Segunda-feira após esse fim de semana nem um pouco tranquilo. Cheguei na escola extremamente curiosa para saber se Luana resolveu seu problema. Mas enquanto eu caminhava no corredor algo me chamou atenção.

— Ai muito obrigada fofa. Eu posso recompensar te trazendo uma lembrancinha de Paris. – Ouvi Amanda dizer

Amanda estava acompanhada de Lanna e Aryane. Entre tantas pessoas na sala dela, ela escolhe essas duas.

Estava encarando com uma expressão surpresa e confusa. Amanda olhou na minha direção e acenou sorrindo. Eu acenei de volta e forcei um sorriso.

— Hey Mari! – Ouvi a voz de Samuel

— Oi Samuel. Como foi o domingo? – Perguntei

— Fiz nada. O que é bom. – Ele começou a rir e eu ri junto.

— Caham. – Thomas fez.

Percebi que estava atrapalhando a passagem então dei um passo para trás. Ainda nem queria olhar no rosto dele, então apenas virei á cara.

— Só de lembrar que ele estava caindo nas gracinhas da Amanda... – Pensei

Avistei Luana e Nádia chegando no corredor.

— Até depois! – Eu disse para o Samuel

Corri na direção delas.

— Como foi? – Perguntei para a Luana

— Foi... – Luana disse em um tom desanimado.

— Vocês não conseguiram fazer as pazes? – Eu perguntei

— DEU TUDO INCRÍVELMENTE CERTO. – Luana disse extremamente contente e veio me abraçar. – Eu estava assustada e não sabia o que fazer. Eu nunca tinha brigado feio com a minha mãe assim.

— A Lu me contou tudo. – Disse Nádia – Luana amiga, da próxima você pode contar com todas nós. Eu posso não ser a melhor conselheira dessa terra, mas eu farei meu melhor para ajudar.

— Sim, eu sei! – Disse Luana – Tenho as melhores amigas ever.

Fiquei muito feliz pela Luana, nós voltamos em meio a sorrisos para a sala de aula. Nos deparamos com Débora sentada olhando no celular.

— Vendo fotos do Samuel de novo? – Nádia perguntou

— Claro que não. – Débora disse – Eu estou só... fazendo uma limpeza no celular.

— Uhum sei. – Nádia desconfiou

— Nádia, a Amanda é amiga da Lanna? – Perguntei ao me lembrar da cena que vi no corredor.

— OI? – Nádia perguntou espantada.

— É que eu as vi conversando mais cedo, pareciam intimas. Ela estava com aquela Aryane também.

— Gente, tô seca. Não estava sabendo dessa. – Nádia disse

— Isso é mau sinal. – Disse Débora

Logo em seguida a professora entrou. Não consegui prestar atenção, minha cabeça estava lotada de “Thomas” depois daquela festa da piscina.

Dei uma olhada discreta para trás e ver como Thomas estava. Para o meu azar ele acabou olhando na minha direção no mesmo momento. Desviei o olhar automaticamente.

Aquilo da festa me deixou extremamente incomodada, quando vou tomar uma atitude?

— ... – Débora estava me encarando.

                                                                              ***

Rafael P.O.V

Mas que porra foi aquilo?

Foi esse pensamento que ficou impregnado na minha mente durante domingo inteiro. Estava com receio até de pisar na escola no dia seguinte. Eu nem queria. Por mim poderia ser feriado ou o que for.

Mas tudo que é bom dura pouco e o fim de semana passou foi voando. Acordei com pouco animo, e tive que me preparar para ir a escola e resolver toda essa treta repentina.

— Você tá bem mesmo? – Ouvi a Mariana perguntando enquanto caminhávamos para a escola.

— Estou. – Respondi

— Parece estar preocupado. Não quer mesmo explicar o que aconteceu no sábado a noite?

— Não se preocupe comigo. E você como está indo na escola?

