Perfect Match! escrita por Themalvins


Capítulo 1
Perfect Match!


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste.



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The universe is big. It’s vast and complicated and ridiculous. And sometimes, very rarely, impossible things just happen and we call them miracles.”— 11 th Doctor.

 

Shikamaru

O som repetitivo do meu despertador fez com que eu despertasse com raiva. Bufei furioso e amaldiçoei até a vigésima sétima geração da família do professor. Que problemático! Corri contra o tempo quando percebi estar atrasado, na realidade estar atrasado para esta aula é minha rotina.

Adoro o Asuma, ele dá aula de programação e animação de jogos, mas convenhamos, quem diabos dá aulas no dia de sábado? Sábados – e todas as manhãs de forma geral – são para sono, chocolate quente e contemplação. Cheguei na faculdade atrasado, com sono, mastigando um pão pela metade pra que? Pra ver que nem o ‘Velho’ Asuma como a turma chama, nem meus amigos tinham chegado.

Por mais que eu quisesse sabia que não conseguiria voltar ao meu sono maravilhoso, resolvi zapear pelo celular. Verifiquei os e-mails, redes sociais, o whatsapp (o que eu deveria ter feito antes de sair de casa, pois avisaram que o ‘Velho’ ia se atrasar) e parei meu olhar sobre o aplicativo que eu vinha relutando em usar nos últimos dias depois de umas tentativas frustradas. Por que eu topei com aquela ideia da Ino de baixar o tal do Tinder?

Pude ouvir claramente sua voz na minha cabeça:

— Shikamaru, você precisa conhecer garotas. Garotas héteros como você de preferência.

— Como assim héteros, como eu? Eu conheço e saio com garotas héteros tá!– eu não precisava ter perguntado isso, pois sabia a resposta; Segundo ela no fundo eu gostava de garotas de personalidade forte e meio nerds, mas por alguma razão só atraía o oposto quebrava a cara, e me refugiava nos jogos.

Pra ser sincero, me contentaria com uma garota mediana, que fosse legal, diferente das minhas últimas experiências. No fim, só quis aumentar a frequência que conhecia garotas pra ver se dava certo num aplicativo onde as pessoas supostamente querem no mínimo pegação. Eu sairia no lucro de alguma forma.

Abri o aplicativo, nenhuma resposta dos matches anteriores. Cheguei a sair com algumas dessas garotas, mas nada promissor. Continuei deslizando para esquerda e para direita mecanicamente, Chouji entrou sentou do meu lado, Asuma chegou e começou a falar alguma coisa sobre programação e entrega do jogo pronto em uma semana. E um perfil especial chamou minha atenção.

“Não estou aqui para o seu entretenimento” dizia a frase inicial. Uma descrição rápida, e algumas fotos uma com um dos sorrisos mais lindo e espontâneo que eu já havia visto. Deslizei para a direita e mal tive tempo de guardar o celular antes de levar uma reclamação séria do Velho, que já vinha em minha direção.

 

Temari

— Pelo amor de deus vocês dois, dá pra se apressar um pouquinho? Daqui a pouco o Yashamaru liga perguntando se desistimos de ir.

Fui entrando no quarto dos meus irmãos, era a formatura da nossa prima, filha dos nossos padrinhos; a cerimônia começava as 22 horas. Era quase 23:30 e ainda não havíamos saído de casa. Estava eu em meu vestido preto e branco com saltos deslumbrantes, maquiagem pronta e impecável há quase uma hora e meia esperando os ‘principesos’ enquanto os dois demoravam uma eternidade. Qual a dificuldade de escolher uma gravata que combinasse com um terno escuro?

— Temari – Kankuro, meu irmão do meio, começou enquanto arrumava sua gravata, nosso irmão mais novo Gaara, vinha do quarto pronto, impecável como sempre – não surta, o Gaara já chamou o Uber, e em cinco minutos ele chega, sempre que tem festa tu fica assim, calma ô!

Bufei e revirei meus olhos não vou argumentar com ele, não quando eu estava uma pilha de nervos.

