Like a Vampire 2: Bloody Marriage escrita por NicNight


Capítulo 10
Capítulo 10- Cortes profundos


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTEEEE, capítulo 10!!!
Não é meu maior orgulho, mas A TRETA TÁ FICANDO SÉRIA!
Espero que gostem! Boa leitura ♥



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Narração Shu

Eu suspirei mais uma vez, olhando para o teto como se fosse a coisa mais interessante do universo.

—Oy, dá pra você prestar um pouco de atenção  no que está na sua frente uma vez na vida?- Pude ouvir as reclamações de Ayato abafadas pela música. Segurando mais um suspiro, eu tirei os fones de ouvido.- Tch, pelo menos você ainda escuta! Ore-sama precisa da atenção de todos!

—Ande rápido, eu tenho coisas mais importantes pra fazer-Subaru bufou, um de seus pés apoiado na parede.

—Dá pra vocês calarem a droga da bocas de vocês?- Lilith estava em pé, ao lado de Ayato e com uma mão na cintura- O assunto que viemos falar aqui é sério.

—Um assunto sério o suficiente pra você abandonar seu noivo e seu protegido?~- Laito provocou, seu característico sorriso pervertido brotando em seu rosto- Ora, ora, Lilith finalmente está admitindo o quanto nos ama?~

—Deixa de ser idiota, Laito- Kanato fuzilou seu irmão com o olhar, afundando parte de seu rosto no ursinho que carregava- E deixa os dois falarem de uma vez. Tenho coisas pra fazer também. Ne, Teddy?

—Meu pai está vivo.- Lilith interrompeu, sem titubear. O comentário fez com que todos nós parássemos e olhássemos pra ela- Eu não sei como. Mas ele está, e ele diz saber onde as Herbert estão.

—Ok, primeiramente- Subaru interrompeu nossa prima, olhando atentamente para Laito- Eu achei que você “tivesse cuidado” de Ricther, Laito. E, pelo que eu me lembre, ele falou algo sobre não as acharmos pois elas estavam virando Eve.

—Então por que ainda estamos tendo essa conversa?- Perguntei, e os olhares se atraíram pra mim- Nosso tio está vivo, não podemos achar aquelas irmãs. Incrível, wow.

Vários dos garotos concordaram com a cabeça.

—Vocês realmente são umas criaturas insensíveis- Lilith parecia decepcionada- Vocês nem se importam se as meninas podem se machucar ou morrer.

—Nos casos de algumas delas, isso não vai ser um grande problema pra gente- Kanato arregalou os olhos, com um sorriso maníaco em seu rosto- Sofie, Nikki, Victoria, Lua... Todas elas podem fugir pra sempre. Aquela personalidade forte delas é irritante.

—Personalidades fortes? – Ayato questionou, parecendo assustado- Elas são umas idiotas burras, isso sim!

—Pra mim, as seis podem morrer á vontade- Respondi, fechando meus olhos de novo- Todas são barulhentas e problemáticas, e aquele homem vai mandar noivas novas de qualquer jeito.

Não demorou mais de cinco segundos até eu sentir um tapa em meu rosto.

Abri meus olhos, instantaneamente assustado ao ver que o tapa havia sido dado por Lilith, que quase chorava:

—Dá pra vocês mostrarem um pouco de sensibilidade por um pequeno segundo?- Ela praticamente berrava pelo topo de seus pulmões, parecendo eufórica- Só porque a guerra que seu pai enfrenta não aflige vocês, não desmereçam nenhum pedaço da luta daquelas garotas. Porque elas sim, lutam todo dia.

—Do que você tá falando, Lilith?- Subaru questionou, com mais agressividade do que ele provavelmente planejava- Endoidou de vez? Aquelas idiotas nem-

—Não se atreva a me dizer que eu estou louca ou que elas não lutam- Lilith o cortou bruscamente, o fuzilando com os olhos- Vocês estão perdendo sua força. A cada noiva que passa, elas chegam um passo mais perto da liberdade. A última fugiu, e essas nunca se calaram diante de vocês, não é mesmo? Eu me mantive quieta por muito tempo, e eu finalmente posso falar tudo que eu penso pra vocês.

—Lilith Sakamaki, você está exagerando.- Reijii a olhou violentamente enquanto se levantava- Até eu aceito sua preocupação, estando eu mesmo preocupado com a minha esposa. Mas essa é nossa casa, e eu não aceitarei esse tipo de atitude aqui.

