Maneira de Lidar escrita por Lura


Capítulo 4
Quarto Mês


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo, yay!

Espero que gostem. =D



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Com a chegada do quarto mês, Marinette concluiu que estava enlouquecendo de vez. E isso podia ser bom ou ruim, dependendo bastante do momento ou do ponto de vista.

Precisamente, naquele instante, ela estava se sentindo uma maníaca por encarar Adrien daquela forma, enquanto ele dormia. O semblante manso de quem estava imerso em um sono agradável, a forma que o peito nu do companheiro subia e descia levemente em razão da respiração pacífica... Uma cena que, normalmente, transmitiria serenidade, estava sendo responsável por fazer com que a morena mordesse o lábio inferior e juntasse as pernas, incomodada. Definitivamente, estava prestes a acordá-lo de qualquer jeito, para que continuassem com o que tinham feito até um par de horas antes.

— A purrcesa pretendia me acordar, ou apenas ficar me encarando a manhã toda? - A voz de Adrien ecoou pelo quarto, fazendo com que a jovem sobressaltasse.

Ótimo. Agora ela não sabia onde enfiar a cara.

Ciente do intenso rubor que preenchia toda a extensão de seu rosto, inflou as bochechas.

— Não sei do que está falando. - Desconversou, cruzando os braços.

— Não precisa se envergonhar disso. - O loiro declarou, mirando-lhe com os olhos verdes intensos. - Também faço isso às vezes. - Confessou.

— O quê? Se admirar a manhã inteira, modelinho adolescente? - Debochou, na tentativa de desviar o foco da conversa.

— Então você admite que estava me admirando? - Questionou ele, sentando-se de uma vez, ato que fez com que o lençol que o cobria até o abdómen deslizasse um pouco. Marinette sentiu o corpo tensionar com a visão proporcionada naquele momento.

— E-eu não disse isso! - Desconcertou-se.

— Claro que não. - Concordou ele. - Mas respondendo a sua pergunta, embora isso tudo seja digno de admiração - Vangloriou-se, apontando para si próprio e fazendo com que a morena se lembrasse que realmente dividia a cama com Chat Noir - às vezes me pego te observando, assim que acordo. - Contou. - Você fica adorável quando dorme. 65% das vezes. - Enfatizou.

O ex-modelo não pôde ignorar que a namorada corou ainda mais.

— Porém, estou certo de que, quando faço isso, a minha expressão fica muito mais pura do que a que você tinha instantes atrás. - Acrescentou, abrindo um sorriso maligno.

Imediatamente após lançar tal declaração, o ex-modelo percebeu que o rubor na face de sua namorada já não era de constrangimento, mas sim de irritação. Por tal razão, não ficou realmente surpreso quando a asiática, provavelmente reprimindo completamente a vontade de morrer de vergonha que sentia, lhe atirou um travesseiro.

E outro.

E mais um, até que, em razão da pequena disputa, onde ela atacava com estofados e ele defendia-se com as mãos nuas,  caiu deitada sobre o corpo dele. E a partir daí, a estilista não pôde mais controlar as suas ações.

— Calma princesa! - Adrien pediu, tentando tomar fôlego após o beijo longo e sôfrego que Marinette lhe tascara. - Eu não vou a lugar algum! - Garantiu.

— Cala a boca!!! - Exclamou ela, sem preocupar-se em conter a irritação no tom de voz. 

Surpreendendo-o, sentou-se sobre ele e, unindo seus quadris em um choque calculado. O loiro gemeu, surpreso, imediatamente recriminando-se mentalmente por tal ato. Afinal, não estavam em casa para que pudessem extravasar.

Na noite anterior, os dois haviam jantado na casa dos pais de Marinette, sendo que, após a sobremesa, acabaram se envolvendo em uma pequena competição de videogame com Tom. Nem é preciso dizer que Marinette humilhou os homens da casa repetidas vezes, até que o relógio marcasse as duas da manhã, momento em que Sabine decidiu que já haviam jogado o suficiente e que estava tarde demais para que os mais jovens voltassem para casa, pretexto que, todos sabiam, a chinesa apenas usara para tê-los sobre seu teto o máximo que pudesse.

