“Você quer que eu recite para você?”

“Sim e caso eu goste eu te peço formalmente em namoro!”  — sorri, enchi-me de coragem e comecei a recitar.

Á o coração esse bobo. Com o tempo quis amar.

E agora, tão tolo com os sentimentos não sabe lidar.

É amor no coração desse tolo você quis morar.

Procure agora com ele se acertar.

Á coração nada bobo, já que agora o amor deixou ficar.

Pois aprendeu que agora sem ele não mais ficará.

Á o coração não é bobo e o amor nada tolo.

Soube em quem ficar, para que nos lábios dela um sorriso formar.

 “E então gostou?” — eu estava preocupada, será que ele gostou?

“Acho que eu não vou mais te pedir em namoro formalmente”

“Quer saber eu vou embora, não vou ficar parada vendo você zombar de mim”

“Acho que eu terei que te pedir é em casamento” — falou me fazendo parar na porta, ele se aproximou e me abraçou apertado dizendo o quanto tinha gostado do poema, pegou o papel e guardou em suas coisas. E como dito por ele, me pediu formalmente em namoro e eu imediatamente aceitei, enfim me sentia completa estava feliz, passamos a noite juntos amar e ser amada era uma das melhores sensações do mundo.

  Nossos dias se tornaram ainda mais felizes, cada dia era mais feliz que o outro, Oscar fazia o possível para me agradar e eu há ele. Passamos a morar juntos, pensei que essa convivência não daria certo mas deu. Um mês depois de iniciarmos nosso relacionamento ele teve que fazer sua viagem, estava sentindo saudades mas nos falávamos sempre, entre tanto a duas semanas ele não tem me dado noticia, não me ligou não atendia minhas ligações e tão pouco respondia meus e-mails. Mais um final de semana sem ele, não vou me deprimir hoje iria passear com meus amigos, Elizabeth me pediu para espera-la na praça de lá iriamos juntas encontrar o resto do pessoal. Cheguei primeiro que ela, então me sentei no banco, coloquei meus fones no ouvido ouvia uma música enquanto há esperava.

“Onde está você Elizabeth!” — Ela estava meia hora atrasada, estava começando a perder a paciência, me levantei, uma forte brisa passou por mim bagunçando meu cabelo e com a brisa senti um aroma diferente um perfume bem familiar.

“Daiane” — Meu coração gelou dê repente, me virei lentamente, era ele, ele tinha voltado.

“Oscar! Porque você não respondeu meus e-mail idiota!” — Oscar caminhou até mim e me abraçou apertado

“Eu senti muito a sua falta. Quando eu fui para Boston eu realmente, não fui feliz, não completamente. Eu precisava da minha metade que por algum acaso deixei aqui, mas é calo que vou entender caso não me ame mais afinal se passou muito tempo né.

“Seu bobo, é claro que eu ainda te amo! E foi só um mês e meio — respondi baixo segurando o choro e logo fui pega de surpresa com um beijo, meu coração parecia que iria parar de bater naquele instante devida à atitude inesperada que ele teve, sentir seu toque, sentir seu calor, sentir seus lábios era uma sensação indescritível. Ao se separar de mim mantive meus olhos fechados e então sorri minimamente dizendo.

“Isso é um sonho não é? Irei abrir os olhos e ver que tudo não passou de um sonho, igual aos que venho tendo não é!”

“Não é um sonho abra os olhos.” — abri meus olhos lentamente me alto beliscando vendo que tudo era real não era um sonho ele tinha voltado.

“E-eu.” — fui interrompida antes que pudesse dizer qualquer coisa ouvi.

“Eu... Não sei mais viver sem você... Daiane. Esses tempo longe de você foram os piores da minha vida. E quanto mais o tempo passava mais saudades eu sentia. Resolvi voltar pra casa. Eu sinto sua falta, você sabe disso. E agora eu estou aqui em frente à mulher da minha vida. Vim pra dizer... Que eu te amo. Vim pra dizer que estou completamente apaixonado por você, vim para pedir que temos que viver esse amor intensamente.

