Perfect Duet escrita por LittleFairy


Capítulo 4
Capítulo 4 - Can You Feel the Love Tonight?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novinho para vocês, agradeço as meninas que estão comentando a história!!! Eu amo a música que usei para dar nome a esse capítulo (Rei Leão é um filme tão fofinho e amo muito).



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O resto do dia foi tranquilo e quando me dei conta estava me arrumando para jantar, aproveitei as horas de folga e liguei para Curtis atualizando-o. Não preciso nem dizer que ele surtou com a minha conversa com o príncipe e prometeu me decapitar se eu não aproveitasse.

Depois que desliguei resolvi que precisava conversar com minha mãe, liguei para ela.

Hey querida, como estão às coisas com o príncipe gostosão? — Donna sempre seria desse jeito, sorri ao escutar sua voz e passei um longo tempo contando tudo que vinha acontecendo e o medo que tinha em escrever essa matéria – Liz você tem um coração enorme, se a princesa te deu essa oportunidade é porque ela enxergou o mesmo que eu e sabe que você fará seu melhor — meu coração sempre acalmava-se depois dos conselhos dela, agradeci por suas palavras – prometa para mim Felicity que não importa o que aconteça não irá desistir dessa reportagem e irá escrever a verdade? — prometi que faria o meu melhor e depois de mais um tempo de conversas aleatórias matando a saudade desliguei o telefone.

Estava indo para a sala de jantar quando escuto novamente a música no piano, me aproximo da sala e vejo quando Laurel entra sem nem dar conta da minha presença. Sorrateiramente fico a beirada da outra porta e escuto o que eles falam “isso é errado” – minha voz interior grita – “eu sei, mas preciso saber a verdade se quero escrever ela”.

Laurel bate a porta e faz a maior cara de inocente – posso entrar? – a voz dela é doce e enjoativa aos meus ouvidos, Oliver para de tocar e fecha o piano com um pouco de brusquidão – sim – responde sem olhá-la – espero que não se oponha a minha estadia aqui no palácio até depois do baile – fala aproximando-se dele, algo dentro do meu peito de agita e piora quando toca em seu ombro acariciando como se fosse normal aquele contato deles, aquilo me parecia errado.

— Sem problemas Laurel – fala afastando seu toque levantando-se do banco e cruzando os braços sobre o peito – mas me pergunto o porquê de estar aqui – cruza os braços e encara-a de forma acusatória, seus olhos tinham uma mágoa que eu nunca tinha percebido.

— É bem óbvio Ollie, quero estar com você – se aproxima e volta a tentar contato com ele segurando em seus braços que permaneciam cruzados sobre o peito – nunca te esqueci e sei que você também não me esqueceu. – fala e deixa uma lágrima de crocodilo cair, penso no quão sínica ela parecia.

— Laurel, por favor, nós dois sabemos que não vai funcionar – ela recua um pouco como se tivesse sido empurrada e uma parte minha vibra com aquilo.

— Ao menos deixe que eu ajude você com o baile, precisa causar uma boa impressão e fomos o casal real mais adorado – senta e o encara com um sorriso falso nos lábios.

— O baile é para ajudar a levantar dinheiro para as crianças do orfanato, não é um evento de promoção, alias, não quero me promover à custa de um evento beneficente, eu realmente me importo com aquelas crianças – diz irritado e dando as costas para ela fechando as mãos em punhos.

— Não seja ingênuo Ollie – o apelido na boca dela parecia errado era tão mais certo quando só Thea ou Tommy o falavam, ela tenta novamente se aproximar dele que segura-a pelos braços.

— Me responda Laurel, se eu não me tornasse rei, ainda iria me querer? – “O QUE? ELE ESTAVA QUERENDO FICAR COM A JARARACA?” minha cara foi ao chão e minha vontade era de interrompê-los e dar uns bons socos na cara daquele príncipe de araque, mas me contive e continuei a observá-los.

— Ora, que bobagem Ollie – dizia com a voz doce que me dava enjoo só de escutar – você foi criado para este momento, é o seu destino ser rei, não tem nem porque pensar nesta possibilidade – tentou contornar, mas ele sorriu de forma sarcástica e a encarou.

— É só com isso que você se importa, status – faz uma pausa e aproxima o rosto do dela como se fosse beijá-la e o sorriso não saiu de seus lábios – e é por isso que eu tenho certeza que nunca daríamos certos, nossos ideais são completamente diferentes – e volta a se afastar indo em direção a porta.