Meu problema não estão nas festas, pelo contrário, até gosto mesmo que não vá em muitas mas quando vou me divirto loucamente, só que odeio atrasar, e odeio ter passado quase três horas em um salão para fazer cabelo e maquiagem mais cedo, pra ficar esperando no sofá da casa enquanto eles, que tomaram apenas um banho rápido e fizeram a barba estão demorando uma vida para escolher uma gravata.

Peguei meu celular, verifiquei as redes sociais, entrei no bom e velho whatsapp, olhei pra janela do carinha com quem eu tinha saído, nenhuma mensagem nova, embora eu tivesse falado com ele a mais de uma hora e ele estivesse online e postando vídeos no seu Instagram. Abri o Tinder, e comecei a passar os perfis.

Já era a terceira vez que eu baixava esse aplicativo. E sem muito sucesso com resultados, diga-se de passagem. Alguns encontros casuais, e os caras não queriam nada, fiquei com alguns ‘contatinhos’ que não saíram do lugar, falei com pessoas num ponto de nunca termos nos encontrado pessoalmente e fiz até amizades com elas –e as estava aconselhando amorosamente com seus novos ‘Dates’.

Considerando que eu não saio muito, ficaria contente se nesse aplicativo onde as pessoas vão com o intuito de, pelo menos, ter uma pegação/encontro/alguém que não vai ser um embuste completo, como o ‘babaca que demora mais de três horas pra responder mesmo estando online e que só me procura quando quer uma coisa “casual” ‘.

Kankuro e Gaara anunciaram a chegada do Uber, e nenhum dos perfis que aparecia me pareciam interessantes. Chegamos na formatura num piscar de olhos, e por sorte a entrada da nossa prima ainda não tinha ocorrido. Como toda e qualquer festa familiar, cumprimentei a todos e voltei ao meu celular.

Estava desistindo da noite, quando um perfil – é eu leio o perfil dos caras – me chamou atenção. Um cara comum, bonito até, mas acho que não tinha feito as melhores escolhas de foto, falava sobre um seriado que eu também curtia, algumas referências nerds. Parecia legal. Por que não?

— Por que não o que? – disse meu irmão Gaara que estava ao meu lado. Acho que acabei falando em voz alta.

Desconversei e decidi dar um like no carinha. Fiquei até surpresa quando o ‘It’s a match’ apareceu. Eu nunca acredito que os caras vão me curtir de volta, e Matsuri diz que eu preciso ter um pouco mais de autoestima. Hm… Sei! O fato é que sei que posso ser meio intimidante. Nem sempre tenho cara de muitos amigos e isso pode assustar alguém, sempre acho que vão olhar primeiro por esse lado, em vez de me conhecerem de verdade.

Mandei um ‘Olá?’, pois alguém tem que começar a ser sociável, e já que ele não respondeu logo de cara fui curti minha festa afinal, o que esperar de um sábado à noite?

 

Shikamaru

Um fato sobre mim, é que sou bem desligado com as coisas; passei meu fim de semana em jogos e confesso que depois da aula do Velho, nem me preocupei em verificar nada que não fosse redes sociais e meu e-mail. Estava com Ino e Chouji passando um tempo antes da aula, como sempre, foi a Ino que começou a mexer no meu celular e – sem minha permissão – abriu o Tinder. Puxei logo da mão dela e foi quando vi aquele: ‘Olá?’. Bendito aplicativo que não entrega as notificações na hora certa.

Fui analisar mais a fundo o perfil, e notei uma quantidade absurda de colegas entre os amigos em comum, devo ter ficado encarando o celular por um tempo, pois Chouji me cutucou para avisar que ia comprar um lanche. Respondi com uma pergunta ‘Olá, você é do curso de design?’.

— Shikamaru, isso é jeito de iniciar uma conversa? - me virei com tanta rapidez que Ino gargalhou; era bem a cara dela gostar de me ver sem jeito.

— Que susto garota!

— Honestamente, você é péssimo socializando, essa garota vai desistir de você.

— Você está apoiando ele, ou agourando ele? - Obrigada Chouji, por vir em minha defesa!

