Passado

Eu era feliz. Imensamente feliz. Encarei a aliança em meu dedo anelar, o diamante discreto brilhava em constaste ao sol.

— Você olha tanto pra esse anel como se fosse perde-lo a qualquer momento, aliais não duvido que isso possa acontecer. - Oliver Queen, o motivo da felicidade implicou. Revirei os olhos me jogando em seu colo novamente, estávamos em meu apartamento e ele havia acabado de me pedir em casamento. Senti seus dedos acariciarem minhas coxas e sorri beijando seu rosto.

— Claro que não perderia meu anel. - resmunguei debochando dele. - E eu posso só estar feliz?

— Eu também estou feliz futura Senhora Queen. - seus lábios esmagaram os meus em um beijo lento e completamente sensual. Oliver tinha aquele poder sobre mim, qualquer mínimo toque já me deixava completamente excitada.

— Futuro Senhor Smoak. - resmunguei. Éramos tão jovens ainda, mas já tínhamos certeza que queríamos aquilo. E queríamos estar casados. Ele riu antes de me jogar contra o sofá. Suspirei antes de jogar minhas pernas por sua cintura, senti os lábios de Oliver esmagando minha boca em um beijo feroz mas ao mesmo tempo incrivelmente apaixonado. Tem sido daquele jeito desde nosso primeiro beijo há seis meses atrás. Podia lembrar com exatidão como tinha sido, um amigo em comum de faculdade havia nos apresentado afirmando que ele estava afim de mim a muito tempo, não tinha caído nesse papo em um primeiro instante, afinal Oliver Queen tendo interesse por mim? Era algo inacreditável, mas ele realmente estava interessado e em nosso primeiro encontro, eu quase indo embora ele enfim me deu um beijo. Depois daquele dia, nos encontrávamos todos os dias e passávamos todas as horas possíveis juntos. Completamente apaixonados.

— Ainda não acredito que você aceitou se casar comigo. - sussurrou na ruptura do nosso beijo. Encostei minha testa na sua.

— É muito insano. Só namoramos há seis meses! - foi quando me dei conta. Era muito cedo para aquilo. — É muito cedo Oliver. Vão falar tanta coisa da gente, como se já não falassem... - murmurei.

— Eu não me importo com o que as pessoas falam Felicity, eu te amo e tudo que eu quero é partilhar uma vida com você, não me importa terceiros. Nós já estamos casados, praticamente. - ele englobou todo o meu pequeno apartamento, e em todo canto tinha algo que pertencia ao meu namorado. — Só vamos oficializar isso. 

— Tudo bem. - concordei me atirando em seus braços novamente. Naquele momento eu só queria uma coisa, fazer amor com ele. 

O nervosismo já não exista, era apenas tesão. O ar parecia quente, as mãos de Oliver em minhas pernas pareciam queimar subi em seu colo sentindo todo o volume por baixo de seu short. Me separei dele apenas para encarar seus olhos azuis, sorri lentamente beijando cada canto de sua boca sentindo suas mãos apertando minhas coxas conforme meus beijos iam descendo. Pescoço, peitoral, mamilos.

Ri baixo quando ele me jogou sem cerimonia no sofá, seu corpo prendendo o meu, suas mãos nervosas procurando a barra da camisola que eu vestia. Gemi baixinho ao senti-lo esfregar suas partes intimas nas minhas, apertei minhas pernas para sentir melhor, mordi meus lábios ao sentir uma mordida forte em meu pescoço. Com toda certeza ficaria marca.

— Eu estou com calor, você está? - ele questionou baixinho já me levantando contra seu corpo. Agarrei seu pescoço com força para não cair enquanto íamos para o pequeno box que tinha em meu quarto. Liguei a ducha e minha pele arrepiou completamente por causa da água gelada. Senti as gotículas acariciar meu corpo, assim como os dedos de Oliver que iam e vinham por meu corpo, senti ele agarrar minha nuca me puxando para si grudando nossas bocas novamente com fervor. Seu dedilhar passou de minha nuca até a base de minha coluna me causando leves arrepios.