—Que tipo de atitude, Reijii?- Lilith levantou a barra do vestido, exibindo seus saltos.- Eu fui educada a minha vida inteira para servir e obedecer aos homens. O mundo, independente da raça, nos ensina a ser desse jeito. Mas agora chegou a hora de agir, tanto por mim quanto por aquelas meninas. Se vocês não vão acha-las, eu vou.

E com isso ela abriu a porta, e antes de sair ela olhou uma última vez para todos nós.

—Ouvi alguém dizer na escola de vocês que elas estão em outra casa, sob o cuidado de homens. - Ela comentou, arqueando as duas sobrancelhas- Quatro irmãos. Soube que também tem algumas meninas com elas. E que elas estão sendo muito bem cuidadas por lá, que estão sendo tratadas que nem seres vivos, e não sendo violadas. Bem diferente daqui.

E então ela foi embora, esmurrando a porta.

—Espera aí...-Ayato sussurrou, parecendo irritado- Ela disse “família de quatro irmãos vampiros?”?

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Narração Anna

Eu grunhi baixo quando tive que sair da cama. Eu não estava dormindo... Na realidade, estava bem acordada. Eu só estava com muita preguiça de sair da cama.

Eu fiquei praticamente a tarde inteira mexendo no meu celular, jogando alguma coisa nele pra me distrair do fato que naquela casa vampiresca não tinha sinal nem internet. Não é que eu não gostasse da companhia das Herbert... Na verdade, elas eram bem legais... Mas eu prefiro muito mais ficar sozinha na minha cama enquanto as meninas se divertem.

Mas de vez em quando eu precisava sair do quarto e socializar com minhas irmãs. Pela minha sanidade e pela sanidade delas.

Logo quando um “Game Over” pode ser ouvido do meu celular, a porta se escancarou para revelar Daayene parecendo nervosa e animada.

—Anna Hudison! Você vai realmente passar o dia inteiro nessa cama?- Ela perguntou, e eu concordei lentamente com a cabeça.- Ah, fala sério! Nós estamos conversando lá na sala, e o papo está super legal! Vem com a gente!

—Mas tudo o que vocês fazem é conversar...- Resmunguei, afundando minha cabeça no travesseiro- Estou desanimada, e eu não vou perder nada muito importante se ficar aqui no quarto tentando bater meu recorde, né?

Daayene não me respondeu, só veio ao meu lado e me puxou de um jeito que me fez cair da cama. Reclamei mentalmente sobre sua força e agressividade enquanto me levantava.

—Vamos logo! Não temos todo o tempo do mundo!- Ela me levantou do chão, me arrastando até a sala de uma forma rápida o suficiente para me fazer tropeçar várias vezes em meus próprios pés.

Bem, na verdade nós tínhamos todo o tempo do mundo. Só ela que nem queria aproveitar direito.

—Anna! Você chegou- Fui dispersa dos meus pensamentos pela voz fofa de Sarah, que estava sentada no colo de sua irmã gêmea e acenando pra mim-Finalmente, já estávamos nos perguntando se tínhamos que ir até nosso quarto pra te buscar!

Aquilo não seria necessário, minha irmã já tinha feito aquela tarefa tão árdua.

Não demorei mais do que um minuto pra me sentar rapidamente em um dos sofás, perto de Brunna. A loira rapidamente passou o braço por mim num abraço de lado.

—Enfim, como estávamos falando...- Marie continuou. Ela ainda usava a roupa que tinha vestido para ir até a faculdade, e ela brincava com a corrente dourada que estava pendurada em seu pescoço- Algumas coisas precisam mudar. Nós só precisamos entender como elas vão mudar.

Droga, agora eu tenho que adivinhar sobre o que elas estão falando. Até pensei em perguntar qual era o assunto da conversa, mas minhas bochechas queimavam só com o pensamento.

—Existem várias formas de uma mudança acontecer- Priya, que estava com a cabeça apoiada no ombro de Victoria, respondeu como se não fosse nada- Greve de sangue é uma boa, mas a chance de nós sermos assassinadas por eles é grande. Movimentação? Nah... Muito trabalho.

—A rebelião de verdade está nos pequenos detalhes- Brunna comentou, parecendo estar muito mais focada nos botões de sua camiseta do que em qualquer uma de nós- A partir da hora que nós desafiamos o que eles falam, é uma rebelião.

—Ah, vocês estão reunidas aqui. Que novidade- Fomos interrompidas pela voz de Ruki, que estava logo a frente- Estão se reunindo bem, não estão?

