E quando seus lábios selaram os meus pela primeira vez, o mundo se coloriu do mesmo modo que você enxergava. O que era branco com tons mesclados de cinza e preto, se tornou azul e amarelo. Vermelho e verde. Com cores diferentes e nunca imaginaveis, quando até mesmo o vermelho era considerado uma anormalidade mental. Qualquer menção de algo que não fosse o branco, cinza e preto, era considerado uma anormalidade mental, uma doença sem cura.

E talvez fosse.

Do mesmo modo que acreditei que você fosse uma deficiência em minha mente, algo criado por uma carência interna, sozinho. 

Praguejei.

As cores eram refletidas em seus olhos - castanhos - e em um sorriso tão branco. Entre todas as diversidade de cores, a sua era a minha favorita. Não era violeta e nem lilás. E nem qualquer outra que você possa dar um nome, apenas era você.

Você se tornou a cor.

E a perdição.

Como duvidei anteriormente, você era aquilo que sempre temi. Uma criação de uma mente solitária, pensando que pudesse ver cores onde apenas existia o branco e tonalidades de cinza. 

Estando sozinho por tantos anos, criando você e a aperfeiçoando em uma mente doentia, eu criei você. E me apaixonei por algo imaginário, por uma doença criado por minha mente vulgar.

E aquele beijo que acendeu todas as cores nada mais era do que o fogo que queimava minha pela, arrancando pedaços de você e me afastando da loucura. 

Curado? Eu não sei.

Queria ser curado, mas esquecer que minha doença era, na verdade, uma debilidade mental? Não sei. Estive confuso por todos os anos que se seguiram e quando criei você - Oh, uma perdição - em minha mente, me apaixonei. E me perdi de tantos formas diferentes que a realidade não mais importava.

A perfeição - você - era tudo o que me restava. No final, minha loucura me queimou vivo, mais do que as labaredas acinzentadas que consumiam meu corpo.

Uma anormalidade.

Era uma anormalidade, eu era um anormal.

Uma debilidade que criou você.

Uma doença chamado se apaixonar, ao qual virou amor e se tornou a mais pura cor vermelha, você.