Tudo ou Nada! escrita por karol_kinomoto


Capítulo 15
O plano


Notas iniciais do capítulo

Oi galera... Quanto tempo né! Semestre mais que ralado esse... E só agora que entrei de recesso.. Uma mísera semana apenas :(
Mas, a boa noticia é que pretendo acabar com essa fic. Digo de postar todos os capítulos dela =DDDD
Quero agradecer, a Kriss Black e a IDSC por comentarem no capitulo anterior



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Capítulo 15: O plano.

— Está me evitando?

Ao encarar a irmã, Draco considerou a forte possibilidade de fechar a porta no lindo rosto de Pansy. No entanto, respirou fundo e, resignado, convidou-a a entrar.

— Deixei duas mensagens em sua secretária eletrônica durante o fim de semana e hoje liguei três vezes para o escritório. — Pansy tropeçou na mala que estava chão.

Na verdade, tão logo chegara em casa, Draco havia atirado uma de suas malas na parede e, em seguida, chutara-a. A outra mala tivera mais sorte e chegou até o quarto. Mas tivera o mesmo fim da primeira, sendo arremessada na parede do quarto. Peças de roupa e outros objetos pessoais se espalharam pelo tapete.

— Andei ocupado — ele resmungou. — Não é uma boa hora para conversas, Pansy.

— Tampouco nos últimos três dias, pelo que pude observar. — Pan cruzou os braços e o questionou: — O que está havendo?

— Já me basta os questionamentos de Narcisa. Ela não caiu na nossa mentira, sobre eu estar querendo sair de casa.

Por mais que amasse a irmã, Draco não estava disposto a argumentar com outra mulher teimosa. Caminhou até o frigobar, ávido por uma cerveja gelada, mas só encontrou uma lata de refrigerante.

— O que está havendo afinal?

— Por que pergunta? — Abriu o refrigerante e tomou um longo gole. — Está tudo bem. Aliás, perfeito. — O sarcasmo evidente.

Pansy analisou a desordem no chão do quarto.

— Posso imaginar.

— Os homens gostam de privacidade, Pan. Têm o direito de ir e vir sem que outros os censurem. Não concorda?

— Concordo.

— Ótimo.

— Você e Gina brigaram? — Ela perguntou enquanto se sentava na cama.

Draco engasgou com o refrigerante.

— Gina não briga com ninguém. Toma decisões lógicas, racionais e sensíveis, baseadas em artigos de revistas virtuais.

— Pela Internet?

— Sim. Ela leu um artigo a respeito de… — ele ia dizer sexo, mas conteve-se —… relacionamento no trabalho.

— Oh, acho que li esse artigo. Dizia que flertes no ambiente de trabalho são uma péssima ideia e nunca se deve dormir com o patrão. Muito interessante.

Flertes. Ora, Gina não representava um flerte.

— O que essas revistas sabem?

— Baseiam-se em estatísticas — Pan informou-lhe. — É empolgante por algum tempo, depois o trabalho e o coração acabam destruídos e esfacelados.

— Ela pediu demissão! — Draco jogou a lata de refrigerante na parede. — Ele descontou sua frustração — Só porque nós…

— Dormiram juntos? — Pansy completou a frase quando ele hesitou.

Ótimo. O último desejo de Draco era discutir sua vida particular com a irmã.

— Não é da conta de ninguém — murmurou. — Ela não precisava abandonar o trabalho. Somos adultos, poderíamos lidar com os problemas.

— Posso imaginar como você lidaria com os problemas. — A morena suspirou. — Quer tudo, certo? O sexo e a secretária. Como todos os homens.

Ele irritou-se. Não era bem assim.

— Por falar em homens, não precisa ficar com seu “namorado-traíra-Potter”? — Draco perguntou com uma cara de nojo. Sim, Harry era um amigo traidor, por ter engravidado sua irmã caçula. E para piorar a situação, ele ainda tivera a ousadia de convidá-la para morar com ele. Para o desgosto geral de todos os Malfoys, exceto Narcisa que estava feliz em ser avó e talvez planejar um casamento, Sirius ainda não acreditava que sua “menininha” ia ter um filho, mas acreditava não existir partido melhor que seu afilhado...

— Não ,tenho todo o tempo do mundo, Harry está trabalhando, e para sua sorte, sou toda sua! — Pansy acariciou o ventre para tentar amolecer o coração de Draco.

— Nesse caso, ofereça-se a outro irmão, Pan. Não quero e não preciso de sua companhia. — O que ele queria e precisava não podia ter: Gina.

— Não acredito! — Pansy riu. — Você está maltratando uma mulher grávida.

— Lembre-me de matar o Potter por isso. — Ah, é muito fácil engravidar a irmã dos outros e ficar por isso mesmo... Só ela se mudar pra casa do cara e fica tudo bem? Não. Potter ainda tinha contas a acertar com os Malfoys.

