Hogwarts e Suas Histórias escrita por BeyEvil


Capítulo 2
Se conhecendo


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou maior que o esperado então tive que reduzi-lo a outra parte dele sai em poucos dias. Aproveitem.



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1º de Setembro de 1971

 

Cora conversava animadamente com seus mais novos amigos, Fiona Black e Henry Mills, em seu compartimento no Expresso Hogwarts quando ouviu uma batida tímida na porta que em seguida se abriu, revelando uma menina ruiva de olhos verdes e um menino pálido de cabelos bem preto e oleosos, já vestido com os trajes da escola.

—Com licença, mas podemos nos sentar aqui? - A menina perguntou. - Os outros vagões estão todos muito cheio e o nosso tinha pessoas não muito agradáveis nele.

—Claro que podem. Entrem! - Cora falou. - Mas mal chegaram na escola e já encontraram com bruxos metidos à besta? Que má sorte. Eu sou Cora Lestrange, e esses são Henry Mills e Fiona Black. - Cora apontou para os outros dois que acenaram para os novo companheiros de cabine.

—Prazer, eu sou Lílian Evans e esse é Severo Snape. Também é o primeiro ano de vocês em Hogwarts. - Snape acenou timidamente.

—É sim, vocês já tem uma noção para qual casa irão? - Fiona perguntou. -Eu acho que irei para a Sonserina como toda minha família mas também gostaria de ir para a Corvinal. Li ótimas coisas sobre essa casa.

—Toda a sua família foi para Sonserina? Então toda sua família é bruxa? - Perguntou Lílian espantada.

—Bem… não toda. Meu pai é um aborto e minha família tem muito orgulho de seu sangue puro para aceitar isso e acabou o deserdando então não tenho contato com eles. Mas meu pai sabe muito sobre o mundo bruxo por ter crescido no meio apesar da rejeição. - A menina falou cabisbaixa.

—Então quer dizer que existem famílias que não gostam de pessoas sem magia? - Lílian perguntou horrorizada.

—Algumas sim, a minha é um exemplo mas eu não sou como eles. Não ligo para essas coisas. - Cora falou. -Eu sou a ovelha negra da família. Falou com um sorriso de canto.

—Cora, você com certeza irá pra Sonserina. - Henry falou rindo. - Eu irei para a casa dos meus antepassados, a Corvinal. Minha família é descendente de Rowena Ravenclaw. - Falou o menino com gosto.

—Nossa sério? Que legal! - Lílian exclamou entusiasmada e feliz por aprender mais sobre esse novo mundo ao qual pertencia e por fazer novos amigos como ela.

—E você Severo? É sempre tão caladão assim ou é só timidez à primeira vista e você vai acabar se mostrando um tagarela? - Cora perguntou rindo. Tanto o menino quanto Lílian examinaram seu rosto procurando traços de zombaria maldosa em seu rosto, não queriam ter a mesma experiência que tiveram com Sirius e Thiago no antigo vagão, porém não encontraram e respiraram aliviados.

—Eu vou pra Sonserina. Assim como minha mãe.

—E você Lily? - Cora perguntou.

—Eu não sei bem… conheço pouco sobre as casas…Huuummm vamos Henry, você é descendente de uma das fundadoras de Hogwarts, dê seu palpite sobre qual casa a pequena Lílian aqui irá. - Fiona falou sorrindo.

 

Henry pôs a mão no queixo pensativo e olhou para a ruiva como se a examinasse e a menina prendia a risada com suas feições.

—Você me parece inteligente então poderia ir pra Corvinal mas também tem um quê de coragem aí, eu sinto… acho que será da Grifinória. - O menino falou com seriedade e então riu.

—Argh! - Fez Severo.

—Ora, ora parece que temos uma aversão a Grifinória aqui. Pois bem, se cada um for para uma casa diferente não precisamos parar de sermos amigos, manteremos contato apesar da pequena distância entre salões comunais.

—Então somos amigos? - Lílian perguntou com um sorriso esperançoso, afinal conhecia apenas Snape e tinha gostado daquelas crianças que já tinham se mostrado tão simpáticas e acolhedoras.

—Claro que sim! - Exclamou Fiona. - Nunca ouviu dizer que as amizades feitas no Expresso de Hogwarts são para sempre?

—Não! - Disseram os outros quatro em uníssono.Quem disse isso, Fiona?- Henry perguntou curioso.

—Eu mesma. - A morena exclamou com ar pomposo fazendo todos rirem.