— Você está sendo injusto – fala mais alto e ele vira-se em sua direção erguendo uma sobrancelha – eu era jovem, impulsiva e cometi um erro grave – faz uma pausa e mais lágrimas de crocodilo escorriam por seu rosto, vontade de arrancar os fios daquele cabelo de chapinha para fazê-la chorar de verdade – mas eu te amo.

— Sinto muito Laurel, mas não posso corresponder esse sentimento – e sai deixando-a para trás, eu ia sair do meu esconderijo e correr para a sala de jantar, mas algo me deteve, Laurel pegou um vaso e tacou no chão xingando o príncipe até sua sei lá qual geração e amaldiçoando-o, por um instante eu me compadeci de sua dor, mas então outra figura saiu das sombras e eu comemorei ter me mantido ali, era Adrian Chase.

— Minha cara Laurel, parece que o futuro rei não quer te tornar rainha – sua voz era suave como seda e ele rastejava como uma cobra pronta para dar o bote – mas se me ajudar a tirar Oliver do caminho, posso torná-la minha rainha – “cadê meu celular nessas horas?” penso e vejo-o abrir um grande sorriso e beija a mão dela que sorri, é um sorriso frio e sem qualquer emoção, mas escuto quando concorda em ajudá-lo.

Saio correndo de onde estava e sinto meu coração apertar como se algo ruim fosse acontecer – calma Felicity, respira, não há nada que eles possam fazer, fique de olho e qualquer sinal de problema avisa a princesa – com esse pensamento lavo o rosto em um banheiro que havia entrado sem nem perceber e caminho como se nada tivesse acontecido para onde jantaria.

Ninguém falou durante o jantar, assim que nos retiramos resolvi ir até a sala de música e tocar um pouco, havia falado com Raisa e ela me disse que poderia usar a sala sempre que quisesse, pois com exceção de Oliver, ninguém fazia uso dela. Sentei-me admirando o lindo piano, passo os dedos suavemente por cada tecla e deixo meus dedos tomarem conta do resto.

Música

Abro meus olhos e deparo com dois pares de olhos azuis me encarando com surpresa – nossa Fel, não fazia ideia que você tocava – Thea começa e se aproximar – aliás, nem que você cantava – arregalo os olhos, não tinha percebido que havia cantado também.

— Minha mãe sempre foi amante de música, ela tem um piano no café que abriu quando meu pai nos deixou, desde pequena eu e ela cantamos, mas fazia muito tempo que não tocava e pior ainda cantava – sinto meu rosto pegar fogo e tento ignorar o olhar de Oliver sobre mim – mas precisam que eu saia? – digo me levantando e indo em direção à porta.

— Na verdade não – ela responde rindo – viemos procurá-la – abre um sorriso – amanhã vamos visitar o orfanato que meu pai cuidava e queríamos que você fosse – me encarou com as sobrancelhas levantadas e entendi que esta seria uma ótima oportunidade de ver o príncipe como era de fato.

— Vou adorar acompanhá-los – digo e ganhando um abraço dela “não vai se arrepender de dar uma chance de conhecê-lo melhor” sussurra, se afasta e pede licença e saindo, encaro o loiro que estava estranhamente quieto e faço menção de sair.

— Felicity, espera – giro meu corpo e encaro-o incentivando que continue – me desculpa se eu pareci rude, egoísta e mesquinho com você – falava meio atropelando as palavras.

— Tudo bem Oliver – digo e solto o ar pesadamente – também te devo desculpas, acabei me deixando levar por noticias e sem te conhecer acabei julgando você, mas espero que essas coisas fiquem no passado – abro um sorriso sincero e ele concorda me esticando a mão que aceito e sinto uma corrente elétrica passar por nós, afasto a mão como se tivesse tomado um choque e pela cara dele sentiu o mesmo – até amanhã príncipe.

Saio apressada, mas com a impressão que ter ouvido um “até amanhã princesa” e sacudi a cabeça para tirar essa ideia absurda da cabeça. Me tranco no quarto e deito na cama pensando em tudo que tem acontecido comigo nos últimos dias – Felicity o que pensa que está fazendo? – falo comigo mesma e sinto o cansaço ir tomando conta do meu corpo e caio no sono.

Acordo com batidas na porta e ao abrir dou de cara com Thea e William – você está com uma cara péssima – fala entrando no quarto – se apresse, vamos sair em alguns minutos – ligo o botão do automático: faço minha higiene matinal, coloco a primeira roupa que aparece, amarro meus cabelos em um rabo de cavalo simples e saio juntos com os dois.

