Até que enfim! escrita por gridpudim


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá amiguinhes!
Essa fanfic é TOTALMENTE dedicada a minha #AMIGASECRETA Júlia Barroso do grupo #ShikatemaBR
Eu espero realmente que ela e todos curtam porque eu amei escrever, tanto que escrevi enlouquecidamente HAHUUAUHAUHAUHAHU
??”___ RECADO PRA JÚLIA _____
Jú, amei ter tirado você e amei essa proposta que você deu de ter o Ino-Shika-Cho + irmãos da areia ♥
Espero muito que você goste e é isso!
Adoro você demais mulher ♥

Agora, boa leitura :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750546/chapter/1

  Era noite de rodízio e a churrascaria mais movimentada de Tókio estava a todo vapor esta noite. Ino chamara Shikamaru e Chouji para seu encontro mensal dos melhores amigos de infância, mas hoje não era um encontro comum como todos os outros.

  Ino esperou seus amigos terminarem de comer, e resolveu falar o real motivo do porque os chamou para essa churrascaria.

— Bom, chamei vocês aqui para dar o meu convite de aniversário. – Ino abriu um enorme sorriso e entregou a Chouji e Shikamaru um envelope rosa cheio de purpurina.

   Os meninos pegaram o envelope e Chouji foi o primeiro a perceber que não era como os outros.

— Tem cheiro de morango. – Falou colocando o papel rosa próximo ao nariz. – Hmmm...

— Não vá comer em Chouji. – Disse a loira afoita com a reação do amigo. – Vamos, abram.

  Assim que os envelopes foram abertos, deram de cara com um papel preto com letras de cor rosa fluorescente. Shikamaru fez uma careta tentando ler o que estava escrito.

— Será no... próximo mês? – Nara disse piscando algumas vezes e movendo o papel para frente e para trás tentando foca-lo, ou deixa-lo menos irritante para sua vista.

— Siiiiim.... Estou tão animadaaaaa!!!! – Ino falara cruzando as mãos e com um sorriso enorme no rosto. – Será naquele buffet na rua 7, conhecem né? – Eles afirmaram. – Não é sempre que fazemos 15 anos, afinal. – Ino piscou e voltou a falar. – Vocês foram os primeiros a receber, amanhã termino de entregar a todos. Aaaaahhh estou tão ansiosa.

  Shikamaru deu um risinho e Chouji o acompanhou.

— Com certeza iremos. – Disse Chouji. – Fique tranquila.

— Ah! Eu amo vocês! – Ino abraçara os amigos.

   Ino acenara para seu pai, Inoichi, que estava chegando em um lindo conversível. Os três entraram no carro, cumprimentaram o pai da amiga e o senhor Yamanaka os deixariam em suas casas.

~~~~~~~~

Alguns Dias Depois

      Na casa dos Sabaku, as 20h era o horário do jantar e Rasa era extremamente rigoroso com isso.

— EU NÃO VOU CHAMA-LOS DE NOVO. – Gritou Rasa já sem paciência com a demora dos três filhos para o jantar.

   Temari era a primeira a descer as escadas.

— Desculpa pai, eu estava terminando de tomar banho. – Temari disse já se sentando a mesa.

— Desculpe. – Disse Kankuro guardando o celular no bolso.

— Er... me desculpe também. – Disse Gaara puxando a cadeira.

— Vocês sabem que faço questão de jantarmos juntos. – Disse Rasa já se servindo.

— Seu pai tem razão. – Karura, a mãe, falou sentando-se ao lado do marido. – Todos aqui têm seus afazeres, mas precisamos de algum momento em família, nem que seja somente o jantar.

   Os três assentiram com a bronca e a mãe voltou a falar.

— Como foi o dia de vocês hoje?

— Recebi um convite de aniversário. – Disse Gaara primeiro que todos. – Será daqui um mês, na rua 7.

— De quem? – Perguntou Kankuro sem ao menos imaginar que seu irmão tinha amigos.

— De uma menina da minha sala. – Respondeu o ruivo.

— E você tem amigos. – Perguntou Kankuro rindo.

— Que graça em. – Falou o mais novo. – Claro que tenho, inclusive eu iria levar você, mas pelo jeito só levarei a Temari. – E mostrou a língua para o irmão mais velho.

— E quem disse que eu quero ir? – Temari falou revirando os olhos. – Seus amigos são muito mais novos do que eu... Nada a ver Gaara...

— Ora, que bobeira Temari. – Karura falou levando a comida a boca.

— É bom que vá com seu irmão, Temari. – Rasa disse e a loira respirou fundo.

— Porque eu?

— Você é a mais velha, e seus irmãos são muito irresponsáveis, essas festas normalmente tem drogas, álcool e sexo sem proteção. – Rasa falou gesticulando o garfo. – E você sabe dirigir também.

— Calma pai, não é assim também, Ino é uma menina séria. – Disse Gaara e Kankuro começou a rir. – O que é babaca?

— Ah Gaara... “Ino” e “séria” na mesma frase?... Eu conheço essa menina. – Kankuro ria. – Ela já pegou metade da escola.

— E qual o problema Kankuro? – Temari falou nervosa com o machismo do irmão.

— Problema nenhum, só estou falando que não é “tão séria assim”. – Kankuro voltou a rir.

— Cala a boca, idiota. – Temari olhou com a cara fechada para o irmão. – Se fosse um cara que fizesse isso, você não estaria rindo. E Gaara... – O ruivo a olhou com os olhos arregalados.  – Eu irei com você.

— Decidido então. – Disse Karura.

— E eu? – Perguntou Kankuro.

— Você? – Perguntou Temari. – Você seja menos idiota.

