Amizade Colorida escrita por agheesi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, aqui está minha fanfic de presente para a Gabriela Torres (Akemihime)! Espero de coração que goste, eu quis dar o melhor de mim para que ficasse absolutamente perfeito para você. Afinal, se não for para presentear essa pessoinha maravilhosa da melhor maneira que posso, nem escrevo!
Sem mais delongas, vamos à fic.



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Era o primeiro sábado de novembro e Temari andava rápido para chegar ao apartamento de Sakura e Ino. Fazia bastante frio nas ruas de Nova York e mal via a hora de estar bem aquecida. Aquela seria a “pré confraternização” de fim de ano que Ino costumava organizar desde a época da faculdade para jantarem juntos, sortearem o amigo oculto, escolherem quem seria o anfitrião da festa de fim de ano e encher a cara – não necessariamente nessa ordem. Todo ano era no primeiro sábado do mês de novembro – religiosamente –  e a confraternização oficial na noite de ano novo, quando trocavam presentes e novamente enchiam a cara.

Quando estava chegando à entrada do pequeno prédio, viu Shikamaru com um cigarro na boca abrindo a porta para entrar.

— Ei, Shikamaru, não fecha a porta! – Gritou e o rapaz olhou em sua direção, sorrindo de canto. Ela subiu correndo as escadas e ele segurou a porta aberta, fazendo sinal para que ela entrasse na sua frente.

— Eu não acredito que depois de todos esses anos convivendo comigo e sabendo o que eu penso sobre esses gestos de cavalheirismo, você continua fazendo isso! – Temari reclamou e Shikamaru revirou os olhos.

— Entra logo, problemática, você realmente vai sempre discutir comigo toda vez que eu abrir uma porta para você?

— Sim, mas é só porque é legal te provocar. – Ela riu dando uma cotovelada de leve no braço dele e entrou no hall. Shikamaru entrou logo atrás dela, ainda com o cigarro na boca. – Apaga essa coisa, você vai mesmo entrar em um ambiente fechado fumando?

Shikamaru mais uma vez revirou os olhos e apagou o cigarro em um jarro de plantas próximo. Os dois começaram a subir juntos as escadas até o terceiro – e último andar – do prédio onde suas amigas moravam.

— Faz tempo que não te vejo, Temari. Como você tá? – Perguntou Shikamaru enquanto subiam o primeiro lance de escadas. Era apenas uma formalidade, já que os dois eram grandes amigos e se falavam com bastante frequência. Porém, desde que Temari finalmente conquistara seu almejado cargo de promotora pública há pouco mais de dois meses, eles passaram a se ver com bem menos frequência.

— No momento, ainda com frio e torcendo para o aquecedor da casa das meninas estar funcionando. – Respondeu carrancuda. – Mas, no geral, estou bastante cansada. Olha, nunca faça uma mudança assim que subir de cargo no emprego, até hoje não terminei de arrumar meu apartamento novo porque ‘tô levando trabalho pra casa direto.

— Imagino que você esteja surtando, você odeia trabalhar em ambiente desorganizado.

Temari deixou escapar um lamento em concordância quando começaram a subir o segundo lance de escadas. Sim, era verdade. O fato de ainda não ter conseguido se organizar, fazer seus planejamentos diários, semanais e mensais e sequer ter conseguido terminar de desencaixotar todas as suas coisas era o que realmente a estava deixando tão atolada. Ela precisava de tudo bem organizado e planejado em sua vida para conseguir cumprir todas as suas tarefas e fazer teu tempo render da maneira que gostaria. Era desta forma que, desde a época de faculdade, conseguia manter um equilíbrio em sua vida pessoal e profissional.

— Nem me fale! E justo quando resolvi me mudar, caiu um caso pesadíssimo de abuso sexual para eu acusar.

— Olha, se precisar de ajuda para organizar seu apartamento novo, é só me chamar. Eu conheço seu método de organização melhor do que ninguém. – Ofereceu Shikamaru em um tom despreocupado e finalmente já estavam subindo o último lance de escadas. O rapaz não viu o sorriso malicioso que se formou nos lábios de Temari.