— Durante vinte e três anos, vivi sob o resguardo de meus quatro irmãos. E quanto àquele incidente, com o Harry, quando vocês quatro decidiram bater nele? Não me lembro de precisar ou querer ajuda.

Sorridente, ela se levantou da cama e o abraçou.

— Sabe de uma coisa, Draco? Por mais indignada que eu estivesse, a atitude de vocês me fez ver quanto eu o amava.

Como ela conseguia fazer isso?, Ele perguntou-se. Deixava-o irado no primeiro minuto, e no segundo, tocava-lhe o coração.

Suspirando, Draco abraçou-a.

Mulheres!

Agora havia outra mulher capaz de fazer o mesmo com ele. Uma bela mulher pela qual começava a nutrir sentimentos intensos.

— Virginia é do tipo que leva o amor a sério — A irmã afirmou, para a surpresa de Draco. — Ela necessita de muito mais. Se não pode suprir tais necessidades, deixe-a ir embora.

Amor? Draco observou a irmã. Quem falou em amor? Gostava de Ginny, mas sem dúvida não estava preparado para casamento. Sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha e uma pontada súbita no coração.

Como sua irmã poderia saber qual era o tipo de Gina? Draco a conhecia havia mais de um ano e não tinha a menor ideia. Gina possuía tantas facetas que o deixava transtornado, e devia haver muito mais a ser descoberto. Por ele.

Deixá-la ir embora? Jamais.

— Vejo que não está me escutando — Pansy comentou, tocando o rosto do louro. — Vou encontrar nossos irmãos no Bar. — Ela disse como quem ia para o matadouro. — Quer vir comigo?

Com certeza, ele não precisava da zombaria dos irmãos naquele momento.

— Agora não. Talvez eu os encontre mais tarde.

— Não me obrigue a procurá-lo novamente. Quero saber se você está bem.

— Estou ótimo, Pan. — Draco beijou-lhe a face e acompanhou-a à porta. — Sei que sou capaz de resolver, essa situação sozinho.

A soleira da porta, a morena hesitou. Havia um brilho enigmático nos olhos dela impossível de decifrar. Lembrou-se de sua mãe chamá-lo de “olhar diabólico”.

— Reflita, Draco. E não se aproxime de nenhum precipício. - Ele fechou a porta, intrigado. Precipício? De que ela estava falando?

~*~*~*~*~*~*

Gina encontrava-se diante da pia, ralando cenouras para a salada. Pensava nos afazeres daquela noite: passar as roupas que havia lavado, verificar a correspondência acumulada por três dias, recolher o lixo, limpar o chão do banheiro e decidir o que fazer para sobreviver.

Comprara três jornais diferentes a caminho de casa. Como houvesse a necessidade de procurar outro emprego, resolveu começar a examinar os anúncios. Não tinha pressa, a quantia que economizara no último ano a sustentaria por alguns meses. Contudo, a existência de um planejamento sempre a deixava mais segura. E naquele dia específico, necessitava ocupar-se para não pensar.

Sabia que Draco estava zangado com ela e não o culpava. Também estava decepcionada consigo mesma. A tola encenação para enganar as tias fora um verdadeiro fracasso.

A bem da verdade, algo positivo surgira com o falso noivado. Gina sentiu o rosto corar ao recordar o fim de semana com ele. O encontro amoroso jamais seria possível se não houvessem participado daquela farsa. Nunca iria lamentar o breve romance, tampouco o fato de estar apaixonada por ele.

Quando se deu conta do sentimento, ela o negou, claro. Dissera a si mesma que misturava o ato à emoção, que tudo não passava de uma forte atração física.

Mas não conseguia ocultar os sentimentos reais por muito tempo. Acima de tudo, tinha de admitir que, de fato, o amava. Profundamente.

Ao som da campainha, ela derrubou o ralador dentro da pia. Com o coração em disparada, enxugou as mãos e caminhou até a porta da frente.

Por favor, que não seja Draco.

Sentia-se vulnerável. Faria alguma tolice, caso fosse ele. Algo insano. Algo maravilhoso.

Embora sentisse o desaponto ao abrir a porta, também ficou surpresa.

— Pansy? Luna e Collin?

— Olá. — A irmã de Draco trazia um buquê de rosas vermelhas. — Podemos entrar?

— Claro. Desculpe-me, eu não esperava vê-los tão cedo. — Disse referindo-se aos amigos. Gina recuou para que entrassem. — Que flores lindas.

— Nem pretendíamos estar aqui. — A prima respondeu. — Mas depois de sabermos as intenções de Pansy, pensamos em ajuda-la.

A ruiva mal prestava atenção no que a loura falava, estava distraída com as flores: Seriam de Draco?, Gina perguntou-se, ansiosa.

— Comprei-as para você. — Pansy foi à cozinha. — Tem um vaso para colocá-las?

Esperando ocultar a frustração, Gina abriu o armário e pegou um vaso de cristal.

— Você me trouxe flores?

Pan desatou o laço que prendia as rosas e começou a arrumá-las no vaso.

