Todos por um escrita por slytherina


Capítulo 1
Um por todos


Notas iniciais do capítulo

Maroto sempre me pareceu uma tradução fraquinha pra marauder, por isso não escrevi essa palavra nenhuma vez. Li que os rapazes não se referiam a si mesmos como marauders, somente após a confecção do mapa é que assumiram a alcunha.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751068/chapter/1

Tiago Potter, o talentoso apanhador de quadribol da Grifinória, estava completando sua redação sobre a 1ª revolta dos duendes, quando alguém entrou na sala de aula.

— Desculpe-me professor, vim buscar este aluno. — Madame Pomfrey, a velha enfermeira da ala hospitalar do castelo de Hogwarts, entregou um pergaminho para o fantasma do Professor Binns.

Ele leu o pergaminho e olhou na direção de Remo, o lourinho gente boa, mas triste, que sempre participava das excursões que Tiago fazia com Sirius, seu melhor amigo. "O que será que Remo aprontou? Será que algo aconteceu a sua família?" Tiago pensou.

Sem querer ficar de fora do que quer que fosse acontecer a seu amigo, Tiago se levantou e falou alto.

— Professor, já terminei minha redação. Está aqui, posso sair agora?

— Eu também já acabei professor. — Uma voz de barítono se fez ouvir. Tiago sabia que Sirius chegara a mesma conclusão que ele e estava pulando fora da aula mais chata de toda a História de Hogwarts. Trocadilho intencional.

— Sim, sim. Podem sair. Não atrapalhem os outros que ainda estão escrevendo. — Binns respondeu enfadado. Ele sabia que era inútil separar aqueles meninos. Que se fossem, pelamordedeus.

Ao chegarem juntos à porta, Tiago e Sirius olharam para um menino gordinho e dentuço que ainda estava fazendo a tarefa escolar. O pequeno como se escutando um chamado inaudível, ergueu os olhos e encarou os amigos. Ele hesitou um pouco, mas como Tiago e Sirius continuavam esperando, resolveu entregar a tarefa de qualquer jeito.

— Terminei a minha também, professor. Se-será que … — Pedro, o baixinho dentuço gaguejou um pouco.

— Ainda está aí? Saia de uma vez. Não perturbe minha aula. Deixe a redação sobre minha mesa e fora. — O fantasma alterou a voz só um pouquinho.

Uma vez fora da classe, Tiago, Sirius e Pedro foram até a ala hospitalar. Não havia ninguém lá.

— Onde ela o levou? — Tiago pensou em voz alta.

— Pode ter ido ao Diretor. Se foi uma emergência na família … — Sirius falou seguindo o raciocínio do amigo.

— Emergência na família? Quem disse isso? — Pedro interrompeu.

— Por que outra razão Madame Pomfrey o retiraria da sala de aula? — Tiago explicou, ainda surpreso que Pedro não entendesse o óbvio.

— Vai ver que ele está doente e ela o levou para tomar o remédio. — Pedro insistiu.

— Oi? Caso não tenha percebido não há ninguém na enfermaria. — Sirius apartou.

— Talvez … talvez não seja um caso pra Madame Pomfrey. Talvez … Hagrid. — Tiago correu na mesma hora para a saída do castelo, seguido pelos amigos.

Ao chegarem nas cercanias da cabana do guardador de caça de Hogwarts, eles avistaram Madame Pomfrey e Remo. Eles estavam indo em outra direção, precisamente na direção do Salgueiro Lutador, uma velha árvore encantada que agia como uma criatura infernal, atacando e golpeando quem se aproximasse de si.

A velha enfermeira ergueu a varinha e falou um feitiço. A árvore portentosa ficou imóvel. Então, ela e o garoto se aproximaram até serem tragados pelo chão.

— Uma passagem secreta! Quem diria? — Tiago exclamou.

— Quem é a favor de os seguirmos adiante pela passagem secreta? — Sirius perguntou. Pedro ainda o encarou indeciso, enquanto Tiago começou a correr sem se importar com votações. — Boa resposta, Tiago!

Os três correram para o Salgueiro Lutador que continuava petrificado. Bem no âmago da sua raiz havia uma espécie de alçapão, e os garotos foram por lá. O caminho a seguir era sujo e escuro, até que se viram no interior de uma rústica casa de madeira. Havia uma escada e no alto ouviram vozes abafadas. Por fim uma porta se abriu, e os meninos correram pra se esconder.