“Há Oscar como eu te amo.” — tentei sorrir enquanto lagrimas começam a rolar. “Eu ainda não acredito nisso, que seja real. Eu senti sua falta também, você não sabe o quanto eu esperei por esse momento! Eu te amo tanto.

 Oscar segurou meu rosto e me beijou novamente, nossos corações que ali haviam se juntado novamente estavam batendo forte enlouquecidos em um mesmo ritmo, Aquela agitação toda era amor. Nos beijamos calmamente aproveitando cada segundo curtindo a presença um do outro. Eu estava chorando não conseguia conter as minhas lagrimas de alegria.

“Eu voltei pra você Daiane. — Ele me abraça mais forte e continuou. “Eu voltei pra casa meu amor! Voltei para ficarmos juntos para sempre, voltei para você minha doce Daiane”

“É bom ver o casal junto novamente”

“Madison, Elizabeth, Henrique, Fred, Medley” — estava um pouco supressa em ver todos eles ali tínhamos combinado de nos vermos no café iria apenas encontrar Elizabeth, para irmos juntas.  

“Bom já que todos os amigos mais próximos já chegaram, isso quer dizer que chegou o momento”

“Momento? Momento de que Oscar?” — Oscar se ajoelhou diante de mim, retirou uma caixinha de veludo vermelha segurou minha mão e disse.

“Daiane S Morais, você se aceita se casar comigo?” — tive medo de não conseguir me segurar e desmaiar diante de tantas emoções em tão pouco tempo eu estava tremendo.

“É claro que sim Oscar” — Pulei em seus braços definitivamente eu era a mulher mais feliz do mundo, tinha bons amigos tinha um homem que eu amava e que me amava, estava preste a me realizar em todos os aspectos, percebi que nunca é tarde demais para buscar nossos sonhos e se antes eu tinha dúvidas agora não tenho mais ter vindo viver aqui foi a melhor escolha que eu fiz.   Eu fui feliz por dois meses, até descobrir que Oscar tinha uma doença terminal no hospital ele me confidenciou algo. Oscar me confidenciou que vinha sofrendo ao ser diagnosticado com uma doença terminal, sentia que sua vida não tinha mais sentido, até ouvir o poema do pássaro, me disse que eu toquei seu coração e como o pássaro do meu poema ele iria passar pela jaula do medo e contorna seus obstáculos, disse-me que o salvei do desespero, que desperte-lhe o amor que um verso em especial foi capaz de trazê-lo de volta a vida.  Os médicos me avisaram que Oscar estava para partir eu tentei ser forte e realizar o último desejo dele. Ele queria me ouvir recitar mais uma vez o poema do pássaro.

Todos nós, nos tornamos pássaros enjaulados quando nos permitimos ficar reféns de nossos problemas, angustias e medos.

A jaula forjada pelos fios do medo e da incerteza, aprisionam as mais belas da aves. O sonho o amor.

Liberta –se das ajulas é abra as asas diante de um obstáculo e voe em direção a ele sem ter medo de bater de frente com ele.

Qual é o seu obstáculo pode ultrapassa-lo? Pode contorna-lo? Não?

Que tal tornar-se um pássaro e voar por cima dele?

Mostre ao mundo que suas asas são forte que são forjadas de seus sonhos e alegrias, mostre que nem mesmo uma jaula forjada pelo medo o prendera! ...

Enquanto recitava segurava sua mão firme, vi seus olhos se fecharem lentamente a dor que eu estava sentindo ninguém poderia imaginar. Depois que Oscar se foi eu não conseguir aguentar decidi voltar para São Paulo larguei a Universidade e abandonei meus sonhos a minha única companhia agora era a depressão. Quando voltei para casa, meus entes queridos em vez de encontrarem uma Daiane realizada e feliz encontraram uma Daiana destruída e desenganada com a vida. Voltei a minha velha rotina de quatro anos atrás antes de ir para Londres, tenho vivido em um mundo obscuro, me sentia um barco de papel navegando em águas desconhecidas, sentia que iria desmanchar a qualquer instante, a depressão para mim era assim um mar obscuro de águas conturbadas.

