When the Moon meets the Night escrita por MaryHomes


Capítulo 6
Capítulo 6 – A musicista(parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, a atualização dessa semana veio um pouco mais tarde, porque eu estava tentando colocar todo o episódio 3 da série em um capitulo só, mas como ficou muito grande, ele vai ser dividido em duas partes. E como eu não tenho uma beta, eu tenho que escrever e revisar tudo sozinha, por isso leva um pouco mais de tempo.
Infelizmente a parte 2 só sai semana que vem, mas vai sair terça feira normalmente, se der tudo certo.
Boa leitura.
kiss



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Após a descoberta  da última noite, Soluço mal conseguia se conter, ele pediu para Banguela emitir diferentes intensidades de fogo, depois tentou com Luna, que ainda não gostava de ele dar ordens, mas decidiu ajudar quando recebeu um petisco de Morgana. Ele tinha ficado tão animado que o sono tinha evaporado, só depois da ameaça de ser nocauteado pela morena é que Soluço resolveu deixar o Olho de Dragão de lado e ir descansar na cama improvisada no chão, já que Morgana tinha ficado com a sua. Luna e Banguela deitaram juntos na pedra, a fêmea nem tentou se esquivar quando Banguela deitou bem do seu lado, ambos mereciam uma boa noite de sono.

Contudo, no dia seguinte, com a disposição renovada e um bom café da manhã, a novata deixou que o pequeno chefe chamasse os amigos para verem a descoberta. Depois de verem o que descobriram, o grupo percebeu que era algo incrível, e ao ver os mapas Perna de Peixe também percebeu que eles iram para além das fronteiras do arquipélago, Morgana  não entendeu o espanto de todo mundo, mas logo se lembrou que ela era a única naquela sala que já tinha ido tão longe.

— Então, qual é o plano? – Astrid perguntou para Soluço, este olhou bem para ela pensativo.

— Reunião o meu pai e os outros no grande salão. – Ele instruiu a todos que assentiram e logo depois saíram.

— O que você está pensando em fazer? – Morgana perguntou ao ver ele respirar fundo e pegar o Olho de Dragão.

— Eu vou mostrar para ele que é preciso investir nisso. – Soluço não precisava dizer quem é “ele”, Morgana já sabia que ele se referia ao pai.

— Então é bom a gente preparar um ótimo discurso, porque vikings são bem cabeça dura.  – A garota sorriu e o moreno retribuiu agradecido pelo apoio.

—------------------ xx --------------------

 

Pov Morgana

 

— Olha só isso, tem mapas que nunca vimos e inscrições que não compreendemos e dragões que não conhecemos, é incrível! O Olho de Dragão é uma prova que existe um outro mundo, um mundo para além do nosso, um mundo a ser explorado.  – Soluço tinha acabado o seu discurso em frente do seu pai e dos outros “responsáveis ” da vila, mesmo eu não entendendo com um cara com um balde na cabeça porque metade do cérebro tinha sido comido era alguém bom para tomar decisões.

Eu estava com os braços cruzados e no canto do salão, apoiada a uma das vigas com Luna do meu lado, Banguela esta na mesa emitindo a chama para o cilindro funcionar.

— Isso é muito melhor o que o de sempre do concelho. – Bocão disse impressionado.

— Tudo bem pessoal, vocês têm toda a liberdade, somos um concelho e por isso estamos aqui. – Stoico deu a oportunidade dos outros argumentarem.

— Nós estamos em paz à três anos, são os melhores anos em Berk que eu me lembro e vocês sabem tão bem quanto eu que quando vocês saem atrás de encrenca normalmente vocês acham. Além do mais, esse negócio já começou a nos dar problemas, olhe só para a menina monstro ali, ela atacou Berk há duas noites por causa disso.  - – O pai do Melequento apontou e todos se viraram para mim.

Eu sabia que alguma hora o assunto iria se voltar para mim, eu queria falar algo, mas acho que não tinha permissão de me meter em uma reunião importante como aquela sem que eles pedissem a minha opinião diretamente.  Então me mantive calada e apenas desviei os olhos das encaradas acusadoras.