 

20 anos depois

 

Uma Emma com cara emburrada esperava pela mãe no sofá, já pronta para irem ao Beco Diagonal para fazerem suas compras de Hogwarts porém poucas horas antes sua mãe lhe deu uma notícia que a deixou bem irritada. Sua avó materna, Eva Blanchard, iria com elas.

—Me diga novamente porquê ela tem que ir junto? Ela nunca se interessou por você realmente, ou sobre o papai e só quis saber de mim quando soube que eu era uma bruxa.

—Porque ela é sua avó e quer ter esse momento tão especial compartilhado com você. - Respondeu Mary mas desviou o olhar e a pequena soube que a mãe mentia.

—Sério? - A loira perguntou com a sobrancelha arqueada.Tudo bem, vou te falar a verdade. - A mais velha suspirou e segurou nas da filha. - Emma querida, você sabe que eu e seu pai não ganhamos muito com nossos salários de professora de fundamental e policial não é? E por mais que juntássemos nossas economias ainda teríamos que comprar algumas coisas de segunda mão para você. E nós não tivemos nossa chance de ir para Hogwarts então queremos dar o melhor para você, ao menos nesse primeiro ano. Por isso sua avó está vindo, você sabe que nossa família bruxa é rica.

—Eu não me importo de usar roupas ou livros de segunda mão, eu só não quero que você peçam ajuda deles e que eles desmeraçam ainda mais você por não terem magia, ou por viverem juntos aos trouxas como eles. -Emma odiava a maneira como os avós, tanto maternos como paternos tratavam os seus pais, como se eles fossem um erro, um sinal de fraqueza e fracasso. Ela era bem jovem mas sempre notou como eles olhavam diferente para seus pais e como a olhavam. A pequena nunca se sentiu superior aos pais por ter magia por mais que os avós sutilmente sugerissem isso, na verdade ela sempre sentiu orgulho deles por serem boas pessoas e por se amarem tanto e darem tanto amor para ela então tal comportamento dos avós começou a causar repulsa na neta que evitava ao máximo estar na presença deles. - Eu sei querida, mas eu e seu pai nos importamos. Nós queremos o melhor para você.

—Okay, mas se ela falar alguma gracinha eu vou respondê-la. - Emma falou séria.

 

Quando Mary Margaret ia responder a filha, sua mãe aparece na lareira e as cumprimenta.

—Bom dia. E então, prontas para as compras? - A mais velha perguntou.

—Ô ansiosíssima! - a mais nova murmurou com sarcasmo.

 

Na Charing Cross Road, em frente ao pub Caldeirão Furado a professora Minerva McGonagall estava no aguardo da família Knowles para acompanhá-los em suas compras no Beco Diagonal. Ela estava animada com o ingresso de Merlin na escola, ela podia perceber que o menino tinha grande potencial e se mostrava muito inteligente e curioso, na visita a casa deles o menino fez várias perguntas não somente sobre a escola mas sobre o mundo mágico em geral. Ela olhou para o lado e encontrou uma pessoa que ela não esperava (e também não queria) encontrar. Eva Blanchard, ela fazia parte de uma família antiga e muito respeitada de puro-sangues, conseguiu escapar de Azkaban ao ser comprovado de que ela não era uma Comensal da Morte como seu marido, que havia sido morto em uma batalha um pouco antes da queda dos Lorde das Trevas, mas Minerva sabia que aquela mulher era tão detestável e preconceituosa quanto seu falecido marido.

—Professora McGonagall que surpresa encontrá-la por aqui. - Cumprimentou Eva.

—Surpresa estou em encontrá-la aqui no Caldeirão Furado… pensava que bruxos como a senhora usava somente o sistema de pó de flu e aparatação…

—Normalmente sim, mas hoje vim acompanhar minha neta, Emma, para suas primeiras compras escolares para Hogwarts.

—Me acompanhar não, acompanhar a minha mãe. Eu nem queria que você viesse. - Emma falou não se contendo. Se tinha uma coisa que a pequena Swan era incapaz de fazer era conter sua impulsiva língua dentro da boca.

—Emma, modos! - Mary Margaret repreendeu a filha.

Minerva arqueou as sobrancelhas em surpresa enquanto Eva ficava vermelha não sabia se era por constrangimento ou raiva da neta.

—Neta? nunca nem soube que você e seu maridos tiveram filhos… - A animaga falou em surpresa.

—É que ela sempre teve vergonha de ter uma filha que é aborto que vive como trouxa e é amiga deles, só voltou a falar com meus pais depois que soube que eu tinha magia, ou seja, ela só foi me conhecer quando eu já tinha 5 anos.

