Para Sempre - A Escolha escrita por AlanRod1830


Capítulo 22
Entre o amor e a razão




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Miguel

 

Estou em casa fazendo minhas tarefas quando o celular toca. "Hora imprópria," penso a princípio. Resolvo atender, pensando em desliga-lo em seguida. Olho o número ao lado do nome ÉRICA e fico surpreso. Atendo a ligação imaginando o que ela poderia querer falar comigo. Não costumo receber telefonemas das mães dos meus amigos. Só pode ser alguma coisa séria.

— Oi, Sra. Lindenberg. Como vai?

— Miguel... Você precisa me ajudar... – Algo ruim se remexe dentro de mim quando ouço a voz de Érica entrecortada por soluços. Parece muito angustiada e dá a impressão de que vai cair em prantos a qualquer momento. – Por favor... Preciso que venha à minha casa...

— O que está acontecendo? Cadê o Adrian?

— O Adrian está muito mal. Precisa de ajuda.

— O que ele tem?

— Não sei. Mas estou com medo. Por favor, me ajude.

Surpreendentemente, parece que a história de um ano e meio atrás está se repetindo. Quando Érica termina de falar, largo o telefone e vou para lá imediatamente.

Não faço ideia do que ela espera que eu faça. Que eu fale com ele, talvez. Mas se ela não conseguiu fazer isso, que chances eu tenho de conseguir?

A porta está aberta. O quarto está uma bagunça tremenda, com roupa de cama, livros e cadernos com folhas arrancadas e espalhadas. Parece até que passou um furacão por aqui. Adrian está sentado no chão, ao lado da cama, com os braços dobrados sobre os joelhos, a cabeça escondida entre os braços. Há um enorme rasgo na altura do joelho da bermuda – como se essa área tivesse sido arrancada por uma mordida. Suas roupas estão manchadas, sujas de poeira e suor, e tem uma leve sombra de barba escurecendo o maxilar e o queixo. Me aproximo dele lentamente e o mesmo só percebe a minha presença quando solto um pigarro.

— Miguel? – pergunta, surpreso.

Vê-lo assim, com os olhos tão vermelhos como se tivessem sido mergulhados em sangue, faz com que algo dentro de Miguel exploda em miséria. Como alguém pode deixar tudo chegar a esse ponto?

— Não dá para acreditar...

— O que faz aqui?

— Te pergunto o mesmo. O que está fazendo aí, sentado? O que deu em você?

Adrian se levanta de repente. Tenho medo que ele se altere e tente me bater outra vez. Não seria justo vir de tão longe para, no final, me sentir ainda pior.

Ele agarra a maçaneta e puxa a porta com força.

— Sai do meu quarto, Miguel! Fora daqui!

— Você não é o Adrian que eu conheço.

— Que diabos você quer?

— Eu quero te ajudar. Você não vê o que está fazendo? Está se auto destruindo. Está fazendo sua mãe chorar. Devia ter visto como ela ficou.

Adrian enterra as mãos nos cabelos, soltando um suspiro angustiado. Ouso me aproximar mais.

— Já disse para sair! Não ouviu? Sai daqui agora mesmo!

— Não até você me contar o que está te deixando assim. O que pretende? Se matar? Matar a sua mãe de tristeza? Se é isso, meus parabéns, pois está conseguindo.

— Veio para debochar de mim?

— Claro que não. Vim para te ajudar. Adrian, olhe para mim. Este não é você. Anda, sai dessa. Não deixa essa tempestade te vencer.

Adrian começa a chorar. Parece que as minhas palavras estão finalmente causando algum efeito. Ele olha para mim.

— Você fala como se fosse a coisa mais simples do mundo. Mas acontece, Miguel, que, na prática, as coisas não são tão simples. A vida não é um conto de fadas como muitos pensam. A vida é traiçoeira. Ela nós dá momentos de felicidade, mas depois nos tira. Ela faz com que acreditemos em nossos sonhos, mas depois nos derruba no chão. Então, me fala, para que viver? Para que lutar?

— A vida pode parecer injusta, mas acredite: não importa o quão ela possa ser ruim. Sempre existe algo que você pode fazer. Acha mesmo que a morte é a solução? Pois está errado. A morte é o refúgio dos fracos. E você não é fraco. Você só tem que abrir os olhos, erguer a cabeça. A vida não pode parar. Sem luta, ninguém chega a lugar nenhum. Você quer que as coisas melhorem? Então faça por merecer.

Adrian se cala, baixando a cabeça. Suspira, permitindo-se falar:

— Me sinto muito mal. Não imagina como eu queria que tudo isso fosse um pesadelo. Queria poder acordar e ver que tudo não passou de um sonho ruim, que na verdade tudo está bem... – Faz uma pausa para respirar. – Desculpa, cara. Não sei o que deu em mim. Outra vez, o desespero me cegou.

