Like a Vampire 2: Bloody Marriage escrita por NicNight


Capítulo 8
Capítulo 8- Rosas para presente


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo destruidor chegando para a alegria de vocês, meu povo e minha pova (nem um pouco metida, né nom)
Eu queria pedir muitas desculpas se os capítulos chegarem tarde, pois entrei em época de provas(amanhã mesmo tenho uma de português), mas relaxem porque eu juro juro que atualizo o máximo que eu puder.
PS: Um feliz dia da mulher atrasado pra todas as leitoras aí ❤❤ Nosso dia de finalmente poder ter voz chegou e nada melhor que LAV pra comemorar esse dia das duas famílias principais, né?
(UAU, eu tô bem metida mesmo hoje né?)
Espero que gostem da leitura ❤



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Narração Daayene
QuandoQuando acordei, senti meu coração disparado quando mais uma gota de suor se esparramava pela minha testa, porém dessa vez também escorriam algumas lágrimas pelo meu rosto.
Sentei na cama de casal, colocando a mão no peito numa tentativa falha de me acalmar. Nesse momento agradeci aos céus que Lua não estava no quarto.
—Ok, ok, respira.- Sussurrei pra mim mesma, puxando levemente meus próprios cabelos- Tá tudo bem. Só mais um pesadelo, nada demais.
Assim que meu coração se acalmou mais, me direcionei até o banheiro e me olhei rapidamente no espelho: Meus cabelos castanhos claros estavam bagunçados, e meus olhos da mesma cor estavam destacados por pequenas olheiras.
Me arrependi amargamente de não andar com escovas de cabelo e maquiagem na bolsa. Malditos Mukami!
Não querendo pensar muito sobre meu rosto, rapidamente troquei meus “novos pijamas” pela mesma roupa rosa que eu estava usando ontem. Claro, os garotos deram “coisas básicas” pra todas nós, incluindo novas roupas. Mas eu ainda não confiava neles o suficiente pra usar mais do que o pijama que eles me deram.
Suspirando em pura derrota ao ver que meu rosto continuava horrível, desci as escadas que nos levavam até o primeiro andar. Eram apenas primeiros dias nossos naquela casa, mas eu já me sentia mais íntima do que tudo.
Quando olhei pra esquerda, vi que algumas Irmãs Herbert e duas irmãs estavam na sala, sentadas em cima do sofá e conversando.
—Bom dia meninas!- Eu dei um gritinho, o mais animadamente que eu pudesse. Minhas respostas variaram de um “Bom dia” animado vindo de Lua e Sarah, um cumprimento baixo vindo de Nikki, Sofie e Anna e alguma reclamação sobre a hora que eu havia acordado vindo de Brunna.
Não demorei pra me juntar a elas, me jogando entre minhas duas irmãs ali presentes.
—Enfim, como eu ia dizendo...- Sofie continuou, hesitantemente- Quando eu machucava meu pescoço assim, eu costumava passar algum tipo de pomada e cobrir com curativo.
—Espera aí, o que aconteceu?- Eu perguntei, gesticulando dramaticamente- Eu preciso que vocês me situem pra eu entrar na conversa!
—Brunna machucou o pescoço- Nikki suspirou, porém seu olhar era de dó, preocupação é empatia- Se eu fosse você, seguiria nossos conselhos. Vivemos machucando o pescoço.
—C-como você machucou o pescoço, B-brunna?- Anna perguntou bem baixo, com a voz fraca- Oh, perdão! Eu falei alto demais!
—Você falou num tom normal, Anna, não se preocupe- Brunna sorriu delicadamente, logo depois colocando sua mão em seu pescoço- Caí da escada ontem de noite quando fui beber água. E como vocês conseguiram machucar os pescoços tantas vezes?
As Herbert pareciam chocadas com a pergunta, e se entreolharam antes de Lua responder:
— A primeira vez que eu machuquei meu pescoço foi quando eu caí no jardim. Bem doloroso.
—Um dia eu caí no jardim também, mas eu machuquei meu rosto.- Sarah deu uma risadinha bem delicada, o que me deixou confusa- Pelo menos meu irmão apareceu bem na hora.