—Emma, comporte-se! - Mary falou brava.Mas não estou falando nenhuma mentira. - falou dando de ombros. - A senhora é professora de Hogwarts? Ensina qual matéria lá?

A professora estava surpresa não somente por tudo o que a menina falou mas pela sua audácia em desafiar a avó e as ordens da mãe assim. Ela sentia uma certa vontade de repreender a falta de educação da mais nova mas ver que aquela criança se portava contra as atitudes preconceituosas de Eva com tanto afinco desejou poder tê-la logo como aluna.

—Sou sim, sou professora de Transfiguração e diretora da casa de Grifinória.

—Grifinória? Sério? Eu já li tudo sobre Godric Gryffindor! Eu quero muito ser da Grifinória.

—Aham, Emma querida toda a nossa família foi da Sonserina.

—Bem mamãe já quebrou uma tradição nascendo sem magia, agora é minha vez de quebrar outra.

McGonagall se controlava para não rir da cara da avó de Emma que fazia de tudo para manter a pose, até que avistou os Knowles com o jovem Merlin à frente.

—Bom dia Professora McGonagall. Desculpe o atraso. - Falou Eleonora assim que se aproximou.

—Sem problemas. Estava conhecendo mais uma nova aluna que irá para Hogwarts esse ano, aqui essa é… - Minerva foi interrompida por Emma e Merlin que exclamaram juntos em agradável surpresa.

—MENTIRA! VOCÊ TAMBÉM É UM BRUXO(A)?!

Minerva arregalou os olhos em pavor e olhou ao redor e sussurrou para os dois.

—Crianças contenham-se! E vocês já se conhecem?

—Emma e eu estudamos juntos desde pequenos. Ela é minha melhor amiga.- Merlin falou com um sorriso e abraçando a loira de lado.

—Sim, minha mãe deu aula para nós dois. Merlin era o aluno mais inteligente da classe.

—E você a que mais aprontava. - Pontuou Mary deixando o constrangimento anterior causado pela filha de lado, sentia-se agradecida pelo aparecimento dos Knowles e em saber que Merlin iria junto dela para Hogwarts. A menina tinha um espírito muito aventureiro e impulsivo e se nunca se meteu em sérios problemas antes foi graças a Merlin que era mais responsável e conseguia fazer Emma ver qual aventura nova valia a pena ou não.

—Então parece que nosso menino não estará sozinho na escola nova. - Senhor Knowles falou sentindo-se aliviado, Merlin era um bom menino mas tinha a tendência a ser tímido em ambientes novos.

—Então, podemos ir? Ainda temos no Gringotes. - Eva falou sentindo-se extremamente incomodada. Já não bastava a neta a fazendo passar vergonha na frente da McGonagall agora ao que parece que teria que passar as compras inteiras ao lado de trouxas e um sangue ruim. Tal situação fazia sentir um gosto amargo na boca porém se recusava a perder a compostura.

Emma notava o desconforto da avó e sorriu, aquilo era sua vingança pelo modo como ela sempre tratou seus pais e a fazia sentir-se leve.

Todos entraram no pub seguindo McGonagall, a bruxa cumprimentou Tom, dono do bar e seguiu para o pátio dos fundos onde se depararam com um muro de tijolos. Minerva sacou a varinha e tocou uma sequência de tijolos, então uma passagem em forma de arco se abriu à frente fazendo com que os Knowles e as duas Swans abrissem a boca em surpresa.

—Então esse é o Beco Diagonal? - Mary sussurrou encantada.

—Você nunca tinha vindo aqui, Mary? - Eleonora perguntou.

—Não, só tinha ouvido falar. - Ela olhava para todos os lados, encantada.

Emma ouviu isso e segurou na mão da mãe e sorriu para ela

—Bem, agora você veio!

Mary retribuiu o sorriso da filha e continuaram andando com o grupo que olhavam maravilhados para todas as lojas com grande curiosidade e admiração. Os pais de Merlin se perguntavam intimamente como um mundo tão vasto como aquele poderia estar escondido por todo esse tempo bem embaixo de seus narizes e de todos os trouxas que não faziam e nem nunca teriam ideia de tudo aquilo.

—Então, nossa primeira parada será lá. - Minerva falou apontando para o enorme prédio feito de mármore branco no centro do Beco. - O Gringotes, o banco dos bruxos. Lá vocês poderão trocar o dinheiro trouxa por dinheiro bruxo e guardar algo valioso caso queiram, Gringotes é o lugar mais seguro que existe, só fica atrás de Hogwarts é claro.