— Sabe, o primeiro passo para resolver um problema é admitindo que ele existe...

— Sim, ele existe.

— ... e admitindo que precisa de ajuda.

Adrian respira fundo, desviando o olhar para o chão. Para mim está claro que Hannah é a causa do seu sofrimento. Ele nunca deixou de amá-la, e isso provavelmente nunca vai mudar.

Espero pacientemente que ele comece a falar.

— Nunca havia passado por uma situação tão embaraçosa em toda a minha vida. Só de pensar nisso, me faz querer sumir no fundo do primeiro buraco no qual eu poderia esconder minha cabeça, como os avestruzes. Sério, acho que nunca me senti tão mal assim. A essa altura eu já não tinha mais forças, nem para chorar nem para tentar explicar mais nada. Senti faltar o chão sob os meus pés. Para mim não restava outra alternativa a não ser... você já sabe.

— Imagino que a causa disso tenha nome e sobrenome: Hannah Anderson. Ou estou errado? Você ainda a ama, não é mesmo?

Adrian me encara, silencioso e triste, como se quisesse me dizer que estou com a razão.

— Vou ser sincero com você. Se me tivesse feito essa pergunta uns dois meses atrás, eu responderia que sim, que a amo com todas as minhas forças. Mas agora...

— O que sente por ela agora?

— Nada, Miguel. Não sinto absolutamente nada.

— Como assim nada? Pode esclarecer isso?

Adrian não responde. Espero ele dizer algo, mas como não o faz, torno a perguntar:

— Você não a ama mais?

— Já falei que não, Miguel — diz calmamente. — Eu sei. Imaginei que fosse fazer essa cara. Minha cabeça também está um caos, se quer saber. Me sinto no meio de uma tempestade de desejos e loucuras, e não consigo sair dela. Não encontro a luz do sol. Não sei mais o que fazer. A única coisa que eu sei é que, neste exato momento, sinto um grande vazio dentro de mim e um desejo incontrolável de preenchê-lo.

— Do que está falando?

— Você não vai acreditar. Nem mesmo eu consigo acreditar nisso. Estou apaixonado outra vez. E desta vez é por alguém que eu nunca pensei que pudesse sentir algo.

— Quem?

— "A Garota Estranha que Ninguém Suportava". A Larissa.

Nem em um milhão de anos, por mais que eu me esforce, vou conseguir descrever o quão surpreso estou em ouvir isso.

— O que foi que você disse?

— Exatamente o que você escutou. Pode parecer loucura, mas eu não consigo parar de pensar nela. Sei que não era isso o que você esperava ouvir, mas essa é a mais pura verdade.

— Então quer dizer que a Garota Estranha... perdão... que a Larissa finalmente conseguiu o que queria? Ela conquistou seu coração.

— Isso mesmo.

— Mas como isso aconteceu?

— Não saberia responder nem se quisesse. Mas tenho minhas teorias. Acho que é castigo.

— Castigo?

— Sim. Por todo o mal que fiz a ela. Acho que esta é a minha condenação. Amá-la. Sofrer o que ela sofreu. Entende?

— Para dizer a verdade, não.

— E qual é a parte que você não entendeu? Porque eu acho que está tudo muito claro.

— Não, amigo. O que está claro aqui é que você não tem certeza de nada. Como sabe que isso é amor? Pode ser uma ilusão. Uma loucura passageira.

— Desta vez não, Miguel. Sonho com ela todas as noites. A vejo em todos os lugares. Não consigo tirá-la da cabeça, por mais que eu tente. Se isso não é amor, então não sei o que é.

— Talvez esteja certo.

— Sei que estou.

— Ei! Por que não toma isso como uma segunda chance?

— Perdão?

— Quero dizer, por que não conta a ela o que sente?

— Eu não posso fazer isso, Miguel.

— Como assim? Por que não?

— Porque eu sei que não tenho nenhuma chance com ela. Se isso tivesse acontecido antes, talvez. Mas agora é impossível. Eu a machuquei demais. Ela deve me odiar por isso. Quem tem ódio no coração nunca vai ser feliz porque carrega todo tipo de escuridão dentro de si. Do mesmo modo eu nunca poderei ser feliz porque sempre vou me arrepender dos dias em que a maltratei quando deveria ter dado a ela a chance de se aproximar. Dos dias em que a fiz derramar lágrimas de dor quando poderia tê-la feito sorrir. Dos dias em que dei as costas para ela quando poderia ter olhado nos olhos dela e dito ao menos um oi.

