Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo escrita por Tia Lina


Capítulo 9
Um universo bagunçado


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^

Desculpa pela demora Ç_Ç Tinha atrasado o capítulo de Toská e pensei "ah, vou postar as duas juntas na quarta", mas acabou que nem na quarta consegui resolver o bloqueio e ficou pra hoje Ç_Ç Enfim, espero que me perdoem Ç_Ç Mas vamos ao que interessa, e eu tô MUITO ansiosa pra saber a reação de vocês quando apresentá-los a um dos meus personagens favoritos de PLELETA. Vamulá

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750633/chapter/9

— Hey, Steve. – E lá estava um sorriso que ele não via há muito tempo.

— Hey, Dylan. – O moreno sorriu de volta quando foi respondido.

Dylan Scott fora capitão do time de basquete da escola e, em algum momento entre o primeiro e o terceiro ano do colegial, namorado de Steve. Bucky sentiu vontade de rir de sua própria mediocridade ao recordar-se de tantos fatos sobre os dois, levava assim uma vida tão vazia de emoções? Suspirou cansado, Dylan ainda possuía um dos sorrisos mais encantadores que o Barnes já vira na vida e os olhos num azul tão claro que ele acreditava serem acinzentados em alguns pontos, assim como os cabelos num castanho escuro de aparência muito sedosa.

Sua mandíbula bem desenhada e geométrica agora era adornada por um resquício de barba que só servia para aumentar o desespero de Bucky. Que ser humano em sã consciência trocaria um homem do porte de Dylan Scott por qualquer outra pessoa? Steve só poderia estar maluco quando o deixou partir. E enquanto os garotos se distraíam com um assunto que parecia de interesse mútuo e nostálgico, Bucky se preocupava em ocupar a sua mente procurando outro lugar para se sentar e se manter longe daquele reencontro. Sua busca foi em vão quando sentiu um braço amigável tocar seu ombro, levando-o diretamente aos sorrisos dos dois rapazes.

— Bucky, este é Dylan. Você se lembra dele? Foi aluno na nossa escola até o ano passado. – E o sorriso de Steve era tão bonito que o Barnes já não conseguia mais mover os pés. – Dylan, este é Bucky.

Soltando uma versão rascunhada do que era o sorriso do maior dos três, ele estendeu a mão gentilmente, tendo-a apertada com firmeza, porém, não menos gentil. Dylan sorria de perto agora, e era muito mais bonito vê-lo daquele ângulo. Bucky não tinha mesmo chance alguma se precisasse competir a atenção do loiro naquela noite.

— É sempre um prazer conhecer um amigo de Steve. – E como se não bastasse sua imagem impecável de galã, também possuía uma voz grave, porém, melodiosa. – Vocês estudam juntos?

— Sim. – Sua voz era baixa e meio sem graça.

— Terá que falar mais alto que isso se quiser ser ouvido, meu amigo. – Dylan se aproximou, passando um dos braços pelos ombros do outro. – Vamos, anime-se, sinta-se em casa!

— Nós estudamos juntos. – Repetiu, desta vez mais alto.

— Não me lembro de tê-lo visto pelos corredores, é aluno de intercâmbio?

— Não sou muito popular. – Fez uma careta involuntária, o que arrancou um riso adorável do outro.

— Não perdeu nada, Bucky.

Dylan andava pelos corredores da casa com o moreno debaixo de seus braços como se fossem amigos de longa data, e ele já não se sentia mais tão intimidado com a beleza e simpatia que o maior esbanjava, chegando a rir contido de alguns comentários que fazia vez ou outra. Então ele se percebeu num lugar diferente, cheio de pessoas que nunca vira, e sem a presença de Steve. O Barnes sentiu o desespero começar a se aproximar, mas tentou se manter calmo, não poderia dar um vexame ali agora. Respirava calmamente quando Dylan sorriu de novo, puxando-o consigo para um dos bancos mais afastados do quintal da casa.

Dylan se sentou primeiro, convidando o Barnes a copiá-lo. Ele ofereceu uma garrafa de cerveja para Bucky, que negou, então sorriu e tomou um longo gole, passando a brincar com o vasilhame entre seus dedos enquanto observava os jovens se divertindo ao longe. Dylan suspirou, rindo soprado em seguida.

— Então, há quanto tempo está apaixonado por Steve, Bucky? – O moreno arregalou os olhos e perdeu sua voz no mesmo instante. Dylan, observando a reação alheia, riu soprado novamente, tomando mais um gole de sua cerveja. – Não precisa se preocupar, sabe, nós não estamos mais juntos há quase um ano, muita coisa mudou, entende? É só que eu percebi o modo como olha para Steve, e também para mim. Eu queria que entendesse que eu não sou um obstáculo para vocês.

— Mas não há absolutamente nada entre nós para haver um obstáculo. – Seu tom era o mais aproximado do neutro possível.

— Cara, tá tudo bem. – Dylan riu soprado outra vez. – Olha, o que tive com Steve foi bem... intenso... se assim posso dizer, mas acabou. Faz parte da minha adolescência, de um passado bonito que virou recordação. Quando Steve e eu decidimos romper esse relacionamento, eu deixei bem claro que tudo ficaria pra trás, sem chance de uma reconciliação, compreende?

— É que vocês ficam tão bem juntos... – Bucky suspirou, recostando-se no encosto do banco.