—Eh... Acho que sim...- Sofie hesitou com a resposta, parecendo desconfortável com sua posição atual.- Nós estamos?

—Claro que estamos!- Victoria, pelo contrário, nem hesitou. Ela exclamava com os olhos brilhando- Estamos quase melhores amigas!

Eu não contaria muito com essa resposta.

—Pergunta pra elas logo, Ruki!- Kou parecia aborrecido, e estava fazendo um biquinho. Parecia que estava tentando ser fofo e falhando.

Oi? Perguntar o que, exatamente?

Ruki suspirou, quase como se preparasse pro que ia perguntar:

—Vocês andam percebendo alguma mudança no corpo de vocês?

Todas nós nos entreolhamos, confusas.

—Mudanças?- Nikki perguntou, ela estava alongando os braços- Que tipo de mudanças, cara?

—Mudança!- Yuma berrou agressivamente, e eu me encolhi com a vista do gigante- Vocês sentiram algo de diferente no corpo de vocês?

Nos entreolhamos novamente.

—A Sofie aumentou um tamanho no sutiã dela, isso conta?- Lua perguntou inocentemente, porém com um sorriso malicoso nos lábios.

—Primeiramente: Isso é uma informação que ninguém precisa saber!- Sofie parecia indignada com o comentário de sua irmã- Segundo: Como diabos você sabe disso?

—Eu tenho meus truques- Lua fez um barulho estranho com os lábios, após uma risada- Mentira, eu só vi você pedindo um sutiã emprestado pra Saarão.

Saarão?

—Espera, eu sou a Saarão?- Sarah perguntou, a cabeça se inclinando em confusão- Tipo deserto do Saara?

As bochechas de Sofie ainda estavam vermelhas quando ela cobriu o rosto com o capuz do moletom.

—Ok, tirando essa informação desnecessária sobre os seios da Senhorita Herbert, mais alguma coisa?- Ruki perguntou, e quando todas nós fizemos um não com a cabeça ele se despediu, indo em direção da porta com Kou e Yuma.

—Espera aí, onde vocês estão indo?- Priya perguntou, se levantando.

—Escola noturna, dã- Yuma respondeu, gesticulando para o uniforme que vestiam.

—Por falar nisso, quando é que nós vamos voltar a estudar?- Nikki perguntou, cruzando os braços- Estamos na mesma escola de vocês e já é quase a segunda semana de aula que faltamos.

—Tanto faz.- Ruki respondeu bruscamente.

—Tanto faz nada, cara!- Victoria se levantou também, com as mãos na cintura.- A educação das minhas irmãs é importante. E elas não tem a eternidade toda pra isso, que nem vocês!

—Até parece que eles escutam algo que não seja a própria voz aqui- Priya sussurrou, visivelmente irritada com os garotos.

—Ah, garotas! Não fiquem bravas, o Azusa vai ficar aqui, cuidando de vocês!- Kou exclamou de forma supreendentemente animada. Senti as meninas trocando olhares ao meu lado.

Elas com certeza estavam se perguntando como deveriam explicar aos garotos que o nosso problema era exatamente o de algum dos meninos ficar aqui.

—Por que logo hoje algum de vocês vai ficar aqui “cuidando da gente”?- Sofie perguntou, fazendo um gesto de aspas com as mãos- A gente sabe sobreviver sozinhas, sabe?

—Chega de perguntas, Sow!- Yuma gritou(como sempre), porém se retraiu quando viu que Sofie permaneceu sem expressão- Vocês questionam demais!

—É claro que a gente questiona!- Foi a vez de Brunna responder, dando de ombros- Vocês fazem coisas idiotas e sem sentido e a gente tem que ficar calada?

Eles nem nos responderam direito, só se despediram de qualquer jeito e depois saíram porta afora. A única coisa que conseguimos ouvir foi o barulho do carro indo pra longe.

—Ih, que povo grosso!-Lua parecia exageradamente indignada com a atitude dos meninos- “Ele vai tomar conta de vocês”, quem eles acham que a gente é?

—Esses cara vampiro é tudo igual mesmo?- Victoria revirou os olhos, ajeitando as mangas do vestido.

—Victoria, você é casad...- Sarah começou a falar, mas deu um tapa em sua boca logo em seguida- Deixa pra lá!

Estranho...

—Alguém aí ficou com fome depois desse papo?- Daayene perguntou, e só aí eu pude perceber que meu estômago estava roncando.

