Natal Romanogers escrita por Julianavieira7, Daredevilosa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

OBS: Essa história só saiu do papel graças a Kenia (@Daredevilhosa), que se dispôs a me ajudar, já que eu sou a pessoa mais indecisa e complicada do mundo - em relação a escrita. 50% dos créditos dessa One são dela. Espero que gostem.



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Natal Romanogers

24 de Dezembro de 2017

Após os eventos da Guerra Civil, muitas coisas aconteceram.

Steve - junto com a sua equipe - tiveram a ajuda do Rei T’Challa para se refugiarem em Wakanda, mas logo, Natasha também se juntou ao grupo, pois sua cabeça está com um alto valor de recompensa, dado pelo governo americano.

Há cerca de seis meses eles tem vivido juntos em uma “base” cedida pelo Rei T’Challa. E, como forma de gratidão pelo abrigo, eles ajudam a reforçar o exército de defesa do país.

Hoje é véspera de Natal e os Vingadores Secretos, apelido que Natasha deu ao grupo de refugiados, menos a própria Natasha, participaram do grande banquete durante o almoço oferecido pela família real de Wakanda e os vingadores decidiram também que à noite, eles iriam fazer uma ceia tradicional de acordo com as tradições que já estão acostumados, tudo isso à parte do povo de Wakanda para não ofender a cultura deles. T’Challa estava de pleno acordo com o combinado.

O grupo dos Vingadores Secretos estava formado por Steve, Sam, Natasha, Wanda, Bucky - descongelado há pouco mais de um mês - e Maria Hill - também foragida por ajudar Natasha a escapar do governo.

Todos estavam ajudando nos preparativos para a festa, exceto Natasha, que sumiu antes do dia raiar e ainda não apareceu.

Steve foi o primeiro a dar pela falta dela, ele sabe que ela some de vez em quando, mas não achou que ela perderia o banquete real, e mesmo perdendo esse evento ele ainda considerou normal a ausência dela, ele imagina que ela tenha um tanto de conflitos e batalhas mentais que só ela mesma sabe e enfrenta.

Steve tinha esperanças que Natasha aparecesse para as festividades com os Vingadores, porque ela estava presente quando tudo foi combinado, ela estava em silêncio, mas é costume ela ficar na dela sempre.

S: Hill... você sabe aonde está a Natasha? Ainda não a vi hoje.

O loiro pergunta para a morena, que até então estava concentrada em arrumar a mesa - única coisa útil para a ceia que sabia fazer, graças ao seu perfeccionismo, ela não tem talento na cozinha.

H: Ela acordou cedo e disse que ia dar uma volta.

Steve franziu a testa.

H: Olha, Steve... eu vou ser sincera com você...

Hill declarou após notar que Steve parecia decepcionado por não ter notícias de Natasha, ela achou melhor esclarecer as coisas pra ele, para que ele não criasse expectativa de ter ela para a ceia de natal, Hill sabe que Steve preza a companhia de todos e ia querer todos presentes.

H: Não espere ver a Natasha hoje. Ela não gosta de comemorar datas como essas. Desde que a conheço, ela sempre some nessas festividades e só aparece quando as festas terminam. Não perca seu tempo tentando fazer ela mudar de ideia e... não se preocupe com ela também, ela está bem.

Hill terminou de falar e foi até a cozinha, deixando um Steve pensativo para trás.

Não conformado com o que acabara de ouvir, o loiro prometeu a si mesmo que, antes de anoitecer, irá atrás de Natasha e a trará para a festa. Custe o que custar. Era inaceitável não ter ela presente na ceia, ela é parte da família, pois é isso que todos eles se tornaram... uma grande família.

—x-

Após ter terminado todos os seus afazeres e ter deixado tudo no esquema para essa noite natalina, Steve tomou um banho e seguiu atrás de Natasha, como ele mesmo havia prometido.

Como ele não fazia ideia de onde encontrá-la, ele resolve ir até o centro de segurança de Wakanda e pede ajuda a um dos guardas responsáveis pelo monitoramento da cidade.

— Capitão Rogers... a que devo a honra da sua visita?

O chefe de comandos cumprimenta Steve.

S: Preciso de um favor.