— Realmente, sem contar que você nem foi conhecer meu apartamento ainda.

A loira piscou o olho esquerdo para o rapaz, seguiu à frente dele em direção a primeira porta do lado direito do corredor e tocou a campainha. Shikamaru nem teve tempo de respondê-la.

— Nossa, Shikamaru, você demorou pra subir desde que tocou o interfone! – Puderam ouvir a voz de Ino reclamando enquanto destrancava e abria a porta. Quando a porta estava aberta, deu de cara com Temari e deixou escapar uma risadinha. – Ah, claro, o casal pontualidade chegou! AMOR, A TEMARI CHEGOU TAMBÉM!

Ino gritou de volta para o apartamento e os dois ouviram Sakura gritar um palavrão da cozinha e logo depois abriu a porta completamente, dando espaço para os dois passarem. A garota usava só sua lingerie e estava descalça.

— Caramba, Ino, por que você não se vestiu? – Shikamaru reclamou tampando os olhos enquanto adentrava o apartamento.

— Para de palhaçada, Shikamaru, nossas mães costumavam dar banho na gente e no Chouji juntos.

— Mas a gente era criança, que saco!

— Você já me viu diversas vezes de biquíni também, não tem diferença nenhuma. Não é, Temari?

Temari seguia para o interior do apartamento logo atrás e ria da discussão dos dois. Resolveu alfinetar:

— Certamente! Sem contar que não é a primeira vez que a gente chega aqui com a Ino seminua e você sempre faz essa cena, bebê chorão.

— Argh, como vocês mulheres são problemáticas! Às vezes acho que seria melhor se eu tivesse nascido gay.

— Você já viu o Naruto e o Sasuke discutindo? Você realmente acha que seria mais fácil? – contra argumentou Ino risonha. – Enfim, vou lá ajudar a Sakura na cozinha, fiquem à vontade, vocês já conhecem a casa.

— Sério mesmo que você não vai se vestir? – Reclamou Shikamaru e Ino só deu de ombros, seguindo em direção à cozinha. – Que problemática!

Temari começou a tirar as luvas e o grosso casaco que usava por cima de sua roupa.

— Você não reclamou d’ela se referir a gente como casal dessa vez. – Comentou, enquanto pendurava o casaco na arara ao canto da sala que Ino deixava para isso. Shikamaru só deu de ombros e também pendurou seu casaco. A verdade era que não se incomodava mais com que fossem vistos como um casal. E, a cada vez que pensava sobre o assunto, não deixava de se perguntar se não seria uma boa ideia se assumissem um relacionamento de vez.

— A gente já explicou diversas vezes que somos só amigos, ela só continua fazendo isso para provocar mesmo.

Os dois se encararam por um momento e riram. Sentaram-se no sofá, quase que em sincronia e começaram a conversar. Shikamaru contou sobre o recente convite que recebera do departamento de Engenharia da universidade onde lecionava Programação para assumir a coordenação do curso de Engenharia da Computação.

— E você vai aceitar, né? – Perguntou Temari.

— Ah, sei lá, só de imaginar o trabalho que isso deve dar já me dá um desânimo...

Temari deu um tapa no braço dele e esbravejou:

— Escuta aqui, seu preguiçoso, você vai aceitar a proposta e se eu te pegar querendo desanimar, eu te encho de paulada! Seu potencial é grande demais para você fraquejar assim!