~~~~~~~

Um Semana Antes do Aniversário

— Tema? – Gaara a chamou. – Temari?

— Oi. – Temari apareceu na porta do quarto de seu irmão. – O que foi?

— O que acha? – Gaara estava vestido com um terno cor de areia e uma gravata azul royal.

— Onde você vai com isso? – Temari perguntou fazendo uma careta.

— Não gostou? Era do vovô, serve em mim, achei que seria legal ir na festa com...

— Definitivamente não. – Temari disse desfazendo o nó da gravata do irmão. – Eu não vou deixar você sair de casa parecendo um senhor de 80 anos. Desculpa vovô, que Deus o tenha, mas...

— Eu... eu não sei o que vestir, Tema. – Disse Gaara desabando na cama.

— Você está interessado em alguém? É isso Gaara? – Perguntou a mais velha.

— Não... exatamente... – Respondeu Gaara encabulado.

  Temari achou fofo ver o irmão mais novo, que quase não tinha amigos, se interessando por alguém. Gaara era tímido e então, Temari decidiu não fazer mais perguntas para ele.

— Iremos ao shopping então e te ajudo com isso. – Temari deu um sorriso satisfeita.

— Ei, eu também preciso comprar roupa para essa festa. – Disse Kankuro entrando no quarto. – Credo Gaara, que roupa é essa, parece que viajou no tempo.

— E quem disse que você vai com a gente? – Temari perguntou ainda brava com a atitude de Kankuro há alguns dias atrás.

— Qual é Tema? – Kankuro falou sentando-se em uma cadeira e Temari o olhou feio. – Tá, ok. Eu sei que fui um idiota, Ino é linda e...

— E não da bola pra ele, é isso... – Gaara completou o que Kankuro não pode terminar de falar.

— AAAAAAAAAHHH... – Temari deu um grito e Kankuro não conseguia encara-la. – Então temos um rejeitado por aqui? – Kankuro arfou e Gaara ria da cara do irmão.

— Não precisa falar assim também. – Kankuro disse cruzando os braços.

— E você também não devia ter falado daquele jeito da menina. Não vê que só mostra que você sente ciúmes, rejeição e etc... Todas as mulheres são livres para ficar com quem elas querem e com quantos elas querem. Chamar uma mulher de fácil, falar que ela pega todo mundo e entre outras coisas, não a torna menos digna, só mostra que você está com ciúmes.

— Tsc... Desculpa...

— Já falou pra ela o que sente? – Temari perguntou.

— Nem adianta, Tema. – Gaara disse. – Ino agora está namorando um cara aí. Às vezes ele vai busca-la na porta da escola.

— Então esqueça isso e olhe para outras pessoas, que o mundo tá cheio de gente. – Temari deu um beijo na testa de Kankuro e voltou a dizer. – E... Não fale mais aquelas coisas.

~~~~~~~~~~

Horas antes do Aniversário da Ino

— Sakura, eu vou ter um ataque do coração. – Ino falava com sua amiga no telefone. – Os fotógrafos, eu não consigo falar com nenhum deles e só faltam 5horas para a festa.

— Mas Ino, você não falou com eles ontem? – Perguntou Sakura pintando suas unhas do pé com o telefone pendurado entre a orelha e o ombro.

— Falei, mas... – Ino foi interrompida.

— E eles confirmaram? – Sakura perguntou.

— Sim, mas... – Ino foi interrompida novamente.

— Então pronto, amiga, relaxa, hoje é seu dia, não esquenta mais a cabeça com isso, preocupação de mais da ruga em...

— Deus me defenda, 15 anos não é idade para ter rugas. – Disse Ino enfiando uma maçã na boca.

— Ruga não tem idade pra aparecer. – Sakura agora tirava o excesso de esmalte com o palito.

— Fom amifa... – Ino mastigava a maçã do outro lado. – Fou no falão fafer meu cabefo...

— Vai lá, qualquer coisa me chama. Beijos e parabéns de novo. – Sakura falou mexendo os dedos dos pés orgulhosa com o trabalho.

— Ofricata, até mais tarfe!  

~~~~~~~~~~~  

Festa

— É aqui mesmo? – Perguntou Chouji com o GPS na mão enquanto Shikamaru olhava um grande salão do outro lado da rua.

— Você tem dúvidas? – Shikamaru olhou para Chouji e apontou os canhões de luz que eram jogadas para o céu.

   Ino era extravagante e com certeza, em seu aniversário, canhões de luz era o mínimo que iriam ver hoje.

   Chouji viu aquilo e mentalizou que até os astronautas e os extraterrestres sabiam que hoje era aniversário de sua melhor amiga.

   Shikamaru saiu do antigo Monza graffiti  do seu pai e bateu a porta com força. Já Chouji sempre tinha medo de fazer movimentos bruscos no carro do pai do amigo, tinha impressão de quem a qualquer momento qualquer coisa poderia cair no chão ou simplesmente ficar na sua mão.

— Esse carro não fecha com a sua sutileza Chouji. – Shikamaru disse circulando pelo carro, até chegar na porta do amigo. – Tem que ser com força mesmo.