—Mary, você e Emma me acompanharão até meu cofre?- Eva perguntou se sentindo aliviada por poder ficar longe dos trouxas e de McGonagall por alguns minutos ao menos.

—Sim, eu irei e você Emma? Quer ir junto? - a morena perguntou à filha.

—Nah… fico esperando vocês aqui.

—E você Merlin? Entrará conosco? - Elliot perguntou.

—Não, ficarei aqui com a Emma.

—Tudo bem então. Não saiam daqui.

Todos os adultos entraram no prédio e os dois amigos ficaram do lado de fora conversando.

—Ainda não acredito que você é bruxo. Vai ser tão legal nós dois juntos em Hogwarts!

—Sim, isso tudo é muito surreal! Num dia sou um garoto normal, fazia uns truques estranhos sem saber como? fazia, mas nunca imaginei que era um bruxo sabe?

—Eu não sei bem como é isso, porque eu sei que sou uma bruxa desde meus cinco anos, meus avós são e toda a geração antes deles só meus pais que não.

—E como é isso? Tipo seus pais não terem magia mas seus outros parentes sim?

—É algo bem raro de acontecer, na verdade. É mais fácil de se encontrar nascidos trouxas como você d que abortos como meus pais. Mas é difícil para eles, sabe?! Eles vivem a margem do mundo bruxo e sempre foram desprezados pelos próprios pais por isso. Eles não pediram para nascer assim mas aconteceu e ao invés de terem carinho da família são deixados de lado.

—Entendo… por isso você nunca gostou dos seus avós não é?

—Sim, eles sempre foram uns idiotas esnobes com uma ideologia babaca.

Eles continuavam conversando até Merlin reparar em uma menina sentada nas escadas do Gringotes, no lado oposto em que eles estavam. Ela lia o livro “Hogwarts, uma história”, o menino reconhecia porque ele mesmo tinha um exemplar que a Professora McGonagall lhe tinha dado dois dias antes para que ele pudesse entender melhor o mundo ao qual pertencia e a escola para qual iria. Ele cutucou a Swan e apontou a menina.

—Ali, acho que ela irá para Hogwarts também.

—Será que ela está esperando alguém ali? - a loirinha perguntou.

—Talvez, porque mais ela estaria sentada ali sozinha?

—Vamos até lá. - Emma falou já o pegando pela mão e o puxando em direção a menina.

—Ou calma aí! E se ela não quiser companhia ou conversar? Ela está lendo, vamos acabar a atrapalhando.

—Ah para com isso! Só vamos dizer um oi se percebermos que estamos incomodando nos afastamos. Agora vamos.

—Okay, Swan. - O menino se deu por vencido.

Eles se aproximaram da menina, ela era branca e aparentava ter a idade dos dois, tinha cabelos castanhos avermelhados e tinha os olhos presos ao livro. Emma foi a primeira falar.

—Uhum, oi! Você também vai pra Hogwarts?

A jovem deu um salto com o susto pois não tinha percebido a aproximação dos dois amigos, ela já os tinha visto ali do outro lado conversando mas tinha se sentido envergonhada demais para tentar uma aproximação então decidiu ler o livro que carregava na bolsa.

—Ahn oi, sim. É meu primeiro ano lá.

—Será o nosso também. Meu nome é Merlin Knowles e essa sem educação aqui que te assustou é Emma Swan.

HEI! Eu não sou sem educação! - Emma desferiu um tapa no braço do amigo que fez uma falsa careta de dor causando um risada na outra menina.

—Prazer, eu sou Belle French.

—Então o que faz aqui? Além de ler, óbvio. - Emma perguntou.

—Cara você é muito enxerida! - Merlin ralhou a amiga.

—Estou esperando minha mãe. - Belle respondeu rindo deles.

—Eu não sou enxerida, sou curiosa. E você não se incomoda né Belle?

—Não, claro que não. Aliás eu já tinha notado vocês ali mas fiquei com vergonha de me aproximar e os incomodar.

—Nah que isso! - Emma respondeu. - Estamos sempre abertos a novas amizades, ainda mais que não conhecemos ninguém em Hogwarts.

—Eu também não, minha já foi mas desde que se casou com meu pai trouxa tem pouco contato com o mundo bruxo além do trabalho.

—Com o que sua mãe trabalha no mundo bruxo? - Merlin perguntou curioso.