Faço uma pequena reverência para a rainha que também iria ao orfanato e seguimos todos para os carros, como tutora do príncipe William fui com ele e Thea em um carro, os dois tagarelavam sobre como fazia tempo que não faziam uma visita para as crianças de lá.

Paramos em frente a uma casa grande e várias crianças esperavam do lado de fora, observei a reação delas ao verem Oliver e me espantei quando várias correram abraçá-lo que abaixou-se na altura delas e retribui o carinho. Ouvi um suspiro de William e o olhei – algum problema Will? – ele nega, mas o olhar que dirige ao loiro com as crianças é triste, encaro Thea a procura de alguma resposta e ela apenas balança a cabeça e sussurra “não é meu segredo para contar” e sai do carro abrindo um sorriso singelo.

Ver como Oliver brincava com as crianças aqueceu-me por dentro, senti admiração por ele e gravei vários vídeos sem que ele visse enquanto brincava com as elas de guerra de neve e era nítido o carinho delas por ele e vice-versa. O dia passou voando e logo seguimos para o palácio novamente, William estava mais quieto e distante que o normal e várias de minhas tentativas de animá-lo foram em vão. O mesmo aconteceu com Thea.

Quando estava quase anoitecendo resolvi dar um volta para organizar as ideias, vi Oliver saindo com o cavalo e resolvi que iria atrás dele. Havia vários cavalos no estábulo, pedi ajuda ao responsável de lá para colocar a cela e montei e comecei a seguir o futuro rei, certa que se me pegassem poderia ser presa acusada de estar espionando ele. Algum tempo depois o perdi de vista e constatei que estava perdida no meio da floresta.

Ouço um barulho estranho vindo do meio das árvores, meu cavalo empacou e começou a empinar, tentei controlá-lo puxando o freio, mas sem sucesso. Sou jogada no chão e o bicho sai em disparada para dentro da floresta. Sentada na neve os pelos da minha nuca eriçaram ao ver um lobo sair do meio das árvores e se preparar para me atacar – hey, calminha bichinho, calminha, olha, eu não sou apetitosa, sou muito magra, aposto que um cervo vai ser mais saboroso que eu – lágrimas escorrem do meu rosto e como um anjo Oliver aparece e atira uma flecha afastando-o.

— Felicity, está tudo bem? Se machucou? – saltou do cavalo e me ajudou a levantar e passando a mão em mim para certifica-se que não havia nenhum estrago – quando vi o cavalo do palácio sem ninguém montado desconfiei – me olha e como se uma lâmpada acendesse em sua cabeça pergunta – estava me seguindo?

— Eu? – começo a gaguejar – não... imagina, que isso! – esfrego uma mão na outra tentando inutilmente aquecê-las e olho para ele sem graça quando ergue uma das sobrancelhas e tenta conter o sorriso, jogo as mãos pro alto – certo, você me pegou, eu estava, vi você saindo e resolvi ver se estava tudo bem – termino de falar e meu rosto devia estar muito vermelho.

Ele ri alto e me puxa pela mão – vem, vamos aquecer você – foi só impressão ou aquilo tinha um duplo sentido, me limitei a deixar que me levasse e segurando em minha cintura me colocou sentada em seu cavalo, fomos por um caminho bonito até uma cabana.

— É nessa hora que descubro que na verdade o herdeiro é um psicopata que vai me matar e esconder meus restos mortais na floresta? – Oliver começa a rir ainda mais e um ar jovial toma conta dele.

— Você realmente não percebe o quão engraçada é – diz e me coloca em frente à lareira acesa e me estende um copo de chá – essa cabana era do meu pai, vínhamos muito aqui, foi aqui que nos falamos pela última vez e não foi bom – soca uma viga de madeira que tinha ali e me encara – desculpa por isso, é que as vezes perco o controle.

— Não tem problema – falo segurando a xícara com as duas mãos e dando espaço para que sentasse ao meu lado – sente e me conte, claro, se quiser – ele sorri e se aproxima de mim, sentando.

— Meu pai sempre foi um exemplo para mim e Thea, ele era honesto, justo e todas as demais qualidades que um rei deve ter se quiser governar bem – abaixa um pouco a voz e uma sombra toma conta de seu rosto que fica inexpressivo – quando estava com Laurel, por imposição dos meus pais, conheci uma mulher que trabalhava no orfanato que visitamos. Conforme íamos nos conhecendo fui me apaixonando mais e mais por ela e acabamos tendo um romance, escondido dos meus pais até que eu conseguisse tirar todo meu dinheiro do banco e fugirmos – vejo uma lágrima escorrer por seu rosto – passado um mês que estávamos juntos ela descobriu que estava grávida.