Shikamaru desviou o olhar do rosto bravo de Temari, um pouco emburrado. Ele não respondeu e sabia que no final das contas ia acabar fazendo o que ela falava. Era assim desde sempre, era ela quem sempre o impulsionava a crescer e não o deixava se acomodar facilmente. Era assim desde a época da faculdade, quando se conheceram através de Ino em uma festa da República em que as duas moravam. Nenhum dos dois curtia muito festas, preferiam bebidas mais sofisticadas e só sentar e conversar. Foi assim que ficaram amigos e, alguns meses depois, iniciaram a tal “amizade colorida”. Combinaram de não se envolver emocionalmente, aquilo não afetaria a amizade dos dois e conseguiram manter esse relacionamento desde então. Sem cobranças, sem compromisso, eram apenas amigos que transavam casualmente. Shikamaru riu com a lembrança.

— Lembra de quando a gente se conheceu? – Perguntou Shikamaru.

— Por que isso do nada?

— Você falou quase a mesma coisa porque eu disse que queria desistir de engenharia por pura preguiça sendo que meu C.R. era 9.6.

Temari riu da lembrança.

— Foi aquela festa dos anos 80 que a Ino cismou em fazer na nossa casa no aniversário dela. Nossa, eu e Hinata tivemos que cuidar de todo mundo no dia seguinte e a Sakura vomitou o banheiro todo. Foi péssimo! A única coisa que prestou foi a trilha sonora.

Alguém bateu à porta.

— Shikamaru você pode abrir, por favor? É o Chouji com a Karui, eu vou lá me vestir e a Sakura está terminando de fazer o jantar.

— Ué, por que você vai se vestir para receber o Chouji? O que aconteceu com aquela história de nossas mães davam banho na gente juntos?

— Ele tá com a esposa, deixa de ser chato! E a Karui já não vai com a minha cara, imagina só se eu abro a porta desse jeito, ela vai embora com o Chouji na hora!

Shikamaru bufou, mas fez o que a amiga pediu. Chouji foi o primeiro do grupo a casar – e bem rápido, diga-se de passagem. Ele e Karui se conheceram, namoraram e casaram no espaço de 2 anos e haviam se casado ainda naquele ano. Aquela seria a primeira “pré confraternização” – e consequentemente a primeira festa de fim de ano – do grupo com uma pessoa extra, já que o restante do pessoal que construiu uma amizade através dos perrengues de morarem em uma mesma casa longe dos pais em uma cidade estranha acabou por formar casais entre si.

Sakura e Ino começaram a namorar na época da faculdade e atualmente moravam juntas, embora não planejassem casar. Alegavam que era uma “tradição patriarcal estúpida e desnecessária”. Naruto e Sasuke possuíam aquele relacionamento conturbado de idas e vindas, viviam brigando, separando e voltando. Neji e Tenten negaram para si mesmos que se gostavam durante muito tempo, depois que começaram a ficar evitaram relacionamento já que Tenten era do Brasil e teoricamente voltaria para seu país ao fim da graduação. Acabou que resolveu ficar por lá e os dois planejavam casar no ano seguinte. Já Hinata, bem... Hinata estava com um cara ou garota diferente cada vez que marcavam algum encontro do grupo, mas sempre acabava aparecendo sozinha nos eventos de fim de ano.

Uma hora mais tarde, todos já haviam chegado e Ino estava devidamente vestida. Tomaram seus lugares à mesa de jantar imensa que Ino fizera questão de comprar anos atrás com o único objetivo de receber os amigos. E Hinata pela primeira vez apareceu com uma namorada fixa. Karin era uma prima distante de Naruto – o que era irônico já que Hinata e Naruto namoraram no início da faculdade antes de assumirem suas orientações sexuais. Hoje eram apenas grandes amigos.

Todos comeram, beberam e colocaram uns aos outros a par de suas respectivas vidas. Shikamaru e Temari acabaram se afastando ao irem conversar com outras pessoas, embora não deixassem de trocar olhares e sorrisos, mesmo distantes. Foi decidido que a festa de fim de ano seria na cobertura de Hinata, sortearam o Amigo Oculto, beberam e conversaram mais um pouco antes de finalmente irem embora. Temari iria embora mais cedo e alegou que tinha que arrumar o apartamento. Chamou um táxi e foi se despedir de cada um dos amigos. Por fim, foi falar com Shikamaru.