 Mãe estou saindo, vou dar uma volta.

  Sai de casa e vi aquele transito cada vez mais enorme caótico eu diria, nada ali parecia mudar como a minha vida, mas mesmo assim todos ali pareciam ter um lugar, pareciam saber para que e porque estavam ali, sejam eles no trânsito a caminho de seus prováveis trabalhos ou atém mesmo a caminho da escola. Até as crianças que estavam ali na praça pareciam saber o que tinham que fazer em suas vidas, que no momento era apenas brincar e serem crianças.

  E quanto a mim? O que fazer agora o que ser? Para onde navegar sem desmanchar? Olhei para o céu a espera de uma resposta, quem sabe de á Oscar me dance um sinal. Me sentia tão deslocada queria encontrar um proposito, sentir-me alguém novamente em meio à multidão e não mais um barco sem direção já tinha um ano que Oscar me deixou, acho que não posso ais viver assim. Decidida a mudar, passei a frequentar um psicólogo, John era sempre tão amável comigo e eu sempre o tratava mal, ele tentava de tudo para me fazer reagir estava determinado a me tirar da depressão. Certo dia levou-me a um lugar disse que lá me mostraria que a vida continua para todos e para mim ela também continuava.  

 John me levou a um hospital, no começo eu não entendi bem mas então entramos em um quarto repleto de crianças, algumas estavam deitadas e outras sentadas, mas mesmo assim vi lindos sorrisos nos lábios daquelas crianças e um brilho vivo nos olhos delas ao verem John.

 “Tio John!” — O chamaram e ele se sentou ao lado deles distribuindo vários papeis e lápis para eles.

 “Olá crianças, hoje temos uma visita especial essa é Daiane amiga do Tio John.”

“Oi Tia Daiane!”  — Disseram quase que em um coro.

“Então, vamos continuar de onde paramos ontem? Hoje quero que vocês desenhem a respeito de seus sonhos. ”

  Eu olhava aquelas crianças tão sorridentes desenhando com olhos tão esperançosos que me faziam sentir vergonha da forma que vivi até hoje, sem proposito algum, sempre brigando com todos, sempre me sentindo a única a sofrer no mundo, a única com problemas aquelas crianças portadoras de doenças crônicas sorriam por qualquer coisa e eu, eu só sabia reclamar, mas em meio a tantos sorrisos algo me chamou a atenção. Percebi uma menina no quanto triste.

“Oi menininha porque não está desenhando?” — Perguntei me sentando ao seu lado.

“Eu não sei desenhar.” — Respondeu de imediato me mostrando seus traços tão tortos e tão pouco expressivos.

“Eu não sei fazer um monte de coisas, mesmo assim eu não deixo de tentar. Por exemplo, eu adoro poemas e no entanto não consigo escrever mais nem um.” — Contei triste, deis de que voltei nunca mais escrevi nada.

“Poemas?” — Perguntou-me sorrindo, acho que consegui chamar a atenção dela. 

“Sim, você gosta de poemas?” — Perguntei e ela balançou a cabeça em sinal de sim. “Ok, vamos fazer um trato seu nome é? ”

“Rosinha.”

“Então Rosinha! Eu criarei um poema para você e em troca você faz um desenho para o nosso poema tudo bem? Você topa?”

“Sim!” — Animada respondeu, eu sorri também contente com o passo que eu mesma estava dando, me acomodei ao seu lado e perguntei sobre o que ela gostava com o que sonhava, então entramos em um consenso sobre do que nosso poema ilustrativo seria, passei o dia todo com John ali no hospital fizemos brincadeiras com diversas crianças por todo o hospital, por fim fomos tomar um café em uma lanchonete ali perto.

 “John porque me levou para lá hoje?”

