Aliança bruxa, uma nova aventura escrita por Pride


Capítulo 2
Castelobruxo.




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Maria Eduarda é balançada freneticamente por sua irmã mais velha enquanto ainda estava na cama.

—Quié?? -Ela diz se cobrindo.

—Melhor você se levantar, já são 05:30 da manhã, e o papai está te esperando lá embaixo! -Ela dizia batendo palmas, aquele som irritante deixava Maria Eduarda com muita raiva.

—Já vai!! -Ela disse se levantando de vagar, ela se sentou na beirada da cama, estava com tanto sono que nem sabia seu nome praticamente.

—Anda logo princesinha!! -Ela voltou a bater palmas, e ela finalmente se levantou, e quando olhou para a irmã, se surpreendeu, suas roupas eram sociais e seu cabelo estava amarrado em um coque lambido para trás.

—Onde você vai assim Dona Laura? -Duda disse se despindo e trocando para a primeira roupa amassada que viu jogada dentro do guarda-roupas.

—Bem... Vou para uma entrevista de emprego hoje em uma empresa de segurança...

—Vai desistir mesmo? -Duda ficou estupefata com a notícia, parecia desapontada, Laura sorriu em fracasso.

—Não tem muito o que um aborto fazer no mundo mágico. -Duda fez cara feia e largou sua blusa na cama bagunçada.

—Se você se chamar de aborto de novo eu vou enfiar a sua cara no vaso. Você não é um aborto! Só não tem habilidade com magia...

—Duda, eu não tenho magia alguma... Tenho que me adaptar a vida mundana. -Duda fez uma cara extremamente triste, Laura caminhou até ela e segurou em seus ombros. -Mas não fique assim por mim... -A voz de Laura estava embargada, ela sentia uma pontada de inveja da irmã por não poder ir à um colégio bruxo como ela, e viver nesse mundo fantástico que sempre admirou, e ao invés disso, ficou presa na rotina dos mundanos. -Mas agora vá! Você está quase acabando o colégio, se esforce o máximo por mim... -E assim Laura beijou a testa de sua amada irmã, e a liberou para ir até a cozinha. Quando ela chegou na sala, seu pai estava sentado, e ela colocou a mochila nas costas.

—Bom dia pai. -Ela sorriu sem graça, seu pai também parecia entristecido pela tristeza evidente de Laura. -Ela e Duda tinham os dois pais bruxos, sua mãe é brasileira e seu pai africano, o fato de Laura ter nascido sem magia nunca afetou os pais diretamente, mas Laura sempre carregou uma tristeza por isso.

—Como estamos atrasados, vamos pelo caminho mais rápido hoje.- Duda segurou no braço de seu pai e os dois aparataram para o meio de uma floresta, como era proibido aparatar nas proximidades da escola, era dali que ela seguiria seu caminho.

 Os pássaros cantavam com força, e as folhas balançavam com delicadeza, à frente deles havia um caminho terroso, Duda se despediu de seu pai em um abraço. -Tenha um ótimo ano.

—Obrigada. -Duda sorriu, ela virou para seguir o caminho  terroso.

—Ah! Já me esquecendo. -Duda se virou instantaneamente. -Se você se meter em confusão de novo com algum Saci, adeus intercâmbio do ano que vem. -Duda fez um sorriso forçado e uma risada sem graça. -E quero que me orgulhe no N.I.E.Ms por favor não decepcione sua família. -Duda no mesmo momento deixou sua feição murchar.

—Sim senhor... -Ela não retrucou, ele desaparatou e ela revirou os olhos. -Maldito Javier caguete! -Ela ajustou melhor  a mochila em suas costas, e começou a caminhar pela floresta, ela não usava seus fones de ouvido, pois amava ouvir o som que a natureza mostrava, ela andava lentamente apenas para apreciar a beleza da Floresta Amazônica, a mais perigosa do mundo, ela caminhou por mais cinco minutos, e passou por uma trilha num rio com pequenas pedras, onde ela precisou ter muito equilíbrio pois elas eram lisas, Duda pulou até chegar o outro lado da margem, e abriu a mata em sua frente, e continuou caminhando pela trilha terrosa, até a beira do Rio Amazonas, onde havia um ser pequeno robusto indígena, com cabelos vermelhos que dava a impressão de estar pegando fogo, com pinturas indígenas cobrindo metade de seu rosto, era o pequeno Curupira que a esperava  ao lado do bote.

—Bom dia Guaraci. -Ele estava de cara emburrada, Duda subiu no bote depois de Guaraci, se sentando do lado oposto, Guaraci estalou seus dedos e o os remos começaram a trabalhar direcionando o barco a favor da correnteza. -Aconteceu alguma coisa? -Duda perguntou.