— Então... Você não quer ir lá em casa me ajudar a organizar as coisas agora? – Ela perguntou dando um sorriso malicioso. Shikamaru apenas riu e foi se despedir do restante dos amigos dando a desculpa que iria ajudar Temari.

— Cara, quem vocês acham que estão enganando? Todo mundo já sabe que vocês estão indo trepar!

— Tchau, Naruto! – Shikamaru deu as costas para o amigo e saiu do apartamento logo atrás de Temari.

[...]

Temari acordou com a luz do sol na sua cara e amaldiçoou a si mesma por ainda não ter instalado as cortinas em seu quarto. Sentia os braços de Shikamaru em sua cintura e o rosto em seu pescoço.  Virou-se na cama, ficando de frente para o rapaz e afundou o rosto em seu peito. Inspirou o tão conhecido perfume e se aconchegou mais ainda em seus braços. Percebeu no quanto sentira falta de acordar nos braços de Shikamaru durante aquela loucura que foram seus últimos meses de mudança. Era indescritível o sentimento de paz e pertencimento que sentia quando estavam daquele jeito. Nunca verbalizara aquela informação para não estragar o que tinham, mas se sentiu assim desde a primeira vez que dormiram juntos. E nunca sentiu necessidade de mais ninguém em sua vida, apenas ele sempre lhe fora suficiente.

Pegou o celular e olhou a hora. Ainda eram 7 da manhã. Uma vez acordada, sabia que não conseguiria voltar a dormir, ao contrário de Shikamaru, que dormia com facilidade sob qualquer condição. Saiu do abraço dele o mais delicadamente que conseguiu (desnecessariamente, já que depois de anos dormindo juntos ela sabia que podia ser o mais bruta que conseguia que o rapaz não acordaria). Levantou-se e foi para a cozinha preparar café da manhã.

Passou-se pouco mais de meia hora e Temari tomava seu café e comia duas torradas com geleia de pimenta enquanto lia as notícias em seu celular quando Shikamaru acordou.

— Acordou cedo, preguiçoso. – Comentou, sem tirar os olhos da tela. – Tem café na cafeteira e uma caixa de cereal no armário em cima da pia.

Shikamaru tomou a liberdade de se servir. No antigo apartamento de Temari, ele sabia onde ficava tudo e não havia necessidade de ela lhe explicar onde achar o que ele costumava comer no café da manhã. Refletiu sobre o fato enquanto procurava a vasilha para se servir.

— Você não acha estranho você saber exatamente o que eu como no café da manhã e ter tudo na sua cozinha, mesmo que tenha se mudado recentemente?

— Não, ué. Sempre foi assim e você também tem tudo que eu costumo comer na sua casa.

Shikamaru sentou-se ao lado de Temari na pequena mesa da cozinha.

— Sabe, às vezes realmente parece que temos um relacionamento...

Temari levantou os olhos de seu celular e olhou para Shikamaru séria. Ela não esperava por aquilo.

— Por que isso agora?

Shikamaru só deu de ombros e murmurou um “nada” em resposta. Temari decidiu ignorar o ocorrido, mas não podia negar que a menção de um relacionamento sério com Shikamaru lhe fez o coração acelerar um pouco. Resolveu desviar do assunto para amenizar o clima que se instalara no recinto.

— Nossa, quem diria que Sakura e Ino dariam entrada em um processo de adoção, hein?

Shikamaru murmurou um “uhum” em resposta e continuou comendo seu cereal.

— E a Karui está grávida, que coisa, né? Em tão pouco tempo de casados.

Shikamaru continuou em silêncio.

— Vai, desembucha logo, o que tá te chateando?

