Character escrita por Semideusadorock


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas, tudo bem?
Espero que sim! Fanfic 3/31 do especial de presente que está acontecendo nesse ano de janeiro de 2018.
Não tenho muito a dizer por aqui, então apenas desejo a vocês uma boa leitura!



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Bloqueio criativo. Um problema que todo artista tem pelo menos uma vez na vida, não importa se você é pintor, compositor, ou, como eu, escritora; eventualmente esse problema vai te atingir e você, assim como eu, deve procurar uma maneira de resolve-lo.

Eu surtei assim que recebi a notícia da minha agente, Annabeth Chase. A editora estava interessada em um romance colegial de minha autoria, isso simplesmente fez todo o meu interior se revirar, eu não faço o feitio romântico.

Fantasia, guerra, anjos, dragões, mortes... esse é o tipo de coisa que eu consigo deixa minha imaginação vagar, quando eu me coloco na frente de meu teclado, em meu quarto de paredes brancas completamente rabiscadas de citações, poemas, versos que eu simplesmente sou louca por eles, meus dedos simplesmente digitam, minha mente divaga sobre todos esses assuntos, falam que eu descrevo uma luta como ninguém, mas quando se trata de romance...

Bom, como eu disse, não sou do feitio romântico. Mas, lá estava eu, parada em frente ao meu notebook, olhando a tela do Word em branco, tentando pensar em qualquer ideia, qualquer coisa para que eu pudesse simplesmente dar o que meus fãs e editora queriam.

Meu celular acendeu, fazendo com que eu olhasse uma mensagem de meu irmão.

Estou na cafeteria aqui embaixo, por que não desce para distrair um pouco? Vai que sua inspiração não surge — Jason.

Suspirei, fechando os olhos e me espreguiçando, deixando-me ponderar sobre a ideia. Depois de alguns segundos me levantei da cadeira confortável, peguei meu caderno de anotações e um par de canetas, uma preta, outra vermelha, descendo até aonde ele estava.

— Maninho! — chamei, vendo-o sentado em uma mesa no canto.

— Thals, sabia que seu WI-FI pega aqui embaixo — ele comentou, me analisando.

Eu com toda a minha magreza, um e setenta de altura, cabelos negros e olhos azuis elétricos, não chamava atenção, afinal eu era nada mais nada menos do que normal.

— Poderia ter trocado de roupa, parece que tá a dois dias usando essa blusa — comentou meu estado, vendo-me sentar a sua frente.

— Poupe-me, Jay-Jay, está parecendo o pai com essas manias — revirei os olhos, abrindo o caderno e começando a rabiscar, desenhar qualquer coisa, mas não saia nada, nem nisso eu estava fluindo.

— O bloqueio criativo está foda mesmo, em? Para nem conseguir desenhar — o loiro comentou, arrumando o cabelo perfeitamente alinhado e penteado para trás — a proposito eu já pedi, um cappuccino para você, com uma torta de chocolate, é simplesmente magnifica a torta daqui.

— Nunca vim aqui — comentei, apoiando a cabeça no braço com tédio.

Foi nesse momento que eu senti meu coração parar, minha mente começou a girar em informações, mas tudo se direcionava nele. Seu cabelo negro bagunçado curto, mas ainda grande o suficiente para os dedos se enlaçarem ali, sua pele branca, traços fortes, a barba a fazer, um sorriso branco divertido, o bom-humor instaurado em todo o seu ser, aquela aura que ela não sabia como aquilo poderia ser possível, um corpo perfeito, nem magro demais, nem musculoso demais, a pitada certa para a perfeição e aqueles olhos, negros, ávidos, divertidos e únicos.

Eu sempre achei ridículo o modo como sempre os personagens parecem perfeitos, não era como se você fosse esbarrar com alguém de tamanha beleza todos os dias, principalmente o elenco inteiro completamente perfeito, a mistura ideal de cultura e beleza, mas ao olhar aquele garoto ela sabia que ele deveria ser o personagem principal de seu livro, ideias de futuros românticos surgiam em sua mente, fazendo tudo parecer mais lento do que estava.