   Chouji até pulou para trás com o barulho que a porta fez.

— Tchau pai... – Shikamaru falou.

— Quando terminar me liga, ok? Deixarei o celular embaixo do travesseiro. – Shikaku falou.

— Tá bom. Vamos? – Perguntou Shikamaru a Chouji. – Estou com fome e preciso beber um pouco pra aguentar essa música chata.

   Chouji ria do amigo, pois nenhum dos dois gostavam das divas pops que a melhor amiga tanto aclamava.

— Beber? Por acaso vão liberar bebidas para menores aí? – Chouji perguntou atravessando a rua.

— Não sei, mas é o que eu espero que aconteça. – Respondeu Shikamaru.

   Assim que eles entraram deram de cara com alguns garçons que andavam de um lado para o outro e luzes fluorescentes que indicavam que o DJ já estava animando a galera.

   Chouji já pegava alguns salgados das bandejas que passavam por sua frente e Shikamaru só procurava por um lugar para se encostar.

    Achou uma mesa vazia no fundo do salão e quando estava indo em direção a ela, achou Ino no meio de uma multidão de pessoas. Respirou fundo e foi em direção a amiga junto com Chouji. Conseguiram falar com a loira, que hoje era a estrela da festa e correram para pegar a mesa que estava vazia, mas quando estavam próximo, três outras pessoas sentaram na mesa. Shikamaru bufou, mas Chouji foi cumprimentar um ruivo que tinha acabado de sentar.

— Olá Gaara. – Chouji abraçou o amigo. – Oi Kankuro.

   Shikamaru então percebeu que era Gaara, o ruivo da sua sala e Kankuro, o irmão mais velho dele que estava no último ano do ensino médio. Percebeu também uma loira sentada com eles, de cara emburrada.

— Olá Shikamaru. – Gaara o cumprimentou. - Que bom que estão aqui! Você já conhece meu irmão Kankuro né. – Shikamaru cumprimentou-o. – E essa é a minha irmã mais velha, Temari. – Shikamaru a cumprimentou também. – Você... não tem onde se sentar? – Perguntou Gaara.

— Estávamos de olho nessa mesa, assim como vocês. – Shikamaru coçou sua cabeça.

— Vamos dividir a mesa então. – Gaara puxou uma cadeira pra Shikamaru sentar e Chouji puxou uma pra si próprio.

   Os garçons passavam constantemente na mesa, Chouji e Kankuro devoravam cada prato servido. Gaara parecia afoito, olhava para os lados sem parar, como se estivesse procurando alguém. E então Temari o chamou.

— Ei, porque está tão nervoso?

— Não estou nervoso, eu só... – Gaara olhou uma última vez para a esquerda e viu. – Chegou...

   Gaara saiu da mesa sem avisar ninguém, Temari e Shikamaru olharam para a direção que o ruivo ia. Shikamaru não entendeu muito bem porque Gaara foi correndo falar com Matsuri, a prima de Ino, um ano mais nova que eles, até ouvir Temari falando.

— Ah! Então é ela...

— O que foi Tema? – Perguntou Kankuro com a boca cheia.

— Nada, nada... Continue comendo ai... – Temari falou ainda olhando para Gaara que ainda conversava a sós com a menina.

   Shikamaru entendeu perfeitamente tudo depois do que Temari disse e soltou um riso pequeno no canto de sua boca. Chouji olhou para o amigo sem entender e também perguntou.

— O que há Shika?

— Depois explico... – Chouji deu de ombros e terminou o refrigerante que ainda restava em seu copo.

   Assim que Kankuro e Chouji terminaram de comer, chegou Neji e Rock Lee para cumprimenta-los.

— Olá para todos. – Disse Rock Lee sorridente e cumprimentou um por um.

   Neji e Lee eram da sala de Kankuro amigos de Ino também. Neji era mais calado mas cumprimentou a todos educadamente e voltou-se ao amigo.

— Vocês viram que ali dentro tem uma mesa enorme só de comida mexicana?

— NÃO VI NÃO, ONDE? – Disse Kankuro e Chouji em um coro.

— Vamos lá buscar. Também adoro comida apimentada. – Disse Lee.

    Kankuro, Chouji, Neji e Lee foram para outra parte do salão e deixaram Shikamaru e Temari para trás sem nem perceber.

    O DJ parou de tocar qualquer coisa que Shikamaru não se interessava, mas algumas batidas levaram ele para uma música que finalmente lhe era conhecida. “ R U Mine” do Arctic Monkeys fez com que seus pés começassem a balançar.

   O refrão da música veio e a menina, que estava ao seu lado na mesa, começa a cantar sem nem ao menos perceber que havia alguém ao seu lado, pois não tirava os olhos do celular.

   Shikamaru ficou admirando a loira cantando com sua voz mais rouca que o normal do que ele estava acostumado a escutar. E então começou a admira-la. Seu cabelo estava solto em uma trança lateral e seu vestido era simples e preto. Ela não usava brincos e nem um colar, a maquiagem era simples e a unha não era tão grande, mas estava pintada de uma cor que Shikamaru deduziu ser vinho. Ela conseguia ser simples e linda ao mesmo tempo.

   Temari levantou a cabeça para procurar seus irmãos e deu de cara com Shikamaru a olhando descaradamente. Ela encabulou na hora e falou.