Steve resolve ir direto ao ponto.

S: Preciso - urgentemente - encontrar a Natasha e não faço ideia de onde ela esteja. Será que tem como me ajudar?

O chefe de segurança assente e chama um de seus funcionários.

— Oh, Dilan... ajude o Capitão Rogers a localizar a agente Romanoff.

O jovem assente e chama Steve até a sala de controle.

Após quase uma hora procurando, finalmente eles conseguem encontrá-la, ela estava se escondendo e já devia ter noção de como ficar fora do alcance das câmeras.

D: A agente Romanoff está no Sul de Wakanda, cerca de duas horas e meia daqui, se você for de carro.

S: Muito obrigada, Dilan.

Steve cumprimenta o garoto e segue até seu segundo destino, e ele teve que arrumar um jato, pois não teria todo esse tempo a gastar na estrada de carro para chegar até o Sul de Wakanda.

—x-

Natasha nunca foi fã de datas especiais, principalmente o Natal. Para ela, essa data lembra família, amor, confraternização... dentre outras coisas boas as quais ela perdeu ao ser levada para a KGB.

Desde que entrou pra S.H.I.E.L.D., Clint vem tentando convencê-la a passar o Natal com ele na fazenda, mas Natasha sempre arruma uma desculpa e some em dias como esse.

Quando não está enchendo a cara em um bar qualquer, Natasha procura se isolar, apenas.

E, hoje, Natasha resolveu bem cedo que ia fazer algo que passou a gostar muito de fazer, durante esse tempo que tem morado em Wakanda, porém tem muito pouco tempo para praticar: alpinismo... que nada mais é que escalar rochas, montanhas, etc, com ou sem ajuda de equipamentos.

Em uma de suas rondas por Wakanda, Natasha pôde observar que o Sul do país era ideal para praticar esse novo hobby, fora que é bem distante de onde a maioria das pessoas costumam ficar, então ela estaria bem isolada, para não dizer escondida.

Natasha precisou de cinco horas e meia para escalar o rochedo de cerca de noventa e oito metros de altura. Tempo esse considerado impossível para um ser humano normal, porém, além de uma ótima força física, Natasha possui um soro no organismo que permite uma boa resistência e todo esse tempo praticando, ajudou ela a ter mais experiência.

Ao chegar no topo da montanha, Natasha começa a montar um acampamento aonde passaria a noite de natal, sozinha e em paz consigo mesma.

Ainda tinha mais algumas horas até escurecer, então ela acendeu uma fogueira e assou alguns aperitivos que tinha trago, ela leu alguns livros e praticou meditação. Quando a noite finalmente caiu, ela começou a assar marshmallows para comer.

Apesar de ser uma pessoa adaptada para o frio, toda aquela altitude fez a temperatura cair muito rápido e o vento só piorava a situação.

O frio estava começando a ficar insuportável - até mesmo para Natasha que era acostumada - e ela começou a achar que não foi uma boa ideia ter vindo até aqui. O céu esteve encoberto durante todo o dia, mas Natasha não fazia ideia do que viria a seguir... Neve.

N: Era só o que me faltava... desde quando neva na África?

Natasha se levantou preocupada.

N: Isso não pode estar acontecendo.

Natasha passou a mão pelos cabelos, um tanto apreensiva. Não tinha nenhuma forma de se comunicar com ninguém, ela deixou todos os seus equipamentos eletrônicos em casa, afim de não ser localizada e agora estava entrando, literalmente, em uma fria.

Para sua surpresa, um jato vinha se aproximando de onde ela estava e a ruiva sorriu um pouco aliviada, ela precisou sinalizar para pedir ajuda e a fogueira também facilitou a visualização dela naquela região.

Assim que o jato pousou, Natasha foi ao seu encontro e se surpreendeu ao ver quem estava saindo dele para resgatar ela.

N: Steve?

Natasha não escondeu a sua surpresa ao ver o loiro vindo em sua direção.

N: O que... como você me achou? Como sabia que eu estava aqui?

Natasha franziu a testa.

Steve parou próximo a Natasha e deu de ombros.

S: Não foi tão difícil. Hill falou que você costumava sumir no Natal e eu procurei ajuda para te localizar na central de controle de Wakanda. Esse país é todo monitorado, você deve saber...