— Estou falando a verdade, com a capacidade do Shika de conversar via internet, imagina quando for pessoalmente?

— Por que ainda sou seu amigo mesmo?

 

Temari

Depois de quase cinco horas em pé, servindo de anfitriã na galeria de arte em que trabalho, eu merecia ter dado aquela esticada com o pessoal para beber um drink mesmo que fosse terça-feira. Sentada numa mesa de bar, com meus colegas, eventualmente chequei meu celular. Cada gole no meu mojito exalava o tanto quanto eu estava frustrada pelo ‘crush embuste’ continuar não me respondendo – ou demorando um século para fazer isso. Voltei a mexer em tudo até que recebi uma notificação. Considerando que o Tinder demora séculos para me notificar alguma coisa, isso era um milagre.

— Que passa, chica?- me perguntou num espanhol enrolado, de quem já havia bebido dois mojitos em menos de uma hora.

— It’s a new match, baby!

Minha amiga deu mais um gole na sua bebida, e puxou o celular da minha mão, começando a ler a frase que o rapaz havia enviado. ‘Olá, você é do curso de design?’’ Definitivamente ele devia tá me confundindo com alguém.

— Então? O que seu radar diz? –perguntei.

— Meu radar diz: Hétero, bonitinho e nerd. Definitivamente nerd.

— Isso significa que é ruim?

— Nops, na verdade achei ele bem seu número. Mais que o ‘Embuste’ ou o outro ‘Politicamente inapto’. Miga, a senhora sempre escolhe os piores caras.

Revirei meus olhos mas não pude deixar de rir enquanto pegava meu celular, para responder o garoto. Não demorou muito outra resposta veio. Um mal sobre mim, é que eu acabo não sabendo como agir no ambiente virtual. É fácil ser eu mesma quando estou cara a cara com as pessoas, mas pela internet eu sempre meto os pés pelas mãos. Após minha resposta, me voltei completamente ao mojito e ao papo da Matsuri sobre a nova exposição que viria. Chamei meu Uber por volta das 20:00 horas, mal passei meus pés pela porta da minha casa – me deparando com um Gaara muito concentrado em algum jogo online. Quando meu celular vibrou novamente.

‘Não estou te confundindo’ - boa garoto, mantendo contato. Ponto pra você.

Trocamos mais algumas mensagens o que foi divertido, o papo estava fluindo. O que eu descobri sobre ele? Havíamos estudado japonês com os mesmos professores em períodos diferentes, ambos estudamos na mesma faculdade e estávamos na nossa segunda graduação. Definitivamente Matsuri estava certa quando o achou nerd. O legal é que o papo com ele simplesmente fluiu até eu adormecer no celular. Devo considerar isso um bom sinal?

Shikamaru

Estamos conversando a cinco dias… cinco dias e ainda não trocamos nossos telefones. Não conversei com mais nenhuma garota desse bendito Tinder, e Ino diz que no fundo eu sou mesmo um romântico, pois a essa altura ela solteira e linda como é ,já teria um encontro marcado. O fato é que as mensagens demoram a chegar, eu provavelmente não estou sabendo ler os sinais, não sei dizer, devo perguntar o número dela? Devo dar meu número? Por que essa coisa tem que ser tão complicada? Que problemático!

Recebi uma chamada do Chouji para entrar na partida do nosso jogo do momento, ao mesmo tempo que recebi uma mensagem da Temari. Ela estava respondendo algo que comentamos na noite anterior (antes que eu ou ela caíssemos no sono) aparentemente hoje era o dia que ela e os amigos iriam a um show com direito a drags, comemorar o aniversário da sua melhor amiga. No dia anterior ela havia saído com essa mesma amiga para uma baladinha ainda nesse clima de comemoração. Resolvi arriscar; quer dizer, ainda estávamos nos conhecendo e eu não queria que ela entendesse mal, mas um de nós deveria dar esse passo.