— O que foi? Tá me olhando porquê? – Temari costumava a ser grossa para disfarçar quando estava com vergonha.

— Não foi nada mulher, só... só estou sem fazer nada e... bom, acabei olhando pra você compenetrada nesse celular ai. – Shikamaru respondeu virando o olhar.

— E onde foram seus amigos? – Perguntou para tentar desviar do assunto.

— Ah, eu nem queria muito estar aqui, confesso, só vim porque Ino é como se fosse minha irmã. – Shikamaru bufou. – Os moleques foram comer comida mexicana... Neji disse que tem lá do outro lado... – Shikamaru indicou o lugar.

— Nossa, mas eles ainda estão com fome? – Temari riu e bebericou de seu copo. – Pelo menos liberaram cerveja pra mim, eu também não queria estar aqui.

— Eles pediram seu RG? – Shikamaru perguntou interessado.

— Não...- Temari olhou o liquido de seu copo. – Quer?

— Na verdade eu quero, mas...

— O que?

— Olha ali. – Shikamaru apontou. – Aquele loiro no balcão é o pai da Ino, ele é amigão do meu pai. Não duvido de que ele vá contar para alguém e acabe chegando no ouvido da minha mãe. E nossa, seria problemático.

— Quer que eu pegue pra você? – Temari perguntou olhando fixamente para Nara.

— Você faria isso?

— Eu sou irmã mais velha dos Sabaku e não sua... – Temari levantou da cadeira, mas se curvou para falar com Shikamaru de novo. – A propósito, qual seu nome mesmo?

— Shikamaru Nara!

   Temari levantou e com passos descompromissados caminhou até o bar onde estava o pai de Ino e, pelo o que ela entendeu, alguns parentes de Ino também, pois eram todos muito parecidos.

   Pediu duas cervejas e saiu normalmente. Voltou a mesa e só Shikamaru estava ali ainda.

— Se fosse tão simples assim eu teria te pedido antes. – Disse Nara pegando o copo da mão dela.

— Eu não vou ficar levantando toda hora, nem vem. – Temari se sentou e Shikamaru soltou um riso contido com o nervoso da menina.

— Quantos anos você tem? – Shikamaru perguntou enquanto Temari tomava um gole de sua nova cerveja.

— 18, você, se está na sala do meu irmão, deve ter 15, certo?

— Sim,  sim. – Shikamaru resolveu fazer mais uma pergunta. – E você, já está na faculdade?

— Estou sim, faço Relações Exteriores na Universidade Federal Minato Uzumaki. – Temari responde, mas resolveu perguntar também. – Você já pensa em qual curso vai fazer na faculdade?

— Eu passei em astrofísica na sua faculdade... Que coincidência... – Shikamaru respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo, um menino de 15anos entrar em uma faculdade federal sem nem ter terminado a escola.

— Pera, o que você disse? – Temari estava incrédula.

— Eu passei em astrofísica na UFMU. – Respondeu levando a cerveja até a boca.

— É mentira né? – Ela perguntou de novo.

— Porque eu mentiria pra você, mulher? – Shikamaru respondeu com um olhar preguiçoso não entendendo o porquê Temari estava tão incrédula.

— Mas como você entrou?

— Ué, fiz a prova e passei.

— Mas você não terminou o Ensino Médio!

   Shikamaru já estava de saco cheio desse assunto, deixou seu copo na mesa, colocou os braços para trás apoiando-os na parede e deitando sua cabeça.

— Bom, eu fiz uma prova sabe? Aquelas que servem pra ver se eu sou capacitado, e... eu passei. Foi isso. Eu só irei terminar esse ano letivo e já consigo meu certificado de conclusão. – Shikamaru bocejou e voltou a dizer. –Ai fiz a prova para a UFMU e passei...

— Você é tipo um... – Temari foi cortada e Gaara apareceu.