—Ela é magizoologista. Ela cuida de criaturas mágicas.

—Que legal! Então você conhece bastantes criaturas mágicas não é? - Emma perguntou.

—Huum… não, só por figuras. Meu pai não gosta de magia e nem que falamos sobre ela em casa. Então eu e minha mãe falamos pouco sobre isso.

—Poxa que chato isso. - Merlin falou.

—É…- Emma concordou. - Sabe seu pai é um idiota.

—EMMA! - Merlin exclamou bravo.

—Que foi?

—Você não chama os pais dos outros de idiotas. Ainda se você acabou de conhecê-la. É falta de educação. O que eu te expliquei sobre pensar muito bem ante de falar algo e depois filtrá-la para então falar.

—Ué mas ele tem um preconceito com ela e com a mãe dela por serem bruxas e ela parece ser legal então isso é coisa de idiota, oras.

Collete estava atrás deles enquanto ouvia a conversa deles, ela olhava a filha que já tinha percebido sua presença e ambas prendiam o riso da sinceridade sem freios de Emma e do constrangimento de Merlin por sua amiga.

—Bom, eu concordo com a senhorita mas não diria isso na frente do meu marido é óbvio, porque o deixaria bem chateado.

Os dois deram um pulo fazendo com que Belle e a mãe rissem ainda mais, principalmente da cara encabulada de Emma por finalmente ter se dado conta da dimensão do que disse.

—Bem,ao menos a senhora concorda comigo. - Emma falou vermelha de vergonha.

—Nessa hora, sua mãe e avó mais os pais de Merlin e Professora McGonagall saiam do banco, Mary reparando na vermelhidão do rosto da filha perguntou preocupada:

—Emma querida por que você está vermelha assim? O que você aprontou dessa vez?

—Ora porque a senhora sempre acha que eu aprontei algo?- A garota perguntou indignada.

—Querida, todos sabemos que você não tem muitos filtros e acaba falando mais do que gostaria e só percebe depois. - Eleonora a respondeu. A menina já era amiga de seu filho desde o jardim de infância e estava acostumada ao seu jeito.

—Emma foi indelicada mas a senhora French, não se importou. - Merlin contou.

—Linguarudo.

—Ué mas você foi!

—Desculpe os modos da minha filha, ela tem esse jeito de falar sem pensar mas não faz por mal. - Mary se dirigiu à mãe de Belle que lhe sorriu tranquila.

—Não se preocupe, ela não disse nenhuma inverdade. Talvez o jeito extrovertido de sua filha ajude a minha, que tem o problema oposto. O de falar de menos.

—Mamãe! - Belle exclamou envergonhada e indignada.

—Mas é a verdade, mon amour.

As crianças riram do jeito da mãe de Belle e Emma perguntou já deixando o embaraço de lado.

—Vocês querem ir conosco fazer as compras?

—Podemos fazer as compras com a Emma e Merlin mamãe? - Belle perguntou ansiosa por poder passar mais tempo aos seus novos amigos.

—Não sei, não queremos incomodar. - A magizoologista murmurou incerta.

—Não seria incomodo, e será melhor para eles. Conhecer um mundo tão novo juntos será benéfico para eles. - Sr. Knowles falou.

—Então por mim tudo bem.

—EBA!!! - Os três exclamaram juntos.

—Aonde vamos agora? - Mary perguntou.Seria bom irmos logo comprarmos os uniformes. -Minerva explicou. -Ali “Roupas para Todas as Ocasiões” da Madame Malkin.

Eles seguiram para a loja, Eva ia ficando para trás, ela já tinha dado o dinheiro para a filha e não tencionava continuar mais tempo naquele passeio que já lhe parecia tão desagradável. Sua intenção inicial era poder se aproximar da neta mas a menina se mostrava ainda mais arredia e depois do ocorrido mais cedo e com a junção de trouxas e sangue ruins sua vontade era somente de voltar para casa. Mais o faria com discrição.

Quando entraram na loja foram recepcionados por uma bruxa gorda e sorridente toda vestida de lilás que os perguntou

—Hogwarts?Sim! - responderam.

Ela os direcionou ao fundo das lojas e os colocou em banquinhos para tomar suas medidas e preparar suas vestes. Eles conversavam animados, se conhecendo melhor. Madame Malkin terminou de atendê-los e eles saíram, quando estavam se encaminhando para as lojas onde vendiam pergaminhos e penas ouviram um grito e duas meninas, uma ruiva e uma morena, correndo atrás de um gato branco pela rua.

