We can learn to love again escrita por


Capítulo 1
Capítulo 1 - We can learn to love again.


Notas iniciais do capítulo

e ai como foram as festas de vocês? FELIZ 2018 GENTE!!!

Ano novo e quase tudo novo, pois cá estou eu postando oneshot de data comemorativa, atrasada! Acho que algumas coisas nunca mudam né? E como nem na virada de ano a gente deixa de pensar em Blindspot, a ideia surgiu de algumas músicas românticas + o desejo (e teoria) de que Kurt na verdade não é culpado, pelo menos não totalmente, pela morte da Avery + meu amor pelo Roman e vontade de ver o amor que ele sente pela irmã sendo explorado.


Enfim, boa leitura, comentem, me digam o que acharam! ❤




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751202/chapter/1

Estávamos acampando. Havíamos casado há cerca de 3 meses quando resolvemos viajar em um final de semana. Foi repentino, decidimos na tarde de uma sexta-feira e à noite já estávamos na estrada. O clima estava agradável então não levamos muita coisa. Porém o clima nas montanhas mudou de repente e lógico que nos pegou desprevenidos. Lembro que nossos queixos batiam de frio e só conseguíamos rir e tremer. Mas estávamos tão felizes, nos sentíamos tão completos apenas por estarmos juntos que nem isso nos fez desistir da nossa aventura. Em nosso não muito confortável saco de dormir, tivemos uma noite maravilhosa enquanto o vento frio sibilava lá fora.

De repente um vento branco varre a cena e em um piscar de olhos estou em um lugar escuro. Não consigo ver nada. E então ouço um grito alto. Me viro olhando ao redor procurando a fonte do som mas não vejo nada. Poucos momentos depois, outro grito. O segundo soa mais dilacerante, como se algo houvesse sido tirado da pessoa e ela nada pôde fazer. Em seguida, um terceiro grito toma meus ouvidos, ensurdecedor. E então eu reconheço a fonte do terceiro grito. Sou eu. Ao longe, consigo ver a figura de um homem de joelhos. Kurt. O mesmo grito retorna aos meus ouvidos e então eu me encolho me abraçando na tentativa de aplacar o frio que toma conta de mim.

Acordo num sobressalto deixando os gritos para trás.

Outro sonho.

Ultimamente eles têm sido frequentes, atacando com força onde mais dói: nas lembranças e no sofrimento.

Saio da cama trôpega de sono e ainda sob efeito da bebida. 20:15. Nunca fui de beber, mas ultimamente, é a única coisa que consegue me aquecer em meio ao frio que me faz tremer internamente desde que a verdade sobre Berlim havia caído sobre mim.

No criado mudo ao lado da cama, descansa o porta retrato que continha a foto da nossa aventura nas montanhas. Estávamos abraçados, Kurt me envolvia em seus braços e em seu amor. Olho para a foto por alguns instantes, vendo aquele momento onde nossos corações não estavam partidos e o tempo estava congelado para sempre, e desejo que tudo voltasse àquele momento, sem toda a bomba que havia caído sobre mim na última semana.

Meu estômago clamando por algo sólido protesta justamente quando estou a caminho da cozinha, fazendo um envelope no chão quase passar despercebido. Sem remetente, apenas escrito “Happy New Year” em uma caligrafia que eu reconheceria em qualquer lugar.

Abro o envelope temendo seu conteúdo, já que o último havia sido o início de toda essa situação. Dentro há uma passagem de avião em meu nome. Colorado. 31/12/2017. 21h. No verso da folha que trazia as informações sobre a passagem, havia um pequeno post-it amarelo: “Não foi culpa dele.”

Sento no chão temendo que ele desabe novamente sob os meus pés eu caia. Fecho os olhos deixando as lágrimas que já haviam se formado em meus olhos rolarem pelo meu rosto, e eu choro por alguns momentos. 2, 5 ou 10 minutos, não sei dizer ao certo. Não foi culpa dele. Meu mundo havia desmoronado também por 4 palavras há algumas semanas atrás, a voz de Kurt dizendo “Eu matei sua filha” ainda ecoava em minha cabeça e em meus sonhos, e agora meu mundo parecia ter esperança também por 4 palavras. Meus dedos se fecham em torno do envelope e das passagens e meu coração bate mais forte apenas pela possibilidade de haver esperança para nós.