—A primeira vez que nós duas machucamos o pescoço dela foi praticamente na mesma noite- Sofie respondeu, apontando pra si mesma e pra Nikki- Mas a minha foi na sala de economia doméstica da escola. A Victoria acabou vendo e foi contar pra Nikki, que machucou o pescoço na cama onde ela dormia.
Uau, elas se machucavam bastantes.
Brunna mexeu desconfortavelmente no lábio inferior, e então eu percebi que ele estava cortado. Provavelmente mais um feito de seu tombo na noite anterior.
—Por falar na Victoria, onde estão ela, Marie e Priya?-Eu perguntei, recebendo um olhar julgador de Brunna- Não me diga que elas estão na faculdade! É sábado!
—Elas disseram que tinha sábado letivo ou algo assim- Brunna grunhiu, jogando sua cabeça pra cima- Ah, só de imaginar que ano que vem sou eu indo pra esses sábados letivos.
—O que vocês estão fazendo aí, sentadas e reclamando?- Ruki apareceu, com uma panela na mão e o olhar reprovador- Por que não vêm ajudar na cozinha, já que estão sem fazer nada.
—Sinto muito, Ruki- Sofie se levantou, o olhar brilhando- Estávamos só falando sobre o pescoço machucado de Brunna.
O olhar de Ruki ficou mais rígido de repente, quando ele respondeu friamente:
—Não me importo. Venham logo, vocês todas.
E nós os seguimos até a cozinha, mas eu consegui ouvir Sarah e Lua conversando atrás de mim.
—Ele parece o Reijii- Lua comentou, sussurrando pra sua irmã mais velha de forma chocada.
—Podem se dividir. Quatro arrumam a cozinha e as outras três terminam de cozinhar.- Ruki resmungou, parando em nossa frente- Mas sejam rápidas, não temos o dia inteiro
—Ok, ele definitivamente parece com o Reijii- Sarah sussurrou de volta- Um Reijii que toma café ao invés de chá, quem diria?
Acabamos nos dividindo da seguinte forma: Sarah, Brunna e eu fazíamos a comida enquanto Anna, Lua e Sofie arrumavam a cozinha. Nikki apenas respirava, sentada na cadeira.Não sabemos exatamente quando, mas em algum ponto do tempo Ruki havia simplesmente ido embora
Que folgado. Ele que manda a gente vir aqui e ele que é o primeiro a vazar.
—Irmãs, vocês lembram da última vez que a gente cozinhou na casa dos Sakamaki?- Sarah perguntou, ao mesmo tempo que colocava a mistura de cookies no forno.
—Ah, é claro que lembramos- Sofie respondeu, enquanto lavava mais um prato.- Mas isso não é bem uma memória boa, né?
—Claro que é!- Lua guinchou, secando uma panela com um pano de prato- Foi um dos primeiros dias que nós ficamos realmente conversando umas com as outras, além de ser quando a gente encontrou o Jackson.
—Quem é Jackson?- Brunna perguntou, checando alguma coisa no fogão.
—Nosso irmão.- Nikki respondeu simplesmente, cutucando a unha como se não fosse nada- É complicado: Nossa mãe teve três casamentos. No primeiro, ela teve a Marie e a Victoria. No segundo, teve as gêmeas Sarah e Sofie e no terceiro ela me teve, e também tinha a Lua e o Jackson.
—Que família complicada, hein?- Não pude deixar de rir quando as meninas deram de ombros- Sua mãe é bem forte por aguentar parir tantos filhos, ela não se preocupa que vocês sumiram?
O olhar das Herbert congelaram, e suas expressões se tornaram automaticamente tristes.
Parabéns, Daayene, você sabe mesmo como deixar as pessoas tristes num estalar de dedos. Sua gênia.
—Se ela se preocupa, nós não podemos saber tão cedo- Sofie deu de ombros, mas eu podia perceber seu tom mais triste e melancólico do que eu conseguia imaginar.
Anna se aproximou de Sofie, e colocou uma mão em seu ombro em gesto de empatia.
As duas trocaram um olhar, como se pudessem se entender apenas por aquele olhar.
Enquanto eu tinha a incrível capacidade de fazer o clima ficar pesado, minha irmã mais nova tinha o talento da empatia e carinho.
Gestos dizem mais que palavras, né?
