Conectados por laços escrita por Renge


Capítulo 4
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Após um pequeno atraso, trago o quarto capítulo =D
Boa leituraa !



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Hoje acordei no chão de novo. Tive outro pesadelo e dessa vez Thomas estava envolvido. Me lembro que nele eu estava entrando em um restaurante e na porta eu encontrei Nádia e Daniel.

— Pegue um biscoitinho da sorte. – Disse ela

Eu fiquei sem entender nada mas eu peguei.

— Agora abra. – Disse Daniel

Eu abri e li o papelzinho.

“ Você é estranha. “

Nádia começou a ter uma crise de riso. Enquanto Daniel ficava parado como uma estátua.

Um coelho branco apareceu do nada pulando. Eu o segui até que um buraco se abriu e eu me vi caindo em meio a uma escuridão. Fechei os olhos e quando eu abri novamente... EU ESTAVA NO PAÍS DAS MARAVILHAS.

— Você quer chá? – Perguntou Thomas, vestido como o coelho branco.

— S-sim. – Respondi

— Hey Mariana ! Por que você estava me seguindo? – Disse Thomas

— ...

Ele apenas me encarava de um jeito assustador.

Havia apenas nós e uma grande mesa com vários doces, tortas, chás e muitas coisas lindas e que pareciam estar deliciosas.

— Oh ! Uma torta de limão. – Falei, pegando um pedaço com a mão mesmo e comendo.

— SUA DESGRAÇADA. – Gritou Thomas

Eu continuava comendo e ignorando seus gritos.

Foi assim que eu acordei no chão ao som do despertador. Esse chão está me aguentando tanto que eu não duvido de algum dia eu acordar no teto. E olha que eu me mudei faz pouco tempo.

                                                                                  ***

— Eu vendedora de biscoitos da sorte? – Disse Nádia espantada

Estávamos nós quatro conversando esperando a aula começar, não resistir e contei a elas o sonho estranho que eu tive.

— Sim ! – Afirmei. – O mais estranho é o jeito que você ria depois de eu ter lido o bilhete. Parecia que estava dominada por forças do mal.

— Ai miga para, eu tenho medo dessas coisas. Se eu não conseguir dormir vou te ligar de madrugada. – Disse Nádia.

Comecei a rir.

— Mari se eu fosse você eu não riria. Ela já me ligou ás três horas da manhã uma vez. – Disse Débora.

— Ah mas era uma emergência ! – Disse Nádia sorrindo. – Foi no dia que o Daniel me pediu em namoro.

— Não foi nesse dia que você caiu no bueiro? – Perguntou Luana

— Hihi, foi. Nesse dia eu estava tão distraída e contente que deu nisso aí. Ai que legal né. – Disse ela fazendo todas nós morrer de rir.

— Nádia só você mesmo. – Disse Débora rindo

— O que vocês acham que esse sonho pode significar? – Perguntei

— Eu não sei Mari... – Disse Luana

— Mas por que diabos o Thomas estava no meio? – Questionou Débora

— É por quê? – Perguntou Nádia.

— Eu não sei. – Falei olhando para baixo suspirando.

Elas se olharam de olhos arregalados e com sorrisos na cara.

 – OH MY GOD. – Disse Nádia – VOCÊ GOSTA DELE?

Fiquei sem reação e sem resposta para essa pergunta.

— Gostar de quem? – Disse Samuel se metendo.

— Samuel porra. Não é assunto seu... – Disse Débora

— Ué, fiquei curioso. Andem desembuchem. – Disse ele se sentando em uma cadeira próxima.

Eu e Nádia nos olhamos como se estivéssemos nos comunicando por telepatia e deveríamos pensar em algum outro assunto.

— SAMUEL, VOCÊ GOSTA DE ALGUÉM? – Gritou Nádia desesperada por algum assunto convincente.

— DESDE QUANDO A CONVERSA PASSOU A SER SOBRE MIM? – Gritou Samuel

— DESDE QUE ESTOU PERGUNTANDO SE VOCÊ GOSTA DE ALGUÉM. ANDA, CONTA, CONTA. – Continuou Nádia

Samuel ficou vermelho e até se retirou.

Nós todas rimos.

— É um banana. – Disse Débora.

— Verdade , que banana. – Disse Nádia

— Nádia, só eu posso chamar ele de banana querida. – Disse Débora

— Por que? Ou por acaso você sente alguma coisa por ele? – Disse Nádia

— Hahahaha. – Riu Débora alto para todo mundo que estava na sala ouvir.