Ofegante senti seus beijos descerem por meu pescoço e clavícula mordendo, a água já não descia mais, o box estava quente e eu já não sabia o que era gotículas de água ou suor descendo por minhas curvas. Ele gemeu meu nome baixo me pressionando na parede fria, meu rosto colado na parede enquanto ele agarrava minha cintura me guiando. Suas mãos passando por entre minhas pernas até o meio de minhas pernas onde eu já pulsava por ele.

— Eu te amo tanto Felicity. - ele sussurrou antes de deferir um pequeno e rápido tapa na minha bunda. Não pude conter meu gemido com seu ato, e inconsequente empinei mais meu corpo contra o seu. Suas mãos agarraram minhas nádegas com firmeza enquanto se movimentava.

— Eu amo você Oliver. - sussurrei ofegante. Soltei um grito de puro prazer ao senti-lo me invadir sem qualquer aviso, seus dedos agarraram um punhado de meu cabelo me fazendo encara-lo. Seus movimentos lentos estavam me levando a loucura. — Oliver. - gemi sentindo minhas entranhas se apertarem e todo meu corpo formigando.

— Felicity. - gemeu se entregando ao orgasmo violento que atravessou seu corpo. Senti seus dedos agarrarem minha cintura com força e lentamente ele me virou, rapidamente joguei meus braços em volta de seu pescoço procurando equilíbrio.  O encarei sorrindo e ele logo retribuiu. Aquela era primeira vez que fazíamos sexo no banheiro e eu sabia que era uma fantasia que ele procurava realizar há muito tempo. — Isso foi melhor do que tinha imaginado. - sussurrou se livrando do meu aperto. Suas mãos pegando o sabonete e passando lentamente por meu corpo, suspirei baixinho, não estava sentindo as pernas de tão intenso que havia sido.

— Temos que repetir isso mais vezes e em breve. - brinquei acariciando seus cabelos. Oliver riu baixo assentindo. 

— Temos que ir para a faculdade. Você não pode se atrasar no seu primeiro dia de pós graduação. E nem eu posso me atrasar mais no serviço. Meu pai me mata se souber que eu estou por um tris. - sussurrou. Respirei fundo, sabia que aquele assunto era ruim para nós. Oliver não queria que eu fizesse aquela pós por motivos de que eu nunca mais iria confiar nele. E o estudo de micro expressão não ajudava. Mas eu era tão fascinada naquilo que ele acabou entendendo, desde que eu prometesse não ler ele. E havia seu pai, tão complicado Robert Queen.

— Vamos ficar bem Oliver, vamos casar e não é um estudo que vai nos separar. E seu pai vai ficar bem, ele ta se recuperando. - tentei acalma-lo mas sabia que ele não iria aceitar tão fácil Oliver era muito teimoso para aceitar que qualquer coisa fosse se resolver com simplicidade. Mas não iria ser ele que me faria desistir dos meus estudos, ele não podia.

O caminho até a faculdade nunca pareceu tão longo. Apesar de todo o estranhamento de agora, eu ainda estava incrivelmente feliz encarando o anel brilhante em meu dedo.

— Desfaz essa careta Oliver, por favor. - resmunguei dando um tapa em sua nuca, não queria entrar em discussão logo hoje. Ele tentou escondeu o riso antes de sair do carro. O vi revirar os olhos puxando minha cintura. — Hoje é um dia incrível, não estraga com essa sua cara feia.

— Minha mãe diz que eu sou lindo. - ele retrucou como um menino resmungão.

— As vezes meu amor as mãe mentem para nos agradar. - continuei a brincadeira recebendo um pequeno beliscão nas costelas. — Você é lindo.

— Olha seu fã. - mudou de assunto rapidamente ao ver Barry Allen caminhar em nossa direção. Barry era um calouro em psicologia e agora havia grudado em meu pé. Eu adorava o garoto, tão novo, tão inocente e a única pessoa que não conseguia mentir. Barry tinha história completamente trágica, a mãe foi assassinada e o pai foi acusado erroneamente, logo o garoto havia ficado órfão sendo obrigado a morar com terceiros. 

— Droga, perdi minha chance com ela. - deixou escapar enquanto fixava seu olhar em meu anel. Meu riso engasgou na garganta, mas Oliver não se conteve. Ele não tinha ciúmes de Barry, achava engraçado o fato de Barry ser apaixonado por mim.