Acordei e vi que havia uma mensagem no meu Whatsapp, ela parecia contente, e começou a falar sobre como havia sido o dia anterior, da exposição que ela estava trabalhando e ao longo do dia, fomos trocando mensagens quando ela não respondia logo, dava algum tempo eu puxava assunto e vice e versa. Os dias que se seguiram continuaram com esse ritmo bem orgânico trocamos fotos de besteiras, tutoriais malucos, e até uma compreensão mútua de que não gostar de pudins e coisas doces não era um crime hediondo.

Era como se já estivéssemos falando a meses e não a quase uma semana. A primeira pessoa do dia que eu me importava em ver a mensagem era Temari, e uma das últimas com quem eu falava antes de dormir também era ela; será que era cedo demais para eu estar me apegando? Mandei uma mensagem para Ino: Quão ferrado eu estava por conversar com essa garota até agora?

— Você se sente muito ferrado? – odeio quando ela me devolve esses meus questionamentos.

— A pessoa nunca sente na hora, mas sinto que posso estar acendendo um fósforo numa sala com explosivos. Lidar com vocês mulheres é sempre problemático!

— Shika, meu querido Shika, escute o conselho da sua maravilhosa amiga: pode ser uma sala de velas também. Você não deve se privar. Principalmente agora que uma garota que parece ser legal está falando contigo. Se ela tá falando até agora é porque certamente também está gostando. Confie em mim, além de ser uma garota, embora ache que você as vezes esqueça, também tenho experiência com garotas, se não fosse isso já tinha surgido qualquer tipo de desculpa ou nem haveria falado com você quando você deixou o contato. Agora ponha esse períneo no gelo e curta a paquera!

No fundo Ino tinha razão, baseado em todas as catástrofes amorosas que eu tive – que não foram tantas mas foram significativas – eu estava me blindando sem nem saber o que viria a acontecer. E tudo indicava que algo bom vinha pela frente.

Temari

Na quarta-feira, tive uma folga da galeria, o clima havia mudado completamente e a chuva me desestimulava de fazer qualquer coisa que não fosse ficar largada no sofá, tanto que desmarquei uma ida ao cinema. Contei isso a Shikamaru, pois já havia se tornado uma rotina dos últimos dias – na verdade eu estava curtindo toda aquela fluidez que nós conseguíamos ter até não estava mais conversando com ninguém além dele, e apesar disso, ainda não havíamos nos encontrado pessoalmente.

— Você costuma desmarcar por conta da chuva? Hipoteticamente, se eu e você fossemos, ao cinema e começasse a chover, você desmarcaria?

— Ah, Shikamaru, situação é diferente eu pesei os prós e contras de sair na minha folga, mas se eu tivesse indo te encontrar não desmarcaria.

Senti minhas bochechas esquentarem enquanto olhava pro celular, aquilo fora bem sincero. – Comecei a digitar, meio que justificando minha resposta, que claro que se a chuva estivesse torrencial, eu infelizmente teria que desmarcar. Mal enviei uma mensagem dele havia chegado.

— Então, nós poderíamos ir ao cinema sábado?

Com certeza eu corei olhando para a tela do meu celular, e respondi que tudo bem. Já não era sem tempo ele me chamar para sair, mandei um print do convite para o grupo das amigas, havíamos comentado inclusive que eu deveria logo chamar o ‘nerd’ codinome carinhoso que elas haviam dado a ele para comer alguma coisa (de preferência que a refeição fosse eu). Ainda conversei um pouco com Shikamaru, antes de decidir ver alguma série. Faltavam três dias, mas já podia sentir as borboletas no meu estômago.

Conforme o fim de semana foi se aproximando, eu comecei a ficar uma pilha de nervos, como eu deveria ir vestida? Será q ia mesmo valer a pena? Acho que meu estado de inquietação atraiu a atenção de todo mundo, alguns colegas do trabalho, a Matsuri (que me mandou relaxar: Uma vez que aparentemente ele que me escolheu dificilmente seria um embuste), até meu irmão mais novo Gaara veio falar comigo no sábado.