Sua blusa branca de botões estava a manga cumprida dobrada até seu ombro, a calça jeans preta, o avental igualmente preto amarrado na cintura e ele simplesmente parecia tão simpático.

— THALIA! — Jason gritou, me fazendo dar um pulo no lugar, arregalando meus olhos azuis elétricos e fitando o meu irmão.

— Desculpa...eu...eu acho que tive uma ideia — respondi baixo, tentando voltar a raciocinar normalmente.

— Não, você tá babando no garçom, foi isso que aconteceu — rebateu, rindo da minha cara de indignada.

— Eu não estou babando em ninguém — estava sim.

Jason riu revirando os olhos e negando em reprovação.

Para complementar o moreno, que ao se aproximar eu pude ver o bordado na camisa branca, indicando que seu nome era Nico, ele sorriu colocando os dois cappuccinos e a torto alemã e a torta de chocolate pedida.

— Vão querer mais alguma coisa? — ele indagou deixando seu sotaque italiano muito evidente.

Eu senti meu corpo inteiro se arrepiar, descrente que alguém pudesse ser tão perfeito a esse ponto, o filho da puta ainda me tinha um sotaque desse.

— Eu não, Thalia? — Jason chamou minha atenção.

Neguei, engolindo em seco me sentindo uma idiota, vendo o tal Nico desejar que tivéssemos uma boa refeição e pedir licença indo atender outra mesa.

— Parece que alguém vai começar a frequentar a cafeteria — o meu irmão zoou, fazendo com que eu revirasse os olhos.

Dediquei-me a torta, mas eu fui descobrir mais tarde que meu querido irmão estava terrivelmente certo, me vi nos dias seguintes indo a cafeteria, levando alguns lápis e cadernos para desenhar, desenha-lo para ser mais especifica, com a desculpa mais esfarrapada, mentindo para mim mesma.

Ele seria meu novo personagem, precisava conhece-lo de todos os ângulos, analisa-lo e imagina-lo para uma melhor descrição, era isso que eu fazia, desenhava basicamente a tarde inteira, olhando-o ir de um lado para o outro, ora vindo tão perto para me servir mais um café que eu sentia meu estômago revirar.

E quando estava em casa, me pegava escrevendo sobre ele, deixando-me vagar por vidas que ele poderia ter, imaginando o que ele fazia quando não estava trabalhando na lanchonete, ele estudaria? Teria irmãs? Irmãos? Moraria sozinho ou com os pais? Casado? Namorado? Solteiro? Me pegava descrevendo beijos e até coisas mais quentes, que nunca me imaginei colocando em um papel, mas lá estava eu, delirando sobre um cara que eu não sabia nada.

Era mais um desses dias, quando eu estava na lanchonete desenhando, quando para minha surpresa seu sotaque arrastado surgiu muito perto do meu ouvido.

— Então eu sou o alvo de seus desenhos — ele disse perto o suficiente para eu sentir sua respiração.

Fechei o caderno e olhei para trás, ele estava abaixado, pegando algo no chão logo atrás da minha cadeira, eu estava tão concentrada em arrumar os olhos dele, que nunca conseguia deixar tão infinitos quanto pareciam ser, que não havia o notado se aproximando.

Senti minhas bochechas corarem brutalmente e eu tentei abrir a boca para falar umas três vezes antes de obter sucesso.

— Desculpa, é que eu sou escritora e você simplesmente parece ser uma ótima inspiração de personagem — observei-o se levantar.

— Um livro? Comigo nele? Isso é interessante! — ele riu, limpando a mão no avental para logo a esticar para mim — Nico Di Ângelo, seu nome é?

