Black escrita por morisawa


Capítulo 9
Elladora Black


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente queria, ao menos, finalizar com uma boa parte dos membros da família Black, porém, não é possível ♥ Estou com block (é até um tanto triste digitar isso, sabe?) e me forçar a escrever é algo bastante desconfortável; minhas sinceras desculpas. Não queria abandonar "Black" pelo simples motivo de eu odiar quando não finalizam obras (por mais que eu entenda o motivo), então, não há motivo de eu fazer isso com vocês. Além do mais, demorar para postar e ficar dando desculpas esfarrapadas não é algo que eu faça.

Boa leitura, pela última vez.



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Elladora não era uma mulher que costumava se decepcionar. Tampouco importasse o que fosse, tudo era previsível aos seus olhos frequentemente. Ela tinha o total controle de sua vida, das coisas que ocorriam consigo ou a sua volta: era no, mais detalhado possível, prenunciado. Não havia nada de que Elladora não soubesse como escapar; sempre tão controladora. Conhecia tudo que envolvesse-a como a palma de sua mão.

Porém, isso nunca pareceu ser o bastante. Em sua vida, apenas um único grande erro fora cometido. Amplas consequências apareceram, resultantes, a seguir de escolhas mal feitas. E, por mais engraçado que tudo aquilo soasse para os ouvidos de Elladora, uma mulher, que a conhecia tão bem quanto ela mesma, foi a verdadeira culpada de todo aquele crime; ou no final, apenas a asserção de um. Enumerou milhares de vezes os acontecimentos em sua vida, numa tentativa de tirar uma aprendizagem de cada um.  

Iola, sua fiel irmã, tão animada e dona de um sorriso igualmente contagiante. Não eram tão próximas quando crianças, mas mantiveram um laço firme, sendo as únicas garotas daquela casa — além da própria mãe, obviamente. Elladora sabia que Iola era uma bruxa poderosa para sua idade, e esperançosa, imaginou um futuro em que pudesse ser tão boa quanto. Embora a vida sempre nos prega peças, na maioria, sendo os principais momentos que estamos frágeis. Aquela não era uma palavra que combinava com Elladora, mas que, na hora do tal acontecimento, fora exatamente isso que se tornara: frágil como vidro, de um aspecto grandioso.

Elladora não se abalou quando, numa certa idade, percebeu que não tinha pai. Também não fez diferença alguma ao descobrir, em seus meados três anos de vida, que seu irmão Sirius não voltaria mais para casa. Não convivera por muito tempo com nenhum deles, e suas lembranças dos dois eram como uma televisão sem sinal, repleta de ruídos entediantes. Porém, esse não fora o caso quando o assunto era Iola.

Como de se esperar, ela saiu graciosamente de casa e viajou ao redor do mundo, enquanto Elladora permaneceu na mesma pacata cidade e continuou seguindo com seus estudos ferozmente, descrente de suas antigas notas baixas. No entanto, mesmo com a passagem de todos aqueles anos que tiveram a companhia de uma e outra, Iola nunca pareceu-lhe confiável, um calafrio que percorreu, variante, seu corpo. A dúvida que fazia suas sobrancelhas franzir nunca pareceu ter despedido-se, pelo contrário, continua assombrando-a, por mais fundo que fosse seu esconderijo. Com um charme exclusivo e olhos brilhares, não demorou muito para que Iola conseguisse capturar o coração de todos: e ao perceber isso, Elladora não tardou a ignorar seu sexto sentido que avisava-lhe, convicto, que sua irmã mais nova não era uma boa garota. Iola tinha uma queda por peculiaridades, sempre envolvida em um livro que, na opinião da protagonista de toda a história portadora imenso furo no enredo muito bem revisado, não fosse algo que uma Black devesse estar tão curiosa sobre: por que diabos Iola continuava teimosamente a querer saber como funcionava uma máquina fotográfica trouxa? Afinal, o que tinham de tão interessante?

Alguns anos depois, Iola não voltou como havia prometido.

E depois de mais alguns vagarosos anos, Elladora ganhou uma carta em mês qualquer antes do tal “casamento”. Fora convidada, todavia não puderam apreciar de sua presença na grande celebração. Trouxas gostavam de festejar, era de presumir que alguém como Iola fosse virar um deles, abrangida de uma mentalidade fraca. Sua irmã, uma traidora! Sua irmã, manchando a honra de sua família, a honra que tanto lutaram para conseguir! Sua irmã, acabando com a pureza, que para a sanidade mental de Elladora ainda permanecia correndo em suas veias! Elladora havia cometido um erro e, ao perceber, soube que não havia mais como repará-lo.

Embora que anos mais tardes ela ainda continuava sentada na mesma varanda de sempre, a escolha insólita de Iola não lhe pareceu tão ruim quanto naquela época que recebeu, por meio de murmúrios baixos de seus parênteses, o aviso. O estável e sólida egoísmo que cercava si mesma havia fortalecido-se com o tempo, tal como um muro de madeira que tinha modificado-se para metal, agora, sem porta alguma. O surgimento da despedida de uma vida monótona havia chegado cedo ao perceber, pela primeira vez, que as escolhas erradas eram todas as suas feitas, não as de Iola, que aproveitou a vida como bem devia.

No final, o surgimento de Iola não fora uma maldição, na verdade, o exato contrário: uma dádiva, milagre; qualquer que fosse o sinônimo usado para a mesma inquietante palavra, o significado continuaria o mesmo. Entretanto, a demora para perceber tal ocorrência era demasiada longa.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter acompanhado até aqui, de verdade! :)



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