Ao Seu Lado escrita por Larissa Oliveira, Sammy Lopes


Capítulo 13
Capítulo treze, Gabriela




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02 de janeiro. Eu acordei com Lucca puxando o meu cobertor e se aninhando em meu peito. Aquela preguicinha de toda manhã que sempre fazia comigo: ele saía da cama dele pra ir dormir comigo. Ah, como eu amo... Fiquei acariciando os cabelos dele, vendo-o pouco a pouco cair no sono. E aí eu relaxei... Nem conseguia dormir mais, nem estava afim de levantar. Fiquei conversando um pouquinho com meu pai, e respondendo algumas marcações de Aninha no Instagram até a hora que levantei. 

Gabi: Bom dia, bom dia! - Abracei Irá por trás enquanto ela mexia em uma panela com um cheiro muito bom! Eram 10h:17min da manhã e o almoço já estava quase pronto. 

Irá: Bom dia, flor do dia! A sua mãe te esperou um monte aí... E quando viu que você ia demorar, saiu. Mas falou que se você quiser ir pro aniversário do Eduardo, ela te leva. 

Gabi: Ah, é! Eu nem lembrava mais! Não comprei nada pra ele. 

Irá: Ah, isso é fácil de ser resolvido... - Irá deu de ombros. Não tinha nem 5min que eu havia sentado ali e Lucca veio correndo e pulou em meu colo. 

Lucca: Por que você me deixou sozinho, Bibi?

Gabi: Ô, meu amor! Quer comer? - Fiquei mimando o Lucca a manhã inteirinha. É um grude que só... Dei café da manhã, dei banho e aproveitei e tomei banho também. Minha mãe tinha me ligado perguntando se eu ia pra casa de Lari e eu confirmei. Então, já fiquei esperando por ela toda arrumadinha. Vesti um conjuntinho amarelo beeeem verão: um cropped com amarração no decote e manguinha princesinha e um short-saia com pompom's na frente. O tipo de roupa que as pessoas já estão acostumadas a me ver na rua... EU AMO! Deixei o meu cabelo solto enquanto secava, e daí fiz uma make básica enquanto estava sendo uma espécie de conselheira amorosa em mais um rolinho de Luan. Ai, ai, viu?

Irá: Gabi? A sua mãe está te ligando e está ocupado... Ela quer saber se já pode vir... - Irá disse enquanto me olhava de cima a baixo com uma cara de super aprovação. 

Gabi: Ai, pode sim! Eu já tô pronta. - Falei enquanto pegava uma rasteirinha e puxava uma bolsa do armário. 

Gabi: Ei, falo contigo pelo Whats, tá? Beijo! - Falei já desligando a ligação. Irá riu. 

Irá: Ela já está lá embaixo. E você está linda! - Dei um beijo em sua bochecha antes de sair correndo pra encontrar minha mãe. E aí pronto... Aí que foi correria. Aí que foi um dilema... O que comprar de presente pra ele? Af. Eu não sei gente, não sei mesmo! Liguei pra Lari. 

INÍCIO DE LIGAÇÃO: 

Gabi: Lari? SOS!

Lari: Oi! - Ela riu. 

Lari: O que aconteceu? 

Gabi: Eu não sei o que comprar pro Eduardo. E agora? 

Lari: Ai, que bobagem... Não precisa, Gabi. Relaxa! 

Gabi: Precisa sim. Eu parei aqui no Paralela com minha mãe pra ver algo... Mas o que? 

Lari: Ele te deu presente no seu aniversário? - Lari riu. 

Gabi: Não, mas eu não fiz festa. 

Lari: Sério, se for só por isso... Pode vir. Ele não vai ligar... 

Gabi: Eu vou ligar muito. Não gosto de chegar em aniversário de mão vazia. - Dei de ombros. Eu olhava aquelas vitrines tentando enxergar uma luz no fim do túnel enquanto minha mãe resolvia algum assunto da Editora ao celular. 

Gabi: É sério. Minha mãe não me ajuda... Me dá uma luz aí! Ele torce para qual time? Bahia? - Eu estava prestes a passar pela frente da loja. 

Lari: PELO AMOR DE DEUS, NÃO DÁ CAMISA A ELE NÃO! Ele faz de farda! - Ri alto. 

Gabi: Beijo amiga, obrigadaaaaaaaa! 

FIM DE LIGAÇÃO

Foi exatamente lá que eu entrei. Assim, né... Eu sou Vitória de coração. Amo meu leão e não troco por nada, mas tive que escolher algo daquela loja mesmo. Comprei uma camisa lançamento lá com as indicações do vendedor, que segundo ele, era de um fenômeno do time. Eu saí e minha mãe ainda estava no telefone... Só desligou quando chegou no carro. 

Gabi: Nossa, a senhora foi uma ótima companheira! - Ela riu. 

Juliana: Ô, filha... Me desculpa. Eu tive que resolver um probleminha com um escritor... Achou algo legal? - Balancei a sacola pra ela enquanto entrávamos no carro. Aí sim... Fomos conversando até chegar na casa de Eduardo. Desci, toquei a campainha e quem nos recebeu foi Jonas. Super simpático como sempre. Até convenceu a minha mãe a vir junto... E estávamos caminhando em direção à área gourmet quando Eduardo veio ao nosso encontro. 

Jonas: Tem meia hora que eu te grito. - Eu não estava reagindo muito legal perto dele. Era como se o meu corpo inteiro parasse de funcionar certinho, dando vez a um tremor inexplicável. Não, não é Parkinson.

