When the Moon meets the Night escrita por MaryHomes


Capítulo 14
Capítulo 14 - A antiga novata (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

HEYYYYYYYYYYY
Estamos de volta! Eu sei que já faz meses, mas como eu expliquei no começo do ano, eu tinha vestibulares para fazer e eles tiveram que ser a prioriade, só agora, de férias, que eu tenho tempo de voltar a escrever.
Confesso que estava super ansiosa por esse capítulo porque a Heather é uma das minhas personagens preferidas e eu amei escrever sobre ela.
Só para esclarecer um detalhe, eu sigo o cronograma da série, mas o capítulo que era para ser o 14, o "Como lidar com terremotos" era mais focado no Perna de Peixe e não acho que ficaria tão interessante quanto esse, então eu decidi pular e ir para o próximo.
Sem mais enrolações, vejo vocês nas notas finais.



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—  Luna e eu podemos levar metade dos seus rascunhos.

Morgana estava no quarto do líder dos cavaleiros junto deste. O grupo tinha decidido fazer uma pequena visita a Berk para qualquer coisa que eles ainda não tinham levado ou que achassem necessário levar.

— Sim, obrigada. Vocês estão ajudando muito no carregamento. – Soluço sorriu ao guardar o restante das suas coisas em uma bolsa para amarrar na sela do Banguela.

— Já que eu nunca morei em Berk, não tenho nada para levar. – Morgana tentou brincar, mas ao invés de arrancar um sorriso do amigo, o moreno acabou fechando a expressão.

— Você tem saudade?

— O quê? – Ela perguntou em entender.

— Da sua antiga vila. Não gostaria de volta lá algum dia? – Soluço se arrependeu na mesma hora de ter feito essa pergunta quando viu os ombros da morena caírem e o semblante triste em seu rosto. Mas para surpresa dele, ela resolveu responder.

— Não, só ficaram lembranças ruins e não há mais nada lá para mim.

— Você sabe que se um dia quiser voltar lá, eu vou com você.

Ele se aproximou dela até que a sua mão fosse colocada em cima da dela sobre a mesa. A garota olhou para as mãos unidas e depois para os olhos do garoto a sua frente e sabia que ele realmente se importava com ela.

— Eu sei. – Isso foi o necessário para selar uma promessa silenciosa.

Depois disso, ambos decidiram terminar de arrumar as coisas e encontrarem os outros no centro da vila.

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Todos estavam terminando de arrumar as coisas, Soluço estava tentando fazer uma expeçam geral para ver se ninguém estava exagerando.

— Isso são adagas de ferro de gronckel?  - Morgana perguntou ao ver Astrid com as armas.

— Sim, o Bocão fez para mim no verão passado. – A loira entregou as laminas para a morena que as olhava fascinada, eram de uma qualidade incrível.

— São ótimas, será que ele faz um par para mim, também?

— Com certeza, é só você fazer um dos seus pratos especiais de comida que ele faz qualquer arma para você. – As duas riram imaginando que aquilo provavelmente daria certo.

Depois de tantas semanas junto desse grupo, Morgana estava muito feliz de ter achado uma amiga como a Astrid, as duas eram guerreiras e qualquer mágoa que possa ter ficado quando a treinadora atacou a vila, tinha ficado completamente para trás e ambas sabiam que podiam confiar uma na outra.

— Lembrando pessoal: a gente só vai levar o indispensável para o Domínio. – Soluço chamou a atenção de todos, principalmente do Perna de Peixe que tinha dois sacos enormes cheios de predas presos a Batatão.

— Parece que vamos deixar você para trás, Perna de Peixe.

— Por favor, você é melhor que isso... espera, não é não. – O loiro ironizou. Ele tentou fazer a gronckel voar, mas ela saiu uns 30cm do chão antes de cair de novo com o peso de todas as pedras.

— Perna de Peixe... – Soluço falou em aviso, mas de forma preocupada.

— O que foi? O granito de Berk tem um acabamento muito melhor.

— Eu até entendo as suas prioridades Perna de Peixe, mas acho que você exagerou um pouquinho. – Morgana argumentou ao parar do lado do Soluço e vendo a situação toda.

Mas o mais ridículo de tudo era a dupla dinâmica testando as clavas que iriam levar na cabeça um dos outros.

— Vai de novo! – Cabeça Dura pediu e a irmã bateu no capacete de novo. – Ok, é um 3, mas acho que da para melhorar!

— Da mesmo! – E depois da batida, ele desmaiou.

— Por Thor. – Morgana passou a mão no rosto em frustação e decidiu esperar encostada na Tempestade do lado da Astrid.