— Eu concordo com o Gosmento, se o Olho de Dragão leva a lugares desconhecidos e a novos dragões selvagens não nos trará nada de bom. Seria melhor entrega-lo a garota e deixar que ela suma com ele. – Svem adicionou e eu só me senti mais mal ainda.

— Estou começando a pensar que teria sido melhor se tivéssemos ficado de fora. – Eu sussurrei para Luna, esta se mantinha quieta sentada do meu lado, mas também podia ver que ela não tinha gostado do rumo que a conversa estava indo.

— Eu não concordo com você Svem, olha a sua volta, como você pode dizer que descobrir novas espécies de dragões não nos trará nada de bom? Se eles existem mesmo, nós temos que descobrir. E vocês não podem colocar toda a culpa na Morgana, não tivemos baixas com e já imos demolir aquela torre mesmo, ela só estava tentando se proteger, qualquer um nessa sala teria feito o mesmo se estivesse no lugar dela. – Soluço argumentou contra todos e ainda me defendeu, eu sorri agradecida para ele, mas eu me mantive no canto.

— Se tem uma coisa que você, os cavaleiros e essa garota possam fazer tanto para nos ajudar e para ela se redimir seria caçar o Dagur e mandar ele de volta para a prisão que é o lugar dele. – Gosmento argumentou.

— Mais um motivo para ir, o Dagur estava quase cruzando as nossas fronteiras, ele acha que não vamos alcança-lo, mas é ai eu vamos encontra-lo.

— Stoico, assim que você quiser opinar, podemos dar um fim nisso.

Todos os olhos se voltaram para o grande viking ruivo na sala, esperando a sua opinião.

— Tem razão Gosmento, é difícil ter alguém aqui que nós já tivemos que prender e que pode ser um perigo para nós.

Eu fiquei tensa agora e coloquei a mão sobre a cabeça da Luna ao ver ela começar a rosnar.

— Mas ela também se mostrou de grande ajuda para os cavaleiros e agora ela é uma aliada que merece respeito como qualquer outro aqui. – Eu fiquei bem surpresa com a fala do Stoico. – E é por isso que antes da decisão acho que também devemos ouvir o lado da pessoa que deu inicio a isso tudo.

Eu vi ele olhar diretamente para mim, seguido por todos os outros. Eu procurei pelo Soluço e vi ele assentir para eu falar.

— Eu sei que vocês podem não confiar em mim, mas eu não tenho motivo para mentir para vocês, seu eu quisesse o Olho de Dragão, poderia ter roubado ou comandado outro ataque. – Eu estava sendo sincera e depois de ver alguns dele relaxarem, eu suspirei e continuei. – Porém, vocês devem levar em conta que o mundo não se limita há vocês, eu posso dizer a vocês que há muito mais do que vocês conhecem, mas também há coisas que eu não conheço. Eu fui em busca do Olho do Dragão porque há pessoas lá fora, além do Dagur, caçadores de dragão que se tivesses esse cilindro, fariam coisas horríveis com esses animais, tortura e matança seriam um eufemismo. Vocês vão mesmo ignorar isso só porque não querem ter o mais um almoço calmo em um vila maravilha?

Vi o pai do Melequento fazer careta com o meu comentário, seguido por alguns mais. Acho que toquei na ferida dos antigos matadores de dragões. Mas eu não tinha terminado.

— Além do mais, vocês ajudam os dragões agora, mas nem todas as espécies podem ver vocês como aliados, não seria melhor saber tudo sobre o máximo de espécies possíveis caso a vila ou alguém fosse atacada por um dragão desconhecido.

Esse foi o meu argumento final e percebi que foi bom quando senti a mão do Soluço apertar o meu ombro em aprovação. Eu dei um passo para trás para dar espaço ao Stoico.

— É importante que todos ouçam com atenção. – Ele se dirigia ao Soluço e a mim também. – Gosmento, você tem razão, esse foram os melhores anos que já tivemos aqui, nada é mais importante que a paz, a paz entre nós, a paz com os vizinhos e paz com os dragões.

Eu vi Gosmento sorrir em vitória e Soluço do meu lado fazer uma cara de derrotado.

— Soluço... – Eu segurei o braço dele, mas não sabia o que dizer para animá-lo.

Entretanto, Stoico não tinha terminado.