Sim, eu sei. Natasha pensou.

S: Você não queria ser encontrada...

Steve disse de forma franca e sem julgamento.

Natasha fez negativo com a cabeça e ela ainda estava muito  surpresa de descobrir que Steve Rogers tinha vindo atrás dela. Em todos esses anos ninguém nunca a procurou nessa data, quer dizer... Clint e Hill até tentaram algumas vezes, mas acharam melhor por respeitar a decisão dela, mas não insistiam, e de certa forma ela estava feliz por Steve insistir.

N: Eu não sou uma pessoa festiva.

S: Eu sei. Eu também não.

N: Isso é contraditório para quem passou os últimos dois dias combinando tudo para a ceia de hoje.

Natasha zombou de Steve e ele encarou com bom humor e sorriu.

S: É, eu sei...

Steve abaixou a cabeça, suspirou e voltou a olhar para Natasha.

S: Mas Natal... é uma data que mexe comigo, traz lembranças da infância.

N: Sua infância não foi tão boa assim.

S: Não foi ruim como a sua, mas também não foi boa, é verdade... mas ainda assim, eu gosto de celebrar.

N: Você tem razões pra isso.

S: Tenho e você também. Nós dois perdemos nossas famílias e nós dois ganhamos uma nova família quando nos unimos com os vingadores, principalmente eu e você...

Natasha franziu a testa de leve de novo, surpresa com as palavras de Steve.

S: Quem diria que nós dois seríamos grandes amigos hoje? Quando a gente se conheceu, vivíamos desconfiados um do outro.

N: Nunca desconfiei de você, Steve.

Steve se silenciou quando Natasha corrigiu ele, ele ainda a olhava nos olhos e fez positivo com a cabeça, concordando com ela.

S: Verdade. Você acreditou em mim e eu aprendi a acreditar e a confiar em você.

N: E você ainda confia?

S: Sim, você nunca me desapontou.

N: Nem quando fiquei do lado do Stark?

S: Não... você já tinha feito tudo que podia pelo país e pelo mundo, que direito teria eu de te julgar? Você não me deve nada e ainda assim você me ajudou no final. Nunca vou me esquecer disso, Nat.

Natasha soltou um breve suspiro e desviou o olhar, esse tipo de conversa a deixa constrangida de certa forma, mas orgulhosa por Steve a admirar.

Um sorriso - quase imperceptível - brotou no canto da boca de Natasha.

O sorriso de Natasha não durou muito, já que ela franziu o cenho e fez uma careta ao olhar a paisagem em volta.

N: Como pude me esquecer desse detalhe?

Steve desmanchou o sorriso ao observar o local que Natasha estava, o acampamento e a fogueira que ela fez.

S: Sério que você pretendia passar a noite aqui nessa barraca como um tempo desse?

Steve declara preocupado.

S: Não parece inteligente.

N: Bom... eu não fazia ideia que nevava na África. Fui surpreendida assim que cheguei aqui.

Steve balança a cabeça em negação.

S: O que seria de você se eu não tivesse vindo te procurar?

N: Bom... certamente viraria um picolé, igual a você.

Natasha debocha e ambos sorriem.

S: Vem, vamos voltar para casa.

Steve estica a mão na direção do jato, chamando para que ela embarque e vá pra casa com ele.

Natasha por um momento hesita, mas logo passa por Steve e ela tomou um breve susto, quando Steve botou o braço atravessado nas costas dela e a mão apoiada sobre o ombro dela. Era um gesto carinhoso que ela não está acostumada a receber dele, mas ela aceitou com bom agrado esse gesto e foi até o jato com o loiro.

A viagem foi silenciosa até o momento em que o jato pousa no hangar. Natasha morde o lábio e se vira para Steve.

N: Eu não posso voltar para lá, Steve. Isso é demais para mim, eu acho que não quero participar dessa festividade, você ficaria chateado?

Steve a todo o momento mostra compreensão. Ele segura as mãos de Natasha e as acaricia.

S: Nat, você precisa perder esse medo de socializar, de criar laços. Eu não faço ideia do que se passa em sua cabeça, mas eu imagino que sei o motivo de você se isolar.