—Se não se importam de eu perguntar, como a mãe de vocês morreu?- Brunna perguntou, se aproximando de Sarah.
—Ataque cardíaco. Pelo menos foi o que os médicos disseram.- Sarah respondeu, e então suspirou profundamente de forma que seus ombros se relaxaram
Ouvimos a porta se abrindo e batendo, além de passos e algumas vozes muito conhecidas por nós.
Quando olhamos para a porta da cozinha, Victoria,Marie e Priya estavam lá paradas e sorrindo.
—E então, temos comida pronta por aqui?- Marie perguntou, se aproximando e dando um pequeno abraço em cada uma das irmãs.
—Quase. Victoria, você faz falta nessas horas- Sofie reclamou enquanto enxugava suas mãos. Ela havia terminado de lavar a louça.
—Eu até acharia fofo você falando que eu faço falta, Sofiezinha- Victoria riu, envolvendo os dois braços na cintura da morena em um abraço enquanto Sofie a fuzilava com o olhar- Mas aí eu percebi que você só sente minha falta na hora que estão na cozinha, então esquece.
Uma onda de sorrisos e risadas preencheu o cômodo quando Sofie deu um tapa fraco nas mãos de Victoria e saiu do abraço dá mais velha.
—Espera aí, nenhum dos meninos tá ajudando vocês na cozinha?- Priya perguntou, olhando para Nikki. Até mesmo a de cabelos azuis, que estava a toa nos ajudava a alcançar prateleira (já que as duas mais altas de nós estavam fora até poucos minutos atrás).
—Pois é!- Eu reclamei, fazendo biquinho- O Ruki tinha chamado a gente para ajudar ele, mas agora ele simplesmente vazou. Acho que ele tá pensando que a gente é escrava dele pra ficar fazendo tudo que ele quer.
Ouvi Victoria bufar algo como “Babaca.”, antes dela subir em cima de uma das cadeiras.
—Vic, desce daí!- Sarah parecia preocupada com a segunda mais velha, que nem pareceu ouvi-la- Eu até entendia vocês fazerem isso na casa dos Sakamaki, porque também é a nossa casa. Mas aqui é a casa dos nossos sequestradores, isso já é demais.
—Se esses caras acham que nós somos as empregadas deles e que vamos limpar e cozinhar pra eles todo dia, eles estão enganados- Ela começou, seu olhar demonstrava poder e suas mãos estavam em sua cintura- Podemos ter que agir submissas a eles, mas nós que somos a maioria e a força de verdade. Vamos mostrar pra ele que nós somos as melhores daqui.
E com isso ela desceu, me deixando chocada.
—Ela tá certa!- Lua se pôs do lado de sua irmã- Nós não estamos mais sozinhas. Temos umas às outras, e nós vamos conseguir virar o jogo. Só precisamos de confiança uma nas outras. E de mentir um pouco pra ninguém desconfiar.
Todas nos juntamos numa pequena roda, olhando umas para as outras. Esse era o nosso time.
E com um olhar confidente, nos separamos pra arrumar a mesa.
Foi uma questão de minutos até os Mukami aparecerem e se sentarem na mesa para comer.
Eu troquei um olhar com Priya, que parecia me dizer com os olhos o quanto aqueles quatro eram bestas.
A mesa não era lá muito grande, então tivemos que nos ajeitar da melhor forma possível. De um lado da mesa estavam Azusa, Ruki, Marie, Victoria, Brunna e Priya. Do outro lado estavam Sofie, Sarah, Yuma, Kou e Anna, junto de mim. Nas pontas, Nikki e Lua se sentavam de lados opostos.
—Eu espero que a comida esteja boa- Ruki comentou, enquanto se servia um pouco da comida.
—Se está boa ou não, é questão de gosto. Mas se não gostar é só começar a cozinhar sua própria comida- Sofie serviu um pouco de macarrão para si mesma, sentando como se não tivesse acabado dar uma patada no garoto.
—Ah! Não seja tão cruel~- Kou cantarolava, seu sorriso beirava entre o abismo do sincero e o chão da falsidade: MNeko-chan, pode servir o macarrão pra mim?
Demorei mais que alguns segundos pra entender que ele estava se dirigindo a mim.