— Isto posto, eu tenho uma pergunta Gosmento: Quando você e eu conseguimos localizar o Alvin todos diziam para deixá-lo para lá, mas o que nós fizemos?

— Acabamos com ele!

— Obrigada Bocão. – Sarcasmo.

— É um prazer chefe.

— Quando a Valka foi sequestrada, e eu fui atrás dela, alguém conseguiria me deter?

— Tecnicamente você é o chefe, então não.

— Bom argumento Bocão. Mas vocês estão me entendendo. – Stoico se virou para Soluço e eu, mas continuava a falar com os outros. – Eu quero que pensem naquilo que é mais importante para casa ume se perguntem, com sinceridade, até onde estão dispostos a ir para conquista-la, o que arriscariam? – Ele colocou uma mão no ombro do Soluço e a outra no meu. -  A vida das crianças sempre foram os dragões e assim sempre será, não seriamos capazes de detê-los, então por bem devemos apoia-los. – Ele se dirigia há nós agora. – Vá filho, encontre o que quer que esteja e atraindo e quando descobrir, Berk estará esperando. E você, cuide do meu filho. – O rosto do Soluço se iluminou, eu sorri com isso.

— Eu prometo. – Eu sussurrei e percebi que Stoico estava sorrindo para nós dois.

 - É melhor vocês darem o fora daqui logo antes que essa nostalgia passe e ele mude de ideia. – Bocão brincou, mas ele não precisou falar duas vezes. Nós dois já estávamos correndo para fora do salão seguido por nossos dragões.

Tinha sido bem tenso, mas agora a gente tinha total permissão de explorar o Olho de Dragão.

— Eu não acredito que eles deixaram. – Eu sei que iria achar que era ridículo mais tarde, mas eu soltei um gritinho de felicidade e literalmente pulei nas costas do Soluço, o abraçando e rindo. Eu vi que ele também estava rindo, mas quando nós dois paramos, eu percebi como estávamos e me soltei dele rapidamente. – Eu... ah... desculpe, é que eu fiquei um pouco animada.

Eu senti corar profundamente e vi que ele também não estava diferente.

— Tudo bem, não tem problema. – Ele coçava a atrás da cabeça e rui nervoso. – Então...

— Então... Nós vamos quando? – Eu voltei ao assunto principal para acabar com aquele clima desagradável.

— Isso! Agora! – Ele voltou a animação de antes.

— Agora? Mas você não vai avisar os outros.

 Ele fez uma careta. – Eu sei que todos eles não tinham essa viagem como seus planos futuros, então eu não sei se seria certo os envolver. – Aqui me deixou um pouco surpresa, eram os melhores amigos dele.

— Tudo bem então. – Eu decidi não descordar. – Por que você não vai arrumando as coisas, eu vou procurar o Amarok e a gente pode se encontrar para sair no cais daqui meia hora.

Eu disse já dando alguns passos para trás e ele assentiu indo para casa. Depois disso, eu andei pela vila até avistar quem estava procurando.

— Astrid... – Eu a chamei. – Tenho que te falar um coisa.

—-------- xx -----------

— Vocês estão prontos? – Soluço olhou para Banguela e depois para Luna, Amarok e eu.

— Sim, e não somos os únicos. – Eu sorri com a cara confusa dele.

—Blah blah blah. – Eu ri com a cara de espanto do moreno ao ver o Melequento. – Por que você faz a maior cena com tudo?

Não era apenas ele, Astrid, os gêmeos e o Perna de Peixe também tinham vindo.

— Morgana nos contou da sua conversinha. – Astrid informou a ele.

Soluço olhou para mim e eu sorri culpada.

— Vamos logo, anda!

— Tudo bem, mas se alguém tiver alguma ressalva. – Soluço mal tinha terminado de falar e os outros já tinham voado na frente gritando “para além das fronteiras”.

Eu me virei para ele. – Acho que não há ressalvas.

E corri para acompanhar os outros e pude ver pelo canto de olho que a dupla estava logo atrás.

A empolgação toda tinha durado algumas horas, estávamos voando há menos de um dia e os outros mal conseguiam abrir os olhos mais de sono. Porém, eles se recusavam a parar de murmurar “parar além das fronteiras” a cada cinco minutos.