—Vamos cozinhar alguma coisa, não quero ninguém desmaiando por falta de nutrientes aqui!- Marie respondeu, e todas nós seguimos a loira até a cozinha.

Foi então que eu percebi que praticamente todas nossas conversas mais íntimas tinham passado na cozinha. Comida realmente une as pessoas.

—Gente, o que será que era aquilo que os meninos estavam falando sobre mudança nos nossos corpos?- Nikki perguntou, já colocando dois biscoitos na boca.- Se ignorarmos a mudança de tamanho de sutiã da Sofie, nenhuma de nós sofreu mudanças, não é?

Todas nós nos olhamos de novo. Me pergunto quantas vezes mais vamos fazer isso.

—Será que isso tem alguma coisa a ver com aquela parada de Eve?- Sarah perguntou. E eu olhei confusa pra ela.

Aquela palavra não me era estranha.

  Brunna e Lua bateram na mesa ao mesmo tempo, fazendo com que eu e mais algumas outras garotas déssemos um pulo.

Minha irmã fez um gesto para que Lua falasse primeiro, e ela não demorou pra cumprir o pedido:

—Antes da gente vir pra cá, na noite do natal. Eu tive um sonho! Onde eu estava num lugar esquisito, e minhas irmãs estavam sentadas. E também tinham quatro meninas desconhecidas...

—Se você me falar que as Hudison são as desconhecidas, eu vou te bater por não ter percebido isso antes- Nikki deu um soquinho fraco na cabeça de sua irmã.

—Ei, eu tinha coisas mais importantes pra pensar!- Lua fez beicinho- E no meu sonho, eu lembro de uma fruta caindo na minha mão e uma voz dizendo “Eve”.

Um silêncio predominou o  comôdo.

—Ok, essa palavra já estava aparecendo antes, então.- Priya parecia tensa quando ela gesticulou para Brunna- E você, Brunna, o que tem a falar?

Brunna hesitou por alguns segundos antes de falar:

—No dia que Ruki me mordeu pela primeira vez. Ele disse que eu e vocês não sairíamos daqui até a transformação acontecer.

 -Ruki tem uma biblioteca- Eu disse, o mais baixo possível- Por que não vamos pesquisar?

—Ah, minha querida Anna...- Marie recuou, parecendo nervosa- Eu tenho um PÉSSIMO histórico com bibliotecas, não me pede pra fazer isso.

—Marie, a gente precisa fazer isso. Vamos estar nós dez juntas, nada de mal vai nos acontecer- Victoria pôs a mão de forma carinhosa no ombro de Marie- Além disso, Ricther está morto. Ele não pode vir nos pegar agora.

—Você diz isso porque não foi você que foi possuída por uma mulher psicopata!- Marie reclamou, cruzando os braços- E eu não tenho tanta certeza de que o Ricther está morto. Foi o Laito que “cuidou dele”, afinal de contas.

—Eu acho que o fato de ter sido Laito que “cuidou” de Ricther é exatamente o que nos faz acreditar que ele está morto, Marie.

—Espera aí- Daayene nos interrompeu, parecendo séria- Vocês disseram “Laito”?

As Herbert se entreolharam, quase como se esperassem o pior.

—Sim. Laito é o “noivo” da Marie.- Sofie respondeu, e depois seus olhos se arregalaram- Por que a pergunta?

Daayene empalideceu:

—Qual é o nome dos noivos de todas vocês?

Elas se entreolharam de novo.

—O meu noivo é o Shu- Começou Nikki, indo pra frente de suas irmãs- O noivo da Vic é o Reijii, o da Sofie é o Ayato, o da Sarah é o Kanato e o da Lua é o Subaru...

—Espera aí, é sério que seu noivo chama Subaru, Lua?- Priya segurou uma risada- Tá, desculpa.

Daayene já parecia ao ponto de desmaiar.

—Daay, você está bem?- Priya se aproximou de nossa irmã, segurando seus pulsos- Parece até que vai desmaiar.

—Vai ser loucura demais se eu falar pra vocês que sonhei com esses noivos seus?- Daayene perguntou, e foi aí que todas nós engasgamos simultaneamente com saliva.

Agora eu não estava entendendo nada.

—OI? COMO ASSIM?- Victoria berrou, e Marie cobriu sua boca com as mãos.

—Eu não me lembro muito bem...- Daay fez uma careta- Eu sei que tinham três crianças caçando morcegos. Acho que eram os três que terminavam com “to”. Aí apareceu uma mulher de cabelo lilás...