— Eu a estou incomodando?

— De modo algum. Eu estava ralando cenouras.

Depois de colocar a água no vaso, a morena virou-se para a ruiva.

— Draco me disse que você pediu demissão.

— Burrice, Gininha...  — Collin a alertou. — Com aqueles pedaços “ Malfoys” e você simplesmente vai embora.

— Sim. Entreguei-lhe hoje meu pedido de dispensa. — Ela baixou a cabeça.

— Por quê? — A Malfoy quis saber.

— Porque… — Gina sentiu o sangue acumular-se no rosto.

— Virginia, sou a caçula de quatro irmãos. Tive de aprender a expressar minhas necessidades de maneira sucinta e rápida. Do contrário, não haveria uma segunda chance de dizê-las.

Como a vida de ambas havia sido diferente, Gina refletiu com certa inveja. Sempre detestou ser filha única.

— Achei que continuar na construtora não… seria apropriado.

— Porque dormiram juntos? — Luna disparou, sentindo-se muito esperta.

Gina quase perdeu o equilíbrio ao ouvir a pergunta indiscreta, feita diretamente e sem subterfúgio.

— Como você sabe disso?

— Vocês dois desapareceram após sua apresentação na última sexta-feira, a qual, a propósito, foi magnífica — Pansy acrescentou. — Em seguida, meu irmão não retornou os recados que deixei, uma atitude incompatível a ele.

— Então, nós três, passamos duas madrugadas discutindo a possibilidade do que havia ocorrido, mas só se passou isso por essas cabecinhas. — Collin apontou para a cabeça loura, a castanha e a própria.

Pansy apoiou-se na pia.

— Conheço meu irmão, muito bem. E sei quando algo o está incomodando.

— Entendo. — Gina fechou os olhos, mortificada e envergonhada.

— Sei também que está apaixonada por ele.

— Não estou. — Gina abriu os olhos.

— Reparei em seu olhar quando se dirigiu a ele, Virginia. E como sou uma mulher apaixonada, reconheço os sintomas.

Oh, por que negar? Além do mais, Pansy parecia ser uma pessoa teimosa e não desistiria até lhe arrancar a confissão.

 Confiava plenamente em Luna e Collin.Talvez fosse melhor desabafar com alguém.

— Sim, estou.

— Agora estamos nos entendendo. — ela sorriu. — Por que se demitiu?

Gina acariciou as delicadas pétalas das rosas.

— Como eu conseguiria ser formal e eficiente durante o dia e à noite dormir com ele? Pode parecer conservador, mas eu me sentiria… barata. Entende?

— Entendo, claro. Mas ele também está apaixonado por você, Gina. — Os três dispararam em uníssimo.

O coração voltou a disparar.

— Não, é apenas atração física. É maravilhoso entre nós, mas não basta para mim. Eu não conseguiria sobreviver a um… — ela interrompeu-se constrangida, e a seguir concluiu: — caso.

— Conheço Draco. E também conheço o olhar, lembra-se? Ele apaixonou-se por você, porém ainda não descobriu. Nesse momento, está alucinado em casa, imaginando que a perdeu. Não é tão brilhante a ponto de saber o que fazer. — Pan riu. — É um homem, afinal.

Em outras circunstâncias Gina teria rido, mas no momento seria impossível encarar com humor a crítica de Pansy. Draco era um homem real, pensou, lembrando-se das mãos percorrendo-lhe o corpo, dos lábios e do desejo que incitava.

Pansy esfregou as mãos.

— Quanto tempo ainda temos?

— Tempo? Para quê?

— Quando será seu último dia de trabalho? — Luna perguntou animada demais.

— Segunda-feira. Ficarei na construtora por mais sete dias.

— Precisamos de um plano acelerado. — Collin agora se movimentava de um lado para o outro.

— Plano acelerado? — A ruiva parecia ser a única a não acompanhar a linha de raciocínio dos demais.

— Explicarei mais tarde. — Pansy pegou um pedaço de cenoura. — Vê isso? É exatamente o que vamos fazer com Draco. Ralar o pobre infeliz até que não sobre mais nada.

Ralá-lo? Gina fitou a cenoura e, depois, Pansy.

— Não entendo por que está fazendo isso.

— Por três motivos. — Ela mordeu a cenoura. — Primeiro, trata-se de uma vingança pelo fato de Draco e meus irmãos terem se intrometido em minha vida. Segundo, amo Draco e quero vê-lo feliz. Se não acreditasse que você é a mulher perfeita, eu não estaria aqui. — Pansy mordeu outro pedaço da cenoura e sorriu. — E terceiro, vamos nos divertir observando meu irmão enlouquecer.

Gina sorriu também. Começava a gostar do plano tanto quanto de Pansy.


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Notas finais do capítulo

Então né... quem é vivo sempre aparece =DDDD
E cá estou eu... Espero que tenham gostado! ^^
Aguardem a chegada do Tom e grandes emoções para Draco e Gina =DDD



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