Movimentos, hábitos e ritmos escrita por Akemihime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa nota inicial vai ficar um pouco grande, mas vamos lá:
Primeiramente Emilly (Emy, não sei como te chamar me ajuda UHAUHAH), você não sabe o quanto eu agradeci por ter te tirado! Mesmo sem te conhecer eu decidi que queria inovar e fui atrás de um anime/mangá que você acompanha bastante. Eu nem estava com planos pra acompanhar Bungou Stray Dogs, mas depois de te tirar eu decidir assistir tudo e... fiquei completamente apaixonada, sério mesmo auhuahuha
Então nossa, muito obrigada por ter me apresentado - mesmo que inconscientemente - à BSD ♥ e principalmente à Dazai e Chuuya, que eu passei a shippar loucamente (eu to viciada!!!).

A fic em questão aqui é simples. Foi a primeira (de muitas) que escrevi de BSD e do ship, mas foi na maior empolgação e carinho, então espero que goste ♥

Boa leitura a todos!



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A luta contra um dos membros d’A Guilda foi realmente complicada. Até mesmo para a antiga e mais temida dupla da Máfia do Porto.

Chuuya não esperava que tivesse que usar até mesmo a Corrupção para se livrar daquele tal Lovecraft. E a felicidade por ter tudo acabado durou pouco, visto que o cansaço o atingiu em cheio e a inconsciência chegou logo em seguida.

Chuuya não soube quanto tempo se passou quando finalmente acordou, sentindo todo o seu corpo reclamar de dor. Ele soltou um gemido fraco ao abrir os olhos, já acostumado com aquela situação.

Era sempre assim.

Toda vez que usava seu poder ao limite, ele se desgastava dessa forma. Seu corpo ficava fraco devido a força absurda que era empregada nele.

Chuuya suspirou, percebendo, então, que estava em uma cama macia, em um quarto iluminado com uma decoração simples e bem diferente de seu quarto na Máfia.

Ah, a Agência de Detetives...

Ele virou a cabeça, apenas para encontrar Dazai cochilando em uma poltrona bem ao seu lado. O seu fiel livro “Guia Completo de Suicídio” aberto e completamente esquecido em seu colo.

Se fosse qualquer outra situação, Chuuya apenas iria revirar os olhos e acordar Dazai aos gritos.

Mas, de alguma forma, daquela vez era diferente.

Era a primeira vez que lutavam juntos depois de quatro anos separados.

A sensação de nostalgia era inevitável, visto que ambos já haviam passado por muita coisa juntos como parceiros.

Chuuya segurou o sorriso que ameaçava escapar por seus lábios. Dazai era um idiota, mas ele talvez fosse mais idiota ainda por confiar naquele homem mesmo depois de tantos anos separados.

— Ah, vejo que já está melhor — Falando no diabo...

Dazai sorria para o ruivo, agora já desperto, com o livro fechado em suas mãos.

— Você demorou demais para me parar, idiota.

— Ah, não reclame tanto! — O outro disse com aquele tom de voz provocativo que Chuuya tanto odiava — Eu sei que você ainda vai sair daqui me agradecendo. Além do mais, Yosano-san pode deixá-lo novinho em folha assim que chegar!

Chuuya forçou a se sentar, fazendo uma careta de dor ao sentir algumas pontadas em seu corpo devido ao esforço.

— A Agência já me ajudou o suficiente. — Resmungou tentando agora colocar seus pés no chão para se levantar. — E nem pense que eu vou te agradecer dessa vez.

Ele viu seu blazer encostado na poltrona aonde Dazai se sentava, de modo que se direcionou para lá. No entanto, devido aos ferimentos que acabara de sofrer, assim que deu um passo sentiu seu corpo fraquejar.

Nakahara tropeçou um pouco buscando o equilíbrio que logo veio com as mãos de Dazai segurando seu ombro e cintura, dando-lhe firmeza.

— Tsc, me solta, idiota — Reclamou, porém sem muita força. Não estava com disposição nem para brigar com Dazai. Era isso que usar a Corrupção lhe causava.