Sem saber muito o que fazer, servi um pouco de macarrão pro loiro de cabeça baixa. Metade de mim se sentia humilhada pelo “apelidinho carinhoso” que eu havia acabado de receber e a outra metade só sentia raiva.
Comi o mais rápido que pude. Todas as meninas ficaram em silêncio durante a refeição, Ruki tinha fuzilado Sarah com o olhar quando ela tentou puxar assunto com Anna na mesa. Também tivemos que aguentar Kou e Yuma tendo uma briga extremamente desnecessária e barulhenta sobre um pedaço de carne.
No final da história, eu percebi que havia acabado de sair da mesa e estava com fome.
Depois de todas nós termos saído, fomos até o quarto que eu dividia com Lua para conversarmos de verdade.
—Eu não acredito que a gente não pode conversar na mesa!- Victoria parecia irritada- Fala sério, aqueles dois estavam parecendo homens da caverna gritando sobre carne e a gente nem podia perguntar uma pra outra o que achamos da comida!
Sofie, que estava com uma bolsa de lado, tirou de lá um pacote de biscoitos de chocolate recheados e jogou no meio da cama. Logo depois, indicou para todas nós que quiséssemos comer os biscoitos que podíamos fazer tal ato.
Eu fui a primeira a comer um biscoito, sentindo todos os sabores derreterem em minha boca.
—Vocês acham que existe chance da gente sobreviver aqui?- Me peguei perguntando sem pensar duas vezes.
As Herbert se entreolharam, em um misto de confusão e dúvida.
—Olha, na verdade tem uma coisa que a gente tem que contar pra vocês...- Marie começou, mordendo o lábio inferior- Os Sakamaki, com quem nós morávamos, e os Mukami... Eles são...
Fomos interrompidas com uma mão nervosa batendo na porta.
Lua suspirou e se levantou, abrindo a porta em seguida.
—Olá, garotas~- Ele sorriu quando seus olhos azuis encontraram todas nós em volta da cama- Daayene, venha aqui pra fora, tenho um presentinho pra você~.
Troquei um olhar confuso com as meninas, e Sofie me acenou com a cabeça pra eu seguir ele com muita hesitação.
Me levantei de forma bem devagar, e assim que cruzei a porta, Kou a fechou atrás de mim.
Ele então me estendeu um buquê de rosas vermelhas.
Fiquei levemente rosada, já fazia um tempo que alguém me dava esse tipo de presente.
—Elas são lindas! Muito obrigada!- Meu sorriso no meu rosto era sincero, por mais que eu ainda tivesse medo dele e de seus irmãos.
E então seu rosto se fechou:
—Obrigada? Isso é tudo que você tem a dizer?
—Eh... Eu deveria dizer mais alguma coisa?- Recuei, com um pouco de medo dele.- Da onde eu venho, a gente só agradece quando recebemos um presente...
Ele então me prendeu contra a parede, seu rosto estava tão perto do meu que eu conseguia sentir seu hálito gelado roçando em meus lábios.
Tentando afastar qualquer tipo de pensamento que me distraísse do perigo desse momento, mesmo que fosse pra perceber a beleza do cara na minha frente.
—Você é muito egoísta, MNeko-Chan~-Ele comentou, seu sorriso aparecendo de novo, porém de forma mais sádica.- Se eu te dou algo, você tem que me dar algo em troca.
E com isso ele, sem a menor consideração, rasgou a manga esquerda do meu vestido, quase me deixando seminua.
Engoli um grito, enquanto memórias flutuavam pela minha cabeça de novo.
As memórias de pelo menos cinco pessoas fazendo a mesma coisa que ele estava fazendo naquele momento. Algumas em noite diferentes, algumas na mesma noite. Eram poucos os dias que eu havia ficado na esquina, mas eu ainda me lembrava com dor e angústia cada uma das vezes.
Mas quando eu senti ele morder meu ombro com força, eu tive que morder minha própria mão pra abafar meus gritos.
Eu sentia gotas de sangue escorrerem pelo meu ombro, algumas indo parar até meu pulso, outras caindo no chão e outras descendo pelo meu busto. Meus olhos estavam cerrados, segurando lágrimas. E quando eu os abri, me arrependi amargamente da vista que eu tinha.
Kou tinha presas pra fora. Como um vampiro.
E foi aí que eu entendi os machucados no pescoço que as garotas estavam falando antes.