Mas a “festinha” foi interrompida por Stoico, o líder de Berk, seguido do Bocão e mais dois vikings desconhecidos pela treinadora da Fúria da Noite.

— Qual dos suspeitos de sempre saíram para afundar navios com o seu dragão de manhã? Eu tenho as minhas suspeitas. – Ele disse claramente se referindo aos loiros, a consciente e o inconsciente.

— Afundar navios? – Soluço perguntou sem entender.

— O Baldão e o Estrume viram tudo. – O líder apontou para os dois vikings atrás dele. – E não tentem me convencer de que alguém mais no arquipélago seria capaz de aprontar uma dessas.

— O nome dele é Estrume mesmo? – Morgana sussurrou para Astrid que só assentiu rolando os olhos. Vikings são muito estranhos, ou não gostam dos seus filhos mesmo.

— Então? Eu estou esperando. – A cara que o chefe estava fazendo, não era muito amigável.

— Senhor, não acho que –

Mas a morena foi interrompida pelo Cabeça Dura, que levantou do desmaio, e começou a falar sem parar e ajoelhar na frente do chefe: - Fui eu chefe! Não consegui me controlar! O que tem de errado comigo?! Por que ninguém faz nada para me impedir! Vocês não percebem que eu preciso desesperadamente de ajuda!?

— Do que você está falando? Nada disso aconteceu. – Cabeça Quente falou para o irmão, indignada.

— Eu sei, eu só queria confessar alguma coisa. E ai o que achou? Eu não exagerei não né?

— No geral eu achei bem realista, mas meio difícil de acreditar.

Stoico quase soltou um rosnado de impaciência.

— Pai, a verdade é que a gente ficou junto à manhã toda.

— É senhor, os dois patetas ali ficaram brincando com as clavas o tempo todo, não tinha como ser eles ou um dos cavaleiros. – Morgana complementou.

— Bom, se não foi um de vocês, então nós temos um problema muito mais sério nas mãos.

— Cavaleiro de dragão perigoso? – Astrid levantou a questão.

— Seria possível, eu sou uma cavaleira de dragão desde novinha e vocês nunca tinham ouvido falar de mim antes, pode ser o mesmo caso agora.

— Isso não é nada bom. – Perna de Peixe falou preocupado.

— Eu concordo, a gente tem que descobrir quem é. – Soluço falou. – Estrume, você pode mostrar no mapa a onde foram atacados?

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Em meio ao mar se encontrava um barco destruído, mas ainda boiando, o mastro já não existia, buracos na casca e todo material de pesca boiava na água. Os cavaleiros se dirigiam a esse local para investigar o caso.

— Seguinte turma: vamos nos espalhar. – Soluço instruiu quando pousaram.

— Eu estava pensando... – O líder e Morgana se voltaram para Astrid. - ... no cavaleiro de dragão perigoso.

— Dagur! – Soluço concluiu ao ver a expressão da loira.

— Faz sentido, se o Dagur tem um dragão e está atacando navios, quem garante que não somos os próximos.

— Na verdade, eu acho que é justamente por isso que não é o Dagur. – Soluço e Astrid voltaram a atenção para Morgana. – Pensem bem, o quão fácil é montar em um dragão? Exatamente, não é fácil e por isso mesmo o Dagur não conseguiria fazer isso sem pelo menos a ajuda de um cavaleiro. E mesmo que ele tivesse achado um para ensiná-lo, um cara impulsivo e louco como ele, não atacaria navios, iria por Berk diretamente para afetar o Soluço.

Depois de terminar, Morgana soube que os dois concordavam com ela, era mais lógico.

— Soluço! Morgana! – Perna de Peixe chamou de um dos lados do convés.

— Caramba que golpes profundos. – Soluço observou quando viu o estrago na madeira. – Você sabe o que pode ser?

— Esse dragão é extremamente poderoso, ele tem o ataque fatal de um Picada Veloz, mas pela profundidade dos golpes, ele parece ser forte como um Tufão Merangue. – O treinador da Batatão fez as suas observações, mas o que chamou a atenção foi a testa contraída da morena.

— Morgana?

— É só que eu acho que sei o tipo de dragão que fez isso, mas seria impossível.

— Por que você pensa isso? – O moreno viu a amiga meio hesitante em falar, mas viu por trás da cabeça dela os gêmeos brigando, de novo. – Hey, vocês dois! O que estão escondendo ai?

— Não tem nada aqui. – Cabeça Dura tentou esconder algo atrás das costas rapidamente. – Nem na frente, nem dos lados, nem atrás.

— Vocês sabe que eu estou vendo, né? -  Soluço falou.

Morgana arqueou uma sobrancelha e levantou a palma da mão para os gêmeos. Cabeça Dura logo entregou o que estava nas mãos e Soluço olhou indignado para ele.