Natasha sorri sarcástica.

N: Você não faz ideia mesmo. Eu aposto que o seu natal era ótimo com a sua mãe, pelo menos.

Agora foi a vez de Steve sorri secamente.

S: Ótimo? Até os meus 15 anos, eu mal tinha o que comer no almoço, quem dirá uma ceia de Natal. Depois que o meu pai morreu, tudo piorou. Dois anos depois veio a morte da minha mãe e eu fiquei sozinho. O Bucky sempre queria me levar para passar a ceia com a família dele, mas eu nunca ia, não achava justo ter natal sem a minha mãe. Depois eu fui congelado por 70 anos e acordei em um mundo completamente diferente do que eu vivia. Eu não fazia ideia de onde estava. Tinha perdido tudo e todos. Eu estava completamente sozinho, até conhecer vocês. Você e o Sam passaram a ser as pessoas mais próximas de mim e junto com o Bucky, vocês são o que tenho mais perto de família. No primeiro ano eu falei para ele que ia passar o natal com a Peggy no hospital...

Steve suspira, lembrando.

S: Eu realmente ia, mas daí descobri que os filhos dela foram buscá-la para passar o natal com eles. No ano passado eu não tive como escapar. O Sam me levou para a casa da mãe dele e pela primeira vez eu vi o que é uma família, uma ceia de natal de verdade. Eles me trataram como um filho. Eu não me sentia mais perdido, ao menos não naquele momento. Eu me senti amado e importante para alguém. E isso levantou o meu astral de 0 a 100 em apenas uma noite.

Steve pausou um pouco e depois prosseguiu.

S: Eu não estou querendo dizer que a minha vida foi pior que a sua, pois tenho certeza que não foi. Mas por mais diferentes que sejamos, nós somos parecidos, Natasha. Tivemos mais momentos sofrendo do que sorrindo, tentando sobreviver e ao mesmo tempo desejando estar morto. Dói em mim olhar para você e ver toda essa dor em seus olhos, essa insistência em estar só. Por mais que você tente esconder, eu consigo enxergar medo neles também.

Os olhos de Natasha estavam se enchendo de lágrimas e ela lutava ao máximo para não as deixar cair, mas sabia que não conseguiria controlá-las por muito tempo.

N: Por que somos tão ferrados, Steve? Talvez eu mereça isso, afinal eu já fiz muito mal em minha vida, mas você... você tem o melhor e maior coração do mundo. Você é o homem mais gentil, justo e generoso que conheço. Você não merecia a vida que teve.

Steve fez que não com a cabeça.

S: Você também não mereceu, Natasha. Toda a maldade que você fez foi reflexo daquilo que te forçaram a ser. Você não teve escolhas durante muito tempo e quando teve a oportunidade, você escolheu ajudar as pessoas. Eu te admiro muito por isso. Você é a mulher mais forte que conheço.

Steve pausa por um momento antes de continuar.

S: Você está entre pessoas que te amam. Nós somos uma família agora e eu quero que você sinta tudo o que eu senti ano passado. Eu quero que você se sinta amada e que você saiba que pertence a um lugar. Você não precisa mais ser sozinha. Se depender de mim você sempre terá alguém ao seu lado.

Natasha se joga nos braços de Steve e o aperta como se isso fosse necessário para sua sobrevivência. Ela não pode evitar as lagrimas que caem, mas ela não quer que Steve a veja assim, porém não tem mais volta, ela não consegue mais se controlar, então ela enterra seu rosto na camisa do loiro e desaba a chorar.

—x-

Já era cerca de 19 horas quando Steve e Natasha adentram a base. Todos já estavam arrumados e era bem perceptível a cara de espanto de Maria ao ver Natasha ali.

H: Ihh... parece que o Capitão também consegue realizar milagres.

Alguns não entendem do que a morena está falando.

H: Qual feitiço você usou para convencer Natasha a ficar?

N: Ele não precisou de feitiço nenhum, Maria. E se me dão licença eu preciso de um banho. 

Natasha dá as costas e sobe a escada que dá acesso aos quartos.