Luana, eu e Nádia desconfiadas trocávamos olhares.

— Até parece. – Disse Débora debochando. – Prefiro andar nua na escola do que namorar aquele mané. 

Começamos a rir.

A aula não demorou muito para começar e eu fiquei pensativa sobre aquilo...

“VOCÊ GOSTA DELE?“

Fiquei distraída á aula inteira com a minha lapiseira enquanto pensava sobre Thomas. Não fiz absolutamente mais nada.

Quando deu o intervalo eu tinha tomado uma decisão.

— Mari, nós vamos comprar salgado lá na cantina, você também vem né? – Disse Nádia

— Só vou ir no banheiro e já volto. – Menti

Elas saíram tagarelando enquanto eu esperava Thomas do lado de fora da sala. Até que ele apareceu.

— Hey! – Chamei sua atenção.

Ele parou de andar e apenas olhou sério para mim.

— Que tal nós dois pararmos de brigar e sei lá nos tornamos amigos? – Falei sorrindo

Ele não me respondeu.

— Nós vamos fazer um trabalho e tal. Só acho que não devemos ficar nessa briguinha. Vamos consertar os mal-entendidos, tudo bem?

— Olha, não pense que fazer essa droga de trabalho vai fazer eu me tornar seu amigo. Não preciso de pessoas idiotas como você para me fazer companhia. – Respondeu Thomas

Ele então me deixou para trás e voltou a andar no corredor. Não entendo o motivo. Mas aquilo me ofendeu. Eu estava com vontade de... CHORAR.

Eu fui até o banheiro e fiquei me encarando no espelho. Lágrimas começaram escorrer no meu rosto, não consegui as segurar.

— Qual é o meu problema? – Pensei enquanto me via chorar. – QUAL É MEU MALDITO PROBLEMA?

Voltei para a sala e elas haviam voltado com seus salgados.

— MARII ! – Disse Nádia a me ver.

— Por que seus olhos estão inchados? – Perguntou Luana

— Inchados? – Perguntei, tocando meu rosto.

— Você estava chorando? – Perguntou Débora

— Claro que não. – Falei me sentando. – Agora me da um pedaço do seu salgado Nádia.

— Nananinanão.  Isso é sagrado. – Disse ela

Fingi rir e estava conseguindo me distrair, mas ainda estava me sentindo incomodada depois daquilo.

                                                                                   ***

O último tempo havia por fim acabado, peguei minha mochila, me despedi delas e fui a primeira a sair.

Encontrei Rafael desesperado no corredor.

— Mariana... – Disse Rafael, seus olhos estavam arregalados, ele parecia estar assustado com algo.

— Rafael?! Qual é o problema? Por que está assim? – Perguntei para ele

— É a mãe. – Disse ele com a voz trêmula. – Ela sofreu um acidente e está no hospital.

Gelei na hora e engoli seco.

— Temos que ir agora. – Disse ele

 Eu e Rafael saímos correndo pelos corredores até sair da escola. Eu chorava durante o caminho e tentava me controlar para não assustar ele. Nós corremos até o hospital onde minha mãe havia sido internada, não era muito distante da escola.

— Tia? Tio? – Falei, quando chegamos no hospital.

Nós dois estávamos cansados e tentando recuperar o folego depois dessa corrida. Mas o pior ainda estava por vir.

— O que está havendo? Por que estão chorando? – Perguntei

Minha tia olhou para nós, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Meu tio abaixou a cabeça sem dizer nenhuma palavra.

— RESPONDAM. – Gritou Rafael descontrolado

— Ela... – Disse minha tia se esforçando para falar.

Eu tive uma sensação horrível.

— Ela faleceu...

Rafael caiu ajoelhado.

Muitas lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Eu larguei minha mochila enquanto caminhava lentamente para trás.

— Não. Não. Não. Não. – Repetia

Rafael se levantou e me abraçou enquanto eu continuava repetindo milhares de NÃO. Comecei a chorar abraçada com meu irmão sem acreditar no que estava acontecendo.

Thomas me tratou tão mal daquele jeito. Como se eu fosse lixo. Eu estava fascinada pelo seu jeito de ser... decepção.

E agora minha mãe, sem dúvidas a pessoa mais importante na minha vida. Eu a admirava, sua força, sua coragem, ela nunca desistia mesmo se precisasse recomeçar do zero. E agora ela se foi, para sempre.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por ler e nos vemos no próximo *uu*



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