— Shikamaru é um gênio. – Gaara respondeu a Temari e bebericou um pouco da bebida da irmã.

~~~~~~~~~~~~~

   3 dias depois

   Temari estava estudando para uma prova da faculdade quando ouviu o celular avisar sobre uma notificação. Relutou, mas depois de 5minutos olhou para o visor e viu que alguém havia a adicionado no facebook.

   Shikamaru a achou depois que Kankuro postou uma foto no facebook onde tinha os três irmãos e Temari estava marcada ali.

— Hm... me achou então. – Temari falou para a tela do celular e aceitou a solicitação de amizade.

   Começou a fuçar pelo facebook do menino onde achou fotos de campeonatos de xadrez e alguns compartilhamentos sobre astrofísica.

— Nerd! – Voltou a falar com a tela do celular. – Que menino nessa idade liga pra essas coisas. Vocês só querem saber de filme pornô e séries violentas.

— Quem gosta disso? – Pergunto Gaara passando pela sala.

— Nhaaa, não é nada. – Temari bloqueou o celular e voltou a olhar para seu livro.

— Eu preciso de uma ajuda Tema... – O mais novo disse com um copo de água em mãos.

— Fala...- Temari disse não dando muita importância e Gaara sentou na sua frente.

— Eu... bom, você percebeu que eu estava conversando com uma menina no aniversário da Ino, certo? – Gaara perguntou e Temari levantou a cabeça encarando-o.

— O que tem ela? – Perguntou levantando uma sobrancelha.

— Ela... eu... eu quero sair com ela e... não sei bem... – Gaara olhava para o copo sem conseguir olhar para a irmã.

— Chame ela para ir ao cinema, oras. – Temari disse como se fosse uma coisa muito simples para Gaara.

— Eu não sei se consigo fazer isso pessoalmente e... – Temari cortou o irmão.

— Me da seu celular.

   Gaara deu o celular para a irmã.

— Você tem ela no Whatsaap?

— Tenho, mas...

— Nunca falou com ela no whatsapp, Gaara ? – Temari disse rindo.

— Eu... – O ruivo continuava envergonhado.

— Como ela se chama? – Temari estava com o whatsapp do irmão aberto.

— Matsuri, mas Tema, o que você vai falar? – Gaara já estava suando frio.

— Deixa comigo.

   Temari começou a digitar e o coração de Gaara só faltava sair pela boca.

Gaara: Oii (:

Matsuri: Oii, tudo bem?

— Gaara, ela já respondeu, fique feliz... – Temari disse percebendo que seu irmão estava corado.

Gaara: Tudo bem e ai?

Matsuri: Tudo ótimo (: Novidades?

Gaara: Bom, você viu que lançou o filme da Liga da Justiça? Você curte?

Matsuri: Viii, muito legal né. Eu adoro, mas ainda não fui ao cinema. Porque?

— Gaara, ela tá muito na sua! – Temari ria e Gaara estava muito nervoso.

— Temari, pare de me torturar. Faça logo.

Gaara: Eu também ainda não vi, quer ir comigo?

Matsuri: Claro, vamos sim!

— Pronto irmãozinho, o resto é com você. – Temari devolveu o celular para Gaara que ainda tremia. – E se você estragar tudo...

— Eu não vou estragar, prometo...

~~~~~~~~

   Uma semana depois

Temari estava livre de suas provas e com um bom feriado para esfriar a cabeça. Pensou em colocar suas séries em dia e viu que Cosmos era uma das que estavam em sua lista. Logo lembrou do amigo de Gaara, riu consigo mesma e decidiu que seria essa série que iria ver.

   Resolveu postar no Facebook, não tinha o costume de fazer isso, mas gostaria de ver se Shikamaru falaria com ela sobre isso se caso ele visse no feed de notícias.

   Depois de alguns episódios, Temari olha para o seu celular e tem uma notificação de Shikamaru.

   Ele a chamou no chat do Facebook e curtiu a publicação sobre o seriado.

Shikamaru: Cosmos é muito bom! Vale a pena ver a série toda.

Temari: Sim, estou gostando, estou no 6º episódio ainda. O modo como eles abordam os temas é bem interessante.

Shikamaru: Sim, é bem interessante.

   Temari checou as horas e já eram mais de 3 horas da manhã.

Temari: Só uma pergunta, o que um menino de 15anos está fazendo acordado essa hora?

Shikamaru: Se eu disser que estou jogando xadrez online você acredita?

Temari: Não mesmo.

   Shikamaru mandou um print da sua tela e Temari começou a rir do outro lado da tela.

Temari: Você não pode ter 15anos.

Shikamaru: Como não?

Temari: Suas atitudes...

Shikamaru: Isso é bom ou ruim?

Temari: É bom, sinal que você não é tão idiota... só um pouco.

Shikamaru: Vou levar isso como um elogio.

Temari: Bom, vou dormir, boa noite e bom jogo.

Shikamaru: Boa noite e obrigado.

~~~~~~~~~~ 

Alguns anos depois

   Shikamaru havia entrado na faculdade e via Temari quase todo intervalo. Conversavam e acabaram tendo mais amigos em comum. Virava e mexia iam a algumas festas, podiam se considerar amigos. Algumas vezes Temari dava carona para o menino que ainda não tinha seu carro próprio.

   Temari estava em seu último ano de faculdade e para comemorar que as provas tinham acabado e as férias de julho estavam próximas, os estudantes resolveram fazer uma cervejada no bar em frente a faculdade.

— E aí preguiçoso, você vai né? – Temari perguntou sentando do lado de Shikamaru em um banco da faculdade.

— Eu não estou muito afim não. – Respondeu sem olhar para a loira, encarava as nuvens no céu como se elas pudessem fazer algo por ele.

— Claro que vai, você está na faculdade, tem que curtir os momentos. – Temari disse se arrumando melhor no banco.

— Eu já aproveito já, nunca peguei DP, acho que isso é aproveitar a faculdade, estudar e etc...

— Shikamaru, para com isso, ser gênio não é ser antissocial. – Temari falou fazendo com que Shikamaru olhasse pra ela. – Vai ser open bar...

— É de se pensar... – Voltou a olhar para as nuvens. – Até de noite eu te dou uma resposta.

   Naquela mesma noite, Shikamaru manda uma mensagem para Temari dizendo que iria para a cervejada sim. Os dois marcaram de se encontrarem em frente a faculdade porque no local estaria muito cheio.

   Algum tempo depois, já dentro da festa, Shikamaru estava meio tonto.

— Você já bebeu demais, não acha? – Temari perguntou.

— Acho, e vim pra isso, ou não é open bar? – Shikamaru falou pegando um cigarro do bolso.

— Mais um cigarro, sério? – Temari bufou.

— Você sabe que eu fumo, quando bebo da mais vontade ainda. – Shikamaru tragou. – Porque está tão preocupada?

— Pressentimento...