Eu me senti quase desmaiando, e quando eu estava começando a perder meus sentidos as mãos deles me seguraram e eu fui arrastada até algum lugar onde acabei ficando numa cama.
Provavelmente não era meu quarto, já que lá estava repleto de pessoas.
E quando eu finalmente perdi a consciência, eu me vi num lugar diferente.
Eu estava numa espécie de parque, um lugar arborizado e tinha até fonte. Por mim, passaram três crianças correndo com redes de caçar borboletas.
A primeira era ruiva dos olhos verdes, assim como a segunda(porém essa tinha os fios mais puxados pro castanho) enquanto a terceira tinha cabelos lilases, olhos da mesma cor marcados por olheiras e carregava um ursinho.
—Eu perdi os morcegos que capturei...- O de cabelos lilases choramingou- Nunca mais vou achá-los...
—Não se preocupe, Kanato- A primeira criança ruiva disse alto, parecia cheio de orgulho- Eu vou achá-los pra você!
—Se Ayato-kun vai achar, nós podemos continuar brincando. Né, Kanato?- A segunda criança colocou as mãos sob os ombros de Kanato, começando a correr de novo.
—Ei! Laito e Kanato! Esperem aí!- Ayato gritou, mas foi interrompido por uma voz feminina:
—Ayato. Fique.
A mulher que apareceu tinha um corpão, cabelos lilases até a cintura e olhos verdes como os das crianças. Ah, talvez ela fosse a mãe deles!
—Sim, mamãe?- Ayato perguntou de cabeça baixa. Ah, chutei certo!
—O que está fazendo aqui fora?- A mãe perguntou cruzando os braços- Não devia estar no seu quarto estudando?
—Já estudei o dia inteiro!- Ayato reclamou- Por que eu não posso brincar que nem o Laito e Kanato?
—Porque você é o herdeiro, Ayato.- Ela respondeu, se agachando pra ficar no nível do olhar dele- E como é que a mamãe sempre diz? Se você não é o melhor...
Ayato abaixou a cabeça, não demorando em respondê-la:
—Então eu sou inútil pra você...
Eu senti repulsa imediata pela mulher. Sério, que mãe abusiva!
—Bom saber que você ainda lembra das coisas- Cordelia sorriu- Pelo menos sei que aquela Lilith não está te fazendo uma lavagem cerebral.
—Lilith é minha prima!- Ayato gritou- E ela me trata melhor do que qualquer um, até mesmo diz que eu não preciso ser o melhor em tudo!
Quando a mão da mulher foi na cara da criança, senti raiva crescendo dentro de mim.
—Lilith é uma desgraça na família. Você sabe que ela é fruto da luxúria de seu tio, tendo crias com humanas!- Cordelia brigou- Ouça sua mãe: Vai pro seu quarto e estuda. Agora.
Ayato saiu correndo, com lágrimas nos olhos.
Não querendo encarar mais a mulher, eu andei até um lugar mais coberto.
Era perto de um arbusto, na frente de uma torre, onde encontrei duas crianças sentadas no chão.
A que parecia ser mais velha era uma menina bem bonita de cabelos negros e olhos castanhos-avermelhados. Ela estava usando um vestido meio bufante rosa, e sentada a um menino de cabelos branco e olhos vermelhos.
—Não se preocupa, Subaru- A menina disse docemente- Tenho certeza que sua mãe não disse isso por mal. Ela te ama, no fundo. O problema é que a superfície está coberta de traumas.
—Como no mundo ela pode não ter dito isso por mal, Lilith?- Subaru suspirou, se encolhendo mais. Na hora reconheci o nome.- Ela me chamou de monstro. De novo.
—Você e seus irmãos precisam me ouvir mais.- Lilith sorriu docemente, pegando uma das rosas brancas que estava no arbusto e dando pra ele- Todos nós passamos por dificuldades. Mas elas não necessariamente precisam ser desculpa pra um comportamento ruim nosso no futuro. Coisas difíceis são nosso molde bom pro futuro, não esqueça disso.
—Eu sei que você é considerada uma filha de um crime aqui, Lilith.- Subaru respondeu, pegando a rosa das mãos da menina- Mas eu gosto da sua presença. Pelo menos você consegue ser uma parente que os pais deixam sair com outras pessoas.