— Qualquer um que o visse ao lado dele te diria o contrário. – Dylan riu outra vez, tomando mais de sua cerveja. – Digamos que eu fui a fantasia colegial do Steve, palavras do próprio, eu não estou inventando nada. – Ele riu outra vez. – Fomos o casal perfeito de qualquer comédia romântica colegial: o nerd e o capitão de uma equipe esportiva. Foi muito bom por um tempo, mas percebemos que éramos insuficientes um para o outro, nossa relação era vazia em diversos áreas. Éramos incompatíveis em muitos aspectos e isso acabou pesando a balança pro lado do término. Não me leve a mal, sinto um carinho enorme por ele, assim como posso afirmar que ele sente por mim, mas isso não significa que continue no páreo, sabe, eu já tô em outra. – Com a canhota, coçou o pescoço logo abaixo da orelha direita, e esse era seu sinal de desconforto.

— Perdoe-me por ter pensado besteira sobre isso.

— Não, você não tem culpa de nada. – Dylan garantiu, sorrindo outra vez. – É normal se sentir acuado numa situação dessas, perdoe-me pela indelicadeza.

— Tudo bem, a culpa também não foi sua. – Bucky sorriu um pouco mais.

— Mas me diz, desde quando gosta dele?

— Desde muito, muito tempo mesmo. – O menor suspirou, assumindo sua derrota. Bucky sabia que tinha dificuldade de esconder sua expressão de fascínio quando olhava para o Rogers, que utilidade haveria em negar agora que fora pego em flagrante?

— E por que não fala isso para ele? – Dylan uniu as sobrancelhas.

— Eu não tenho essa coragem toda. Nem a sua confiança.

Dylan gargalhou levemente, tomando mais um gole de sua cerveja.

— Você é uma graça, Bucky, já te disseram isso? – Ele sorriu. – Steve não é nenhum desalmado, aposto que vai gostar de saber que você está apaixonado por ele! – Dylan deu um tapinha amigável no ombro do menor.

— Prefiro manter as coisas como estão, somos amigos agora e isso deve me bastar.

— Ah, não ande por esse caminho, meu amigo. – Dylan crispou os lábios, parecendo consternado. – Isso nunca acaba bem pra ninguém. Se quer um conselho, dou um de bom grado: lute pelo que você quer, porque ninguém vai te pegar pela mão e te levar até onde deseja chegar.

— E você? Por que está me ajudando a me declarar para o seu ex-namorado?

— Porque Steve merece ser feliz. – Dylan sorriu. – Esse garoto é valioso, merece alguém com o mesmo valor do lado dele.

— E como pode ter tanta certeza de que sou tão valioso quanto ele? – Dylan sorriu bonito por um momento, tomando mais um pouco de sua cerveja.

— Steve jamais teria o trazido até aqui para te apresentar a mim se também não pensasse assim.

Do meio de toda aquela confusão de jovens, surgiu uma pequena garota de curtos cabelos azuis e um piercing prata no septo, vestida com uma camiseta desgastada da peça Hamlet e uma camisa de flanela vermelha e azul por cima, usando jeans e All Star negros desgastados. Dylan ficou radiante assim que ela se aproximou dele e se sentou em seu colo, como se aquele lugar a pertencesse desde muito tempo, e, inesperadamente, ela o beijou apaixonadamente. Bucky se remexeu desconfortável e fez de tudo para não olhar naquela direção até que os rostos daqueles dois estivessem longe um do outro.

— Esta é Briana. – Ouviu Dylan falar com um sorriso bobo na face. Bucky acenou com a cabeça.

— Prazer. – Ela disse com um sorriso amigável.

— O prazer é meu. Sou Bucky. – Acenou novamente.

— Posso roubá-lo por alguns minutos, Bucky? – Briana disse com voz aveludada e um sorriso simpático.

— Ela é o meu “estar em outra”. – Dylan sibilou para que apenas Bucky compreendesse. Bucky acenou positivamente, indicando que entendeu o recado, em seguida o maior falou mais alto. – Vou até ali e já regresso.

— Não tenha pressa. – O Barnes disse enquanto ele se levantava.

— Por favor, cuide bem de Steve. – Dylan falou um pouco mais alto enquanto era arrastado pela outra.

— Cuidar bem de mim por quê? – O loiro se sentou ao lado do Barnes, entregando-lhe uma garrafa de água.

— Nada, só algo do qual falávamos antes. – Bucky garantiu, sorrindo levemente enquanto levava a garrafa à boca.

— Quem é aquela? – Steve apontou com a cabeça.

— Namorada dele. – Bucky o olhava de esguelha. – Por quê? Incomodado?

— Não. – Steve sorriu, encarando o Barnes. – Ele merece ser feliz. Dylan é impulsivo e meio bocó às vezes, mas tem um coração enorme e é muito agradável de se ter por perto.

— É, eu percebi. – Bucky riu soprado. – Ficou bem claro o porquê se apaixonou por alguém como ele, é muito fácil conversar com Dylan e até mesmo rir com ele.

— Sério? Pensei que fosse por causa daquela bunda. – Steve zombou, fazendo o Barnes rir. Então ele se aproximou do moreno. – Então, já te obriguei a vir a uma festa que não tava a fim de vir e até a ficar um tempo conversando com o meu ex, o que eu posso fazer por você para compensar tanta mancada? Tem algum lugar que queira ir ou prefere ficar por aqui mesmo?

— Acho que tive o suficiente de festa por hoje, podemos ir para outro lugar?

— Às suas ordens, sargento! – Steve bateu falsa continência, arrancando um riso soprado do outro. – Tem alguma ideia do lugar onde deseja ir agora?

— Te conto no meio do caminho.

E sem aguardar, Bucky se levantou e começou a rumar para fora daquela confusão de hormônios juvenis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Eu não acredito que por todo esse tempo era o maldito do Dylan!"

Tadinho, eu tinha criado um monstro e senti que precisava criar sua redenção. Espero que isso funcione pq ele vai aparecer mais vezes :x Agradeço a companhia e paciência que têm comigo ♥ Até o próximo e XoXo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.