~~~~~~~

Algum tempo depois

— Eu avisei! Ah como avisei. – Temari estava no meio fio da calçada ajudando Shikamaru a vomitar. – E agora? Sua mãe vai te matar se te ver assim.

   Shikamaru não conseguia falar, sua cabeça girava, sua língua embolava na boca e seu corpo não obedecia. Toda sua genialidade agora estava na valeta de uma calçada suja.

   Temari chamou alguns meninos de sua sala, pediram para eles cuidarem de Shikamaru para ela comprar algumas garrafas de água e um lanche natural na loja de conveniência de um posto de gasolina próximo. Foi sem demora e quando voltou, pediu para os amigos ajudarem ela a levar Nara para seu carro.

    Colocaram Shikamaru no banco de trás e pediu para que ele vomitasse tudo o que tinha que vomitar na calçada, a porta do carro estava aberta, mas o moreno não conseguiu mais vomitar.

   Temari viu como Shikamaru estava mal e então deu uma garrafa para ele, Shikamaru bebeu devagar.

— Como você está? – Perguntou a loira e os amigos saíram de perto.

— Bêbado HAHAHHA. – Shikamaru mal conseguia olhar para Temari. – Minha mãe vai me matar.

— Tem problema se você não dormir na sua casa hoje? – Temari perguntou.

— Não, só preciso avisar. – Tomou outro gole d’água. – Porque? Vai me matar?

— Idiota, ia falar para você dormir em casa, meus pais estão viajando, Gaara está na casa da namorada e Kankuro não vai chegar hoje.

— Não pode me molestar em. – Shikamaru disse rindo e Temari revirou os olhos.

— Cala a boca Shikamaru, e me de seu celular. – O moreno não pensou duas vezes e entregou o aparelho.

— Pra que?

— Vou avisar sua mãe. – Temari pegou o dedo indicador de Shikamaru e colocou na tela do celular para desbloquear.

   Temari deu o lanche para Shikamaru e ele comeu todo enquanto ela escrevia para a dona Yoshino como se fosse Shikamaru, avisando que ele iria dormir na casa de um amigo, para ela não se preocupar.

— Vamos? – Perguntou Temari quando viu que ele já tinha terminado de comer e Yoshino já havia respondido.

— Uhum! – Shikamaru afirmou, soluçou e não se mexeu.

   Temari odiava ser motorista das pessoas, mas nestas condições, era melhor que Shikamaru continuasse no banco de trás mesmo.

   No caminho, Shikamaru pediu para que ela parasse para ele vomitar, ela também deu a ele outra garrafa d’água. Shikamaru bebeu inteira e voltou para dentro do carro. Temari deu partida e foram para a casa da loira.

   Quando Temari entrou com o carro na garagem, percebeu que Nara estava dormindo.

— E agora? – Ela falou consigo mesma, o único jeito de leva-lo era acordando-o. – EI... EI SHIKAMARU – Ela o cutucava. – VAMOS, ACORDE! CHEGAMOS JÁ!

— Chegamos onde? – Shikamaru parecia desnorteado.

— Na minha casa, preciso que você venha sozinho, não consigo te carregar. – Shikamaru saiu do carro com dificuldade.

— Eu acho que... – Temari entendeu e por sorte havia um balde na garagem, ela deu para Shikamaru vomitar ali mesmo. – HUUUUURG!

   Shikamaru ficou algum tempo vomitando.

— Me desculpe por isso. – Shikamaru disse e colocou o balde no chão. – Entrar na sua casa vomitando... Eu não queria, juro.

— Tudo bem Shika, vamos! – Temari o ajudou a entrar na casa.

   Levou Shikamaru até a sala e perguntou a ele:

— Como você se sente?

— Tonto, mas o enjoo passou. – Respondeu sentado no sofá.

— Você consegue tomar banho? – Perguntou vendo que ele realmente não estava bem.

— Consigo. – Assim que Shikamaru falou, levantou do sofá e caiu de novo. – Não sei bem se consigo, deixa eu tomar amanhã vai.

— Um banho frio vai te ajudar. – Temari disse levantando e indo até o banheiro.

   Ela ligou o chuveiro e foi até o quarto de Kankuro pegar umas roupas do irmão emprestadas.

— Não preciso de banho. – Shikamaru falou e Temari percebeu que ele estava tão bêbado que não conseguia focar o olhar em nada.

— Precisa sim e eu não vou falar de novo.

— Nossa, você parece minha mãe. – Shikamaru disse tentando se levantar, tonteou para um lado, mas conseguiu ficar em pé. – Viu só, tô ótimo já.

— Vem logo! – Temari o puxou pelo braço e Shikamaru tropeçou algumas vezes.

— Você não pode olhar pra mim, promete? – Shikamaru perguntou tampando os olhos com as mãos. – Eu sou tímido.

— Eu prometo, só fico aqui até perceber que você conseguiu entrar no box. Pode até sentar no chão.

— Obrigado! Você é mais legal que a minha mãe. – Shikamaru tirava sua camisa. – Ela brigava quando eu queria fazer piscininha.

— Piscininha? – Temari perguntou rindo de como Shikamaru estava engraçado.

— É, quando você tampa o ralo com o pé, ou um shampoo, sei la. E forma uma piscininha.