— O que foi? Ela me da medo.

Soluço rolou os olhos antes de observar melhor o que estava na mão da morena.

— Isso é uma farpa? – Perna de Peixe percebeu.

— Parecem com as da tempestade.

— Sim, mas essa aqui é diferente, são maiores e são mais duras e afiadas, como metal de espadas. – Morgana entregou a farpa para Soluço.

— Então o dragão é da classe Sharpe. – Perna de Peixe parecia bem animado.

— Vocês estão pensando o que eu estou pensando? – O treinador de Fúria da Noite perguntou, retoricamente.

— Eu adoro esse jogo! Pensa em alguma coisa que a gente tenta adivinhar o que é. Vai, pensa em alguma coisa. – Cabeça Dura e a irmã fizeram cara de “concentração”.

— Eu estou pensando que vocês são dois cabeças de carneiros! – Melequento exclamou irritado.

— Isso! Eu ganhei!

— Na verdade eu pensei o seguinte: se nós acharmos o dragão, nós achamos o cavaleiro e eu tenho uma excelente ideia de como achar esse dragão.

— Você não vai precisar do Olho de Dragão para saber que dragão é esse.

Soluço se virou para trás ao ver Morgana olhando os estragos do navio de novo. – Porque eu sei exatamente o que fez isso.

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— O nome do dragão é Chicote Cortante. – Morgana tinha acabado de fazer um desenho perfeito do réptil em um dos barris do grande salão de Berk. – Eu tinha uma suspeita, mas aquela farpa confirmou isso. É esse dragão que você viu, não é Baldão?

— Afiadas! Calda comprida! Assutador! – E ele saiu gritando e correndo para fora do saguão.

— Eu vou considerar isso como um “sim”.

— Como você conhece esse dragão? – Soluço perguntou ao ver o desenho tão detalhado.

— Em minhas viagens, anos antes de conhecer vocês, acho que eu tinha uns 10, Amarok pegou um resfriado, e como a Luna ainda era um dragão de 2 anos. Nós pousamos em uma ilha desconhecida e lá era cheia de Chicotes Corantes. Ficamos lá por poucos dias, e depois eu não vi mais nenhum da espécie em outro lugar.

— Espera, você já tinha o Amarok e a Luna aos 9 anos? Por que estavam sozinhos? – Astrid perguntou curiosa, Morgana percebeu o erro de contar a história e viu que Soluço tinha arregalado os olhos, como medo da amiga ter uma recaída, porque afinal, apenas ele sabia, um pouco, mas sabia de parte do passado dela.

— Eu estava viajando, mas o foco não é isso. O importante é que eu não achei que era esse dragão por não achei que estaria tão longe da ilha que eu visitei. – A novata respondeu rapidamente e evitando qualquer contato direto com  loira.

— Então... – Soluço queria chamar a atenção para poder mudar o foco da turma, e, claro, ajudar a amiga. – Só precisamos achar o dragão, essa ilha é muito longe?

— Não acho que estejam lá, ela fica em outro arquipélago, longe demais para o cavaleiro ir e voltar, devem estar em alguma ilha próxima para terem atacado os barcos.

— Bem, eu nunca vi nada parecido no livro dos dragões ou nos documentos de Borgue. – Perna de Peixe disse ao examinar o desenho.

— Mas tem um lugar que podemos procurar. – Soluço falou antes de ir buscar o Olho de Dragão.

Sorte deles de não terem deixado no Domínio, mas sim na casa do chefe.

— Então, como usar se não temos o dragão? – Melequento perguntou já de braços cruzados.

Morgana rolou os olhos. – Soluço.

— Bem, eu estava pensando como a Tempestade também é da classe Sharp, a Explosão de Magnésio dela pode servir.

Astrid sorriu e usou suas adagas para fazer um apoiador para o Olho de Dragão em cima de um barriu, voltado para a parede. Tempestade fez o trabalho e serviu perfeitamente quando eles viram as projeções se formarem. O primeiro foi do Nader Mortal.

— Eu não vi isso antes, alguém tem giz? Eu preciso traduzir isso. – Perna de Peixe falou bem animado.

— Mantenha o foco, Perna de Peixe.

Soluço começou a mexer no cilindro para tentar achar a combinação.

— Picada Veloz! São um dos meus favoritos. Sempre tem algo a mais para aprender.

— Ah meu Thor. –Melequento reclamou.

— Perna de Peixe...

Finalmente eles conseguiram a imagem que queriam.

— Agora sim, Perna de Peixe, pode ir. – Soluço deu largada para o loiro examinar as escrituras.