— Quando não pedirem sua carteira em um bar, quem sabe você pode ter chance ou ter talvez um pouco de pêlo na cara. - Oliver retrucou. Revirei os olhos, eu achava Barry muito adulto, mas seu rosto lisinho como bunda de bebê indicava que ele nunca teria cara de maior de idade.

— Deixe ele Oliver, você precisa trabalhar ou como pretende bancar nosso casamento? - brinquei.

— Oras, você trate de trabalhar também, não vou sustentar essa sua bunda. - brincou me dando um selinho.

— Vai trabalhar seu idiota. - o expulsei caso contrário iria me atrasar no primeiro dia de aula. 

Nos próximos dias eu estava tão focada no meu estudo que não percebi as coisas que estavam em minha cara. A distancia de Oliver, o quão raramente ele iria em meu apartamento agora. A pós exigia tanto de mim, e agora ele trabalhando para o FBI exigia tanto dele. Suspirei frustrada, já fazia uma semana que a gente não se via.

— Lis, você precisa se concentrar! - Sara, minha melhor amiga sacudiu meu corpo. Encarei os olhos azuis a minha frente, ela parecia tão preocupada. — Você está tão magra, não esta comendo direito?

— Até mais do que devia, mas meu estomago não consegue segurar nada. - deixei escapar. Sara me encarou de forma estranha antes de dar de ombros e me oferecer mais um pedaço de bolo para experimentar. Discretamente acariciei minha barriga, há algum tempo estava sentindo todos os sintomas de uma possível gravidez, mas deixei para lá imaginando que fosse apenas estresse pré prova. Mas então piorou e então fiz o teste de sangue. E deu positivo.

Mas Oliver estava tão distante de mim que eu preferi esconder isso somente para mim. Até um momento melhor. Rodei a aliança em meu dedo me perguntando se ainda estávamos tão apaixonados quanto antes. Sua mãe tinha alertado tanto a gente, de que eramos muito novos para casamento. Deus e eu odiava concordar com Moira Queen.

— Oliver! - sai do meu topor ao ver meu noivo. Seu rosto tão abatido, o receio em seus olhos. Eu nem precisaria ler suas expressões para saber o que se passava na cabeça dele. Engoli o seco me preparando mentalmente para o término.

— Não ouse me ler. - ele sussurrou antes de me abraçar fortemente. — Eu amo você Felicity.. E eu quero me casar com você..

— Mas?

— Eu conheci alguém. E eu não te trai, mas fiquei tentando. - não sabia se ficava aliviada ou magoada. — Eu te amo, e nunca seria capaz de fazer isso com você, se não te amasse mais iria terminar com você para então ir ficar com outra pessoa. Eu só preciso que você não acredite em terceiros. - ele passava tanta verdade em suas palavras.

— Eu acredito em você. - respondi. Eu preferia acreditar em meu coração do que em meus olhos naquele momento.— Eu acredito Oliver! - escutei um suspiro dele de alivio. Então soube que aquele era o momento para contar para ele que estava esperando um filho.

— Eu estou grávida. - soltei a bomba. — Sei que a gente não planejou isso, mas aconteceu e eu estou prestes a entrar em um colapso Oliver. 

Nem em meus estudos mais profundos eu poderia prever aquilo.

— Tem certeza que é meu? - pisquei sem acreditar naquilo. Engoli o seco, estava estática não acreditando no que estava acontecendo. Uma semana separados e ele vinha com aquilo. Uma semana e ele estava questionando minha fidelidade quando acabou de dizer que se sentiu tentando a me trair. Eu não podia acreditar naquilo.

— Você foi o único homem com quem estive Oliver, já tem um mês que eu estou grávida! Olha, não importa. Não preciso da sua ajuda. - resmunguei segurando minhas lagrimas.

— Felicity, espera! Me desculpe é só o estresse do trabalho! - ele me segura antes que eu possa partir. Espremi meus olhos tentando não chorar. — Eu acredito em você meu amor! Me perdoe. Por favor me perdoe. Por favor. - implorou se ajoelhando em minha frente, sua cabeça em minha barriga, engoli o soluço que quis sair da minha garganta. Não sabia se podia perdoar aquilo.  Eu tinha sido magoada pelo homem que eu amava, por quem eu jurava que não faria aquilo nunca.