“Não foi culpa dele.”

Meu celular toca tirando-me do turbilhão que estava a minha mente.

— Você vai se atrasar para o check-in. — a voz de Roman soa do outro lado da linha.

— O que você pretende jogando com nossas vidas desse jeito? — pergunto em um desabafo.

— Vocês vão entender logo. — responde ele. — Mas no momento eu estou tentando consertar o que eu indiretamente estraguei.

— O que-- — começo a falar mas ele logo me interrompe.

— Foi um acidente. — ele diz um pouco mais baixo, deixando de lado brevemente a máscara dura que usava. — Uma fatalidade.

— O que você quer dizer? — questiono desesperadamente querendo respostas.

— Vá encontrá-lo.

— Por que você está fazendo isso?

— Porque você ainda é minha irmã. — responde ele deixando a linha muda por alguns segundos como se lutasse com os sentimentos dentro de si. — E porque se você continuar bebendo desse jeito você vai entrar em coma alcoólico e ainda temos um trabalho a fazer com as tatuagens.

Olho para a garrafa de uísque praticamente vazia em cima da mesinha de centro. A segunda que havia sido aberta hoje. Sorrio, fazendo cair algumas lágrimas pelo jeito torto que ele talvez sem se dar conta, expressava seu amor por mim, ainda que ele negasse a todo custo, caso qualquer um insinuasse tal coisa.

— Feliz ano novo, Roman.

— Feliz ano novo, Jane.

E então a linha fica muda e eu sou deixada com meus pensamentos e meu coração batendo forte carregando dentro de si esperança e amor.

 

* * * *

23:47h

 — Jane, o que está fazendo aqui? — murmura Kurt saindo do prédio e fechando a porta atrás de si.

— Eu preciso de um motivo. — digo sem me preocupar com as lágrimas que começaram a escorrer assim que eu havia visto ele. — Nós só precisamos de um motivo para seguir em frente.

— Jane, eu...

— Nós podemos aprender a seguir novamente, a amar novamente porque... — minha voz vacila enquanto eu limpo algumas lágrimas. — Não foi sua culpa, Kurt.

— O que? — murmura ele sem entender, suas sobrancelhas se unindo em confusão. Ergo o envelope mostrando a frente, a caligrafia conhecida de Roman. — Roman.

Kurt engole em seco e consigo ver algumas lágrimas no canto de seus olhos. Dou alguns passos me aproximando dele o que só faz as lágrimas aumentarem.

— Ainda há chances, não só por causa disso, mas porque... — digo abaixando o envelope que segurava. — Eu ainda te amo, Kurt, e se você ainda me amar, nós podemos encontrar um caminho, juntos...

— Eu sempre vou te amar, Jane. — Kurt me interrompe, e ao dizer isso ele fecha a distância entre nós e me toma nos braços, me abraçando forte contra seu corpo. Eu retribuo o abraço, molhando sua camisa com minhas lágrimas que agora haviam sido substituídas por felicidade e esperança.

Como em um gesto impensado e impulsivo, nossas mãos se entrelaçam e Kurt as levanta, deixando um beijo terno no dorso da minha mão. Levanto a cabeça para olhar para ele e em seus olhos eu vejo a mesma certeza que havia nos meus: nós poderíamos encontrar um caminho para nós dois de novo mesmo depois de tudo o que havia acontecido.

De repente, os fogos de Ano Novo explodem no céu acima de nós, anunciando a chegada do novo ano, e sussurramos um ao outro “Feliz ano novo”, assistindo os fogos iluminarem a cidade em sintonia com nossos corações, que agora se iluminavam pela esperança e possibilidade de baterem juntos novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e enviem a sugestão para Martin Gero para que ele possa reduzir o sofrimento para Jeller, brincadeira hahahah

Comentem, me digam o que acharam, é legal saber e importante/motivador também. ❥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "We can learn to love again" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.