Void - Segunda Temporada - Hiatus escrita por Lilindy


Capítulo 1
Capítulo 1 - Nova Vida


Notas iniciais do capítulo

Voltamos pessoas!Não demoramos tanto, não acham? rsrs. Estamos muto animadas com a nova temporada da nossa amada fic! Espero que vocês também gostem! Sem mais enrolação, desejamos uma boa leitura para todos!



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As ruas de Florença estavam calmas. E o inspetor Ricardo Pazzi tinha um novo caso para solucionar. As rugas em seu rosto revelavam os anos de experiência do homem que terminava o seu cigarro, dano uma aspirada antes de jogar o que restou no chão, amassando com a ponta do sapato. O homem, que se encontrava de frente ao pátio da grande biblioteca da cidade, pigarreia e anda em direção ao interior, mas precisamente o salão principal do local. Lá dentro acorria uma reunião.

Pelo menos cinco homens mais velhos, demonstrando serem grandes estudiosos discutiam sobre autores de livros famosos e históricos e mais algumas outras coisas que Pazzi desconhecia. Ele se senta em um dos bancos próximos ao fundo do salão, aguardando o término da reunião. Seu parceiro estava lá também e logo oferece mais um cigarro para o colega de trabalho. Pazzi nega com a cabeça.

— O que estão discutindo? Faz pelo menos uma hora que estou lá fora e nada dessa baboseira toda acabar. – O outro agente ri, logo se endireitando no banco, pretendendo responder o questionamento do amigo.

— Basicamente um tal de Fell está aqui para ocupar o cargo do seu antecessor.

— Está falando do homem relacionado ao nosso caso? O que acabou de morrer? – Ricardo pergunta evidentemente curioso.

— Sim, esse mesmo. Mas aparentemente esse cara é muito jovem para assumir o cargo na biblioteca. Conhece esses caras Pazzi, são exigentes demais. – O inspetor dá de ombros.

— Esses velhos não vivem fora dessas páginas empoeiradas, é isso o que eu acho.

Mais uma vez o parceiro de Pazzi ri, o rapaz estava ali para anotar o que era importante no depoimento do jovem que supostamente era o único parente distante do homem que foi morto e encontrado recentemente. A vítima era um estudioso e trabalhava como curador chefe da grande biblioteca de Florença, pertencente a uma das famílias mais nobres da cidade.

Na mesa, ouvindo as palavras daqueles senhores e aguardando a reunião acabar, estava Roman Warner. Os cabelos do rapaz estavam mais compridos e uma barba rala fazia-se presente em seu rosto. Warner estava vestido a caráter para a situação e esperava conseguir o cargo. Ele sabia que aquilo seria fácil, mas devido a sua idade aqueles homens velhos teriam uma certa resistência em admiti-lo como curador oficial daquele patrimônio.

Completariam dois anos no final de dezembro que Roman procurava estabelecer sua vida na Itália. Estava dando um passo de cada vez e aquele não foi o primeiro, quem sabe não fosse o segundo. Talvez o primeiro tenha sido fingir ser parente distante da família da vítima. Os seus pensamentos do jovem retornam para a mesa quando a fim da reunião é anunciado.

— Marcamos para o dia catorze deste mês, daqui a quatro dias queremos sua apresentação. – Roman encara o homem mais velho que utilizava óculos de grau e sorri fechado para o mesmo.

— Dia catorze, mal posso esperar senhores. – Ele se levanta da cadeira assim como os demais fizeram. Warner endireita seu terno, dirigindo-se para a porta da saída. Ao escutar passos vindo até sua direção, ele vira-se, encarando os dois agentes. – Em que posso ajudá-los? – As aulas de italiano agora estavam sendo muito úteis e ajudava com seu disfarce.

— Bom dia. Inspetor Pazzi e agente Diego. Estamos trabalhando no caso do seu antecessor e viemos saber o que você pode saber a respeito dessa morte tão inesperada.