— Espera aí pessoal, a gente passou por algumas dificuldades sim, mas a gente não da valor a nada do que vem fácil não é? – Soluço tentou anima-los.

— Eu não acho que esse é o tipo de discurso que eles precisam agora. – Eu disse ao ver Perna de Peixe quase escorregar da Batatão. Cabeça Dura parecia concordar comigo.

— Está dando uma lição de moral? Porque agora não é a hora, amigo. Você não pode nos impedir de continuar dizendo “para além das fronteiras”.

— Além das fronteiras....

— Vocês sabiam que “além das fronteiras” ia demorar horas, não é? – Eu argumentei.

— Sério? Eu achei que era aqui do lado. – Melequento disse sarcástico e eu joguei uma maça na cabeça dele. – Ai!

Soluço tentou usar o sonar do Banguela, mas não deu em nada. Era difícil ver algo à frente porque estávamos rodeados de nuvens escuras e estavam carregadas, porque começo a chover logo em seguida.

— Parece que quanto mais longe vamos, pior fica.

— Só precisamos ir um pouco mais adiante para sair disso. – O perneta tentou animar os outros.

— Lá! – Eu avistei uma luz mais para frente e apontei.

Todos decidiram seguir, e logo estávamos fora da tempestade e em uma área de céu limpo. Abaixo de nós havia uma ilha rochosa que eu nunca tinha visto antes, e pela surpresa dos outros, eles também não.

A empolgação dos outros parecia ter voltado, mas os dragões ainda estavam cansados.

— Gente, será que não da para ficar feliz depois, as asas da Batatão estão quase caindo.

Foi ai que eu ouvi um som bem estranho e todos os dragões viraram a cabeça em direção a ilha de onde ele tinha vindo.

— Vocês ouviram isso? – Eu perguntei desconfiada.

E o som se repetiu de novo, parecia um sino só que baixo e continuo.

— Parece que os dragões estão sendo atraídos para lá.

— Então é onde nós vamos.

Todos decidiram ir para a ilha, mas eu me senti meio desconfortável. Eu vi Luna virar o rosto para mim.

— É garota, eu também estou com um mal pressentimento.

Pov Morgana off

—-------------- xx -----------------

Depois de explorarem um pouco a ilha e não acharem a origem do som, os cavaleiros decidiram encontrar um lugar para descansar e por mais rochosa que a ilha aparentasse ser do alto, ela tinha uma pequena lagoa com água cristalina e uma área verde em volta.

— Esse lugar é incrível. – Perna de Peixe disse admirado.

— Eu nunca mais vou voltar para Berk. – Melequento comentou enquanto se sentava na beira do lago.

— Berk? O que é isso? Já até esqueci. – Cabeça Dura brincou.

— Então, não precisa de votação para saber a onde armar o acampamento. – Soluço disse ao ver a satisfação na cara dos outros.

Mas um membro daquela equipe não parecia tão feliz assim. A novata olhava para todo os lados desconfiada, por mais que não tenham achado a origem do som, ele ainda podia ser ouvido de hora em hora, e ela parecia a única preocupada com isso.

— Não sei não Soluço, esse som e esse lugar, tem alguma coisa errada aqui.

— Você pode relaxar Morgana, os dragões estão cansados e podemos ficar tranquilo, somos em 7, nada vai nos atacar assim do nada. – Soluço tentou tranquiliza-la, ela assentiu, mas não conseguiu sorrir.

— Se vamos acampar, vamos precisar de uma fogueira e eu sou o cara certo para isso.

Melequento chamou a atenção de todo mundo quando tirou um pote com um líquido verde de dentro da cela e fez um rastro até uma planta.

— Dente de Anzol, pode acender! – O dragão soltou uma chama sobre o líquido que se acendeu até a planta formando uma pequena fogueira.

— Gel de pesadelo monstruoso? Não seria melhor só ter pedido para ele acender a planta direto. – Morgana disse ao ver que o garoto tinha usado um jarro inteiro só para isso.

— Você só esta com inveja do meu gel de pesadelo. – Melequento riu como se tivesse ganhado a conversa.