“Para te mostrar que todos nós temos problemas, e que todos devem combater suas dores por mais particulares que sejam, espero que tenha aprendido uma lição hoje. E que essa lição a faça progredir no seu tratamento. ”

“É eu aprendi.

“Eu entendo que você sofra com a morte do Oscar, mas quero que entenda que a vida continua Daiane.”

 “Você tem razão John a vida continua.”

“Estou contente em ver que você está reagindo, eu gosto de ver o seu sorriso Daiane” — John tocou minhas mãos com carinho e por um instante eu senti algo que a muito tempo eu não sentia em meu coração.

Naquela semana comecei um novo tratamento para me curar da depressão, ajudar ao próximo se tornou a minha própria ajuda. Passei a ir todos os dias ao hospital com John. E todos os dias eu dava um paço em direção a minha definitiva recuperação. Depois que conheci John e as crianças tudo mudou. Tornei-me outra. Depois de quatro longos meses de tratamento eu já me sentia muito bem. Eu realmente estava voltando a vida, tudo parecia ter cor novamente. E uma das cores mais presente era o vermelho, acho que voltei a me apaixonar, talvez seja loucura ou até mesmo precipitado dizer mas acho que venho me apaixonando a cada dia mais por John. Hoje ele iria me levar para um passeio, para ele era apenas um passeio como algo a acrescentará na minha recuperação mas para mim era mais que isso. Ficamos de nos encontrar no parque Ibirapuera. De longe eu já avistava John em pé debaixo de uma arvore ao me ver sorriu acenando.

“Oi John me desculpe a demora eu...”

“Tudo bem, eu cheguei a pouco tempo.”

“Faz tanto tempo que não me sinto tão bem como eu estou me sentindo hoje”

“Você tem progredido tanto estou orgulhoso de você”

“Você me fez mudar John! Mesmo quando eu era hostil e rude com você, você teve toda paciência do mundo comigo e...”

“Esse é o meu trabalho, não tem que me agradecer.”

“John eu, eu não sei se faço bem em dizer mais eu...” — Antes que eu pudesse dizer para ele como eu me sentia seu celular começou a tocar.

“Desculpe, eu preciso atender”

  John se afastou por um momento para atender sua ligação e então o vi ficar sério sua face perdeu qualquer tipo de expressão, o que é que estava acontecendo? John desligou o celular e se aproximou de mim pegando minha mão.

“O que foi John?”

“Daiane quero que seja forte”

“Porque? O que foi?”

“Daiane a Rosinha... ela...”

“Diz pra mim que ela não morreu, eu não vou suportar John”

“Precisamos ir ao hospital, ela não está nada bem ela quer te ver”

“O poema eu prometi leva-lo, John por favor me leve em casa e então vamos ao hospital”

“Está bem vamos”

 Saímos de presa do parque o trânsito estava completamente parado a agonia começou a tomar conta do meu corpo, John segurou minha mão pedido para que eu me acalma-se, disse-lhe que ele poderia ir direto para o hospital, eu me lembrava do poema que escrevi para Rosinha e durante o caminho eu fui escrevendo-o em um pedaço de papel que encontrei no portas luvas do carro de John.  Assim que chegamos fomos imediatamente para a Utei. Senti meu coração na boca quando vi minha menininha conectada a tantos aparelhos. Me aproximei com cautela, temia relar em algo e amachucar. Eu estava tremendo.   

 “Rosinha, você tem que ficar bem, eu terminei nosso poema, e você precisa ilustra-lo. Lembra que me dizia que amava o mar? Que gostaria de conhecê-lo! Criei nosso poema, juntei o seu mar com o meu barco.” — Tremendo, peguei o papel em meu bolço, me aproximei da cama comecei a recitar.   

 E lá estava a menininha, na beira a olhar.

Contemplava o balanço das ondas do mar.

O ir e vir das ondas, os seus olhos encantar.

 E lá estava a menininha a pensar.

Pensar em aquele enorme mar explorar.

E uma folha em suas mãos a carregar.

E um sonho no papel encontrar.