—Gata fujona! Peguem ela! - A ruiva gritava.

—Rhiannon volta aqui! - a morena berrava para a gata.

As três crianças deixaram os adultos de lado e saíram atrás da gata fugitiva das meninas. Belle tentou apanhá-la mas a gata foi mais rápida, depois foi a vez de Merlin ser trapaceado pela felina que escapou por meio de suas pernas até que Emma pulou em frente a gata e segurou firme no colo e começou acariciar sua cabeça para que ela se acalmasse.

—Calma bichana, tá tudo bem. Não vamos te fazer mal.

—Ufa! Muito obrigada por conseguir pegá-la. Essa vira-lata que minha irmã achou deu uma canseira na gente. Papai teria gasto dinheiro à toa em ração e várias coisas para ela se a tivéssemos perdidos. - A ruiva exclamou.

—ZELENA! Não chame minha gata de vira-lata e não a trate assim. Eu não trato a Atena mal mesmo quando ela volta com um bando de rato morto para a casa. - A morena que era um pouco mais baixa que a ruiva exclamou raivosa. - Muito obrigada a todos vocês por pegarem a Rhiannon.

—De nada. - As crianças responderam.

—Mas quem pegou fui eu, a Rhiannon passou foi a perna neles. - Emma falou zombeteira enquanto passava a gata para a dona e recebia um tapa em cada braço dos amigos.

—Meu deus crianças não saiam correndo assim. Vocês nos preocuparam. - Minerva falou esbaforida. A situação dos outros adultos não era diferente.Nós só viemos ajudá-las a pegarem a gata delas que fugiu. - Belle explicava.

—Sim, eles só nos ajudaram. Não brigue com eles, por favor. - A menina morena suplicava. - Eu achei minha gatinha abandonada em uma rua aqui perto e eu, minha irmã e nosso pai fomos até a lojas de animais comprar coisas para ela mas quando estávamos saindo um sapo pulou em cima dela e ela se assustou e pulou do meu colo e saiu correndo. Eles nos ouviram e ajudaram.

—Calma, querida não iremos brigar com eles por prestar ajuda à você e a sua irmã. - Sra. Knowles falou a tranquilizando.

—Falar nisso cadê o papai Regina? - a ruiva perguntou. - Agora quem vai levar bronca somos nós. E por causa da sua vira-lata!

—Não a chame de vira-lata! E ele não te bronca por receber uma carta de Hogwarts por você ter enchido um corredor com bombas de bosta então não vai brigar porque a gente veio atrás da Rhiannon.

—Você encheu um corredor com bomba de bosta? - Emma perguntou deslumbrada. - Que legal!

—EMMA!!! - Os adultos mais Merlin chamaram sua atenção enquanto Zelena sorria cheia de si.

—É, não é?

Nisso apareceu um senhor correndo com uma sacola enorme com coisas para gatos, parecia cansado pela corrida.

—Meninas… vocês não podem sair correndo assim.

—Desculpe papai, mas a Rhiannon e assustou com aquele sapo feio e saiu correndo. Eu não podia deixá-la.

—Tudo bem Regina, te entendo.

—Senhor Mills quanto tempo. - Professora McGonagall falou se dirigindo ao recém-chegado.

—Olá, como vai Professora McGonagall? O que faz por aqui?

—Estou bem e o senhor? Vim acompanhar o Sr. e Sra. Knowles e seu filho Merlin às compras dos materiais do primeiro ano dele em Hogwarts mas agora vejo que nem é mais preciso, já que ele já se enturmou com vários novos alunos.

—Estou bem. Hum então também é o primeiro ano de vocês? Também será o de Regina. - Tocou no ombro da menina morena que ainda segurava a gata e sorriu para eles. - Zelena está indo para seu segundo ano mas terá que comprar alguns livros novos também.

—Então é verdade que você encheu um corredor com bomba de bosta? - Emma não se conteve e perguntou.

—Mas você cismou com isso, hein Swan. - Merlin zombou da amiga que lhe deu língua e voltou a encarar Zelena que sorriu.

—Sim, sim mas o crédito não é somente meu, Fred e Jorge Weasley me ajudaram. E o Pirraça é claro.

—Srta. Mills o ano letivo nem começou e você já quer desencaminhar os novos alunos? - McGonagall a olhou com seu olhar severo tão característico.

—Se Zelena não for desencaminhar alguém, ela nem sai de casa. - Regina sussurrou para que somente Belle, Merlin e Emma ouvissem e os três riram.