— Se você não se esqueceu, eu também tenho um pesadelo monstruoso. – Morgana apontou para o dragão azul atrás dela.

— Cala a boca novata. – E o garoto saiu murmurando.

Depois do pequeno show, o grupo decidiu dividir as tarefas para terminar o acampamento. Morgana ficou encarregada de buscar comida... junto dos gêmeos. Agora os três estavam na lagoa anterior pescando. Na verdade, a morena estava conseguindo pegar os peixes, já os outros dois estavam mais ocupados cochichando.

— Hey Morgana, a gente estava conversando e-

— Não Cabeça Dura, eu não vou emprestar o Osso Voador para você usar no Melequento. – A garota interrompeu.

— Isso é bem injusto, mas não sobre o que nós queremos falar com você.

— Eu também não vou te dar bombas de Limélia para você assustar o Soluço.

— Isso seria a segunda coisa que queríamos conversar com você, mas pode esperar. A gente queria falar sobre você e o Soluço.

Isso fez a garota soltar o peixe que tinha acabado de pescar.

— Como assim eu e o Soluço? – Ela olhava confusa para a dupla.

— Sim, vocês dois. Pelo nosso vasto poder de observação, percebemos que vocês tem se dado muito bem e tem trocado muitos “toques”. – Agora foi a Cabeça Quente que tinha dito e feito sinal de aspas quando disse “toques”.

Morgana parecia perdida em meio a atenção dos dois, já estes pareciam bem satisfeitos com o olhar dela.

— Eu não estou entendendo nada. Do que vocês estão falando?

— Bem, vocês têm dado bastante as mãos e nós vimos o seu pequeno abraço fora do salão. – Após as acusações da Cabeça Quente, Morgana sentiu seu rosto mudar de cor para pálido e depois vermelho vivo. Ela abriu a boca e fechou de novo umas três vezes, sem saber o que falar.

— Não estamos aqui para te julgar, mas para te avisar.

— Avisar? – A morena parecia confusa agora.

— Sim, avisar. Olha... – Cabeça Dura passou um braço sobre os ombros dela. - ... o Soluço não é um cara que goste muito de toques sabe, ele não fala nada, mas ele meio que odeia isso.

A cara de surpresa de Morgana era evidente. “Odiar?” ela pensou, “ele nunca pareceu incomodado comigo”.

— É, ele detesta, de todo mundo. Até disse isso para gente. – Cabeça Quente concordou, mas ela fez uma cara pensativa. – Se bem que ele nunca pareceu reclama quando a Astrid fica perto dele.

Morgana viu Cabeça Dura concordar, mas ela se desligou do resto da discussão deles que depois tinha se tornado algo sobre quem conseguia acertar um peixe em baixo da água. Ela tentou voltar a pescar, mas ela fez tudo no automático com a cara neutra, estava pensando, pensando no porquê Soluço não tinha falado nada para ela. E justo agora que ela tinha pensado que estava se “socializando” bem, porém parecia que tinha feito tudo errado e podia só ter irritado mais Soluço, e ele era gentil demais para falar algo direto para ela e resolveu falar para os gêmeos.

O caminho de volta não fez ela se sentir melhor, a expressão continuava a mesma enquanto ela carregava a cesta grande. A dupla explosiva tentava acertar um chute no outro e ao mesmo tempo equilibrar as suas cesta, que Morgana tinha obrigado eles a carregar, já que não tinham ajudado em praticamente nada.

— Nossa! Vocês pegaram um banquete. – Soluço disse animado quando os três depositaram as cestas no centro.

— Aposto que os patetas ali só atrapalharam. – Astrid brincou, mas Cabeça Quente não ajudou muito o seu lado quando disse:

— Você acha que somos inúteis, mas nós fomos essenciais para essa missão.

— É, eles pegaram três peixes. – Morgana disse sarcástica fazendo Astrid e Soluço rirem. Quando ela viu isso, ela lembrou da conversa anterior e desviou os olhos do moreno.

Soluço achou isso bem estranho, mas decidiu não falar nada, ela provavelmente estava cansada, ele pensou.