— Lembre-se de nunca andar por aí sem sua capa de invisibilidade, Tiago.

— Eu sei, Sirius, mas o diretor me fez prometer só usá-la em situações especiais.

— Se você não percebeu, esta é uma situação especial.

— Ele fez isso por causa daquele menino Snape, não foi?

— Não, Pedro, na verdade ele me flagrou usando a capa para impressionar as meninas no salão comunal. Tive que ouvir um sermão que nem meus pais me deram, sobre responsabilidade e comportamento. Uma chatisse, mas eu dei minha palavra e devo cumpri-la.

— Meninas? Pelo que sei era só uma, a ruivinha Li …

— Silêncio, Pomfrey está vindo.

Madame Pomfrey seguiu pelo caminho por onde vieram sem perceber a presença deles. Esperaram alguns minutos então começaram a cochichar.

— Cadê o Remo?

— Será que está lá encima?

Subiram silenciosamente a escada e foram abrindo as portas para os quartos falando "Remo" baixinho. Chegaram a uma porta trancada.

— Remo, você está aí?

— Tiago? Você está aí? Você veio com Madame Pomfrey? — Remo respondeu do outro lado da porta. Aparentemente estivera chorando.

— Não, nós a seguimos quando ela o tirou da sala de aula. Espera aí que eu vou arrebentar essa fechadura …

— Não, não, não façam isso. É pro meu próprio bem.

— Como pode ser para seu próprio bem? Aquela velha te prendeu numa casa estranha longe dos seus amigos. Como isso pode ser bom?

— Vocês não vão desistir até saberem de tudo não é?

— Isso mesmo! Convença-nos a não derrubarmos essa porta pra te libertar.

— Tá bem! Essa porta fechada evita que eu saia em noites de lua cheia. E que eu machuque as pessoas. Eu fico aqui por uma semana, e Madame Pomfrey me traz alimentos.

— Ela o trata como um prisioneiro. Como isso pode ser bom? Uma semana? Eu não aguentaria um dia.

— Pedro? Você está aí também? Sirius? Quem mais?

— Somente nós três. Não poderíamos ficar longe do nosso 4º pirata.

— Espere aí … Isso que você falou. Lua cheia, uma semana separado dos outros … Isso é o que estou pensando?

— Sim, Sirius. É o que você brilhantemente deduziu.

—Não é possível … Tem certeza disso, Remo?

— Tenho, Tiago … — Remo recomeçou a chorar.

— Gente, ainda não entendi o que está acontecendo. — Pedro falou apreensivo.

Sirius moveu os lábios sem emitir som.

— Lobisomem? O que um lobisomem tem a ver com isso? — Pedro perguntou.

— Quando eu tinha 5 anos de idade, um lobisomem invadiu minha casa e me mordeu. Ele fez de propósito pra se vingar de meu pai que é um auror do ministério da magia. Meus pais fizeram de tudo mas não há cura.

— Não chore, Sirius. Nós vamos te ajudar. Não é mesmo, gente?

— Sim!

— Sim!

— Vocês … vocês ainda gostam de mim? Ainda querem ser meus amigos? Mesmo sabendo que eu sou … um monstro?

— Você não é um monstro!

— Você é uma boa pessoa pra quem uma coisa ruim aconteceu.

— E você é um explorador, assim como nós, o 4º pirata rapineiro da nossa trupe.

— Obrigado, gente. Muito obrigado mesmo. Podem me deixar sozinho agora. Não quero que me escutem quando eu virar um lobo.

— É isso! — Tiago exclamou.

— O que você pensou Tiago? Não me deixe fora dessa seja lá o que for.

— Rapazes, já ouviram falar em animago? — Tiago perguntou.

— Já. Professora MacGonagall é uma animaga, mas ela é uma professora e isso exige maestria em poções. — Sirius ponderou.

— Você acha que isso é possível, Tiago? Vocês se transformariam em animais também? — Remo perguntou com esperança.

— Sim, amigo, nunca te abandonaremos. Como é mesmo o lema? Um por todos e todos por um?

Em uníssono eles repetiram o lema dos mosqueteiros. E naquela noite, quatro amigos ligaram suas vidas para sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não tive intenção de passar por cima do cânon ou do fandom. Se ficou muito fora do personagem me desculpem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Todos por um" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.