—Mas eu só respondi o que ela me perguntou professora. - A ruiva fez ar inocente. - Além do mais eu apronto pouco, Fred e Jorge aprontam mais e nada disso influencia nas minhas notas que foram excelentes em todas as matérias.

—Claro, você tinha que compensar os pontos que sua casa perdeu por sua causa de alguma maneira Zel. - Henry falou zombando da filha.

—Papai! - A menina exclamou indignada fazendo todos rirem até que uma voz com uma raiva contida os interrompeu.

—Henry Mills. O que um traidor do sangue faz por aqui? - Eva Blanchard simplesmente não conseguiu se conter. Ela tinha muita raiva da família Mills principalmente de Cora, que foi a responsável pela morte de seu marido alguns anos atrás.

—Eu faço a mesma pergunta à senhora que deveria estar em Azkaban no momento. - Ele respondeu à mulher de maneira fria.

—Azkaban é um lugar para assassinos, assassinos como sua esposa por exemplo. - A outra lhe respondeu. Zelena ouvindo tal insulto à sua mãe já tirava a varinha das vestes mas foi detida pela mão do pai em seu ombro. Emma ao ouvir aquilo arregalou os olhos e sentiu sua mãe tencionar ao seu lado. Ambas sabiam o porquê da morte dele e sabiam o quanto de sangue ela já havia derramado antes disso então não havia lamentação por parte delas mas ter o passado de seu pai e avô revelado assim no meio da rua cercado de pessoas que desconheciam essa parte horrível da história de sua família era outra.

—Minha esposa agiu em legítima defesa e estava cumprindo com sua tarefa que no momento era deter um Comensal da Morte. A senhora pode ter escapado do tribunal mas sabemos a verdade sobre você e seu falecido marido.

Eva o olhava espumando de raiva e sem mais delongas puxou sua varinha e desaparatou dali deixando um clima tenso.

—O que é um Comensal da morte? - Merlin perguntou, só pelo nome ele sabia que boa coisa não era.

—Há alguns anos atrás existiu um bruxo das trevas muito forte e poderoso que fez coisas terríveis. - Mary explicava, ela se envergonhava da história de seus pais mas tinha total consciência que aquela não era sua história também, ela já morava longe deles e tinha sua própria vida com David e nunca concordou com a ideologia deles, que também a fez sofrer tanto na infância. - Tão terríveis que não pronunciamos seu nome, quando nos referimos à ele o chamamos de Você-Sabe-Quem, ele tinha uma ideologia de supremacia bruxa sangue puro e conseguiu diversos aliados para sua causa, os comensais da morte, eles foram responsáveis por diversos sequestros, torturas e mortes de bruxos que se opunham à ele ou não se encaixavam em seus padrões e a mortes de trouxas também. Eram tempos terríveis.

—Então… seu pai era um comensal senhora Swan? - Belle perguntou quase como um sussurro.

—Sim… - Mary respondeu da mesma maneira sussurrada e triste.

—Eu nunca soube que os Blanchard tiveram filhos, me perdoe por falar assim sobre seu pai mas sua mãe… - Henry tentava se desculpar mas a morena o interrompeu.

—Não precisa se desculpar por isso. Na verdade, são poucos os que sabem que meus pais me tiveram como filha, sempre foi uma enorme vergonha para eles terem tido um aborto como filha. Além do mais foi minha mãe foi quem causou todo esse transtorno.

Regina e Zelena se entreolharam e perceberam como a menina loira, filha da Sra. Swan estava vermelha de vergonha pelas atitudes da avó e por ter a história de sua família exposta assim e Regina decidiu intervir.

—Então senhorita salvadora de gatas fujonas e assustadas, qual é o seu nome que você não me disse? - Regina falou a cutucando com o ombro com um sorriso de lado. Emma também sorriu tímida (um fato inédito) e a respondeu.

—Emma Swan. Mas você já sabia disso porque eles já falaram chamando minha atenção.

—Sim mas eu preferia vê-la se apresentando. E vocês amigos da salvadora, dariam-me a honra de seus nomes?

—Ora, Regina não é porque seu nome significa rainha que você precisa falar como tal.- Zelena cutucou. - Fale como uma menina de 11 anos normal.

—Sis, a culpa não é minha se nasci para ser rainha e você uma simples plebeia.

—Ah se enxerga anã de jardim!

—Meu nome é Merlin Knowles e essa é a Belle French.

—Olá! - Belle respondeu.