Durante todo o jantar, Morgana tentou evitar qualquer contado com Soluço, até quando ele tentou passar um peixe assado para ela, ela negou dizendo que não esta com fome só para não tocar na mão. O problema para Soluço era que depois disso ela aceitou um espeto que Perna de Peixe ofereceu para ela. Ele realmente estava confuso, e depois de comerem, ele ia tentar falar com ela, só para ver que ela já tinha ido se deitar do lado de Luna e Amarok.

Sem sono pela interrogação em sua cabeça, ele decidiu se sentar um pouco na beira da praia. Depois de alguns minutos, ele sentiu alguém se aproximar dele, ele virou e viu Astrid.

— Tudo bem, Soluço?

— Sim... – Ele suspirou, tinha esperança que tivesse sido a outra amiga.

— Por que essa cara? Você estava certo, há uma vastidão por ai à fora.

Morgana estava deitada, mas não conseguia dormir. Ela podia ver os dois sentados na frente da lua, tão próximos, e não sabia o que pensar. Não podia ouvir o que estavam falando, mas sentia um incomodo no peito ao ver a cena, pensou que nunca teria uma relação assim com o moreno.

Talvez ele tenha me ajudado por dó.”

Cansada de tudo aqui, Morena ficou de costas para o casal e fechou os olhos, tentando esquecer tudo dormindo.

—---------------- xx ---------------

Morgana acordou na manhã seguinte em um salto, não tinha dormido bem, mas o que a assustou era a falta do calor de Luna perto dela. Fazia anos que eles acampavam e a dragão sempre estava perto dela até levantarem, porém, Luna não estava lá e nem nenhum outro dragão.

— Hey! Acordem! – Ela chamou todos que começaram a acordar confusos, mas também se desesperaram quando não viram seus dragões.

O barulho... o som tinha parado.

— Os dragões sumiram! – Perna de Peixe falou desesperado olhando para todos os lados.

— Morgana, você acordou primeiro, não viu nada? – Soluço perguntou para a garota.

— Não, eu acordei vocês logo em seguida e nenhum deles estava aqui. – Ela parecia nervosa, nada assim tinha acontecido antes, estava bem preocupada.

— Tudo bem, a gente vai achar todos eles. – Soluço tentou colocar a mão no ombro dela, mas ela desviou rapidamente murmurando que eles tinha que ir procurar eles logo.

Soluço contraiu a expressão, ele não entendia o que estava acontecendo, o som, os dragões e a própria amiga que parecia estar evitando ele, não totalmente, mas não deixava ele chegar perto. Mas ele era o líder daquele grupo e tinha que ter prioridades, por isso ele mandou todo mundo pegar as suas coisas e sair para procurar.

Depois de um tempo procurando,  em vários lugares (menos a dupla explosiva que ficaram 15 minutos olhando em volta de uma pedra gigante) não conseguiram nada.

— Nada? Não estou entendendo, para onde eles foram? – Soluço fez uma pergunta retórica.

— Ah minha Batatão, ela não faria isso. Ela não me abandonaria sozinha.

— Vocês não acham estranho os dragões terem sumido justamente quando aquele som estranho parou? – Morgana levantou a questão, o que pareceu deixar os outros pensativos.

— Eu acho que foi você! – Cabeça Dura fez uma posse dramática e apontou para a morena.

— Eu? Do que você esta falando? – Ela olhou indignada para ele.

— Você poderia ter roubado os nossos dragões enquanto  a gente dormia. A gente não conhece você direito ainda. – Ele acusou.

— O Inteligência, por que ela faria isso se os dragões dela também sumiram? – Astrid defendeu a nova amiga e esta sorriu agradecida. Cabeça Quente ficou sem resposta.

— Vamos parar de acusar sem provas e nos concentrar em encontrar os nossos dragões. – Soluço tentou mudar de assunto.

Quando ele terminou de falar, eles ouviram um barulho estranho vindo da moita atrás deles. Pensando que podia ser algo perigoso, Morgana agarrou o Osso Voador das costas, pronto para atirar se necessário. Porém, o que saiu foi na verdade...

— Banguela!

—Luna!

Os dois foram direto para os seus treinadores, ambos estavam  muito felizes de terem encontrado os amigos.

— Hey garota, você não está machucada não é? – Morgana fez um carinho na cabeça da fúria da noite, vendo que ela estava sem ferimentos.