"Você entende, Miguel? Fui tão idiota a ponto de cavar minha própria cova sem nem perceber. Percebi tarde demais quem era a minha verdadeira alma gêmea, a garota que traria felicidade aos meus dias e tornaria a minha vida digna de ser vivida. Agora vejo o que perdi por causa do meu maldito orgulho. Como me arrependo de não ter enxergado isso há mais tempo. Eu joguei no lixo a oportunidade de ser feliz, de amar e ser amado, como todo mundo merece. Por isso quis me destruir. Achei que não valia a pena continuar vivendo. Para quê? Para lamentar cada segundo dos dias que me restam? Para ver quem eu tanto amo recebendo de outra pessoa o amor que nunca dei? Não! Mil vezes não!

— Você a ama tanto assim?

— Sim, Miguel. A amo muito. Nunca pensei que pudesse amar tanto alguém. No início, tentava negá-lo. Me sentia culpado, como se estivesse fazendo uma coisa muito errada. Estava tão obcecado com a ideia de ter perdido o amor da minha vida que não me permitia sentir nada. Me parecia uma traição. Acho que mamãe me viu chorando semanas atrás, com a fotografia da Hannah na mão, pedindo desculpas e dizendo que jamais a esqueceria. Foi um momento terrível...

"Tenho consciência do que eu fiz, e me arrependo do fundo do coração. Como eu disse, enquanto eu viver, nunca ficarei em paz comigo mesmo. Sempre vou me lembrar das vezes em que a fiz chorar porque não conseguia aceitá-la do que jeito que ela era. E o pior de tudo: eu a maltratava sem que ela me tivesse feito nada. Até mesmo uma carta de amor ela me escreveu. Eu a mantive guardada desde o dia em que a recebi. Quando a encontrei, pensei em rasgá-la imediatamente, mas algo me impediu. Alguma coisa me disse para não destruí-la, pois essa carta mudaria minha vida. Foi o que eu fiz. E hoje fico feliz por não ter me livrado dela. Teria sido meu maior erro. Isto é, meu segundo maior erro. O primeiro foi negar o meu amor a pessoa que mais o merecia.

— Caramba. Não queria dizer isso, mas você realmente está em maus lençóis.

— Não hesite em opinar. Afinal, não espero que me felicite por estar novamente abrindo as portas do meu coração para um sentimento novo. Este é mais um caso de amor não correspondido. E a culpa disso é minha. Só minha.

— Tem certeza do que está dizendo?

— Absoluta.

— Não, aposto que não.

— E o que te faz pensar no contrário?

— Esqueceu de tudo o que ela fez para chamar sua atenção, para provocar a Hannah? Acha que ela agiria assim se não estivesse apaixonada por você? Pensa bem, Adrian. Isso prova que a Larissa nunca esqueceu você. Ela ama você, e se soubesse que você está sofrendo por ela, correria para os seus braços sem pensar duas vezes. Ela só está esperando uma palavra sua. E, vamos combinar, do jeito que ela está, ninguém seria maluco de dizer não.

— Você tem razão. Amanhã mesmo vou dizer tudo a ela. E não vou descansar até recuperá-la.

— É assim que se fala.

***

Após me despedir de Adrian, saio a esmo, perambulando sem destino, perdido em meus próprios pensamentos. O céu está claro e o dia não está tão quente, o que me permite caminhar durante a tarde em vez de me arriscar no escuro da noite. Depois de andar por mais de meia hora, chego, sem querer, ao parque do Ibirapuera, onde há um grande número de pessoas passeando, curtindo o momento com suas famílias. Vejo pessoas fazendo piquenique e olhando os barcos, outras jogando frisbee, outras jogando bola e outras passeando com cachorros. 

Ignoro-os, seguindo em frente na minha caminhada silenciosa, refletindo um pouco sobre o que anda acontecendo com Adrian. Enquanto me afasto, lembro do que ele me disse: "Tenho consciência do que eu fiz, e me arrependo do fundo do coração... Sempre vou me lembrar das vezes em que a fiz chorar porque não conseguia aceitá-la do que jeito que ela era... Joguei no lixo a oportunidade de ser feliz, de amar e ser amado, como todo mundo merece... E a culpa disso é minha. Só minha..." Essas palavras, lançadas num tom amargo e acusador, feriram inevitavelmente minha autoestima, e embora concorde com muita coisa que ele disse – afinal, não deixa de ser verdade que ele é o maior culpado pela situação em que está metido –, não posso evitar sentir pena do meu melhor amigo.

Somos humanos e erramos. Não há quem diga o contrário. Erramos para acertar. Logico que Adrian não seria a exceção. Se eu fui capaz de perdoá-lo, Larissa também pode. Acredito que seu amor por Adrian ainda existe, e se isso for mesmo verdade, nada poderá impedi-los de ficarem juntos. O amor, enfim, triunfará sobre o ódio e o restante da história eles escreverão com suas próprias mãos.