—Bem, apresentações feitas. Clima tenso quebrado. Bora continuar as compras? - Zelena falou. - Papai preciso de penas e pergaminhos novos e Regina também.

—Nós estávamos mesmo indo comprar penas e pergaminho. Venham com a gente. - Belle que já estava mais à vontade os convidou. - Se não tiver problemas claro.

—Sim, venham! - Emma pediu. - Assim se a Rhiannon fugir de novo eu a pego para vocês. - Ela piscou para Regina.

—Viu Zel, Srt. Swan é minha nova amazona, salvadora de gatas você perdeu seu posto de protetora da Rainha.

—HEY EU SOU SUA IRMÃ MAIS VELHA! NÃO POSSO SER SUBSTITUÍDA ASSIM! TRAIDORA!

Todos riram e as crianças foram conversando à frente vigiadas pelos adultos que se encontravam um pouco atrás conversando entre si também. Logo após comprarem as penas e pergaminhos passaram na Floreios e Borrões e compraram seus livros, depois nas lojas de caldeirões e por último deixaram para ir na Olivara’s para finalmente comprarem suas varinhas.

—Olá boa tarde! - Cumprimentou senhor Olivaras. - Estão à procura de varinhas, primeiro ano em Hogwarts? Aqui trabalhamos com diversos tipos de madeira e com cerne de corda de coração de dragão, pelo de unicórnio e pena de fênix.

—O deles sim, a minha já comprei aqui ano passado. - Zelena falou.

—Ah eu me lembro da sua varinha Srt. Zelena Mills. Ébano, corda de coração de dragão, 30 cm. Ótima para feitiços combativos e transfiguração. Assim que a conheci sabia qual seria a varinha ideal para a senhorita.

—Então espero que saiba qual será a de minha irmã e meus amigos tão rápido quanto soube como era a minha.

—Sim, sim. A senhorita é? - Perguntou à Regina puxando seus braços e a medindo com fita métrica.

—Sou Regina Mills, irmã de Zelena.

—Mais uma Mills hum… deixe-me ver… aqui tome essa. Espinheiro, unicórnio.

Regina segurou a varinha mas nada aconteceu, Senhor Olivaras a tomou de sua mão quase que imediatamente causando uma um olhar ultrajado da menina.

—Hum talvez essa, macieira, pena de fênix, inflexível, 26 cm.

Regina apanhou a varinha e sentiu o calor entre os dedos e moveu a varinha soltando faíscas de suas pontas.

—Nossa essa foi rápido! - Minerva exclamou.

—Sim, a minha demorou bastante. - Colette disse recordando.

—Acho que podemos esperar boas coisas da senhorita, tanto a madeira de macieira quanto a pena de fênix são materiais raros para uma varinha mas seus mestres tendem a coisas gloriosas.

Regina sorriu encantada com as palavras do artesão e segurava firme sua varinha.

—Bem agora é minha vez. - Emma tomou a frente, Olivaras repetiu o mesmo processo que fez com Regina porém achar a varinha ideal para Swan foi um pouco mais complicado. Até que na quarta tentativa conseguiu a varinha ideal, Freixo. Pelo de unicórnio. Inflexível. 27 cm.

O mesmo ocorreu com Belle e Merlin até eles conseguirem as varinhas perfeitas. Para Belle, Amieiro, pelo de unicórnio, 28 cm, flexível. E para Merlin Faia, corda de coração de dragão, flexível, 25 cm.

—Nossa até que enfim! - Eleonora exclamou após Merlin conseguir sua varinha ideal na sexta tentativa. - Por que demora tanto assim para conseguir uma varinha?

—Porque não é o bruxo que escolha a varinha senhora mas sim o contrário. Seu filho poderia ser capaz de fazer com outra varinha é verdade mas nunca teria o mesmo resultado como quando ele usa a varinha ideal para ele, a que o escolheu.

—Ah sim. Entendo. - Ela respondeu mesmo não tendo entendido nada.

As compras acabaram e dali eles foram tomar um sorvete e depois foram para suas casas não sem antes combinarem de se escreverem durante as férias e se encontrarem na estação de trem King Cross para embarcarem todos juntos à Hogwarts, mal sabiam que aquela amizade nascida ali no Beco Diagonal movida pelas coincidências do destino mudariam suas vidas para sempre e que os laços ali formados seriam fortes e eternos.


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Notas finais do capítulo

Então é isso galerinha, o próximo capítulo pe com eles no Expresso de Hogwarts e sendo selecionados para as casas. Comentem e me deixem saber o que acharam.



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