—Cordelia- Sofie, Marie e Nikki grunhiram ao mesmo tempo.

—Isso. Aí ela e o Ayato entraram numa briga super abusiva de “se você não é o melhor, você é inútil”, e eu não me lembro bem... Acho que ele falou algo sobre uma tal de Lilith e ela bateu nele- Daayene continuou explicando.

—Não estou nem um pouco surpresa!- Sarah cruzou os braços, numa das poucas vezes que eu via ela irritada- Aquela mulher era horrível!

Sofie, no entanto, tinha os olhos trêmulos. Ela parecia assustada com a informação que havia acabado de ser jogada sobre o noivo dela. Não a julgo.

—Você descobriu alguma coisa sobre os outros meninos?- Marie mordeu o lábio, parecendo ansiosa.

—Sobre o Laito e o Kanato não- Daay respondeu sinceramente- Mas eu vi aquele Subaru desabafando com a Lilith sobre a mãe dele ter o chamado de monstro e o garoto disse pra ela que a Lilith ia ser a mais linda do reino quando ela crescesse.

—Ele não estava errado!- Lua deu um sorriso fraco- Mas... Vocês acham que isso foi uma visão do passado?

—Tudo indica que sim- Brunna respondeu, ela parecia estar tentando acalmar Sofie com a massagem em seus braços- E se for... Eu não posso dizer que culpo eles por serem do jeito que vocês falam.

—E sobre o Reijii e o Shu?- Victoria perguntou, parecendo(se é que possível) ainda mais curiosa e nervosa do que todas as outras.

Nikki arqueou uma sobrancelha:

—Você está muito curiosa sobre os dois.

—Ah, eu só quero saber de tudo...- Victoria deu um sorriso fraco, mas as pontas de suas orelhas estavam queimando de tão vermelhas- Isso... Eu só quero saber de tudo.

Priya deu um grande suspiro, e eu percebi seus olhos mirando o chão.

—Eu me lembro do Shu chorando pra mãe dele deixar ele ficar com um cachorrinho que o Edgar deu pra ele- Nikki instanteamente olhou fixamente pra Daayene, parecendo se ligar com a informação.- E depois que ele foi embora, Reijii disse algo sobre memorizar um livro e a mãe dele nem ligou.

—Por que isso?- Lua parecia confusa- Quando eu só entendia a matéria, já comemorava mais do que quando o Brasil foi tetra.

Eu e minhas irmãs olhamos, confusas, pra ela. Ela apenas fez um sinal de “deixa pra lá”.

—Então Daay teve um sonho sobre o passado. E Lua teve um sonho sobre o futuro, que agora é o presente- Sofie mordeu o lábio, como se as engenhagens de seu cérebro estivessem funcionando- Precisamos pesquisar sobre o Eve.

—Ne... Eve...- Quando a voz de Azusa surgiu atrás de mim, meu coração saltou do peito- Preciso... falar... com... você....

Quando eu percebi que ele estava falando comigo, olhei por  uma última vez pra todas as meninas antes de seguir ele pra qualquer seja o lugar que Azusa estivesse indo.

E o tal destino acabou sendo o próprio quarto do menino.

Assim que eu cheguei  ao comôdo, percebi uma desconfortável e grande coleção de facas pelo quarto de Azusa.

Engoli em seco. Eu odiava coisas afiadas.

—Eve...- Dei mais um pulo quando Azusa me despertou de meus devaneios- Você está...vestindo...alguma coisa...por baixo do.... suéter?

Corei furiosamente com a pergunta antes de fazer um “sim” com a cabeça.

—Eu...te deixei com vergonha...Heh- Ele pareceu achar uma graça envergonhada na situação- ...Desculpe...

E então ele fez um gesto, como se perguntasse se eu pudesse tirar a peça de roupa.

Segurando um grito, fiz exatamente o que ele pediu, deixando á mostra a regata preta que eu usava naquele dia.

Ele chegou perto de mim, analisando meus braços com um ar de estranha adoração:

—Eve...Tem amigos...também?

Amigos?

Olhei para as cicatrizes nos meus braços. Eu não chamaria bem de “amigos”...

—Ei... Eve- Olhei para ele novamente, já me sentindo com medo das faca que reluzia em sua mão- Você... me ama?

Corei ainda mais violentamente, sem saber o que responder naquela situação. Mas eu paralisei quando ele continuou:

—Você...poderia me machucar?