Todos ainda permanecem olhando para Steve, tentando entender o que está acontecendo, mas desistem ao ver que ninguém vai se explicar e voltam ao que estavam fazendo.

S: Eu vou me arrumar.

Maria assente e – tanto ela, quanto Sam – mantinha um sorriso no rosto.

Steve sobe rumo a seu quarto e some da vista dos amigos.

H: Então... não acha esquisita essa necessidade que eles têm de estarem sempre juntos?

Sam olha para Maria e sorri mais ainda.

Sam: Não... não acho que seja esquisito. Só acho que tem mais que apenas amizade na relação desses dois. Eles só não perceberam isso ainda.

H: E do jeito que anda não vai demorar muito para que percebam.

Maria completam e ambos se olham com sorrisos cumplices no rosto.

—x-

Já estavam todos reunidos na sala, tomando vinho e conversando alegremente entre si. Natasha já estava mais descontraída enquanto conversava com Maria e Wanda e Steve a todo momento a observava.

Sam: Precisa de um babador, Steve?

Sam e Bucky começam a rir e Steve fica todo vermelho.

S: Não sei do que está falando, Sam.

Tenta desconversar.

Sam: Qual é Steve... Seus olhos não negam o que seu coração sente.

Bucky concorda com a cabeça, fazendo com que o loiro fique mais vermelho ainda.

S: A Nat é só minha amiga. Nada a ver o que vocês estão insinuando.

Sam: Sei...

Sam ri do embaraço do amigo, é para descontrair, resolve reunir o pessoal.

Sam: Então galera... hora do “amigo secreto”. Mal posso esperar para receber o meu presente. Como fui eu que organizei a brincadeira, nada mais justo que “eu” comece.

Todos se reúnem no centro da sala e cada um pega seu presente.

Sam: Meu amigo secreto é o cara mais legal que eu conheço. O melhor homem que já pisou na terra e também o meu melhor amigo.

Todos sorriem com o exagero vindo do moreno.

N: Qual é, Sam... pede logo o Steve em casamento.

Todos na sala caem na gargalhada com o comentário da ruiva.

Sam: Não precisa ficar com ciúmes, Natasha. Infelizmente eu não curto a fruta do Steve, mas se curtisse certamente era com ele que eu casaria.

Todos riem mais ainda e Sam finalmente entrega o presente a Steve. Steve pega o presente e fica super feliz ao ver a camisa do Patriots autografada por Tom Brady, seu jogador preferido.

Nesses últimos anos convivendo com Wilson, Steve pôde descobrir algo que viria a ser seu hobby favorito... Futebol americano. Sempre que podia ele ia aos jogos do Patriots – time que Sam torce e que o loiro passou a torcer também.

S: Muito obrigada, Sam... eu adorei o presente. Espero poder usa-la em breve em um jogo do Patriots.

Sam: Eu sabia que você ia adorar, cara. Como seu melhor amigo eu tinha que te dar o melhor presente.

Natasha revira os olhos e Hill faz gestos que vai vomitar com tanta bajulação.

Sam: Agora é sua vez, Steve.

Steve se posiciona onde Sam estava e olha para o presente em suas mãos antes de falar.

S: Minha amiga secreta entrou em minha vida de uma forma meio conturbada, mas hoje eu tenho um carinho enorme por ela e a considero minha irmãzinha caçula.

Steve olha na direção de Wanda e lhe estende o presente. Wanda o pega e pula nos braços de Steve para agradecer.

Nesse momento, uma certa ruiva desvia o olhar da cena com um certo incomodo. Coisa que não passou despercebido por Bucky e Maria Hill, que depois se olharam e sorriram disfarçadamente.

W: Obrigada, Steve... eu adorei o presente.

Steve tinha a presenteado com um violão, já que a feiticeira adorava tocar e o seu ficou na base dos vingadores em NY.

Wanda vai até o centro da sala e anuncia seu colega sorteado.

W: Meu amigo secreto é muito legal, divertido e vive falando besteiras e tirando brincadeiras até em momentos inoportunos.

Todos olharam para Sam e responderam em coro.

— Samuel Wilson.

Wanda sorri e entrega seu presente a Sam, que praticamente surta ao ganhar uma bola autografada por todos os jogadores do Patriots.