— Eu deixo você brincar disso hoje, ok? – Shikamaru assentia feliz. – Mas só se você prometer que não vai dormir sentado aí.

— Eu juro. – Shikamaru fez um X com os dedos e os beijou. – Juro solenemente não fazer nada de bom.

— Eu vou ter que ficar aqui mesmo, não vai ter jeito. – Temari falou mais pra si do que para que Shikamaru ouvisse.

— Você quer me ver pelado né?

— Oi? – Temari perguntou como quem achasse não ter ouvido direito.

— Você, quer me ver nu... – Shikamaru falou tirando a calça todo desengonçado.

— Você vai cair se não para de fazer graça.

— Eu não to fazendo graça. É você que tá. – Shikamaru agora tirava a cueca, mas ficou de costas para Temari. – E você não vai ver meu pipi. – Ele disse entrando no box e Temari gargalhou. – Não até o nosso casamento.

— Casamento? – Temari o olhava da porta e Shikamaru se arrepiou com o banho frio. – Que casamento?

— O nosso, mulher. CARAMBA QUE GELO!– Ele deu um grito ainda estando de costas. – Você judia de mim com essa água fria, igual seu coração.

— HAHHAHAHAHAH como assim Shikamaru, meu coração? – Temari estava encostada na porta do banheiro segurando as roupas de Nara.

— Sim, seu coração, parece um iceberg, igual aquele que afundou o Titanic. – Shikamaru tentou levantar, Temari percebeu sua dificuldade e foi ajuda-lo. – Oh, não pode olhar o pipi.

— Juro solenemente não olhar o pipi. – Temari disse enquanto ajudava Shikamaru e colocou a toalha nas costas dele.

— Se enxuga e aqui estão as roupas limpas. – Temari colocou as em cima da pia.

— Sabia que você é a menina mais bonita que eu já conheci?

   Shikamaru falou enquanto se trocava. Temari estava de costas para ele e ela corou mesmo sabendo que não podia confiar em papo de bêbado.

— Não fale idiotices, você tá bêbado.

— Tô bêbado mais ainda tenho o QI mais alto que muita gente, eu acho. – Shikamaru disse enquanto colocava a camisa com dificuldade.

— Mas, obrigada pelo elogio. Posso me virar? – Temari perguntou.

— Pode, já terminei. – Shikamaru disse tentando dobrar a toalha, mas aquilo mais parecia um ninho.

— Me dá isso aqui, e aqui oh. – Temari pegou uma escova de dentes nova que estava no armário do banheiro. – Consegue escovar os dentes?

— Espero que sim. – Shikamaru pegou a escova, colocou pasta e escovou os dentes.

— Tente não escovar a língua agora, pode te dar ânsia de vômito. – Temari olhava para o reflexo dele no espelho.

— E você? Não vai tomar banho, porquinha? – Perguntou Shikamaru já enxaguando a boca. – Juro que não vou ver.

— Vou cuidar de você primeiro.

   Temari levou Shikamaru até a sala e ele sentou no sofá. A loira pegou um colchão, lençóis limpos, travesseiro e um cobertor. Arrumou tudo e colocou Shikamaru para dormir.

— Eu juro, que quando a gente casar, recompenso você por isso. – Shikamaru dizia segurando a mão de Temari.

— Ah é? E como? – Ela achou melhor não contrariar o bêbado.

— Te levo café da manhã todos os dias na cama e vou te amar como sempre te amei. – Shikamaru soltou o braço de Temari, colocou junto de seu corpo coberto e fechou os olhos. – Desde o dia do aniversário da... Ino... – Bocejou e caiu no sono.