Pensar dessa forma me traz de volta um pouco do ânimo que perdi enquanto conversava com Adrian. A esperança de um final feliz se renova dentro de mim. Agora respiro mais tranquilo, ao mesmo tempo em que começo a sentir que estou pisando em um chão mais firme.

— Oi, linda. Como vai? Pode falar um instante?

Uma voz familiar me faz parar de repente. À princípio, penso que o cansaço está me fazendo ouvir coisas. Posso jurar que escutei a voz de Larissa vindo de algum lugar em meio à multidão que se forma ao longo do caminho. Continuo caminhando, achando que foi apenas minha imaginação fértil.

— Como sabe da festa? Quem te contou?

Não é minha imaginação. É mesmo Larissa. Avançando um pouco mais, a vejo falando ao telefone, fora da trilha. Eu devo estar andando muito com Roberta. De repente, sinto a necessidade de ficar escutando a conversa em vez de simplesmente ir embora.

— Claro. Como não pensei nisso antes. Só podia ser a Roberta, mesmo. Essa garota não consegue manter a boca fechada. Nem sei porque contei isso a ela.

É mais forte do que eu. Aproveitando que Larissa está de costas para a trilha, chego o mais perto possível e me escondo atrás de uma árvore, perto o bastante para ouvir em alto e bom som.

— Eu sei. É mais fácil cobra fumar, certo? Enfim, amiga... Como já te contaram, a festa vai ser lá mesmo, no internato, daqui a uma semana.

Quase pergunto em voz alta com quem ela está falando. Tapo a boca a tempo de evitar esse estupido erro.

— Isso mesmo. E você, desde já, é minha convidada. Imagino que ela também tenha dito algo sobre o noivado.

"Noivado?", pergunto mentalmente. Não pode ser."

— Eu já desconfiava, mas tudo bem. Cedo ou tarde todo mundo vai ficar sabendo mesmo. – Faz uma pausa breve. – Se estou feliz? Lógico. Não imagina o quanto. O Victor? Ele está que não se aguenta de ansiedade. Está louco para que chegue logo o dia da festa.

Fico espantado. Então é verdade o que muitos andam comentando por aí. Larissa está mesmo namorando o esquisitão do Victor Taylor. Isso me leva a pensar que todo o amor que ela diz sentir por Adrian não passa de uma paixão repentina, algo que toda adolescente experimenta quando chega nessa fase.

— Claro que nossos pais estão de acordo. Principalmente os pais dele. Eles ficaram muito entusiasmados com a ideia.

— Pobre Adrian.

Para o cúmulo do meu azar, a frase escapole da minha boca alto o bastante para fazer com que eu me arrependa de ter nascido. Larissa olha para trás e anda em direção à árvore, enquanto eu tento me esconder e ao mesmo tempo penso na desculpa que vou dar quando ela me encontrar. Mas, felizmente, isso não acontece. Escuto alguém do outro lado da linha perguntar "o que aconteceu?", fazendo ela desistir de procurar o lugar de onde veio a voz.

— Nada não. Pensei ter ouvido um barulho, mas acho que foi só impressão minha...

Respiro fundo, e continuo parado atrás da árvore. Larissa continua falando:

— Olha só, vê se não vai faltar, hein? Estou contando com você. Bom, com você e com todo o pessoal do internato... – Ela pára para pigarrear. – Tudo bem, amiga. Também tenho que ir pra casa. Prometi a minha mãe que ajudaria ela a preparar o jantar. Ok. Até segunda. Tchau.

Larissa desliga o telefone e vai embora, indo na direção oposta. Só percebo o quão arrasado estou quando sinto um nó se formar em minha garganta. Larissa está envolvida com outro cara, mesmo depois de tudo que fez para separar Adrian de Hannah. Claro que o destino também contribuiu para que isso acontecesse, mas Larissa é a principal culpada. E agora, ela planeja ficar noiva de Victor Taylor. Penso em Adrian, e sinto culpa por tê-lo feito alimentar falsas esperanças. Mas o que realmente me preocupa é a forma como ele vai reagir quando souber disso. Provavelmente, ficará depressivo de novo.

"Não", digo mentalmente. "Isso eu não vou permitir. Haja o que houver, não vou deixar que ele sofra outra desilusão." 


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Notas finais do capítulo

A notícia do noivado chega aos ouvidos de Miguel. Agora ele quer a qualquer custo evitar que Adrian descubra. Por quanto tempo ele vai conseguir manter esse segredo? Deixe seu comentário e favorite, blz?

Hasta la vista, friends! ♥



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