Ele suspirou. Quando seus amigos anunciaram as novidades ontem, ele se pegou pensando no porquê ele e Temari nunca terem tentado de fato ter um relacionamento sério. Apesar de dizer para todos que eram apenas amigos que transavam sem compromisso, ele mesmo nunca tentara ficar com nenhuma outra mulher e sabia que Temari também teve zero relações com qualquer outro cara senão ele. Eles eram fieis um ao outro, mesmo que não houvesse necessidade. Se conheciam mais do que qualquer outra pessoa no mundo, se entendiam perfeitamente, mesmo em situações de conflito. Shikamaru coçou a cabeça nervoso.

— É só que... – Começou e sentiu os olhos de Temari sobre si. – Sabe, parece que todo mundo já tá se ajeitando com sua vidas e eu... nós continuamos estagnados no mesmo lugar desde a faculdade.

Temari arregalou levemente os olhos e sentiu as bochechas esquentarem. Desviou o olhar de Shikamaru, sem saber exatamente o que responder.

— Não se sinta pressionada nem nada do tipo, foi só algo que passou pela minha cabeça. – Ele se apressou em dizer e achou que seria melhor não ir além daquele ponto. – Então, onde você precisa de ajuda primeiro?

Temari aceitou de bom grado o desvio de assunto e após recolher a mesa, foi com Shikamaru para a sala, onde estavam a maior parte das caixas da mudança.

[...]

O dia 31 de dezembro chegou mais rápido do que conseguiram assimilar. Shikamaru passara todos os finais de semana desde a pré confraternização indo ao apartamento de Temari para lhe ajudar com a organização. Nunca mais tocaram no assunto levantado por Shikamaru naquele dia e seguiam normalmente. Sim, o tema ainda lhes tomava os pensamentos constantemente, mas nenhum dos dois tinha coragem o suficiente para abordá-lo de novo. Afinal, envolvia muito mais do que terem ou não um relacionamento, mas também o que sentiam de fato um pelo outro. Era fato: nenhum dos dois se viam apenas como amigos já fazia anos e sim, se amavam, mesmo que nunca tivessem verbalizado. Mas, mesmo depois de todos aqueles anos, havia o medo um tanto infantil de assumir os próprios sentimentos.

Já estava entardecendo e começava a nevar. Hinata havia comunicado a todos para que chegassem mais cedo para a festa de fim de ano, pois havia previsão de uma nevasca daquelas naquela noite. E assim o fizeram. Novamente, se encontraram à entrada do prédio e foram os primeiros a chegar.

—  É estranho a Hinata trazer uma namorada para a festa desse ano, não acha? – Comentou Shikamaru enquanto observava Hinata e Karin darem os retoques finais na decoração. Ao contrário de Sakura e Ino, Hinata era extremamente pontual quando organizava os eventos. O apartamento da menina era bem maior também, o que deixava bastante espaço para uma boa festa e foi o fator principal de terem escolhido ali como o local do evento.

— Ela deve estar levando essa a sério mesmo. – Respondeu Temari, recebendo um olhar curioso de Shikamaru como resposta. – Desde o Naruto, ela nunca leva ninguém nas nossas confraternizações porque ela acha que é algo muito íntimo. Uma vez ela me disse que só traria a pessoa que ela soubesse que fosse para sempre, sabe?

Aquela informação pegou Shikamaru de surpresa e o atingira mais do que gostaria de admitir. Acabou ficando em silêncio, sem saber exatamente o que falar depois daquilo. Ele sabia o que sentia por Temari havia algum tempo, mas nunca admitira porque sabia – ou pelo menos acreditava saber – que colocar qualquer sentimento além da amizade dentro daquela relação arruinaria tudo o que haviam construído durante todos aqueles anos. A campainha tocou e quando Hinata atendeu eram Sakura e Ino, o que foi ótimo para tirar os dois daquele silêncio constrangedor. As duas chegaram mega animadas, falando sobre terem sido aprovadas na primeira parte do processo de adoção. Conforme os quatro conversavam, o restante das pessoas foi chegando e novamente os dois acabaram afastados pelos amigos.

