O ano letivo estava no fim e o nosso personagem principal, mais que qualquer um ele se sentia inseguro sobre o que o mundo lhe reservava e se seria capaz de fazer o que fosse necessário.

Akira Haru ouvia, sem dar muita atenção, seus colegas ao seu redor discutindo como iam gastar suas férias, até que sua colega Chie lhe chama a atenção.

— Por que está tão desanimado essa manhã Akira-kun? —

— Deve ter passado a noite toda jogando novamente — respondeu Hiroki.

— Na verdade estava assistindo animes por isso quase não dormi — respondeu Akira com um tom de seriedade, apesar de esse não ser o real motivo de sua falta de sono. Ele jamais admitiria que estava preocupado, não por orgulho, mas por achar que não deveria preocupar os outros com seus problemas.

     Em seguida entra sua professora e manda todos voltarem aos seus lugares e. A aula se inicia normalmente.

O relógio bate às 16:30 indicando o fim do horário de aulas. Todos arrumam suas coisas e finalmente vão embora para suas casas, da janela da sala Akira pode vê-los sorrindo com seus amigos ao lado, se divertindo, casais indo embora de mãos dadas. Ele, porém, teve que ficar na escola para conversar com a professora por conta de suas últimas notas, mas precisava esperar a reunião dela terminar, ele preferiu ficar na janela de sua sala de aula pois adorava passar o tempo observando como as folhas da árvore no centro do colégio caiam no outono, e de lá era quase como se pudesse as vê-las de camarote. Devido à conversa repentina com a professora teve que recusar o convite de seus amigos para ir ao karaokê. Não que ele estivesse com tanta vontade de acompanhá-los, mas estava se sentindo mais e mais solitário à medida que o ano ia passando.

    Enquanto perdido em seus pensamentos sem perceber sua professora chegou silenciosamente pelas suas costas e deu-lhe um baita susto

— Você é minha professora mantenha a compostura Onee-sama — disse Akira olhando para ela com um rosto sério.

— Você estava tão concentrado em olhar para o nada que não podia perder a oportunidade, maninho — respondeu ela com um sorriso que demonstrava tanto bom humor quanto uma certa afeição e bondade — Algo está te preocupando maninho?

— Não é nada demais, não se preocupe — respondeu Akira com um tom de voz que claramente demonstrava haver sim algo que o preocupava. Sua irmã com seus anos de experiência conseguiu perceber isso logo de cara; mas resolveu não tocar novamente no assunto no momento pois o conhecia e sabia que não iria conseguir nenhuma resposta até que ele estivesse disposto a falar.

— Então vamos falar de suas atuais notas nesse último teste — respondeu Hanako mudando sua expressão facial para uma mais séria, a expressão que normalmente usava quando estava dando aula, Akira sempre achou incrível a forma como ela conseguia mudar totalmente sua expressão de forma tão rápida.

— Apenas me deu um branco na hora do teste, isso me deixou nervoso fazendo com que eu não fosse capaz de me lembrar das respostas — respondeu ele tentando sorrir para que ela não fosse capaz de duvidar de sua resposta, o que obviamente não funcionou pois ela o conhecia muito bem, Hanako sentiu uma vontade quase insuportável de o pressioná-lo na parede para conseguir as informações que queria, mas sabia que não podia o torturá-lo como fazia quando eram crianças.

— Por acaso está apaixonado? E por causa disso não conseguiu se concentrar no teste? Vamos me diga para que eu possa ir conversar com ela por você e resolver isso logo — disse ela com um tom brincalhão e sarcástico.

— O que fez você pensar que poderia ser esse motivo? — respondeu Akira meio que na defensiva, como se estivesse tentando esconder algo. Ele sabia que não conseguia esconder nada dela e apenas agiu assim, pois se pudesse fazê-la acreditar que o problema era esse ele não teria que dizer a ela a verdade.

— Você está preocupado sobre o que vai ser depois que terminar os estudos não é, Haru? — respondeu ela com uma expressão que podia ser descrita de melhor forma do que “te peguei” —. Pela cara que você fez eu acertei em cheio — completou ela sorrindo com uma expressão vitoriosa.

— Como sabia Onee-sama? — respondeu ele com a cabeça baixa e uma expressão que demonstrava uma derrota em seu objetivo principal que era esconder suas aflições principalmente de sua irmã, algo que ele já achava impossível desde o começo, pois ninguém conseguia lê-lo tão bem quanto ela, nem mesmo seus pais.

— O que sente é algo totalmente comum, não se preocupe, afinal, é seu último ano e vocês adolescentes nessa fase já são inseguros por natureza — respondeu ela com um sorriso de superioridade em seu rosto, por mais tênue que fosse. Ela adorava esses momentos, pois diferentemente do que todos os seus alunos pensavam, ela fora da sala de aula não era a pessoa mais séria e responsável que existia, e por um trato que os dois fizeram ninguém na sala de aula saberia disso; claro, enquanto ela não se metesse na sua vida escolar.

— Obrigado por isso Onee-sama — disse ele com um tom de voz sarcástico —vou embora para casa, quer que eu te espere para irmos juntos?

— Não precisa, tenho que organizar uns papéis para a aula de amanhã vá na frente.

— Está bom, só não se esqueça de que o jantar é por sua conta hoje — pela cara que ela fez, ele soube que ela havia esquecido — não se atrase muito.

Fim do primeiro capítulo.