— Não banque o durão, eu sei que está com dor — Osamu falou, suspirando — Francamente, esqueceu que eu te conheço muito bem?

— Tento esquecer sempre que nos encontramos.

— Cruel, Chuuya-kun!

— Eu juro que um dia te mato...

— Vai me fazer esse favor? Eu sabia que você tinha um lado bom, Chuuya!

Chuuya nem se deu ao trabalho de responder. Se estivesse com seu corpo bom, provavelmente essa seria a hora que tentaria desferir um soco ou chute no moreno, mas deixou essa irritação de lado conforme Dazai o ajudava a se sentar novamente na cama.

— É melhor não usar esse poder por um tempo.

— Ora, preocupado comigo, Dazai? — Era a vez dele de provocar, esboçando um sorriso de lado.

— Até parece. Seria muito problemático se a Máfia fosse me procurar para tentar te conter, não quero ninguém atrapalhando minhas tentativas de suicídio. — Dazai deu de ombros, falando com descaso.

O ruivo suspirou, não se deixando abalar novamente pela provocação do ex-parceiro.

— Hm... — Se limitou a murmurar, pensando em como somente usara aquele poder na presença de Dazai, e como o homem sempre o continha no momento certo.

Como foi que Dazai lhe falara uma vez quando se encontraram?

"Nós nos conhecemos há um bom tempo. Conheço muito bem os seus movimentos, hábitos e ritmo".

Sim, de fato eles se conheciam há bastante tempo para isso.

Chuuya ergueu o olhar para Osamu, apenas para perceber surpreso que o homem também o encarava. Seu olhar preocupado poderia ser facilmente mascarado por indiferença caso o ruivo abrisse a boca para provocá-lo novamente.

Mas dessa vez ele se conteve, seus olhos fixos em Dazai a sua frente.

Era estranho.

Estranho como eles tinham personalidades completamente diferentes, jeitos completamente diferentes, e ainda assim... complementares. Eles se complementavam de uma forma que Chuuya jamais seria capaz de explicar.

E apesar de se odiarem, de alguma forma eles confiavam um no outro. Confiavam a ponto de colocarem suas vidas em risco.

E isso o irritava profundamente. Irritava não saber como se postar diante de tudo aquilo, diante de Dazai.

Aquele homem o fazia ter sentimentos mistos, entre vontade de matá-lo e ao mesmo tempo protegê-lo do perigo.

É, era estranho.

E o mais estranho de tudo aquilo é que quando Chuuya sentiu Dazai a sua frente se inclinando em sua direção, ele não foi capaz se afastar.

E nem mesmo desviar o olhar dele.

— O que... está fazendo? — Ele indagou em voz baixa ao ver Osamu cortar a distância pouco a pouco, com os olhos fixos em seus lábios.

Não é como se ele estivesse olhando para outro lugar também. Os lábios de Dazai pareciam chamá-lo mais e mais.

Dazai nem se deu ao trabalho de responder, unindo suas bocas em um beijo calmo, sua língua ditando um ritmo lento que foi logo atendido por Chuuya, que no fim se descobriu querendo aquilo tanto quanto ele.

E eles continuaram assim por sabe-se lá quanto tempo. Trocando beijos e mais beijos, Chuuya deixando que Dazai dominasse sempre, de forma lenta e prazerosa.

Sua mente estava em branco, enevoada, preenchida pelo desejo de continuar aquilo sem se importar com mais nada. E era isso que ele fazia.

Em certo momento, ambos começaram a aprofundar os beijos, com um pouco mais de urgência do que antes.

Chuuya ergueu a cabeça quando começou a sentir os lábios de Dazai se desvencilharem dos seus e descerem por sua curva do pescoço, sua língua passando por toda a extensão do local, provocando-lhe arrepios e despertando seu corpo para as novas sensações que surgiam.

E eles teriam continuado. Ah, certamente teriam continuado se não tivessem esquecido como o corpo de Nakahara ainda estava debilitado.