—É pra isso que primas existem.-Lilith riu- E, se isso te consola, a mãe dos trigêmeos não me deixa nem encostar nos filhos dela.
—Inveja. É porque você quando crescer vai ser considerada a mais bonita do reino.- Subaru disse timidamente, cobrindo o rosto.
Lilith riu de novo:
—Você é um doce mesmo, Subaru.
Quando ouvi latidos de cachorro, corri na direção da qual os sons vinham.
Quando eu cheguei, estava numa espécie de jardim. Além de um mordomo parado, com um cachorro chorando em mãos, uma criança de olhos azuis e cabelos loiros parecia quase chorar pelo cachorro. Sentados, estavam um garoto de cabelos pretos e olhos vermelhos e uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis.
—Mãe, por favor! Deixa eu ficar com ele, foi Edgar quem me deu!- A criança loira choramingava enquanto o mordomo levava o cachorrinho pra longe.
—Shu. Você é o herdeiro. Não pode se misturar com humanos mais. Se você fizer mais alguma interação com essa raça, seja uma amizade ou até mesmo um namoro, isso vai acabar com sua reputação e sua dignidade. Humanos não servem pra nada, e você não pode se misturar com eles- A mulher o repreendeu, e logo depois Shu saiu correndo e chorando.
Quando vi que a criança de cabelos pretos arrumou seu óculos pra continuar sua leitura, me aproximei mais dele.
Na distância, consegui ver a criança Lilith tirando o cachorrinho das mãos do mordomo e correndo com ele pra dentro de uma casa, Subaru e Shu correndo logo atrás.
—Mãe, eu terminei de memorizar esse livro- A outra criança comentou, voltando minha atenção pra ele e me surpreendendo.
A mãe, como se isso não fosse nada demais, apenas voltou a bordar.
A criança parecia ter ficado com raiva, então abriu o livro de novo, de modo que eu pude ver seu nome escrito a mão na capa:
Reijii Sakamaki

A familiaridade do nome me atingiu, e de repente tudo ficou escuro.

Quando eu vi, estava num quarto apenas iluminado por algumas velas e a luz do luar.
Me senti envergonhada e desconfortável quando vi que em cima da cama, havia um casal se beijando.
Ou melhor, se beijando era pouco. Eles estavam seminus, e eu sentia o clima entre eles ficando quente.
Fiquei extremamente confusa. Que raio de sonho era esse?
A garota estava por cima do cara. Eu mal conseguia ver seu rosto, mas via que seu corpo era bem esbelto e seu cabelo batia na cintura e parecia ser um castanho claro. Já o garoto eu não conseguia ver praticamente nada dele, apenas as sombras de sua mão apertando a cintura da menina e a sombra de seu rosto ficando mais perto da mulher para beija-la novamente.
E eu acordei de repente. Não sei por quanto tempo eu dormi, só sei que Kou estava sem camisa e dormindo ao meu lado.
Alguns pensamentos pervertidos em relação ao garoto e ao meu sonho passaram pela minha mente, mas eu os suprimi.
Kou estava do meu lado, e eu fiquei mais confusa quando vi algumas cicatrizes na área de seus lados e suas costas. Só aí que eu percebi que ele estava tremendo.
Determinada a voltar pro meu quarto, eu me sentei na cama, mas parei quando duas mãos seguraram a minha.
Era Kou, obviamente. Ele estava tremendo, parecia ainda sonhar quando sussurrou em agonia:
—Não...Me deixe. Fica.
Fiquei levemente vermelha e parte de mim se sentiu especial.
Sem muita escolha, me deitei e me cobri de novo ao lado do garoto, pronta pra dormir novamente.
E então eu adormeci ainda segurando as mãos de Kou.


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Notas finais do capítulo

Eu já vou me desculpando se o capítulo tá todo desformatado, já que eu só estou tendo tempo de escrever no celular(já que assim posso escrever qualquer hora) e postar no celular.
Mas enfim, gostaram do capítulo? Podem me mandar suas ideias do que acham que vai acontecer no próximo capítulo.
PS: Estou começando a pensar em postar em outro site, para alcançar mais público. O que acham?
Vejo vocês no próximo capitulo ❤