— Chicote Cortante: dragão classe Sharp, calda comprida, pontuda e farpada, muito agressivo, muito perigoso.

— É impressionante que alguém tenha conseguido treinar um dragão assim.

— Falou a treinadora de uma Fúria da Noite. – Astrid retrucou sarcasticamente.

— Touché.

— A gente já sabe disso tudo, qual a novidade? – Melequento reclamou (de novo).

— Quer traduzir, Melequento?!

— Eu poderia sim... – Ele olhou para a parede e não entendeu nada. -...mas eu estou sabe, sem vontade nenhuma.

— Continuando... – O estudioso apontou as figuras. – Esse símbolo indica que ele pode enrolar a calda ao redor da vítima e, literalmente, esmaga-la até a morte, a não ser que esteja com pressa, então só corta ao meio.

— Me bate irmã, eu só posso estar sonhando. – E ele recebeu um soco bem na cara da loira. Felicidade dele se encontrar em um dragão mortífero.

— Perna de Peixe, tem alguma coisa nesse dragão que não seja fatal? – Astrid perguntou.

— Que tal os olhos? – Cabeça Quente falou.

— Não, lágrimas venenosas.

— Venenosas?! Adorei!

— Ok, veneno é bem legal. – Soluço tentou acalmar o gêmeo e focar a atenção da turma. – Perna de Peixe, tem alguma coisa ai que ajude a gente a encontra-lo?

— Deixa eu ver... velocidade máxima, higiene bucal, rituais de acasalamento, hábitos alimentares. – Antes que ele fosse para o próximo item, Soluço o interrompeu.

— Peraí peraí peraí, volta naquele.

— Higiene bucal?

—Não. Hábitos alimentares, se a gente descobrir o que essa coisa come, podemos descobrir a onde essa coisa come.

— Pepinos do mar! Ele como pepinos do mar. – Morgana falou ao olhar os escritos.

— Eca! Eu odeio aqueles monstros pegajosos, eles são tipo caracóis sem teto gigantes. – Cabeça Quente falou com cara de nojo.

— Tem muitas ilhas perto daqui cheia de pepinos do mar, podemos procurar em algumas. – A treinadora de Amarok falou.

— Ótimo, espero que o Chicote Cortante esteja com fome.

— Com fome de pepinos do mar e não de vikins.

— Então eu estou tranquila com isso. – Morgana riu quando recebeu um soco no braço da loira.

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Todos tinham partido no mesmo instante e não demoraram muito para chegar na ilha, mas não tiveram sorte nas primeira.

— Eu tenho certeza que ele está nessa ilha. – Perna de Peixe falou confiante.

— Foi isso que você falou nas últimas 5 ilhas! – Melequento acusou.

— Não é minha culpa se eu sou otimista, para mim a bexiga do iaque está sempre meio cheia.

— Sem querer esvazia a bexiga do seu iaque, mas alguém já pensou o que vamos fazer se encontrarmos o chicote cortante. – A dona de Tempestade levantou o tópico.

— Pode casar com ele. – Cabeça Dura falou ainda apaixonado com o dragão possivelmente mortal.

— E se o Dagur for o cavaleiro?

— Bom, ai a maninha casa com ele, eu confesso que vai ser complicado, mas eu vou aprender a amá-lo e aceita-lo como se fosse da família como um bebezinho, uma criança que eu carrego nos braços... só que ele é pesado né?

— Eu realmente tenho medo do que ocorre na sua mente. – Luna soltou um bufo concordando com a dona.

Soluço pegou a sua luneta para enxergar a ilha melhor. – Olhem, tem fogueira!

— Dragão sabe fazer fogueira?

— Me explica de novo a história dos gêmeos serem úteis, por favor? – Astrid perguntou com sarcasmo.

— Pensa bem, podemos usá-los como iscas. – Morgana falou brincando e levantou o punho para receber o da loira, rindo.

Quando se aproximaram mais da origem da fumaça, viram que era não só uma fogueira, como também um pequeno acampamento com caixas e barris.

— Pode ser o saque do navio. – Astrid observou.

— Então a pessoa está roubando tudo para si, porque essas caixas estão vazias.

— E esses golpes parecem familiares. – Soluço apontou nas rochas adicionando ao comentário das amigas. – Turma, vamos nos separar e vasculhar a ilha atrás do cavaleiro perigoso e do seu Chicote Cortante, eles não podem estar muito longe.

Cada um foi para uma direção diferente e quando Morgana estava pronta para levar Luna e Amarok para a parte norte da ilha, ela ouviu Soluço chamar o seu nome.

— Para onde você vai? Vamos para a parte sul.

A garota achou que ele só estava informando ela, mas depois de passar a sentença na cabeça de novo, percebeu que ele queria que eles fossem juntos.