—Aqueles malditos homens de fora que vem para minha floresta derrubar inúmeras árvores! E ainda por cima eles atacaram muitos irmãos com aquelas coisas que vocês usam! -Sua voz estava carregada de rancor e amargura. - Eles feriram muitos deles. Isso não deveria acontecer! Não mesmo! -Ele bradava.

—Peço desculpas pela humanidade. -Duda disse sem jeito. 

—É é, a única coisa que sua raça sabe fazer é destruir e matar! -Ele estava muito bravo e emburrado para dialogar, então Duda preferiu ficar calada. 

O bote parou na margem oposta indo inclinada de acordo com a correnteza, Duda saltou para o outro lado e agradeceu o Curupira que não a respondeu. Ela continuou caminhando mata à dentro, quando ela finalmente ao passar o última moita gigante de mato, ela encontra o colégio, e lá estava uma beleza que ela não cansava de observar, um grande castelo que se assemelhava à um templo inca, com paredes douradas reluzentes, e ornamentos vermelhos, havia um pequeno lago cintilante e podia ver as Caiporas logo à frente, Duda procurou as evitar o máximo que pôde , mas era praticamente impossível, e ao ver uma delas rindo e acenando pra ela, coisa boa dali não viria. 

—BOM DIA MARIA! -Uma delas chegou perto, suas feições élficas mistas com indígenas e os olhos sempre apertados eram suas características fortes.

—Bom dia, eu tô com um pouco de pressa, então eu vou logo... -Duda sente algo puxando seu pé e solta um grito bem alto sentindo seu corpo pendular e tudo ficar de cabeça para baixo, ela pisou em uma armadilha próxima a uma árvore, a corda a deixou pendurada pelo pé direito , sua mochila ficou pendurada e muitos objetos como peças de roupas caíram de sua bolsa, as Caiporas gargalhavam e apontavam para Duda enquanto pegavam suas roupas e as analisavam. -HAHA MUITO ENGRAÇADO, ME AGUARDEM QUANDO EU DESCER DAQUI!! -Ela se sacudia mas a situação só piorava, as Caiporas foram saindo do local fingindo que Duda nem estava ali. -EI, EI!!! Ai mereço!! -Duda tateou seu bolso para pegar sua varinha.

—Ora ora, se não é a Srta.Rodrigues... -Duda encara quem está em sua frente, e vê um garoto de pele negra clara, cabelos negros amarrados barba desengrenhada, ele sorria com diversão vendo Duda pendurada, era Javier, O caguete.

—Vai me tirar daqui não?

—Vou pensar no seu caso, é engraçado ver você assim. -Ele tacou uma blusa de Duda que estava no chão e jogou em seu rosto, ela rai

—Me tira logo daqui!! -Javier sorriu e apenas apontou sua varinha na direção do galho e convocou um feitiço e o galho foi destruído, Duda caiu com tudo no chão, por sorte, a mochila ajudou no impacto. -Essas malditas Caiporas me pagam! -Duda disse se levantando com a mão nas costas e tirando o mato de seus cabelos cacheados e guardando os objetos que estavam pelo chão em sua mochila.

—Você vai se atrasar pra cerimônia de iniciação. 

—Mas que merda! Que horas são?! -Duda disse desesperada.

—7:30. -Duda arregalou os olhos e começou a correr para dentro do castelo dourado, ele ria enquanto via ela correr desesperada.

Duda entrou correndo pela porta da frente e esbarrou em alguns alunos, por dentro, o colégio tinha paredes em tons amadeirados, o  piso era de porcelanato preto, e os lustres eram luxuosos e dourados, haviam quadros de antigos diretores, pelo corredor de entrada ornamentados nas extremidades com ametistas, e  uma vitrine com troféus de quadribol, as escadas eram de selenita pura, os poucos alunos que passeavam pelos corredores apenas com a veste comum bruta encaravam Duda com estranheza, ela subia as escadas completamente suada, ela entrou em seu dormitório, a porta era de madeira com um Quartzo rosa no centro dela, e abriu a porta com força, assustando duas garotas que dormiam lá, elas encararam Duda toda mal ajambrada, suada e com folhas em seus cachos.

—Mas que merda é essa Maria Eduarda Rodrigues? -Maria Paula disse com seu sotaque forte Argentino como se sempre estivesse brigando com alguém.

—Caralho garota, você tá ficando maluca?!Olha a hora!!! -Luíza Guimarães disse tirando sua venda.

—Quê?? Mas o Javier me disse que eram 07:30!!

—Mas que merda, são 06:15 sua estúpida! -Maria Paula disse raivosa voltando a deitar espraguejando Duda em castelhano completamente feroz.

—Ahh... mas eu vou matar aquele desgraçado!!! -Duda saiu jogando a mochila dentro do dormitório e batendo a porta. Luíza bufou e se jogou na cama novamente.


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