E com ele, um lindo barco ali formar.

E lá estava a menininha.

Em seu barco quis entrar.

E com ele o mar explorar.

Gigante parecia o barco, seu novo lar.

E lá estava a menininha.

Em um ir e vir sobre as ondas do mar.

E as ondas para longe o barco quis levar.

Mas a menininha do barco saltar.

Quis o mar deixar.

Pois o barco de papel pouco longe ira.

A menininha não mais contente.

O mar já não olhar.

E em suas mãos o barco ficar.

Um barco de papel que ela ousou dobrar.

E lá estava a menininha

A menininha que um dia o mar tentou explorar.

 Terminei de recitar em lagrimas, alguns enfermeiros acompanhado de dois médicos entraram no quarto, John pegou em minha mão, e saímos ao chegarmos ao corredor abraçou-me forte, tanta agitação naquele quarto, só me fez pensar no pior, eu tinha que me preparar e mais uma vez ser forte, mas uma vez estava perdendo alguém que amava alguém importante na minha vida.

X

    O cenário agora era totalmente diferente do que eu estava acostumada, o barulho do transito até era o mesmo, mas o calor naquele local era uma das diferenças do cenário do qual vivia constantemente, não só o calor de pouco mais de 37º, mas havia algo que fazia toda a diferença centímetros a minha frente.  Eu olhava um mar calmo formar ondas tão belas que arrancava sorrisos tão puros dos lábios delicados e levemente machucados de tão mordidos que foram durante uma longa viagem de carro.  Uma jovem garotinha sorria, gargalhava ao sentir a onda do mar em seus pés. Ao lado de John ela colocava diversos barcos de papel sobre as ondas, dizia estar explorando o mar, virou-se para mim e me chamou fazendo gestos com sua mão.

“Já vou Rosinha.” — Respondi sorrindo, me sentindo orgulhosa do que me tornei depois de conhecê-los, orgulhosa de ver que bons ventos agora sopram o meu barco que por muito tempo esteve à deriva. Um dia no mar foi tudo que precisei para renovar minhas forças, eu sabia que Rosinha tinha um triste caminho a trilhar e que o amanhã para ela poderia não chegar assim como para mim ele também não poderia chegar. Tomei uma decisão importante eu iria voltar pra Londres era lá que estava a minha felicidade, pelo menos eu acho que sim.  A vida era muito frágil para que eu me permitisse esquecer meus sonhos. Tomar essa decisão não foi fácil, ainda mais por sentir fortes sentimentos por John que mesmo estando sempre ao meu lado não os notava ou simplesmente não podia, já que ele era meu médico meu psicólogo. Depois que voltarmos do Rio de Janeiro, Rosinha nos deixou, o baque foi inevitável mas agora eu era forte o suficiente para suporta-lo e John estava sempre comigo, mais à partir de hoje eu não o veria mais estava voltando para Londres é hora de retomar por completo a rota do meu barco chamado “vida” já me sinto completamente bem. Me sinto capaz de voltar a viver sozinha retomar meus estudos e seguir minha vida. Despedi dos meus pais de alguns amigos Iria viver temporariamente com Elizabeth e Henrique até conseguir um apartamento novamente.

“Eu ainda acho que você deveria dizer ao John tudo o que sente, indo embora assim sem se quer se despedir dele, é como se você estivesse fugindo.”

“Eu não conseguiria me despedir dele, não o amando como amo.  Mas ele jamais se reacionária com uma paciente dele então…”

 “Você está se ouvindo! Você não é paciente dele.”

“Erica! Muito obrigada por me acompanhar até aqui, mas agora já pode ir. Eu vou ficar bem.”

“Há eu aposto que você vai ficar muito olhe!” — Quando Erica sorriu apontando algo eu imediatamente me virei para ver o que era. Meu coração parecia ter parado por alguns segundos, não acredito era o John.

“DAIANE” — Gritou vindo em minha direção.

 “John o que você...” — Eu não consegui dizer nada John simplesmente me abraçou com muita força.