— Eu pensei em cobrir o norte, para ganhar tempo. – Ela falou e viu a expressão dele cair.

— Oh...

 Ambos não tinham percebido ainda, mas sempre que o grupo se separava, os outros iam sozinhos, mas os dois sempre formavam uma dupla(com mais os 3 dragões), então, naturalmente, Soluço achou que eles iriam fazer a busca juntos e mesmo ele não sabe o porquê, o deixava meio chateado que ela também não tenha pensado assim.

— Você está certa, separados seria melhor. – E nisso ele deu as costas e saiu com o Banguela.

Morgana sentiu o coração apertar com a expressão que recebeu, mas sabia que não podia ir atrás dele agora, então optou por continuar pelo plano inicial.

O que nenhum cavaleiro sabia era que cada um deles estavam sendo enganados um por um. Primeiro Perna de Peixe, que havia ficado no acampamento para caso o criminoso voltasse, e estava brincando com a Batatão e sem que esta percebesse, o loiro foi agarrado por uma calda prateada de dragão. Já a dupla dinâmica, olhando pela floreta do leste, foram derrubados em um piscar de olhos, pelo mesmo ser desconhecido. Contudo, a guerreira Hofferson não seria pega despercebida, então a pessoa misteriosa optou como alvo a Tempestade, atraindo esta com um pedaço de cocha de franco em uma caverna e trancando as duas lá. A próxima vítima era a mais fácil (depois dos gêmeos), Melequento, que acabou tento duas árvores derrubadas enquanto usando uma moita de banheiro, oque o distraiu para as toras que rolavam em direção a ele e, ao tentar fugir e gritando – DENTE DE ANZOLLLL – caiu no riu.

O que se tornou um empecilho para o cavaleiro desconhecido era que ele nunca tinha visto aquela garota morena que carregava um bumerangue gigante e, além disso, ela não tinha só um dragão, mas sim dois e um era uma Fúria da Noite.

Morgana sentiu Luna soltar um rosnado. – Shhh garota, eu já vi... Estamos sendo seguidos.

A treinadora fez um sinal com os dedos para baixo apenas para que Amarok conseguisse ver e no minuto seguinte, a Fúria da Noite e o Pesadelo Monstruoso mergulharam na floresta. O plano era despistar a dupla que os perseguia, mas Morgana pode ver pelo canto de olho que eles também entraram na floresta e apesar de todas as curvas que ela fazia em entre as árvores, a perseguição não parou.

— Então vamos para algo mais direto. – A morena fez Luna e Amarok pararem em um pátio em meio às árvores, o que obrigou a cavaleira (era possível ver que era mulher por causa das roupas) e o Chicote Cortante também pararem. Agora as duas humanas podiam se encarar cara a cara em posição de combate.

O primeiro ataque veio do dragão prateado, lançou suas faíscas em direção de Morgana, que conseguiu bloquear com o Osso Voador. Luna, para defender a parceira, lançou tiros de plasma, mas a dupla misteriosa desviou. Para a surpresa da morena, a criminosa decidiu um confronto direto e tirou o que parecia um machado duplo das costas e partiu para cima dela. Sem opção, Morgana teve que largar o Osso Voador e pegar as adagas longas das botas e bloquear o ataque.

— Quem é você? – Ela conseguiu perguntar, mas não obteve resposta e também não podia ver o rosto da pessoa a sua frente, porque estava coberto, mas sabia que era forte e bem treinada, pelo esforço que era necessário para segurar o bloqueio.

Amarok, vendo a dona na posição que estava, deixou Luna lidando com o dragão espinhudo e usou a sua cauda para tentar acertar a garota desconhecida, mas esta conseguiu se desviar com um salto para trás. Entretanto, ao invés de começar uma segunda ofensiva, a encapuzada correu de volta para o seu dragão e partiu em retirada para a floresta. Morgana subiu em Luna, prontas para segui-las, mas o caminho foi obstruído quando o Chicote Cortante começou a cortar as árvores pelo caminho que fugiam.

— Droga! – Exclamou em raiva. Sabia agora que aquela pessoa não era o Dagur, mas com certeza era mais perigosa do que imaginávamos. Mas se ela fugiu deles, seria para se recuperar e planejar um outro ataque ou ir atrás de outra pessoa e um nome veio a sua cabeça. – Soluço!

A morena não pensou duas vezes antes de ir para o sul da ilha.

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Soluço e Banguela, inerentes sobre a situação dos outros membros do grupo, voava por cima do rio que passava pela ilha. Seguindo um cheiro específico, Banguela parou.