Assim que chegamos na escola, ela se despediu dizendo que iria procurar uma amiga. Eu fiquei parado ali na entrada por alguns segundos, respirei fundo e dei passos curtos.

— Ei. – Eu ouvi uma voz vindo de trás. Uma voz que eu conhecia bem.

Me virei e assim como esperava, era Pedro fazendo uma expressão emburrada.

— Qual é o seu problema? Qual é a merda do seu problema? – Eu estava visivelmente irritado e frustrado.

Aquele estava sendo um dia tão bom até ser arruinado por essa pessoa na minha frente.

— Qual é o meu problema? Cara naquele dia eu te passei mil mensagens para você e o que cê faz? Ignora todas e nem para deixar um "Falo outra hora" como resposta. – Ele disse irritado.

— EU ESTAVA OCUPADO CARALHO. – Eu falei bem alto, mas ao perceber que ainda estava na entrada da escola, abaixei a cabeça e me virei para ir a sala.

— Estava ocupado é? – Pedro continuava reclamando enquanto me seguia. – Percebi, estava mesmo muito ocupadinho com aquele sujeito. Se meteram em uma lua de mel ou num motel?

Parei no mesmo segundo e fechei o punho com raiva.

— Se você falar mais alguma coisa eu soco a sua cara aqui mesmo. – Eu disse

Pedro parou de falar e continuei andando para sala como se nada tivesse acontecido. Assim que entrei na sala, preferi não sentar no mesmo lugar de sempre ao lado de Pedro e roubei o lugar de alguém no fundo da sala.

Comecei a mexer no celular e nem prestei atenção no movimento da sala. Apenas dei uma olhada discreta para ver se Luan já havia chegado, mas nem sinal dele ainda.

— Espero que ele venha. – Pensei

Um professor chegou e começou a dar aula. Abaixei a cabeça para dormir assim como algumas pessoas também estavam fazendo. Até eu ouvir o barulho da porta abrir.

— Desculpa o atraso prof. Posso entrar? – Luan perguntou

Seu lábio ainda estava machucado, deixando algumas pessoas curiosas e começaram a cochichar entre si.

Luan olhou na minha direção e apenas deu um sorriso fechado. Eu aguardei o intervalo chegar para falar com ele. Enquanto isso apenas mantive minha cabeça abaixada tentando dormir um pouco.

— Hey Luan, podemos ter uma palavrinha? – Eu disse, fazendo questão de atrapalhar a conversa dele com algumas pessoas.

— Claro. – Ele respondeu

Fomos para o corredor e nos sentamos em um banco qualquer.

— Foi mal pelo Pedro. – Eu disse cruzando os braços. – Eu já briguei com ele.

— Tá de boa. Não sei qual é o problema dele, mas ele deveria resolver de uma forma menos infantil do que chegar daquele jeito.

— Pois é. Já falei que iria meter um socão nele mais cedo. Se ele mexer contigo de novo, me avisa. – Eu disse. Mas é claro que estava brincando, se o Pedro me batesse eu ia parar no hospital.

— Valeu haha, mas acho melhor eu cuidar disso. Aliás, ainda ficamos de marcar de estudar na sua casa. – Luan disse

— Bem lembrado. Acho que logo vai ter teste, vai ser bom começar a estudar.

— Realmente. Bem tenho que ir, a gente se fala mais tarde. – Disse Luan se levantando.

— Certo. Depois a gente marca direito. – Falei

Luan de repente parou de andar e voltou na minha direção. Ele foi até meu ouvido e sussurrou:

— Você fica fofo com essa cara irritada.

Isso me pegou totalmente de surpresa. Meus olhos arregalaram e um sorriso bobo se abriu. Senti meu coração bater mais rápido.

Ele então voltou a andar e eu continuei ali parado naquele banco enquanto as pessoas caminhavam e conversavam sem perceber nada.

— O que foi isso? – Eu pensei