Atsushi esperava alguém assustador quando conheceu Nakahara Chuuya. Não que Chuuya não fosse, mas levando em conta as pessoas da Máfia do Porto que Atsushi havia conhecido, ele esperava algo pior. Higuchi atirou incessantemente em sua direção; Akutagawa arrancou sua perna, o sequestrou e quase lhe matou diversas vezes; o chefe da máfia, Mori Ougai, que apesar de ajudá-lo só fez tudo por benefício próprio, e enganou Atsuhi direitinho fingindo-se de bom médico; e Ozaki Kouyou, que planejava fazer sushi dele com a mais impecável elegância por Kyouka.

Ao saber que Dazai lhe apresentaria Nakahara, ele não pode fazer nada a não ser temer pela sua vida, e a expectativa não fez jus à realidade.

Primeiramente, Nakahara era cortês. Apesar de ter direcionado 10 palavrões e xingamentos para Dazai em 3 minutos de conversa, para Atsushi, ele sorriu quando o avaliou, e se apresentou devidamente.

“Até que é um bom garoto. Não esperava muito depois do que ele fez com o pobre Akutagawa.” Nakajima não sabia o que Dazai havia feito com Akutagawa - nem esperava algo digno de uma medalha de bons cuidados do jardim de infância -, porém, se focou no elogio. Afinal, era vindo do antigo parceiro de Dazai, melhor lutador da Máfia do Porto, de Chuuya. Ele se sentia, no mínimo, honrado.

Falando em suas habilidades de combate, Chuuya estava além de qualquer elogio. Era como se os inimigos não fossem nada mais que pedras menores que sua mão e ele as jogava no lago sem o menos esforço, vendo-as afundar.

Não precisou reunir a coragem que não tinha para pedir que Chuuya o treinasse. O mafioso ofereceu algumas aulas para Atsushi, nos seus dias de folga, pois nenhum desejava que Akutagawa acabasse interrompendo-os.

Ele sabia mais de uma luta de defesa, Atsushi notou. Alguns movimentos eram similares aos que Kunikida e Fukuzawa usavam, outros Atsushi vira na televisão, em programas de profissionais.

Porém, a maior certeza que Atsushi tinha era que ele era belo. Chuuya possuía uma beleza descomunal. O conjunto dos olhos azuis com o cabelo laranja vibrante era contrastante e lindo. O porte atlético não era desigual a proporção do seu corpo - para não dizer altura, porque Chuuya definitivamente se ofenderia. Para Atsushi, ninguém além de Chuuya vestiria tão bem aquele tipo de roupa, o que deixavam mais uma marca da sua pessoa.

Chuuya era definitivamente único, incomparável, uma pessoa admirável. Tanto que, até mesmo o fato de ser da Máfia do Porto, não incomodava tanto Atsushi.

Sendo honesto como era, admitia que pessoalmente gostava mais de Chuuya do que Dazai. Constantemente estava defendendo-o do próprio Dazai, aliás.

Talvez ele estivesse sendo manipulado, a gentileza fosse uma fachada, a qual Atsushi estava caindo direitinho, ou fosse apenas admiração. Ele não sabia, mas gostava do Chuuya que conhecia, mais até do que ele jamais admitira, e se fosse mesmo uma artimanha, não se importaria de cair nela propositalmente.