— O que foi, amigão? – Foi ai que o moreno viu as duas figuras escondidas nas sombras de uma das grandes pedras que rodavam o rio. – Bom trabalho, Banguela.

Contudo, o Chicote Cortante viu a dupla atrás e saiu voando, fugindo, sem perder tempo, Soluço e o Banguela o seguiram.

O dragão prateado tentou despista-los, mas um Fúria da Noite era rápido demais. A perseguição seguiu por todo o caminho de pedra. A garota misteriosa mudou o plano então, ela fez uma curva e com o dragão agarrando um árvore com a calda, foi de encontro de Soluço, para desviar e acertar a dupla com a árvore. Distraido, Soluço não viu a armadilha, mas Banguela sim, e este conseguiu explodir a madeira com dois tiros de plasma.

— Agora, Banguela, com tudo!

Com o último ataque, o moreno percebeu que não poderia ir com piedade contra alguém tão perigoso, então com um novo objetivo, ele mandou o Fúria da Noite atacar, o Chicote Cortante era bem rápido, mas não tão rápido. Banguela conseguiu acertar um ataque em uma das rochas lisas e isso levou ao plasma refletir no dragão e derrubando a dupla.

Quando atingiram o chão, a menina tentou subir de novo no dragão.

— Se eu fosse você, não faria isso. – A voz veio de cima e a encapuzada levantou a cabeça para ver a morena de antes, montada na Fúria da Noite e com o Pesadelo Monstruoso ao seu lado. – Eu tenho você na mira, queridinha.

— Morgana?

— Eu vim atrás de vocês quando essa daí resolveu me atacar e depois fugir.

Soluço se virou para a garota encapuzada. – Você está encurralada, não tem para onde ir.

— Verdade. – Para a surpresa de Morgana, a menina respondeu pela primeira vez e pior, decidiu abaixar o capuz, o que a morena não entendeu era o olhar de choque de Soluço.

— Heather?

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Heather, quem foi uma menina doce e assustada na infância, e que tinha passado por aventuras junto da turma, agora uma mulher forte e destemia parada bem na frente de todos os cavaleiros.

— Você me jogou dentro de um rio!

— Você me prendeu em uma caverna!

— Você me deixou pendurado em uma árvore!

— Preciso admitir, a prática do frango me despertou lembranças.

— Você me atacou com o machado e com o seu dragão. – Morgana falou, e diferente dos outros que reclamaram, mas já tinham perdoado a velha amiga, a curandeira estava realmente irritada. Com uma postura rígida, com os braços cruzados e a cara fechada, Soluço viu que Morgana realmente não tinha gostado quando ele impediu que a amiga prendesse a Heather e ao contar que o cavaleiro perigoso era na verdade uma velha amiga dele.

— Eu tenho certeza que a Heather tem um ótimo motivo para ter feito tudo isso. – Soluço falou tentando apaziguar o clima. – Verdade?

— Olha, eu vivo sozinha aqui há anos e já fiz muito inimigos, eu não queria que vocês se envolvessem. Tinha que manda-los de volta para Berk.

— E você não podia, sei lá, ter falado isso? – Melequento perguntou irritado.

— Vocês teriam ouvido?

— Ela tem razão, somos um grupo bem teimoso. – Astrid concordou.

— Ainda não entendi a necessidade que você teve de ter sido tão agressiva comigo. – Morgana parou bem na frente da Heather e com uma cara nada amigável e esta não recuou nenhum passo.

— Bem, eu não fazia a mínima ideia de quem você era, achei que podia ser alguém invadindo a ilha, ou algum bandido atrás dos grupo. – Heather respondeu com um sorriso sarcástico.

— Sério? E quantos bandidos cavaleiros de dragões você conhece?

Soluço ficou sopreso com a hostilidade de Morgana, ela não era assim e estava bem claro que ela não gostava ou acreditava na Heather, mas o que era engraçado era que as duas paradas uma na frente da outra eram muito parecidas: Ambas tinham os cabelos negros escuros como a noite, apesar de uma usá-lo solto e a outra em uma trança lateral, o mesmo porte físico e olhos verdes. Porém, naquele momento, elas pareciam as piores inimigas uma da outra.

No final, para o espanto de Morgana, Soluço ficou do lado da antiga companheira.

— O que você esta fazendo? – Soluço perguntou, colocando uma mão no ombro da garota. – Eu já expliquei, ela é uma amiga nossa, não devia falar assim com ela.

A curandeira ficou sem palavras, ele nunca tinha falado com ela daquela maneira, ou a tinha olhado com decepção. Por causa disso, resolveu se afastar, indo para perto de Luna, se sentiu envergonhada.