— Vieram me interrogar. – Fala Roman, substituindo as palavras de Pazzi. O rosto de Warner estava inexpressivo enquanto encarava os dois. – Bom, eu não tenho algo relevante a dizer. A menos que me façam perguntas sobre livros, história, monumentos. – Diz ele, um meio sorriso presente em seus lábios. O que mais ele diria? Que era o responsável pela morte? Não, isso definitivamente não soaria bem.

— Tenho certeza que ganha de nós dois em relação a isso. – Comenta Pazzi, observando o rosto do rapaz com mais calma, aquele face não lhe parecia estranha. Pigarreando para disfarçar tal observação, ele prossegue. – Talvez ele tenha deixado um bilhete, carta, alguma pista. Estamos considerando qualquer hipótese.

— Se houver algum bilhete, carta ou algum vestígio dentro da casa, eu garanto que irei informar. – Diz Roman, percebendo os olhos curiosos do agente mais velho e experiente.

— Claro, é claro que vai. Bom, vamos indo. Manteremos contato. – Diz Pazzi, alternando o olhar entre ele e o parceiro. – Querendo ou não, você é nossa única pista.

Warner o encara e assente.

— Você não era um dos responsáveis pela investigação do caso El Monstro? – Pronuncia-se Roman. – Eu li sobre você. Não é desmotivador estar em um caso tão pequeno como este depois de ser protagonista de uma grande investigação?

Warner põe as mãos no bolso, ainda encarando o homem. Aquelas provocações de certa forma o animavam. Ele gosta de ver a insegurança do agente e fica satisfeito com o assunto atual. Ricardo Pazzi pigarreia. Diego guarda o pequeno caderno de anotações dentro de seu casaco enquanto seu parceiro ainda não respondia a pergunta.

— Se eu considerasse meu trabalho sobre esses termos, sim, eu diria que estou em um caso menor. Mas é isso que nós fazemos, solucionamos assassinatos.

Roman sorri.

— Tenho certeza que sim. Agora senhores, se me derem licença, tenho coisas a fazer. E como podem perceber, tenho um cargo para conseguir e pessoas para agradar. – Diz ele, sorrindo mais uma vez.

— Claro, claro que sim. – Pazzi e Diego se afastam. – Tenha um bom dia, senhor Fell.

Roman se retira e momentos depois, Pazzi se põe a andar. Diego tenta acompanhar o ritmo acelerado dos passos de seu parceiro.

— Sujeito incomum, não achou?

— Já vi aquele rosto em algum lugar, tenho quase certeza.

— Muitas pessoas se parecem com outras, inspetor. – Comenta o agente.

— Não, não. Eu o conheço e ainda me lembrarei de onde.

                                              ***

Roman caminhava na direção da casa do antigo proprietário, que, aliás, tinha um bom gosto, no melhor estilo vitoriano. O rapaz não teve muito trabalho para se estabelecer no país. E apesar da existência daquela investigação, ele não se preocupava, daria um jeito.

Finalmente Warner chega á residência. O rapaz tira o terno e o deposita sobre a parte de cima da cadeira. O jovem se senta á mesa e encara os papéis e desenhos distribuídos ali. Aquilo era algo que ele realmente amava fazer. No entanto, ultimamente aqueles desenhos lhe traziam nostalgia. Por quê? Por que presente naqueles desenhos estava o rosto de Zoey Starling. Roman tinha perdido as contas de quantos desenhos daquele rosto ele tinha feito. Aquela face lhe trazia um sentimento de saudade. O rapaz estava agora vivendo em uma cidade bela, em uma casa maravilhosa que ele tinha certeza que ela adoraria e ao vê-la daria aquele sorriso preferido dele. Mas o que ele fez, precisava ser feito. Roman só esperava que ela estivesse cumprindo a promessa de viver intensamente. Uma promessa feita quase dois anos atrás.

                                                ***

                                                                                Nova York, 2018.

 

Zoey arrumava a franja que tinha adotado em seu novo corte de cabelo, olhando para o retrovisor de seu carro. Ela tinha parado o veículo de frente para a lanchonete que fazia seu café preferido. A jovem sai do carro, as chaves do mesmo em sua mão, e entra no local. Starling logo ver sua amiga Spencer enquanto a mesma servia dois rapazes no balcão. A loira dá um aceno após notar a presença de Zoey e sai de trás da bancada em seguida.