Sam: Esse é o melhor presente que eu já ganhei na vida. Obrigada bruxinha.

Sam enche o rosto de Wanda de beijos e vai se sentar feliz da vida. 

Como a vez de Sam já tinha passado, Wanda teve que escolher outro e como mal tinha intimidade com Bucky e Hill, ela escolhe Natasha. Mesmo não sendo muito intima da ruiva, ainda era a que ela mais tinha contato.

Natasha revira os olhos ao ser escolhida e levanta bufando de onde estava.

N: Minha amiga secreta é a pessoa mais insuportável e vadia que eu conheço, mas é quem sempre está ao meu lado quando eu mais preciso sem nem mesmo eu chamar. A prova disso é que ela arriscou sua bunda para me ajudar a fugir do governo e agora também está na mira dele.

Natasha estende o presente para Maria.

H: Eu sei que você me ama e não vive sem mim, Romanoff.

Hill sorri e dá um abraço rápido em Natasha. Em seguida ela abre o presente e seu sorriso é o mais largo possível ao se deparar com uma arma Glock novinha.

H: Esse sim é o melhor presente. Você me conhece tão bem.

Natasha sorri orgulhosa e volta para o seu lugar para Hill poder começar seu discurso.

H: Meu amigo secreto é meio esquisito e tentou me matar na primeira vez que o vi, mas até que ele é um cara legal.

Bucky sorri envergonhado.

H: Espero que goste do presente.

Hill entregou para Bucky uma caixa grande e um pouco pesada. Bucky pega um pouco de mal jeito – por possuir apenas um braço no momento – e com a ajuda de Hill coloca em cima de uma mesa e abre.

B: Como você conseguiu isso?

Pergunta surpreso.

H: Bom... Zemo deixou algumas dessas belezinhas no hotel que ele ficou hospedado na Rússia e como a S.H.I.E.L.D. foi a primeira a chegar ao local, confiscamos uma. Se você preferir eu posso falar com o Fitz e ele faz parecer natural, assim como fez com a prótese da mão do Coulson. Ninguém diz que ele tem uma mão biônica.

B: Muito obrigada, mas eu prefiro assim. O braço de Vibranium meio que virou meu charme.

Bucky sorri timidamente para Hill, mal acreditando no que acabara de dizer. Do outro lado da sala Steve sorri ao ver o amigo voltando aos velhos hábitos galanteador do passado.

H: Se você preferir, amanhã mesmo uma equipe médica irá coloca-la de volta em você. Eles me garantiram que o procedimento é indolor e seguro.

B: Muito obrigada mesmo, Maria. Eu meio que me sinto inútil sem ele.

Aponta com a cabeça para o braço biônico.

Bucky abraça maria – que fica um pouco sem jeito – como forma de agradecimento e lhe agradece verbalmente mais uma vez.

Maria volta para o seu lugar e Bucky entrega o *ultimo presente da noite.

B: Bom... acho que não preciso dizer quem é minha amiga secreta, já que só resta uma pessoa. Mas como temos que falar algo a respeito dela, eu só posso dizer que ela deve me odiar por ter atirado nela duas vezes e aproveitar para pedir desculpas, mais uma vez.

Bucky queria falar mais a respeito de Natasha, mas ele sabe que ela não se lembra do passado que tiveram devido as memorias apagadas, portanto achou melhor falar apenas do que ela lembra.

N: Eu já disse que está perdoado, Barnes. Eu sei bem o que é ser controlada e seria hipocrisia da minha parte te culpar pelo que aconteceu.

Natasha pega o presente de Bucky e se surpreende com o que vê. Ela está boquiaberta tentando entender se foi uma mera coincidência, ou se Bucky sabe algo sobre o seu passado. A caixinha de música com uma bailarina que dança é exatamente igual à que Natasha tinha na infância. Uma das únicas lembranças que tinha dos seus pais – já que havia ganhado deles em seu quinto aniversário – e que foi destruída por sua supervisora da Sala Vermelha.

N: Eu... eu... eu adorei, James. Muito obrigada.

Natasha abraça Bucky, que fica surpreso com a atitude da ruiva.