Contudo, o casal que adentrou o antigo quarto da estilista, estava muito longe do cansaço que os mais velhos presumiam. Ou, ao menos, um de seus componentes.

Assim que encontraram privacidade, a morena, sem entender as próprias ações, atacou o namorado, semelhante ao modo como fazia agora, em uma ânsia tremenda para que suas necessidades - que bem desconfiava de onde vinham - fossem atendidas.

A sua afobação era tanta que, no fogo do momento, tivera que abafar os próprios gemidos com o travesseiro.

— Mari! Seus pais já devem estar acordados! - Alertou Adrien.

— Então seja silencioso. - Determinou ela, ignorando o aviso do loiro e inclinando-se para tornar a beijá-lo, com urgência.

Logo, é certo dizer que eles haviam tido uma longa noite e, não fosse o fato de ainda estarem fora de casa, provavelmente teriam uma longa manhã também.

— O que está acontecendo com você? - Cerca de quarenta minutos depois, um Adrien completamente ofegante, perguntou, encarando o teto de madeira.

— Me recuso a falar sobre isso. - Marinette, igualmente ofegante, respondeu. Embora tivesse se relacionado com o namorado inúmeras vezes, sentia-se tão constrangida, que também permanecia fitando o forro, evitando encará-lo. Não era difícil que ela tomasse a iniciativa - ou as rédeas - da situação, mas não daquela forma… Definitivamente, não se sentia normal.

— Eu não me importo de ser acordado assim todos os dias. - Brincou o loiro, puxando-a para um abraço.

— Adrien! - Protestou ela, dando-lhe um soquinho no peito.

Mesmo cientes que precisavam levantar, os dois não pareciam dispostos a tal, de modo que permaneceram naquela posição, apenas aproveitando a companhia e o calor um do outro.

— Sabe… - Adrien começou, após algum tempo.

— Hmm? - Marinette apenas resmungou, em resposta.

— Completamos sete anos de namoro hoje. - Anunciou ele, fazendo com que ela se equilibrasse sobre os cotovelos, para encará-lo.

— Wow! Parabéns para nós! - Exclamou, animada. - Sete anos de relacionamento. - Comentou, voltando a deitar-se.

— E quase dez de parceria. - Acrescentou o loiro. - Não acha que está na hora de darmos mais um passo? - Inquiriu.

Marinette tensionou entre os braços de Adrien, tentando entender o real significado daquela pergunta. Estaria ele sugerindo o que ela estava pensando?

— Você está me pedindo em casamento, Adrien? - Indagou, levantando-se novamente para encará-lo, disfarçando sua surpresa em um sorriso divertido.

Porém, antes que o loiro tivesse chance de responder, uma gritaria, seguida de estouros sequenciais, chamou a atenção de ambos. 

— Eu não acredito nisso. - Marinette lamentou.

— Parece que o dever me chama, my lady! - Desconversou Adrien, levantando-se da cama em um salto.

— Vista algo, pelo menos. - Alertou, constatando que ele ainda se encontrava nu. - Para o caso de se destransformar. - Lembrou.

— Droga! - Praguejou ele, vendo que ela tinha razão, imediatamente começando a correr pelo quarto, catando e colocando de qualquer modo as suas peças de roupa que, assim como as dela, haviam se espalhado na madrugada anterior. 

Não muito tempo depois, um Chat Noir um tanto afobado saiu pela claraboia, mas não sem antes depositar um beijo rápido e apaixonado nos lábios de sua dama.

A asiática apenas suspirou, vendo-o saltar para longe. Não sabia o que a frustrava mais: o fato dele ter sido interrompido antes que pudesse responder sua pergunta; de não poder acompanhá-lo em missão ou, ainda, aquele desejo louco que reascendera em seu interior ao vê-lo sob o manto negro de Chat Noir.

— Você está me fazendo passar vergonha com o seu pai. - Resmungou, quanto ao último fato, levando as mãos ao próprio ventre.

Qual não foi a sua surpresa quando sentiu um leve cutucão em resposta.


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Notas finais do capítulo

É isso. Espero que tenham gostado.

No próximo, teremos um pouco de ação para equilibrar.

Até mais!

=D



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