Eduardo: Gabi? Ah! Oi tia! Boa tarde! - Ele acenou pra minha mãe enquanto chegava ainda mais perto de mim. 

Gabi: Feliz aniversário! - Eu tremi de novo. Aquele sorriso que ele abriu me desmontou em pedacinhos. Reuni toda minha força de novo e estendi a sacola para ele. 

Eduardo: Não precisava... - Ele riu modesto, me segurando pela mão e me puxando para um abraço forte. 

Eduardo: Achei que você não viria. 

Gabi: Ah, eu tinha que te fazer esse favor. - Dei de ombros. Ele me olhou semicerrando os olhos. 

Eduardo: É assim, é? Porraaaaa! Olha o que você fez comigo?! - Ele disse enquanto abria a camisa do Bahia em minha frente. Ri alto. Minha mãe já tinha entrado com o Jonas, estávamos ainda no pé do portão. 

Gabi: Gostou? 

Eduardo: Caraca, Gabi! Eu amei! Vou usar agora, vem cá! - Eduardo me puxou pelo braço e fomos entrando na casa. Falei bem rapidinho com os parentes dele enquanto o seguia. Parei quando ele começou a subir as escadas. 

Gabi: Eduardo? - Olhei pra ele sem entender. 

Eduardo: Eu te juro que não vou fazer nada contigo. É sério. Confia em mim? - Ele levantou as mãos apelando pra mim. Assenti enquanto o seguia.

Eduardo: Está aqui. É que eu não sabia se você viria, então não levei lá pra baixo... Espera aqui que esse quarto tá a maior bagunça. - Ri. Ele não demorou a voltar com uma caixinha em suas mãos. 

Eduardo: Vamo no mirante? 

Gabi: O que é isso? - Arqueei a sobrancelha. 

Eduardo: Curiosa... - Ele revirou os olhos enquanto subia as escadas. E eu, de novo, seguindo ele. As pessoas lá embaixo não conseguiam nos ver por conta da cobertura... Mas nós sim. Observei tudo rapidamente: aquele tom incrível que o mar estava, a brisa... Tudo estava lindo. E enquanto eu observava tudo, Eduardo me cuidava com os olhos. Ele debruçou sob a cerca de madeira olhando pra mim, sorri sem graça até que ele começou. 

Eduardo: Gabi... Te encontrar esses dias foi algo muito louco pra mim, sabe? Foi como se eu voltasse no tempo, revivesse um passado que pra mim foi muito difícil. Eu te vi e me senti em Coité. Mas eu me senti bem! Porque foi inevitável não lembrar do quanto eu fui feliz quando a minha família ainda era minha. Do quanto eu fui reclamado na escola e em casa por ficar te chamando de Gabibola. - Rimos. Eu cuidava do olhar dele sob mim enquanto ele desabafava. Parecia uma voz carente de quem não tocava nesse assunto há anos. Assenti, permitindo que ele continuasse. 

Eduardo: Eu sei que você não gostava... Mas eu achava tão legal quando você ficava irritada. - Revirei os olhos vendo-o rir alto. 

Eduardo: E aí como eu não fazia ideia do que comprar pra te dar de presente ontem, acabei achando isso daqui. - Ele olhou pra caixinha. 

Eduardo: Você vai ter que me desculpar pela falta de criatividade, mas eu só lembrei de você. - Ele riu, estendendo a caixinha pra mim.

Eduardo: Prometo que no ano que vem faço melhor. 

Gabi: Nem precisava... - Repeti a fala dele enquanto abria a caixinha. Sim, eu tava com medo. Mas aí amoleci quando vi que dentro dela havia um conjunto super delicado de brincos e colar. Pela peso da caixinha aquilo parecia ser puro ouro. Um brinco de marombinhas douradas com o colar de uma medalha pequena, também dourado. Super delicado. 

Gabi: Ai, que lindo! Eduardo... Não precisava tanto... - Ele me olhava atentamente enquanto sorria pra mim. 

Eduardo: Deixa eu te mostrar um segredo... - Ele virou a medalhinha, e, em letras singelas tinha gravado gabibola em seu verso. Eu ri, deixando escapar uma lágrima do meu rosto. Eu conseguia sentir o peso do passado sob o presente muito mais maduro em que estávamos vivendo. Era como se todo aquele ranço que eu tinha dele se desfizesse num passe de mágica. Ou num sorriso de mágica... Porque aquele sorriso dele é capaz de qualquer coisa... 

Gabi: Poxa, eu amei! - Sorri enquanto ia em sua direção de peito aberto para um abraço. Eduardo ainda estava encostado na cerquinha do mirante, enquanto me abraçava forte. 

Eduardo: Posso colocar? - Assenti me virando de costas para ele. Segurei o meu cabelo de lado e senti quando ele fechou o pino do colar. Eduardo desceu a mão acariciando meu ombro, meu braço e segurou em minha mão direita. Meninas... Impossível não se arrepiar. Senti um calafrio tomar conta de mim quando ele tocou seus lábios em meu pescoço. Foi preciso só um beijinho para me arrepiar da cabeça aos pés. Ele viu... 

Eduardo: Quem disse que pode se arrepiar? - E continuou... Cheirou meu pescoço enquanto me virava de frente pra ele. Olho no olho, nariz com nariz. Eu conseguia sentir o hálito quente bem pertinho de mim. 

Gabi: Não pode não? 

Eduardo: Meu melhor presente foi você aqui hoje. 


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