“Você ia mesmo sem se despedir de mim?” — Perguntou me olhando, eu não o soltei continuei abraçada há a ele, o seu perfume tão aromatizante inundava as minhas narinas, as lagrimas chegaram em meus olhos então com a voz embargada disse.

“Decidi votar para Londres, vou, vou retomar meus estudos”

“E isso é motivo para não se despedir, somos amigos sou seu médico mais do que ninguém desejei sua recuperação” — Soltei-me de John limpando minhas lágrimas.

 “John não sou mais sua paciente há semanas, e também há um outro motivo”

“Qual é o motivo?”

“Quero ficar perto do Oscar” — Disparei e vi o olhar reprovador de Erica, mais o que eu poderia fazer? Eu não tinha coragem de dizer que me apaixonei, que estou indo para não sofrer por não poder o amar, como eu poderia lhe dizer isso! Ele me entenderia? Me amaria?

“E se eu te pedir para ficar?”

“Ficar?”     

“Sim vou sentir falta da minha parceira no hospital. Sinto que estou perdendo uma grande amiga que fiz durante todo esse tempo.” — Eu sorri de canto, amiga não é! No fim é assim que ele me enxerga, paciente ou amiga; sinceramente não sei qual é a menos dolorosa. Respirei fundo meu voo já estava saindo eu tinha chegado na hora gostava assim odeio despedidas então dei tchau a todos e segui sem responder a John, vi quando Erica disse algo a ele. Não faço ideia do que foi, mas ele ficou surpreso, suspirei dando as costas para eles.

— Não posso mais!

Sorri, agora era a minha vez de me tornar um pássaro e ser capaz de vencer meu obstáculos ser capaz de sair da jaula da dor que por muito tempo me aprisionou, mais que agora me vera sair dela. Pronta para lidar com o ontem, capas de viver o hoje e sonhar com o amanhã. Eu não sei o que o meu Amanhã me trará, mas eu espero que ele seja melhor que o ontem e tão bom quanto o hoje será.  Estava sentada na poltrona enorme e confortável do avião quando uma pequena agitação começou. Meu coração tão traiçoeiro gelou na hora que meus olhos cruzaram com os de John, ele avançou confiante e determinado até mim.

“John”

“Daiane”

 John me estendeu a mão e eu apeguei, ele levantou-me, em momento algum consegui tirar meus olhos dos dele, o que estava acontecendo! Sem hesitar ou pensar duas vezes ele me beijou, e logo eu o correspondi. Nossos corações que ali haviam se juntado, estavam batendo forte enlouquecidos em um mesmo ritmo. Aquela agitação toda era amor sim eu sei era amor, só poderia ser amor. A quanto tempo eu não sentia meu coração bater tão forte. Nos beijávamos calmamente aproveitando cada segundo. Não demorou para que lágrimas se misturassem ao nosso beijo. Eu estava chorando, não conseguia conter as lagrimas de alegria.  John limpou minhas lágrimas e me olhou sorrindo.

“Eu não vou deixar você ir a lugar algum”

 Abracei John com toda força e sobe aplausos deixamos o avião, eu não iria mais para Londres optei pelo amor, mais nem por isso iria desistir dos meus sonhos, sei que serei capaz de realizar eles aqui mesmo. Sei que John iria me ajudar. E eu estava certa passamos a namorar eu era mais uma vez feliz e a grande prova disso era o fato de eu ter voltado a escrever. E depois de alguns anos de tempos bons e ruins eu estava finalizando o mais lindo dos meus pomas.

Á aquele adorável tecido branco sobe seu corpo deslizará.

Aquela unha tão decorada está.

Quem é aquela mulher no atar?

Não é princesa mais uma linda coroa está à usar.

E todos os olhares curiosos sobre ela está!

Tecido branco, rendado bordado, delicado ficar.

Ao espelho olhar, uma curva em seu rosto se formar.

Quem é ela, que caminha rumo ao altar!

 

 Fim.            


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
Comentem *u*



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