Ao Seu Lado escrita por Larissa Oliveira, Sammy Lopes


Capítulo 10
Capítulo dez, Gabriela




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Eu nunca tinha acordado em nenhum aniversário meu longe de casa. Nunca! Sempre fui acordada com um abraço de urso do meu pai e inúmeras palavras bonitinhas de encher o coração e os olhos de lágrimas. Agora esse... Meu Deus. O meu bom dia foi simplesmente as ânsias de vômito do Gustavo ali no mirante. E pelo visto só eu acordei. Eu corri atrás dele até o quarto e quando cheguei lá, Heitor tinha acompanhado a gente e me prometeu cuidar do estrago – não vou descrever porque foi nojento, viu? –. Eram 05h: 30min da manhã e batam palmas porque essa foi a primeira cena do meu aniversário. E aí, como se não bastasse, eu não consegui mais dormir e passei o tempo em que a Lari não descia conversando com (vó) Elisabeth e (vô) Augusto. Eu não sei se vocês já acostumaram, mas pra mim ainda é estranho chamar os dois de vó/vô. Ah... Mas me trataram muito bem! Serviram-me de café ao bolo e aquela conversa, sabe? Que a gente conta tudo da vida da gente. Pois é, foi assim. O povo ia acordando e repetindo o meu abraço de aniversário, sem falar das mensagens que tinham chegado ao meu celular, que por sinal, eu não tinha respondido nenhuma ainda.

Bem, por mais que eu quisesse ficar lá mais um pouco não ia dar: primeiro que eu não tinha roupa; segundo que minha mãe não tinha como levar roupa; terceiro que eu ia furar toda a programação que tínhamos feito para o meu aniversário. Por isso que eu não insisti. Entrei no carro sem pestanejar, refazendo o coque que o imbecil tinha desfeito.

Gabi: Af. – O coque folgou pela falta da xuxa, mas ficou. Minha mãe ria baixinho da minha cara quando me puxou pra um abraço forte.

Juliana: Feliz ano novo e feliz aniversário, sua boba! – Eu ri, tentando beijar sua bochecha com o carro em movimento.

Gabi: Obrigada, mãe!

Juliana: E aí? Como foi? Gostou?

Gabi: Ai foi legal! Bem legal. Fui super bem tratada e a família de Lari é super gente boa. Gente de astral legal, sabe? Me receberam como se eu fizesse parte da festa.

Juliana: Ah, é verdade. Eles são bem simpáticos mesmo. Todos iguaizinhos ao seu Augusto e dona Elisabeth. – Aí eu concordei: sim, iguaizinhos.

Juliana: Tá vendo essa caixinha aí no banco de trás? – Virei pra olhar.

Juliana: É seu presente. – Poxa... Gelei. Gente, minha mãe tinha me perguntado o que eu queria ganhar e eu não consegui responder na hora. Mas... Depois fui dizendo que queria algumas coisinhas, nada demais, tipo: um celular, um relógio, uns óculos de sol, um tênis, uma make, uma viagem e até se ela quisesse pluralizar alguns itens eu ia ficar MUITO feliz. Só que a caixinha era pequena... E nos meus olhos gulosos não cabia um tênis, não cabia make ali dentro e as outras coisas nem passaram na minha mente. Me livrei do cinto e aí consegui alcançar a caixinha no banco do carro. Pasmem: cabia em meu colo. Abri o laço e minha boca encheu d’água quando vi um monte de brigadeiros (de diversos sabores) dentro da caixa. Aiiiiiiiiiiiiii meu coração! Nem peçam, tá? Obrigada.

Juliana: Deixa pra comer depois. – Minha mãe desviou a atenção da direção por poucos segundos e levantou um fundo falso na caixinha. Realmente, os brigadeiros só ocupavam pouca parte dela. Quando eu levantei a parte de cima, meu sorriso enlargueceu ao ver a caixinha do iPhone 7 Plus no fundo da caixa grande.