— Olha, sei que você tem um encontro hoje – fiquei como um pimentão quando ele disse isso, estava tão na cara assim?– Espero mesmo que esse cara seja legal, porquê você parece bem animada, fazia um tempo que eu não te via assim. Mas se ele não for, ele vai ter que lidar comigo.

— Ele parece ser legal mesmo… – baguncei seu cabelo, e dei uma piscadinha ao dizer isso – e não se preocupo, sei que você pode quebrar as pernas dele se ele for um babaca.

Não demorei muito para chegar ao local de encontro e decidi comprar logo os ingressos, meu coração estava palpitando e quase saiu pela boca quando meu celular vibrou. ‘vou me atrasar’. Talvez ele tivesse desistido, e essa fosse uma desculpa. Sentei em um banquinho em frente ao cinema, com os dois pedacinhos de papel na mão. Quase quarenta minutos de espera depois, e quase na hora de entrar na sessão, eu o vi chegar. Usava uma camisa de mangas longas, o cabelo preso num rabo de cavalo. As borboletas do meu estômago ficaram quietas rapidamente e depois começaram a mover-se furiosas como se quisessem sair pela minha boca.

Shikamaru

Maldito trânsito, eu devia ter pego um Uber, pedido uma carona sei lá. Mandei uma mensagem para a Temari, avisando que ia me atrasar; eu estava ansioso para finalmente conhecê-la; Quase quarenta minutos, atrasado mas ainda em tempo do filme cheguei correndo na entrada do cinema e então a vi.

Pode alguém ser mais bonita do que já se parece por foto. Ela estava usando uma camiseta simples, jeans e uma jaqueta, sorriu pra mim mostrando os ingressos na mão. Nos abraçamos sem jeito, e ela – bem mandona, a propósito – já foi pegando minha mão e me arrastando pra fila. Consegui prestar atenção em metade do filme, que eu já havia assistido antes por sinal, pois entre sussurros acabávamos trocando comentários sobre as cenas e os atores; até que da mesma forma como arrisquei e soltei aquela ‘pérola’ para convidá-la para sair, dei um beijo leve na sua bochecha.

Voltei meu olhar rapidamente a tela, e era uma cena muito importante, e significativa.

— Hey! Você deve ver isso, é importante – brinquei. Seus olhos encontraram os meus e sem piscar por um segundo, o rosto levemente corado e se aproximando nossos lábios se encontraram e… Puxa vida! Não foi esquisito e sem jeito, como todos os primeiros beijos vem a ser, não! Era simples e com um gosto familiar, como se já houvesse acontecido mil vezes. Após algum tempo naquele beijo – como dois adolescentes no auge da puberdade – separei meus lábios e sorri.

— Agora sim podemos terminar o filme! – disse ela piscando levemente.

Temari

Tenho saído com Shikamaru, a quase um mês desde aquele encontro no cinema. Nos vimos algumas vezes depois daquele dia e a química entre nós é enorme; Esse domingo sairemos novamente, e é véspera do dia dos namorados; sei que não temos nada, e que é muito cedo, mas senti vontade de dar um cartão a ele. Algo significativo, sei que estamos exclusivos – É, é muito cedo nós nos conhecemos há poucas semanas, e meus amigos e meu irmão mais novo, acham que ele está me enrolando. Talvez as pessoas se apeguem demais aos rótulos. Afinal, o que é que há em um nome? Nomes são só títulos. Títulos não te dizem nada. Quero só deixar fluir, já que até agora esse tem sido o melhor par que aquele aplicativo colocou pra mim. Sem pressa, sem apego aos rótulos do que somos, ou iremos ser um dia. Só fluir.

No domingo, fomos jantar rapidinho, eu teria que trocar de turno com a Matsuri no dia seguinte e ajudar na montagem da exposição nova que chegava; adiando minha folga para a terça-feira. Quando já estava quase indo embora entreguei o cartão escolhendo uma das melhores citações de um seriado que gostamos muito. Combinamos que nos veríamos na minha folga, lá na minha casa. Não pude deixar de achar fofo a reação toda sem jeito dele com esse convite.