— Thalia Grace — sorri, apertando a mão esticada, ficando feliz por não estar trêmula.

— Poderia ler um pedaço desse seu livro? Fiquei interessado! — ele questionou e eu simplesmente não sei o que deu na minha cabeça, mas eu o vi convidando para minha casa.

E lá estava eu, digitando freneticamente, alguns vários pedaços, ainda perdida no que poderia fazer, pensando em como eu leria algo do que estava escrito ali para ele, só dessa possibilidade se passar na minha mente eu já sentia todo o meu corpo queimar de vergonha. Normalmente eu não era tímida, mas naquela situação eu tinha percebido o quão obcecada eu aparentaria ser.

A campainha tocou e eu fui abrir a porta, sorrindo para ele assim que o vi. Logo estávamos sentados em meu sofá, ele com os olhos fixos em mim, enquanto eu abria alguma parte que não parecesse um completo desastre.

— Sobre o que é o livro? — questionou, me fazendo sorrir com seu sotaque.

— É um romance, basicamente um garoto novo chegou no colégio e temos a menina, aonde a narração é dela e ela começa a observar esse novo aluno, quase compulsoriamente — inventei na hora, afinal eu não tinha um tema, apenas narrações de algumas coisas que poderiam ser um livro. — Mas ainda está muito aberto a mudanças — comentei.

— Tudo bem, pode ler? — questionou e eu assenti, suspirando.

— Me sentei no canto, pensando no que faria, deixando que meus olhos delineassem todo o ser a minha frente de maneira mais discreta possível. Eu costumava ser uma pessoa confiante, mas quando o vejo simplesmente sinto todo o meu interior se revirar e minha voz, que todos sempre chamam de bonita, se esvair.

É ridículo como ele consegue se manter assim, sem esforço, trajando apenas o uniforme escolar que em ninguém fica bem, mas nele, simplesmente parece perfeito, como se tivesse sido desenhado especialmente para complementar aquela beleza pálida. Minhas amigas me chamam de louca, obcecada talvez, e agora, percebo que talvez eu esteja, mas a imensidão negra dos seus olhos parece me fazer sentido, sentido eu estar agindo de maneira impensável, mesmo que seja um segredo, escrever nesse diário alivia um pouco esse sentimento, o sentimento de que estou enlouquecendo, conseguir colocar para fora isso, mesmo que eu nunca consiga passar o que aqueles olhos têm, o infinito, o infinito que eu adoraria conhecer.

Parei a leitura, sentindo minhas bochechas corarem. Fechei as mãos nervosas e deixei-me olha-lo.

— Nunca pensei que alguém poderia me descrever de tal maneira — ele riu tímido, também com as bochechas coradas — tem certeza que sou eu?

Ri baixo, assentindo, mesmo que quisesse negar, afinal parecia estranho.

— Uau — ele riu levando a mão ao cabelo em um ato nervoso. — Você escreve muito bem, a propósito.

— Obrigada, mas romance não é meu forte — comentei fechando o notebook e o colocando na mesa de centro — acho que por isso estou buscando inspiração para personagens na vida real, eu estou levemente surtando com o prazo e a falta de fluidez.

— Talvez você deva viver um romance para ter inspiração para escrever um — ele comentou rindo e endireitando a postura — você já até conhece o personagem principal de seu livro, talvez deva o dar uma chance.

Meus olhos se arregalaram surpresa com a frase, encarei-o naquela imensidão negra que eram seus olhos, sentindo-me ficar mais corada do que estava antes.

E foi assim que eu venci meu bloqueio criativo, me tornando a personagem da minha própria história, e você? É o personagem principal ou apenas um figurante?


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Notas finais do capítulo

- O que acharam?
??” Já leram as outras duas fanfics, até agora ambas foram ones como essa aqui?
??” Amanhã eu vejo vocês com mais uma fanfic, ou nos comentários se você for uma pessoa legal *_*
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Beijos e até!



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