Por volta das 22 horas, iniciaram a troca de presentes. Pela tradição, a anfitriã da festa seria a primeira a iniciar a brincadeira. Hinata se postou timidamente no meio da sala, quem a visse agindo daquele jeito mal acreditaria na lista imensa de contatinhos que ela já teve.

— O meu amigo oculto foi o que se formou com o maior C.R. na faculdade...

— SHIKAMARU! – Gritaram todos em uníssono, arrancando uma risada tímida de Hinata.

Shikamaru caminhou preguiçosamente em direção à menina para pegar seu presente.

— Deu sorte, hein Shika, melhor coisa ser sorteado pela Hinata, ela capricha no presente! – Comentou Sakura, o que causou um surto de risos maliciosos em todos, fez Ino fechar a cara e Hinata ficar igual um tomate de tão vermelha. As duas haviam tido um breve affair ainda na época da faculdade, antes de Sakura e Ino firmarem o namoro de vez. Hinata se sentou ao lado de Karin escondendo a cara.

Shikamaru ainda ria quando iniciou seu discurso:

— Então, o meu amigo oculto tem cabelos compridos...

— Nossa, você não podia ser mais específico? – Resmungou Sasuke. Shikamaru apenas ignorou o comentário e continuou:

— E já acharam que ele era cego mais vezes do que ele gostaria.

— NEJI!

O rapaz revirou os olhos e se levantou de seu lugar para pegar seu presente com Shikamaru. Os dois apetaram as mãos e Shikamaru voltou para seu lugar ao lado de Temari.

— Bem, minha amiga secreta se formou em Direito na mesma turma que eu e ouvi dizer que é uma promotora implacável, espero nunca ter que ir contra ela no tribunal.

— TEMARI! – Gritaram entre risos.

E assim a brincadeira correu. Temari havia tirado Karin, que por sua vez tirou Sasuke. Já Sasuke havia tirado Hinata, fazendo com que tivessem que recomeçar. Karin sugeriu que Hinata escolhesse quem reiniciaria a troca de presentes, já que foi ela a última a receber e a escolhida foi Ino, que havia tirado a Karui. Shikamaru e Temari tiveram uma crise de risos com ela tentando descrever a esposa do amigo que ela jurava que a odiava. Karui havia tirado Naruto, que tirou Tenten, que tirou a Sakura, que tirou o Chouji, que tirou a Ino.

Quando terminaram a troca de presentes, já havia passado das 23 horas e foram todos para o terraço aguardar a queima de fogos e a virada do ano. Os casais acabaram se dividindo entre si.

— É, dessa vez sobramos mesmo. – Comentou Shikamaru rindo e enlaçou sua mão com a de Temari.

— Nós nunca sobramos, idiota. – Temari respondeu rindo e o encarou nos olhos, fazendo-o corar um pouco. – Eu sei que essa não definição do que a gente tem está incomodando você, mas nunca houve ninguém para mim além de você.

— Você está bêbada, não está?

Temari o encarou confusa.

— É que você só se abre com os seus sentimentos assim quando está bêbada. – Ele se explicou e coçou a nuca antes de continuar. – E também nunca houve ninguém para mim além de você.

Os dois se entreolharam e perderam-se nos olhos um do outro. Quando seus lábios se encontraram puderam ouvir a contagem regressiva para a virada do ano e a ignoraram completamente. Os dois sabiam o que sentiam e o que tinham. Sabiam que simplesmente se pertenciam, sem precisar de rótulos ou títulos.

 

Betado por Gabriela Alves


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria de deixar alguns agradecimentos finais a duas pessoas que foram essenciais para que essa história saísse e eu simplesmente não podia deixar sem agradecer.
Então, Gabriela Alves e Louise Alves, vocês são sensacionais, sério! Rainhas acessíveis e maravilhosas que me ajudaram a desenrolar a história e ainda aturaram meus dramas hahahaha. Muitissiiiimo obrigada, de verdade!

Então, espero que vocês tenham gostado dessa one shot, deixem seus comentários, críticas e sugestões, vai ser um prazer lê-las! Até mais ;*



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