Ranpo era semelhante à Dazai de muitas coisas, mais até do que ele admitia. Todavia, não compartilhavam a estupidez. Para alívio de Edogawa.

Nakahara Chuuya era completamente o oposto do que Dazai dissera sobre ele. Apesar de Ranpo já esperar que o antigo mafioso omitisse ou alterasse alguns detalhes.

Chuuya não era infantil, muito menos perdia a paciência tão fácil quanto lhe foi dito. Possuía bons modos e vasto vocabulário, assim como também sabia ser esperto - dado ao seus longos anos na Máfia do Porto. E Ranpo precisava pontuá-lo pelas vestimentas, eram de verdadeiro bom gosto. Ainda mais o chapéu.

Ou Dazai não sabia lidar com sentimentos - fosse ódio ou amor -, ou talvez era cego. Ranpo não via outras opções para tamanha desavença entre os dois quando conhecera, de fato, Nakahara Chuuya. Ou, quem sabe, Chuuya apenas detestasse Dazai por ele ser, bem, ele mesmo.

Poderia ser artimanha, Ranpo pensou. Porém, em segundos de conversa, deixaram claro que sabiam quem o outro era e suas intenções. Edogawa era esperto o suficiente para saber a verdade, e não havia truque.

Entretanto, Dazai esteve certo de uma coisa: Nakahara se embebedava rápido demais.

Ranpo não o viu beber sequer duas taças na metade e seu rosto já aderira uma coloração rosada. Mas não chegava à se tornar inconveniente, ainda falava e agia com lucidez.

Talvez, o vinho fosse forte demais. Afinal, ele próprio estava sentindo o sintomas da embriaguez.

De caso contrário, não haveria motivo para decidir acompanhar Chuuya até sua casa. Ranpo não costumava dar atenção para pessoas que conhecia no bar.

Claro, Nakahara não era um qualquer, era executivo da Máfia do Porto, de certa forma, eram rivais, inimigos. Ranpo jamais seria tão prestativo para alguém com ele. Jamais se ofereceria para ajudá-lo a relaxar, ou se prontificaria em aquecer o corpo dele e ter o seu calor cessado por Chuuya.

Mas aquela era uma noite fria, Ranpo estava bêbado, longe do seu apartamento, e ele não era parvo como Dazai. Chuuuya possuía uma cama suficientemente espaçosa para ambos, portanto, ele aproveitaria o generoso convite.