Steve notou o quanto aquele presente mexeu com a ruiva e ficou um pouco desconfortável com a cena também, talvez ele desejasse ter sido o amigo oculto de Natasha, aliás ter tirado ela como amiga oculta para surpreender ela daquela forma.

O resto da noite seguiu tranquila e quando deu meia noite todos se reuniram na mesa e foram jantar. Agora Natasha tinha plena certeza de que pertencia a uma família – louca, porém maravilhosa – e agradece imensamente a Steve por tê-la convencido a ficar.  

—x-

Todos já haviam se recolhido - exceto Steve e Natasha.

Natasha estava em pé, de frente à lareira, com os braços cruzados pensando na noite maravilhosa que teve. Enquanto isso, Steve vinha se aproximando com uma garrafa de vinho e duas taças nas mãos.

Ao perceber o loiro atrás de si, Natasha se vira para ele e sorri.

Steve serve as duas taças e entrega uma a Natasha.

S: Um brinde a melhor noite de Natal das nossas vidas.

Natasha concorda com a cabeça e brinda com Steve.

Após alguns minutos em silêncio, Natasha resolve se pronunciar.

N: Obrigada, Steve. Graças a você eu tive um dos melhores momentos da minha vida.

S: Um dos melhores?

Steve franze o cenho e sorri.

S: Posso saber qual foi o melhor?

Natasha faz que não com a cabeça.

N: Quem sabe um dia eu te conte, mas agora eu gostaria de te entregar o meu presente de Natal. Eu já queria te entregar isso a algum tempo, mas não achava o momento certo.

Natasha entrega a Steve um relógio de bolso.

N: Isso é algo significativo para mim e apenas quatro pessoas possuem um desse. Você está sendo a quinta. Essas são as únicas as quais eu confio a minha vida.

Steve pega o relógio e observa que tem a ampulheta que representa o símbolo da Viúva Negra na parte de cima. Ao abrir, ele fica surpreso ao se deparar com uma foto dele e Natasha sorrindo espontaneamente.

S: Como conseguiu essa foto?

N: Maria quem tirou. Eu percebi na hora, mas fingi não notar e depois de pressiona-la muito, consegui a foto. Até que não ficou nada mal.

S: Ficou ótima. Vou carregá-lo sempre comigo.

Natasha sorri discretamente.

S: Eu também tenho um presente para você... na verdade são dois.

Steve primeiro pega uma caixa preta - média - de veludo.

S: Quando eu vi, achei que ficaria lindo em você. Eu acho que combina com seus olhos.

Natasha abre a caixa e se depara com um lindo colar de esmeralda, mais uma vez que Steve consegue fazer ela ficar totalmente surpresa, mas logo ela se recupera e volta ao seu estado “normal”.

N: Bom... para um homem do século vinte até que você tem muito bom gosto. Ao menos para joias.

Ambos sorriem ao relembrarem o quanto Natasha perturbava Steve por suas roupas um tanto quanto antiquadas.

N: É simplesmente lindo. Eu quero experimentar...

Natasha disse, retirando o colar da caixa e entregando o mesmo a Steve.

Natasha também se virou de costas para Steve e com uma das mãos ergueu o cabelo no ar.

N: Você me ajuda?

Natasha disse baixo e virando a cabeça levemente de lado.

Steve segura o colar e o coloca no pescoço de Natasha.

Ao terminas de fechar o colar, Steve sem querer deslizou as mãos pelo pescoço de Natasha, ele estava apenas tirando as mãos delas, mas calculou errado o movimento e acabou sentindo mais da pele dela. Foi um lance rápido e discreto, mas ele sentiu algo diferente ao sentir a pele dela, aquela textura macia, parecia um convite a permanecer tocando ela e isso o deixou perturbado por alguns instantes, ele pigarreou e deu um passo atrás.

Natasha virou na direção de Steve após ele se afastar e ela sentiu um leve arrepio na nuca quando ele a tocou, ela sabe que foi sem querer, mas sabe também que ele sentiu alguma coisa a mais quando a tocou. Era mútuo o desejo de continuar com os toques, se ele fosse qualquer um, teria tentado algo a mais na mesma hora e ela teria correspondido, mas ele a respeita e é tímido, dava para ver pelo olhar desconsertado dele.