 Meu cérebro deu tela azul, as minhas pernas congelaram. Eu não estava indo ser machucada, eu ia machucar...

Mas mesmo assim, eu não conseguia fazer isso!

—É c-claro q-que não!- Eu quase gritei, meu coração batendo forte demais no peito- Eu nunca seria... capaz de machucar alguém.

—Ah... que pena... Você... Me odeia- Azusa parecia decepcionado. Talvez até triste. O que diabos fazia ele pensar nisso?- Mas... eu não te odeio...

Ele chegou perto de mim, me colocando finalmente contra uma parede.

—Ne... sabe essa faca?- Ele então me mostrou suavemente uma faca cinza que estava em sua mão- Eu afiei ela.... agora. Ela deve ser.... linda... quando entrar em... contato com... a sua pele.... criando mais... amigos.

Eu senti cada sentido meu se esvaecendo. Minha pele estava gelada, meu coração batia rápido e minhas pernas estavam congeladas

—AZUSA, NÃO!- Eu gritei, finalmente tendo coragem de tentar me proteger com meus dois braços- PARE COM ISSO!

Passaram alguns segundos em silêncio quando ouvi finalmente sua voz:

—Você não quer... Então me machuque.

—E-eu.... não posso fazer isso.- Tentei responder, mas ele já tinha colocado a faca em um dos meus punhos fechados.

Quando ele sorriu, se aproximou de mim.... Eu vi ele abrindo a boca com aquelas presas.

O medo tomou conta de mim, e eu tentei o golpear com as mãos para tentar fugir, quase que como impulso.

Mas o medo só piorou quando vi que eu havia cortado sua mão com a faca.

—Isso... foi bom... Eve...- Ele viu o sangue correndo pela sua mão, com um olhar satisfeito. Eu, como primeiro instinto, deixei a faca cair no chão e corri em direção da porta.

Aquilo não era nada bom! Eu precisava tratar o corte.

Porém, enquanto eu tentava abrir a porta, Azusa chegou por trás e me prendeu de novo contra a superfície.

Eu não tinha muita escolha, a não ser encarar a porta e aturar seu cabelo e seu hálito picante fazendo cócegas no meu pescoço.

—Não é preciso...de cuidar de mim... Eve- Ele respondeu ao pé de meu ouvido. Tal ato me deixou vermelha e arrepiada, mas eu ignorei minha reação por enquanto- Só me dê... seu sangue

Ele não me deu muita escolha, já que prendeu meus dois braços contra a porta enquanto sua boca finalmente ia em contato com meu pescoço.

Uma dor excruciante me preencheu. Eu sentia de vez em quando as sucções sendo mais fortes, ou ele aprofundando mais a mordida. Senti cerca de três vezes ele mordendo outros lugares.

Vez ou outra sua língua deslizava pelas áreas mordidas, lambendo qualquer resquício ou gota de sangue que tivesse lá.

Ok, eu preciso de uma saída. E pra agora!

Sem pensar muito, deixei minhas pernas propositalmente bambas. Relaxei meu corpo inteiro e fechei os olhos quando caí ao chão.

A dor na minha cabeça era grande, mas eu havia conseguido fazer Azusa parar com aquilo.

—Mordeu ela demais?- Ouvi a voz de Ruki entrar no quarto, e eu praticamente segurei a respiração.

—Ela é privilegiada... por ter... um sangue... tão vermelho e saboroso- Azusa respondeu fracamente- Mas...não vi... nenhuma coisa... que prove a transformação Eve...

—Leve ela pro seu devido quarto, depois conversamos sobre isso.- Ruki respondeu, e eu não demorei pra sentir Azusa me carregando.

Ouvi portas se abrindo. E então senti ele me colocando numa cama. Só depois que ouvi a porta fechando abri meus olhos novamente.

—Ainda bem que não tive que pedir pra você parar com sua atuação de desmaio- Sarah se ajoelhou do meu lado, seu sussurro sendo risonho- Eles podiam desconfiar.

Concordei timidamente com a cabeça:

—Ei, o que você acha que está acontecendo?

—O que está acontecendo eu não sei- Sarah suspirou, olhando pela janela o sol que estava saindo- Mas sei que esse mundo está nos deixando em desvantagem. E isso precisa mudar.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? O que será que vai acontecer?
Vejo vocês no próximo capítulo ♥
Não se esqueçam de comentar, eu não mordo!



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