— Olha só para você. – Spencer sorri ao ver Zoey bem vestida. A mesma vestia um blazer branco, uma blusa preta juntamente com uma saia de cintura alta da mesma cor. – Animada para o primeiro dia?

— Sim. E Spencer, você não pode ficar fora da bancada. – Diz Zoey, sorrindo para ela, sentando-se em uma mesa logo depois. – Só vou querer o mesmo café de sempre.

— Zoey, são seis e meia da manhã, você não vai chegar atrasada. – Spencer se senta de frente para a garota, piscando o olho direito para a mesma depois. – E eu não vou ser demitida. Mas caso isso aconteça, lembre-se que eu tenho outro emprego.

— Mesmo assim Spencer. Sua filha precisa que a mãe tenha os dois empregos. – Relembra Starling. A jovem sempre seria grata por ter ficado mais próxima da garota do bar. 

O período que tinha se passado foi promissor no FBI. Nos dias de folga, Zoey dava uma de tia e cuidava da filha de sua amiga, que era mãe solteira. Não que isso incomodasse Zoey, ela amava a garota que possuía apenas seis anos de idade.

— Eu não vou perder o emprego, fica relaxada. – Spencer vira um pouco seu corpo para trás, olhando para o balcão. – UM CAFÉ EXPRESSO PARA A GAROTA DO FBI AQUI! – Seu grito faz Zoey ficar um pouco vermelha de vergonha.

— Sabe que eu odeio quando você faz isso.

A loira sorri.

— Sabe que odeio um monte de coisas suas, mas relevo. Relevo quando você fala o tempo todo sobre o casamento da sua amiga Allison e relevo quando você rejeita vários encontros que eu prontamente consigo para você.

— Em minha defesa é a Allison que está me fazendo ir e vim de Nova York para Beacon Hills em alguns finais de semana. E eu já te disse que eu não preciso de encontros.

— Ah claro, por que seu namorado imaginário ainda está na cidade.

 Ao ouvir aquilo Zoey suspira, levando seu olhar para as mãos. Seu namorado. Ele não tinha sido nem um pouco imaginário. As lembranças ainda vinham em sua mente, assim como o imenso espaço vazio que estava junto à saudade. Procurando esquecer aquilo, a jovem volta a encarar a amiga. Ela e seu ex não eram algo que daria certo. Por isso, as lembranças e a saudade tinham que ser “arquivadas”.

— Primeiro, ele não é imaginário Spencer, você sabe disso. Segundo, eu não tenho tempo para encontros e relacionamentos. Terceiro, é meu primeiro dia como analista de perfis e como uma das professoras da academia.

— Ou seja, você não tem tempo para diversão!

— Eu me divirto e você sabe disso. – Defende-se ela, apoiando o rosto sobre a palma de uma das mãos.

— Sei, com o Theo, o gostosão que você rejeitou e com a Malia, que fisgou o cara e agora está trinta por cento menos chata. – Fala Spencer, fazendo Zoey ri um pouco. – Grande diversão, segurar vela.

— Eu estou bem, nunca estive melhor. Tenho minha carreira, minha família, amigos e agora um novo começo. Pode me desejar um bom dia pelo menos? – Starling faz uma carinha de pidona, vendo seu café chegar logo depois.

— Ok, ok. Tudo bem. – A loira se levanta. – Você vai ter não só um belo dia, como também um ano incrível! – Spencer sorri para ela e a agente faz o mesmo, o café agora em sua mão.

— Essa é a Spencer otimista que eu conheço. – Zoey se levanta. – Bom trabalho. – Fala ela, dirigindo-se para fora da lanchonete.

A garota entra em seu carro e segue rumo ao departamento do FBI.

                                         ***

Assim que chega ao local, a agente é cumprimentada por todos. Zoey não era mais a novata desajeitada que vinha de fora da cidade. Agora ela era um deles. Era respeitada e competente. Fora isso, a jovem tinha ganhado uma sala maior, sem poeira e nem cheiro estranho.