‘Senti algo inexplicável, meu coração estava cheio de alegria e pensei que com essa noticia meus pais aprovariam meu casamento com alguém que não fosse da realeza. Thea e Thommy sabiam desde o inicio sobre tudo e ficaram ao nosso lado quando fomos confrontar meus pais. Para total surpresa eles apoiaram e disseram que não haveria alegria maior no reino do que o nascimento do meu herdeiro – mais lágrimas começaram a correr por seu rosto e contive o ímpeto de abraçá-lo. ’

‘Os meses foram correndo e descobrimos que Samantha teria um menino, mas que sua gravidez era de altíssimo risco. Laurel nunca aceitou o fim do nosso namoro, ela começou a espalhar boatos que a abandonei depois de prometer casamento, que eu a traia com todas as empregadas do castelo e que além de tudo havia abusado de uma e a engravidado – sua mão fecha em punhos e ele soca o sofá diversas vezes – meus pais com medo de uma retaliação acharam melhor por panos quentes e deixar Samantha e o bebê longe dessa história toda, disseram que era mentira e que não havia nenhuma mulher esperando um filho meu. ’

‘No dia que meu filho nasceu perdi Samantha, ela viu Laurel me beijando e ficou arrasada, pois pensou que eu iria abandoná-la grávida e para piorar a outra disse que iríamos criar o filho dela como se fosse nosso – neste momento seu choro era enorme e não me contive mais, abracei aquele homem enorme e tentei confortá-lo – foi minha culpa, se eu não tivesse aceitado as tradições talvez meu filho ainda tivesse uma mãe e pior, um pai – fala com a voz embargada e levanta a cabeça para me encarar. ’

— Oliver – tento soar o mais calma possível – a culpa não é de ninguém que não seja a Laurel, ela manipulou tudo, articulou porque só se importa com o maldito título de nobreza – falo sem conter o nojo na minha voz – mas com certeza ainda pode recuperar o tempo com seu filho, onde podemos encontrá-lo? Se quiser, claro, posso ajudá-lo a se aproximar dele... – sou cortada por ele ao levantar a voz

— Felicity você o conhece – encaro-o como se fosse algum tipo de alienígena – William é meu filho, é por isso que ele mal fala comigo – com certeza eu não fui discreta com a expressão de espanto, porque ouço seu suspiro – pode me julgar agora, todos sempre me julgam mesmo.

— Aquele dia na sala de música você me questionou se eu o via como a mídia falava – começo e quando ele abre a boca para responder levo minha mão aos seus lábios para silenciá-lo – e eu disse que não sabia quem você era, e não sabia mesmo, ninguém sabe na verdade. Você e o William foram vitimas de uma circunstância cruel, o colocaram como filho adotado da rainha, quando na verdade ele é neto da mesma e tenho certeza que sua mãe sente-se mal por mentir dessa forma para seu povo – acena com a cabeça.

‘Ouça Oliver, você e o William ainda podem ser como pai e filho basta que você passe a sentir novamente e pare de culpar-se por algo que não é sua culpa! Ele é só uma criança, precisa de você, principalmente que faz um ano que a única figura paterna que ele teve morreu e você sumiu no mundo. A cabeça dele deve estar uma bagunça. Mas... Se for com calma, vai conseguir se aproximar – afago seu rosto e percebo tardiamente que estava muito próxima dele, e eis que sou surpreendida com ele me puxando delicadamente e sela nossos lábios.

No começo foi só um leve selinho, mas então ele pede passagem com a língua e eu cedo. Beijar ele era como estar nas nuvens, meu corpo inteiro responde ao seu toque, meus braços circulam seu pescoço e puxam-no para um beijo mais profundo.


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Notas finais do capítulo

Finalmente o último dia do ano! Ufa!
2017 foi um ano e tanto, não sei para vocês, mas ao menos para mim foi! Escrever essa história e o mais importante conseguir concluí-la por inteiro antes de começar a postar é um grande passo.
Para o ano novo eu desejo a todas(os) que seja um ano de paz, prosperidade, amor, união (entre famílias, povos, etnias, religiões), que os preconceitos sejam deixados de lado, que tenha mais amor para com os animais e mais amor entre nós!
Que em 2018 possamos comemorar mais, sorrir mais e sermos mais felizes e termos nossas conquistas pessoais!
Super beijo, Happy New Year!



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