Ao Dazai tocar sua cintura, apertando ao aproximar mais seus corpos, Chuuya não pode deixar um lamento baixo de dor escapar por seus lábios.

E era como se ao fazer isso, eles fossem despertados do momento em que estavam vivenciando.

Dazai se afastou com o rosto enrubescido, enquanto Chuuya trincava os dentes, arrependido de seu lamento de dor e ao mesmo tempo começando a se dar conta do que havia acontecido.

A vergonha começava a invadir ambos os homens, e se dependesse do ruivo, eles ficariam ali em um silêncio constrangedor eternamente.

Mas aquele a sua frente era Dazai, e não demorou muito para ele contornar a situação.

— Oh, essa não, a maldição do Q me pegou! Ele está me controlando, me ajude Chuuya! — Dazai exclamou de modo dramático e exagerado e só parou quando Nakahara, com muito esforço, conseguiu lhe alcançar e lhe dar um soco bem na cara.

— Tsc. Cale a boca, seu merda! — Esbravejou ele, embora ainda tivesse dificuldade de encarar Dazai sem ficar com o rosto enrubescido.

Osamu sorriu, parecendo satisfeito de alguma forma. O clima constrangedor havia se quebrado, afinal.

E com isso, Chuuya pareceu se dar conta de onde estava.

— Vou embora, já fiquei tempo demais aqui.

— Tem certeza que consegue ir embora assim? — Dazai então perguntou em tom sério, deixando o lado brincalhão para trás.

— Não preciso de mais favores da Agência, eu já disse.

Dazai deu de ombros, mas não disse mais nada. Ele sabia que Chuuya era assim. Estar ali na enfermaria da Agência por todo aquele tempo já foi um milagre por si só.

Chuuya se levantou, conseguindo andar devagar e com um pouco de dificuldade devido aos ferimentos, mas, dessa vez, foi capaz de se manter equilibrado sem correr o risco de cair novamente. Ele pegou seu blazer da poltrona, colocando-o sobre seu ombro.

Ele então se virou de costas para Dazai, caminhando para a saída daquele lugar.

Seu antigo parceiro permanecia em silêncio e Chuuya se viu parando no batente da porta, como se relutasse em querer dizer alguma coisa.

“Você ainda vai sair daqui me agradecendo” As palavras do moreno ressoaram em sua cabeça. Maldito, por que ele sempre tinha razão?

— Dazai... Obrigado.

Ele nem precisou se virar para saber do sorriso que se abria no rosto de Dazai naquele momento.

E enquanto andava pelas ruas de Yokohama naquela noite chuvosa, Chuuya pensava consigo mesmo em como a vida era engraçada, capaz de dar voltas e voltas.

Ele acreditava, até então, que Dazai era seu passado e havia aprendido a lidar com isso, a deixar o homem fora de sua vida ou vê-lo somente como inimigo desde que saíra da Máfia.

Mas então lá estavam os dois, provando que sua parceria não havia se perdido com o passar dos anos. Mostrando que eles eram mais fortes juntos e sempre se apoiariam um no outro para o que precisassem.

E pelo visto, isso não era algo que iria acabar tão cedo.

Chuuya esboçou um fraco sorriso ao chegar nessa conclusão.

É, ter aquele idiota em sua vida não era tão ruim assim. Ele ainda o mataria um dia, claro, mas antes disso... eles poderiam dividir mais alguns bons momentos juntos.

Momentos esses que não envolveriam somente aquelas brigas e provocações de sempre, mas sim algo a mais, envolvendo novos tipos de movimentos, hábitos e ritmos.

“Talvez seja uma boa ideia abrir uma garrafa de Richebourg essa noite... A safra de 79 é realmente boa”.


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Notas finais do capítulo

Um agradecimento especial à Mel (Sani) por ter aturado MUITO o meu surto enquanto eu via o anime e lia o mangá, e por ter lido a história e dado seu palpite também. E também agradeço a linda da Pan (Alban) por ter tirado seu tempo pra betar a fic mesmo sem conhecer o fandom ♥

Ameume e os demais leitores, espero que tenham gostado ;*