Natasha suspirou de leve, ela queria que Steve tivesse mais iniciativa agora, que ele tentasse qualquer coisa, mas ele apenas desviou o olhar, provavelmente para voltar a si, porque logo ele tornou a olhar ela e sorriu.

S: Foi feito para você. Tenho certeza que não ficaria tão lindo em outra pessoa.

A tática de desviar o olhar para tentar diminuir a tensão entre eles, não funcionou, não funcionou porque Natasha não permitiu, ela o olhava nos olhos da mesma forma de antes e ela estava transmitindo que estava querendo alguma coisa.

Steve perdeu um pouco a noção ao fitar Natasha, ele olhou para o pescoço dela e depois para a região do decote dela, ele pigarreou e franziu a testa de leve.

N: Isso foi uma cantada, Rogers?

Natasha pergunta sarcástica.

S: Na... não. Eu só...

Steve só se deu conta que a última frase que soltou, soou como uma cantada barata agora.

N: Tudo bem, Steve. Só estou brincando com você.

Natasha o corta, evitando deixá-lo ainda mais desconfortável.

N: Muito obrigada. Essa é a joia mais linda que eu já ganhei.

Steve volta a sorrir.

S: Fico feliz que tenha gostado. Tenho outra coisa para te dar.

N: Mais presentes? Assim eu vou ficar mal acostumada.

Steve pega algo em seu bolso e entrega a Natasha.

S: Essa é minha dog tag do tempo que servi ao exército. Uma das poucas lembranças que tenho daquela época. Gostaria que ficasse com você, para que sempre, independentemente de onde estiver, você lembre que tem alguém que se importa muito com você. Eu sempre estarei ao seu lado.

Natasha pega a dog tag das mãos de Steve e a observa por um tempo. Dog tag é um cordão com pingentes metálicos, que mais parecem etiquetas, pois nelas, vem descrito o nome do soldado e mais algumas informações, a maioria dos militares possuem um.

Natasha logo volta a olhar para Steve e o envolve em um abraço apertado e inusitado.

Steve aperta um pouco mais Natasha sobre ele e inspira o cheiro dela, para grava-lo, como se já não tivesse gravado antes, ele reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar.

Após um bom tempo abraçados, Natasha se afasta de Steve – apenas o suficiente para fita-lo, ela não podia mais esperar que ele tentasse algo e ela não podia esperar por outra oportunidade, ela leva uma mão até o pescoço do loiro e após alguns – longos – segundos o acariciando, resolve finalmente fazer o que vinha desejando a muito tempo.

Sem em nenhum momento desgrudar os olhos dos dele, ela aproxima sua boca lentamente da de Steve e sela seus lábios nos dele.

Steve por um momento ficou sem reação, pois não esperava essa atitude da ruiva, mas logo volta à realidade e aperta – delicadamente – a cintura de Natasha, colando ainda mais seus corpos e aprofundando cada vez mais o beijo. Natasha sorri entre o beijo, aprovando a atitude de Steve e intensifica-o ainda mais.

Após longos minutos trocando carícias e sem desgrudar a boca um do outro, Natasha se afasta afim de recuperar o ar, mas mantém a testa colada na dele.

Ainda um pouco esbaforida, ela sorri e fala...

N: Esse é o seu segundo presente de Natal.

Steve sorri.

S: Não seria justo eu ficar na desvantagem.

Steve volta a beijar Natasha e os dois ficam a trocar beijos e carinhos por mais longas horas.

—x-

Por volta das 11h e 45min, Maria Hill desce as escadas bocejando e vai até a sala. Ao chegar lá, fica boquiaberta com o que vê.

Bucky e Sam chegam logo atrás e também reagem assim a cena.

Sam: Eu estou vendo o que eu estou vendo ou apenas estou imaginando?

H: Se você está imaginando, estamos os três malucos.

A cena que eles viam era Steve e Natasha dormindo no sofá, abraçados.

Não rolou nada além de beijos na noite passada, mas ficaram tanto tempo assim que acabaram por dormir ali mesmo, um nos braços do outro, no melhor Natal da vida deles.


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Notas finais do capítulo

Xoxo, Juliana Vieira ♥



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