Shikamaru

— Olha, Shika meu querido Shika, essa garota das duas uma: ou está de cozinhando você, ou está esperando que você a peça em namoro.

Fiquei martelando o que Ino me disse por todo o caminho no trem rumo a estação da casa de Temari. Era cedo não é mesmo? Quer dizer, hoje fazia um mês desde a primeira vez que nos vimos; e sim, eu estava curtindo aquilo, e fiquei todo sem jeito por receber um cartão feito a mão dela. Desci na estação, e pontual como sempre, estava a loira a me esperar. Trocamos um beijo rápido e fomos caminhando para a casa dela.

Um garoto de cabelos ruivo abriu a porta da casa para nós, ficamos na sala vendo um filme e falando sobre a vida; contei sobre a faculdade e a loucura toda que estava sendo o semestre. Ela me falou sobre a exposição e o curso que começaria logo após o fim dessa.

O ruivo apareceu novamente, descobri depois que era seu irmãozinho caçula, lançou um olhar de mim para Temari, e dela para mim, me encarou com uma cara de poucos amigos e piscou para ela e seguiu para o seu quarto novamente.

— Então – ela começou – essa é uma mensagem de que ele está de olho em você. E vai quebrar suas pernas em quatro partes se me fizer mal.

— Bem, seu irmão se daria bem com minha amiga Ino. Ela faria algo semelhante com você. Na verdade …– dei uma breve pausa, e ela me olhou com aquele seu olhar que mandava que eu explicasse as coisas – Ino tem uma teoria sobre você.

— Conte mais, menino Shikamaru.

— Segundo a Ino, você deve estar me ‘cozinhando’ - fiz o sinal de aspas ao falar cozinhando, e Temari riu, um riso gostoso de quem achou a ideia muito idiota – ou então está esperando que eu te peça em namoro. Segundo ela, é impossível negar que já estamos num quase relacionamento, mas nenhum de nós se pronuncia.

Suas bochechas coraram violentamente e ela abriu e fechou como se fosse falar algo, mas desistisse; Então era isso? Ela queria que eu a pedisse.

— Bem… – comecei sem jeito, por quê as vezes é tão simples falar com ela e as vezes é tão complicado – Você tá esperando que eu te peça?

— Ah.. - ela começou muito sem jeito – eventualmente, se continuarmos ficando por muito tempo eu ia acabar te colocando contra a parede pra saber o que nós estamos desenvolvendo e por ai vai, mas por hora estou num plano de deixar tudo fluir.

Dito isto levantou e disse que ia buscar mais pipoca na cozinha.

Já disse que mulheres são problemáticas? Porque elas são. Eventualmente, quer dizer que ela também quer? Mas também acha que é cedo demais? Mas… É! Algumas pessoas vivem mais em vinte anos do que outras vivem em oitenta. Não é o tempo que importa, é a pessoa. Assim que ela voltou acomodou-se ao meu lado dando play no filme novamente. Olhei para aquela garota, que no último mês mudara minha vida de ponta cabeça, ela não era meu próximo erro. Temari me olhou sem entender, quando pausei o filme.

— Então, você quer namorar comigo?

— Você não deveria ter perguntado isso agora, eu…

Que tipo de resposta é essa? Isso era um sim? Que mulher problemática, não poderia agir como qualquer outro ser humano e dizer sim ou não?

— Então você não quer na… – senti seus lábios colando nos meus novamente, e não terminei minha frase. Lembrei do cartão que havia recebido dois dias antes, e ele estava certo: pois naquele universo tão grande, complicado e vasto, eu havia encontrado alguém, de uma maneira bem louca, devido a um algoritmo que fez o aplicativo sugerir nossos perfis um para o outro… Um Match perfeito, no final das contas.

 


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Notas finais do capítulo

Ahh, espero que tenha gostado.Fazia muito tempo que eu não escrevia nada, então ficou algo bem bobinho, corrido e até um pouco açucarado no final.
Bônus especial sobre a história:Ela é baseado em fatos reais, alguns diálogos estão transcritos exatamente como eles aconteceram.
Feliz Natal e um 2018 maravilhoso♥



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