Starling entra na sala nova e para de frente para a mesma, sorrindo abertamente enquanto observava o local. Em seguida, ela coloca sua pasta sobre a mesa, colocando suas mãos sobre a cintura depois, seu olhar ainda sobre a pasta. A agente leva um pequeno susto quando escuta algumas batidas na porta. A mesma se abre em seguida e ao olhar para trás, Zoey se depara com seu melhor amigo, Theo Raeken. O rapaz abre um sorriso ao ver a nova sala da amiga, assoviando para demonstrar que estava impressionado com o local.

— Nervosa? – Pergunta ele, agora olhando para Starling. – Você tem aula daqui a vinte minutos. – Diz Raeken, cruzando os braços sobre o peito em seguida. Theo tinha seus cabelos um pouco maiores agora. O rapaz coloca alguns fios para trás com a mão enquanto esperava a resposta dela.

— Um pouco. Mas acho que consigo.

O agente entra de vez na sala, se aproximando de Zoey.

— Claro que você consegue, deu duro para conseguir o cargo. Você sabe disso, eu sei disso, a Malia também sabe disso e o Jack também. – Ela assente.

— E enquanto a você? Liam pergunta de você. Pergunta sobre videogames, essas coisas. Sabe como é.

— Eu só posso fazer isso quando ele vier para Nova York. E quando você pergunta sobre mim, você quer saber sobre...

— Sobre você e a Malia. – Theo acaba sorrindo e Zoey faz o mesmo. Raeken pigarreia antes de falar.

— Estamos bem. – Starling estreita os olhos, como quisesse indicar que queria saber mais. – Ok, ok. Talvez hoje eu conheça os pais dela. E confesso que isso me deixa apavorado.

Zoey dá uma leve risada.

— Você é Theo Raeken, vão adorar você. Não tem com o que se preocupar, sabe disso.

Ele cruza os braços mais uma vez.

— Isso só me deixou mais nervoso, Starling. – Confessa Theo fazendo Zoey ri mais uma vez.

— Eles vão te adorar, Theo. É sério. – Diz ela, tentando passar confiança para o amigo. Zoey vira-se na direção de sua mesa para por algumas coisas nas gavetas.

— Bom... – Raeken novamente pigarreia, mudando de assunto em seguida. – Sua turma será tranquila. É uma turma madura, mas fazem muitas perguntas. E não se esqueça de passar na sala do Craford,embora eu ache que ele esteja em reunião.

Starling  vira-se para encarar o rapaz.

— Reunião? Mal começamos o dia. – Argumenta ela, estranhando a declaração do agente.

— Parece que uma de nossas superiores chegou aqui no departamento hoje cedo. Acho que é importante.

— Bom, contando que não sobre para nós, o que uma reunião pode trazer de ruim? – Ela dá de ombros, esperando que o dia continuasse seguindo bem. Afinal, Zoey estava animada com a ideia de ensinar o que sabia para outros agentes.

                                               ***

Sentada de pernas cruzadas e com um cinismo no rosto, Irene Kennedy encarava Jack Craford, o mesmo parecia não querer prolongar aquele assunto.

— Eu não vejo motivos plausíveis para suas ideias. Já temos problemas demais com a Eichen House e sinceramente senhora, não sabemos onde Roman Warner se encontra.

Irene suspira e abre alguns de seus relatórios que estavam sobre a mesa.  

— Perfil psicótico, inativo por quase dois anos. E pelo que sei, ele ainda está na lista dos dez mais procurados do FBI. Vocês não querem fazer nada  á respeito, por tanto eu resolvo tomar medidas sobre tal coisa e estou aqui apresentando certas soluções.

— Certas soluções? Com todo o respeito, mas fazer Roman Warner cooperar e agir como um dos nossos agentes é uma loucura sem tamanho. – Confessa Craford.

— Ele não seria um de nós, seria uma marionete, um recurso. Ele possui um perfil excelente para desempenhar tarefas insanas que ninguém quer fazer, seria simples e prático. – Argumenta Irene.