Heather não tinha falado mais nada, podia não conhecer a garota nova, mas sabia que ela tinha alguma ligação com Soluço, porque tinha ficado bem chateada com o modo que ele respondeu. Mas de novo, aquilo não era problema dela, e precisava fazer algo para o grupo ir embora e ela voltasse a ficar sozinha para pensar nos seus planos futuros.

— Heather, seja quais forem os seus problemas, seja quase forem os seus inimigos, a gente pode ajudar. Você não precisa ficar aqui mais sozinha.

— Soluço, por favor, esquece isso. – Ela respondeu, tinha uma voz suave e parecia que realmente não queria envolver ninguém nos problemas dela.

— Olha, a gente tem uma base aqui perto, por que você não vem com a gente? Nada permanente, você pega uns mantimentos, a gente conversa e ai você decide se fica ou não.

Morgana não acreditava no que estava ouvindo, Soluço estava convidando ela para ficar com eles e iria entregar o esconderijo assim, esquecendo totalmente que ela havia atacado a cada um deles e destruído barcos de pesca de Berk. Apertou os punhos em raiva, sabia que não podia dizer nada, provavelmente seria reprimida de novo e já estava chateada o suficiente. A morena assistia quieta a cena do Cabeça Dura imaginando que estava sonhando e casando com a Chicote Cortante e depois todo mundo rindo e, por um minuto, ela se sentiu completamente deslocada daquelas pessoas que faziam parte da vida dela há meses, diabos, ela até os considerava família, mas parecia que ela poderia perder tudo isso com um simples “sim” de Heather. Contudo, o que mais doía, era ninguém percebia isso, nem mesmo Soluço, a pessoa que ela mais se sentia ligada.

— Parece que nada mudou. – Heather disse ao ver Cabeça Dura correndo e gritando. – A não ser a sua nova amiguinha.

— É a mesma coisa, só mais velhos. Mas a Morgana, desculpa o comportamento dela, ela é meio hostil com pessoas novas.

Morgana não sabia que podia ficar mais machucada, mas ser chamada de “hostil” quando ela só queria achar respostar. Foi nesse momento que ela percebeu que não teria lados naquele caso, estava sozinha.

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No final, Heather decidiu ir com eles. O caminho nos céus foi animado para a turma, todos faziam perguntas e contavam histórias, e de novo, ninguém percebeu Morgana na parte de trás da formação, sozinha e só ouvindo.

Quando chegaram, colocaram os dragões para descansar e decidiram ir para a cabana central. Morgana cogitou voltar para o seu quarto e ficar sozinha, já que a presença dela não parecia fazer diferença, mas acho melhor seguir os outros e observar de lado, era claro que ninguém desconfiava da Heather, mas alguém devia. Luna tinha decidido ficar perto da dona, e a cada minuto queria lançar uma Explosão de Plasma em cada um dos guerreiros por estarem tratando a sua dona daquele jeito, já Amarok, justamente para não atacar ninguém, foi para a floresta tentar esfriar a cabeça (que ironia).

— Como você achou ela?

— O mais importante, podemos dar uma volta nela?

— Você estava com saudade? Eu acho que estava, por isso jogou aquela árvore em mim, não foi? Se fazendo de difícil, gostei. – Depois disso, Heather empurrou Melequente, que tropeçou no pé da Astrid, as duas deram um toque de punhos amigável. Morgana franziu a testa, é claro que elas seriam amigas.

— Esquece ele. – Perna de Peixe se referiu ao galanteador fajuto. – Como você conseguiu treinar um Chicote Cortante? É incrível.

— Na verdade, eu devo muito a vocês.

“Por Thor, por que ela tem que ter uma voz tão suave e boazinha?”

— A nós?

— A mim. Ela quis dizer a mim. Mulheres... conheço direitinho. – E ele foi derrubado de novo.

— Quando eu achei a Tesoura de Vento, ela estava ferida depois de uma luta com um Tufão Merangue. A Tesoura de Vento deu tudo de si, não é garota? Mas ela precisava recuperar a saúde, então quando ela ficou bem, usei o treinamento que me ensinaram em Berk e viramos a dupla perfeita, imbatíveis. Ninguém pode nos deter e se alguém tentar, irá se arrepender.

Morgana ficou surpresa, a voz tão suave de antes tinha ficado hostil. Agora, a morena queria saber qual personalidade era a superior. Mas o mais interessante é que Morgana já viu aquela expressão antes, nela mesmo.

— Será que ela também...? – Morgana murmurou para si mesma.

Melequento tentou se mostrar superior de novo, mandando Dente de Anzol ficar em chamas, mas Heather mostrou toda a sua força ao mandar Tesoura de Vento fazer um buraco na cabana e deixar Melequento pendurado.