Banguela começou a andar em volta deles e Luna começou a empurrar a amiga em direção da moita que tinham vindo.

— Eu acho que o dragões de vocês comeram algo estranho na floresta.

— Não, eu acho que eles querem dizer alguma coisa. – Perna de Peixe corrigiu.

— O que aconteceu amigão? São os outros dragões? – Soluço tentou perguntar e em resposta Banguela agarrou a perna de metal dele com a boca e começou a arrastar ele para longe.

— Até onde será que ele vai até perceber? – Astrid perguntou.

— Difícil dizer, ele parecia bem determinado. – Soluço respondeu quando viu Banguela continuar correndo com a perna, mas sem ele.

Morgana riu com a cena, Luna tinha ficado sentada do lado dela assistindo também. Depois de alguns minutos, vimos o fúria da noite voltar com a cabeça baixa meio envergonhado.

— Tudo bem Banguela, eu gostei do entusiasmo. – Soluço o consolou. Luna foi até o lado do amigo e passou o focinho no rosto dele de forma carinhosa, deixando ele animado de novo.

Soluço subiu na cela do Banguela e Morgana fez o mesmo com a Luna.

— Vocês fiquem aqui, Morgana e eu vamos procurar do alto. – Soluço orientou e depois os dois levantaram voo.

Pov Morgana

Nós mal tínhamos começado a voar e o barulho tinha voltado.

— Soluço, eu não gosto nada desse som. – Morgana comentou tentando procurar de onde era a origem.

— É... eu também estou com um pressentimento ruim.

Eu ouvi outro barulho vindo de baixo, mas ao invés de um dos nossos, era um tambor trovão ido direto para onde o grupo estava.

— Soluço! – Eu apontei para o dragão, ele tentou puxar o Banguela em direção do dragão, mas este estava recluso e tentou ir na direção do som anterior.

— Luna, vamos! – Eu tentei puxar ela para baixo também, mas ela se recusou. – Luna! – Eu tirei o meu apito do bolso e assoprei, finalmente, os dois dragões parecerem ter sido tirados de um transe e nos obedeceram.

Banguela e Luna deram tiros do aviso aos pés do tambor trovão, mas não antes de ele mandar um grito sônico em direção ao grupo que tinha tentado se proteger atrás de rochas, resultando em eles gritarem muito para se comunicar.

— Você não quer jogar mais nada na gente, um transformasa? Um grito da morte? Aposto que tem um desses por aqui.

— Grito da Morte? Eles as chances de um nascer não é uma em um milhão? – Eu comentei. Acho que é bem difícil um dragão assim apareceu por aqui. Mas Soluço olhou divertido para mim.

— Eu tenho que te contar uma história depois. – Ele se virou para o gritador. -  Melequente, vocês está gritando alto demais.

— Ah é mesmo? Porque eu mal estou me ouvindo porque é o que acontece quando se é atacado por um tambor trovão selvagem! – Agora ele estava gritando e com raiva.

—  Precisamos dos nosso dragões, nós dois vamos voltar para lá. – Soluço tentou dizer, mas todos ficaram olhando sem entender para eles.

— Acho que eles não te ouviram.

— EU DISSE QUE NÓS VAMOS VOLTAR PARA LÁ. – Eu tive que tampar os ouvidos com o grito que ele teve que dar para os outros entenderem e recebeu uma chuva de protestos gritados como resposta.

— Nem pensar Soluço, você e a Morgana não vão deixar a gente sozinho.

— A gente está sem dragão e sem defesa.

— E só conseguimos nos comunicar gritando!

— Eles tem razão, não sabemos quais outros dragões tem por aqui. – Eu disse para Soluço e ele pareceu concordar.

— Tudo bem, vamos todos juntos. – Silêncio.

— EU DISSE: VAMOS TODOS JUNTOS!

— Por que eu ainda acho que vou ter um dia tranquilo com vocês. – Eu suspirei cansada.

Vai ser uma longa busca.”


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Notas finais do capítulo

Estou de volta aqui no final só para perguntar se vocês gostaram da atualização de hoje e que se alguém tiver alguma critica, por favor não deixem de fazer nos comentário.
Até terça-feira ^^
kiss



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