— Ele não vai aceitar e para início de conversa, Warner não vai permitir ser manipulado e com certeza não vai trabalhar com o FBI!

— Isso é o que você diz. Mas tenho que dizer que ele já colaborou conosco certa vez.

Craford ri sem humor.

— Tenho que lembrá-la que isso foi um desastre. O que era para ser algo sigiloso se tornou um caos. A Eichen, a governadora, a mídia, tudo explodiu de uma só vez e a senhora ainda vem aqui tentar me convencer de que essa é uma boa ideia? Uma nova solução? Quer que eu diga ao meu pessoal que não somos suficientes? É isso senhora Kennedy? Além do mais, ele não foi localizado.

Irene sorri, mantendo sua postura firme.

— Ele não foi localizado ainda Craford. Com o preço certo, daremos um jeito nisso tudo. E tenho que lembrar a você que eu decido o que é bom ou ruim para esse departamento e para seus agentes.  – Ela aponta para um nome em particular presente em seu relatório. – Pelo que me consta, Zoey Starling conseguiu falar com ele.

— Isso é passado. Pare de tentar fazer isso ser conivente Kennedy. E eu não preciso que fique me relembrando sobre o fato de que você é minha superior.

Irene pega sua maleta e se levanta da cadeira após a fala de Jack.

— Que bom, assim poupa a minha voz. Essa conversa não acabou Jack. Não precisa se levantar, eu mesma me dirijo até a porta. – Lançando um sorriso discreto e fechado, a mulher negra anda até a porta, a abrindo.

O som dos saltos altos que batiam contra o chão ecoava no corredor enquanto a mulher caminhava. Kennedy avista Zoey após um tempo caminhando. A garota se dirigia até a sala do chefe após ser informada de que a reunião tinha acabado.

— Agente Zoey Starling. – Irene abre um simples sorriso enquanto observava a garota.

— Sim, sou eu mesma. – Starling fala, vendo o olhar estranhamente animado da mulher.

— Irene Kennedy, prazer. – Ela estende a mão, esperando o cumprimento da garota, que assim o faz. – Vim de Washington. Devo dizer que seu nome é famoso assim como seu rosto. – Diz a mais velha, apontando para a face da jovem. – É mais conhecido pelo caso do suposto imitador de Warner, se estou certa.

Zoey suspira ao ouvir tudo aquilo.

— Sim, de fato. Não sei se ser lembrada por isso é algo bom ou ruim.

Kennedy sorri.

— Que tal ambos? – Ela olha para o relógio em seu pulso. – Bem, estou atrasada para minha próxima reunião, mas foi ótimo  conhecer você.

— Igualmente. – Zoey se limita a apenas dizer aquilo. A expressão presente no rosto de Irene fez a garota descartar qualquer possibilidade  de confiança e autenticidade. Starling observa Kennedy ir embora.

— É tem uma grande autoridade sobre os departamentos do FBI, não fique tão assustada. Você deveria está acostumada. Pode não parecer, mas as pessoas lembram-se do caso que envolveu o Warner. – Pronuncia-se Malia se fazendo presente ali, ela segurava algumas papeladas em um dos braços.

— Não deveria ser um caso um tanto esquecido? – Pergunta Zoey, pondo seu cabelo atrás da orelha.

— Deveria, mas ela gosta de puxar más lembranças, Starling. – Malia dá de ombros e em seguida entrega uma folha de papel para a colega de trabalho. – Não se esqueça de preencher assim que acabar o expediente. –A garota assente, pegando o papel e se dirigindo para a sala do chefe após Malia se afastar.

Por que todos a faziam lembrar-se de Roman? Aquele deveria ser um novo ano, um novo começo. No entanto, o passado insistia em voltar.

                                                                                          

                                                                                              Florença

Ricardo Pazzi tinha passado o dia com o rosto do jovem em sua mente. Ele o conhecia, tinha total certeza disso. O homem agora estava sentado de frente para seu computador, fumando. O vício o acalmava um pouco.