Gabi: Não acreditoooooooo!

Juliana: Bom... Eu perguntei o que você queria... A primeira coisa que você respondeu foi o que? – Foi... Pedi um celular. E ganhei. Achei que não podia ficar mais feliz, só que aí entrei no apartamento e encontrei o Luca com um bolo de chocolate pequeno nas mãos e Irá com uns balões vermelhos na mão. Ah, eles tem o manual de como me deixar boba, não é?! E bate certinho!

Luca: Feliz aniversário Bibi! – Eu corri pra abraçar meu pequenininho e foi com eles que eu passei a manhã inteira comendo e falando bobagem. Bobagem não, tá? A gente tava combinando o nosso cronograma de hoje: iríamos então almoçar no Boi Preto e depois a gente ia seguir pro Farol da Barra e passar a tarde no meu paraíso: praia, fazendo o que eu mais amo: assistindo o pôr do Sol.

Eram 10h: 22min quando eu fui me arrumar – não se apeguem ao relógio porque eu demoro mesmo e amo muito tudo isso –. Eu tomei banho, lavei os cabelos e eles foram o motivo dos meus 40min de atraso finais: eu tive que secar e modelar depois de pronta. Antes, vesti um biquíni fofinho com a parte de cima branca meio vazada nas laterais e a parte de baixo estampadinha. Por cima eu não sabia o que vestir. Foi um desafio preparar um look para duas ocasiões BEM diferentes, mas eu consegui. Vesti um shortinho jeans branco estampado com flores, uma baby look branca, um sapatênis branco com dourado e aí veio a make: fiz bem básica mesmo já que faz mal se expor ao Sol com ela no rosto. Aí voltei com os acessórios: um relógio, uma choker preta, meu óculos de sol e uma bolsa preta de mão – que foi onde eu coloquei uma rasteirinha pra transformar o look em praia mais tarde –. Pronto. Eu estava só mexendo nos cabelos já secos quando minha mãe bateu na porta me chamando pra sair.

E foi perfeito. Parecia que tudo tinha sido cuidadosamente planejado pra dar certo e deu. Foi um dos melhores aniversários da minha vida e não tive nem por um segundo, motivos para reclamar. E foi só a gente, tá? A gente = eu, minha mãe, Luca e Irá. Nós cumprimos com o cronograma direitinho. Almoçamos e fomos pro Porto da Barra onde a gente passou a tarde inteira. Foi foto e mais foto, sal, areia e Sol. E teve gente que chegou esgotado em casa. Na verdade dormiu no caminho de casa, a gente que teve que se virar pra arrumar o Luca na cama.

E aí, como eu não estava a mais disposta desse mundo, eu só tomei uma ducha, vesti uma roupinha de mendigata e fui deitar. Deitei pra reorganizar o meu novo celular e responder as mensagens que tinha recebido durante o dia inteiro. A primeira parte não foi tão difícil assim. Eu só instalei o iCloud e passei meus app’s pro novo aparelho. Aí fui abrindo de um em um respondendo as mensagens, começando pelo WhatsApp: na minha rápida passada de olho eu vi que tinham mudado o nome de um grupo para: “PARABÉNS GABI!”; tinha mensagem de Aninha; Alvinho; Luan; Tia Lavínia; meu pai e um monte de gente de Coité. Eu rolei o dedo pra baixo indo pro início do aplicativo e quando cheguei lá, o celular tocou mais uma vez com uma nova mensagem: Arthur.

Arthur Vilela: Feliz aniversário, minha pretinha!

Arthur Vilela: É feliz aniversário, feliz ano novo...

Arthur Vilela: Kkkkkkkk

Arthur Vilela: O que importa é que não importa o motivo da comemoração, mas eu te desejo sempre muita saúde, felicidade, sorte e um monte de beijo.

Arthur Vilela: Só que só pode ser meu, viu?

Arthur Vilela: Tô indo prai amanhã e quero te ver!

 

 

 

 

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