— O que mais ela faz? – Perna de Peixe perguntou curioso e animado.

— O hálito dela pode queimar a pele de um humano a 30 metros de distância, uma única farpa dela é mais fatal que o machado mais afiado.

— Parece que você conseguiu a arma de guerra perfeita. – Essas foram as primeiras palavras de Morgana, ela tentou não ser hostil, queria informações e sabia que se falasse algo, os outros não ficariam felizes. – Quero dizer, você deixou bem claro as suas habilidades.

Heather é uma garota muito inteligente, mas não percebeu a insinuação. Ela não sabia o porquê daquela garota nova não gostar dela, bem, ela pensava que era pelas primeiras impressões erradas. – Sim, nos duas somos podemos ir contra qualquer um que quisermos.

Soluço franziu o cenho ao desviar o olhar de uma garota de cabelos negros para a outra, era uma ameaça implícita? Soluço não queria acreditar, mas Heather estava bem diferente de quando eles eram crianças.

Contudo, Morgana sabia que aquilo foi sim uma ameaça, mas não direcionada a ela, mas sim a alguém que não estava presente.

Ninguém mais havia percebido o clima, os gêmeos estavam lutando (de forma amigável) com a Heather, Melequento ainda caído, e Perna de Peixe estava interessado demais no dragão prateado.

— Morgana, você não conhece a Heather, mas é bom ter ela de volta, está intensa e durona, eu adoro! – Astrid falou animada por ter a antiga amiga de volta e mudada, na opinião da loira, para melhor. Já imaginava os treinos que as três poderiam fazer juntas.

A morena deu um sorriso fraco, não queria estragar a felicidade da amiga, só por causa das suas desconfianças e se estiver certa, ela deve entender um pouco mais sobre a treinadora/destruidora de navios.

 – Ela sacou o machado duplo das costas e demonstrou a suas habilidades de guerreira.

— Ela é ótima, Astrid. Com certeza ela cresceu bastante desde a última vez que a gente se viu. – Soluço falou, mas ele não parecia muito animado.

— Soluço, isso foi há 3 anos, nós éramos crianças, crescemos.

— É, mas ela era tão doce e agora ela está tão... sei lá.

— Afiada? O Que tem de mau nisso? Eu gosto.

— Astrid, existe gente afiada e gente que destrói navios, eu preciso falar com ela sobre isso. – Soluço falou sério, ele não queria acreditar que a amiga antiga é violenta, mas Morgana tinha um pouco de razão, não havia explicação para os ataques.

— Por favor, espere até eu perguntar sobre o machado de guerra dela, eu quero que ela me ensine a fazer um para mim. – E ela saiu correndo para se juntar na “briga” que ocorria na cabana.

— Eu sei que sou a ultima pessoa que você quer ouvir agora...

Soluço sentiu os ombros caírem ao ouvir a voz de Morgana, não tinha falado com ela desde a ilha e, admite que não tinha gostado de toda desconfiança dela, mas mesmo assim, não queria brigar com a morena, eram amigos, e se sentia estranho com o olhar que estava recebendo agora, nada amigável, o mesmo que havia recebido quando interrogou a garota na cela da prisão de Berk.

Morgana falou antes que Soluço soltasse qualquer sentença. – Você precisa entender que tem pessoas que a vida não é tão agradável quanto a que você teve em Berk e isso pode mudar qualquer um.

Ela não falou mais nada antes de dar as costas ao garoto e voltar para a sua cabana. 

Banguela tentou chamar a atenção de Luna, que o estava evitando o dia inteiro, mas não teve uma resposta agradável. Luna deu as costas para Banguela, batendo o rabo nos rosto dele enquanto saia, a dragão até que gostava do outro Fúria da Noite, mas se o dono dele machucava a dona dela, então ela não gostava de Soluço e também não do Banguela, se este ficasse do lado do moreno.

O moreno abriu a boca, mas não sabia o que dizer, tinha dois problemas agora: ter que conversar com a antiga amiga que virou uma criminosa sem razões e a outra que estava brava com ele e sabia que não conseguiria conversar com ela hoje de novo.


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Notas finais do capítulo

Eu fiquei bem em dúvida de como seria o relacionamento entre a Heather e a Morgana, por elas serem meio parecidas - e eu não tinha planejado isso quando escolhi o físico e personalidade da Morgana -, mas eu pensei bem e ao invés de fazer elas se darem bem logo de cara, eu queria mostrar o lado mais desconfiado de Morgana, que é bem difícil para ela se relacionar com pessoas novas, e que ao mesmo tempo se preocupa com todos do grupo, já que é a única família que ela tem há anos.
Vamos ver como as coisas ficam na próxima parte ^^
kiss



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