— Não se esqueça dos ingressos para a ópera, querido. – Fala sua esposa que tomava vinho enquanto assistia televisão. – O inspetor dá mais uma tragada.

— Não vou esquecer, vou tentar comprar por aqui. – Diz ele em resposta. No entanto, a pesquisa do homem foi algo bem diferente a ópera. Ricardo estava no site do FBI, navegando no mesmo após fazer seu login.

Um pouco que instintivamente, Pazzi abre a aba contendo a lista dos dez mais procurados do FBI. E lá estava ele, o rosto do jovem Fell se encontrava ali entre as fotos. Na verdade, era ele, Roman Warner. Ricardo clica na foto do jovem que parecia um pouco mais pálido e possuía cabelos curtos. Seu rosto estava limpo, sem barba.

— Achei você.

Pazzi leva os olhos para o texto abaixo. Aquilo com certeza chamava atenção. A recompensa. A quantia era bem significativa. O pensamento de que poderia voltar à mídia e ganhar destaque outra vez vem á sua mente. Afinal, ele merecia. Esteve á frente de tantos casos, tantas notícias de primeira página nos jornais de Florença. Se levasse Roman de volta ao seu lugar, isso tudo voltaria. Pazzi até poderia ter um destaque internacional. Com tudo isso rodando sua mente, o homem pega uma caneta mais próxima e anota o número de contato. Ele precisava fazer aquilo e quanto antes melhor.

                                                                                           

                                                                                            Nova York

 

Era o fim do dia. O relógio marcava sete horas da noite quando Zoey sai de seu trabalho e vai buscar Anna para passar a noite com ela. Starling não se importava de fica com a filha de sua amiga. Havia surgido uma emergência e Spencer teria que ficar um pouco mais tarde no bar.

— Mamãe disse que a senhora já fez isso antes. – Diz Anna enquanto desenhava com seu giz de cera na mesa da casa da agente. Zoey preparava um jantar rápido para as duas.

— Isso o quê, querida? – Starling vira-se para a menina e deposita o prato com sanduíche sobre a mesa. – Vem, tem que guardar o material de desenho e lavar as mãos para comer.

Anna faz o que Zoey pede e assim volta para onde estava antes.

— Cuidar de criança. – Responde a menina que leva o pão com queijo e presunto á boca.

— Eu cuidei do meu irmão Liam, mas isso já faz um tempinho. – Diz a garota, sorrindo para a menina ao entregar um copo de leite para ela.

Anna pega o copo e Starling passa a observar os desenhos feitos pela menina, pegando um depois e o encarando por um instante.

— Tia Zoey, você gosta de desenhos? – Questiona a garotinha loira, tomando o líquido branco depois.

Starling lembra-se de um desenho em especial após a pergunta da pequena, seus olhos até ficam marejados por um tempo.

— Eu amo desenhos, Anna. – Zoey toca o rostinho da criança por alguns momentos.

Ela se afasta e dá mais uma olhada em Anna antes de subir para seu quarto. Aquele dia a tinha deixado nostálgica e algumas feridas haviam sido abertas. Em um ato um tanto impensado, Starling abre a gaveta onde guardava o desenho. A garota põe uma mão sobre a testa, os olhos marejados novamente. Ela pisca seus olhos algumas vezes até as lágrimas deslizarem por seu rosto. Em um gesto rápido, Zoey fecha a gaveta, pensando se algum dia teria coragem de jogar o desenho fora ou de o rasgar.

Starling sabia que mentia para si mesma, ela não o tinha esquecido e de alguma forma, sabia que ele também não.

                                                     ***

Irene Kennedy estava em sua sala quando um dos seus assistentes entra logo após bater na porta.

— Senhora? – Ela levanta o rosto dando-lhe atenção.

— Sim? O que houve de tão importante para você me interromper?

— Bom, recebemos notícias de que talvez saibam a localização de Roman Warner.


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Notas finais do capítulo

Já sabem, qualquer erro ortográfico ou algo semelhante podem nos informar. Até a próxima! Bjus, Lili ♥



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