   Temari ficou algum tempo pensando naquilo, mas decidiu que era melhor tomar um banho e dormir. História de bêbado não era algo pra se levar a sério... Ou era?

~~~~~~~~~~

Uma semana depois

   Shikamaru fechou seu livro assim que o sinal bateu avisando que a aula havia acabado. Jogou rapidamente suas coisas dentro da mochila. Saiu correndo e foi para o estacionamento onde Temari costumava a guardar seu carro, fazia um bom tempo que a loira não conversava com ele direito.

   Shikamaru não se lembrava de muita coisa depois do open bar. Só lembrava que havia passado mal e Temari cuidara dele, mas não conseguia se recordar de todos os detalhes, nem de ter tomado banho ou ter falado tudo o que falou pra ela.

   Temari apareceu para pegar o carro e Shikamaru saiu de trás do carro que ficara ao lado do dela.

— Ei, quero falar com você. – Ele falou fechando a porta que ela iria abrir.

— O que foi? – Temari respondeu olhando nos olhos dele.

— Porque você está assim comigo? – Shikamaru cruzou seus braços.

— Assim? Assim como? – Temari desviara o olhar, não poderia negar que ficou confusa depois das confissões de Shikamaru bêbado.

— Para com isso tá, depois do dia que eu dormi na sua casa e acordei com as roupas de Kankuro e minha cabeça explodindo, você vem me tratando diferente. – Shikamaru coçava sua nuca. – Eu realmente não me lembro nem como cheguei na sua casa e ... – Ele bufou e voltou a falar. – Ah... Por favor, me diga Temari, o que aconteceu...

   Temari bufou e começou a falar.

— Quer saber, entra no carro.

— Entrar no carro? – Ele perguntou desconfiado.

— É, eu te dou uma carona e... ai a gente conversa, pode ser? – Temari também não aguentava mais conviver com aquela dúvida sobre os sentimentos dele e os seus depois que Shikamaru havia falado sobre aquilo.

   Os dois entraram no carro, colocaram os cintos e Temari deu partida saindo com o carro do estacionamento.

— Eu vou deixar você na sua casa ou quer que eu te deixe em outro lugar? – Temari perguntou olhando para frente. – Tem estágio hoje?

— Tenho, se puder me deixar no metrô. – Shikamaru falou e Temari assentiu. – Então, não temos muito tempo já que vai ser só esse meio tempo. – Temari ainda não olhava para Shikamaru. – Pode me falar a real, porque você tá estranha comigo, finge que não me vê, vai embora sempre correndo da faculdade, o que tá acontecendo?

— Tá...olha, você falou uma coisa pra mim enquanto estava bêbado e... e eu não sei como agir, pode ser só papo de bêbado, mas... – Temari disse rápido e suspirou fundo. – Mas eu não sei como pensar e nem como agir com isso, então me fala tá... Me fala a real... Porque depois daquele dia eu comecei a ver tudo com outros olhos.

   Shikamaru arregalou os olhos e Temari ainda não conseguia olhar para ele, não só por conta do transito, mas também por sentir seu coração acelerado e o rosto quente.

— Fala, eu não aguento mais viver nessa agonia...

— Shikamaru, o que você realmente sente por mim? – Shikamaru abriu a boca para tentar responder o que Temari havia dito, mas ela ainda não terminara de falar. – Você estava bêbado, na minha casa e disse que queria casar comigo, que gosta de mim desde o aniversário da Ino, que eu sou a mulher mais bonita que você conheceu. Eu não estou sabendo lidar com isso porque fiquei velando seu sono a noite toda pensando no seu papo de bêbado. Eu não sei o porquê, não sei... – Uma lágrima começou a rolar do rosto de Temari. – Eu não sei porque me abalei tanto com esse seu papinho furado de bêbado pós open bar, mas me abalei, me abalei tanto que comecei a relembrar tudo o que a gente já viveu, tudo o que a gente já riu junto...

— Temari eu... – Shikamaru estava estático na poltrona do carro, tentou falar algumas coisas, mas elas não saiam. Ele nunca teve coragem de admitir para qualquer pessoa que fosse, que achava Temari incrível. – Eu... – Ele suspirou fundo mais uma vez. – Eu não menti... Não era só papo de bêbado...

   Eles não conseguiam se olhar, eles não conseguiam falar mais nada e Temari entrou na rua do metrô, parou o carro e Shikamaru abriu a porta, olhou para a loira que agora olhava diretamente para o volante.

   Temari não conseguia encarar Shikamaru.

— Eu sempre tive medo de falar... por eu ser mais novo e... bom, acho que você já entendeu. – Shikamaru percebeu que Temari não olharia para ele de qualquer forma, então preferiu simplesmente fechar a porta do carro e entrar no metrô.

~~~~~~~~~~~~

  Shikamaru trabalhou o tempo todo pensando em Temari e como consertaria tudo isso. Resolveu que mandaria mensagem assim que chegasse em sua casa para não tirar o foco do seu trabalho e para também não prejudica-la.

  Chegou em sua casa por volta de 21 horas e, antes de tomar banho, mandou mensagem para Temari:

“Eu sei que você ainda não quer conversar comigo, mas precisamos resolver isso. ”

   Shikamaru foi tomar seu banho e quando voltou Temari o respondeu:

   “Eu só estou atordoada...”

    Shikamaru respondeu:

   “Podemos conversar amanhã? ”

    Temari não demorou muito e respondeu a ele:

    “Eu posso te buscar na sua casa? Amanhã preciso entrar mais cedo no trabalho, terei que ir embora depois do intervalo, vamos juntos a faculdade pela manhã. Ok? ”

    “Certo então, amanhã as...”

    “7 horas estou na sua porta, preguiçoso. ”

    “Que cedo! Ok, problemática. ”

~~~~~~~~

   Na manhã seguinte, Temari acordou antes de seu despertador, estava ansiosa para conversar com Shikamaru. Ela havia pensado nisso mais do que o necessário. Temari estava com os sentimentos confusos, mas queria beijar Nara, pelo menos para sentir exatamente o que eram todas essas coisas que passavam por sua cabeça.

   Tomou um banho rápido, se trocou e tomou seu café. Assim que entrou no carro, mandou uma mensagem para Shikamaru avisando que estava saindo de sua casa e ele respondeu dizendo que já estava pronto.

   Vinte minutos depois, Temari buzina, Shikamaru abre a porta da sua casa e entra no carro da loira.

— Bom dia! – Os dois falam ao mesmo tempo assim que Shikamaru senta no banco do carro.

   Do caminho da casa dos Naras até a faculdade, foram conversando sobre assuntos aleatórios e ouvindo algumas músicas que rolavam pela rádio.

   A aula de ambos começava as 8h e ainda tinha cerca de 40minutos para conversarem. Temari estacionou o carro, mas não tirou o cinto. Shikamaru fez a mesma coisa, mas dessa vez, Temari que começou a falar.

— Tá, vamos parar com isso né, a gente precisa resolver... se resolver...

Shikamaru tirou o cinto e se virou para encarar Temari.

— Olha Tema, eu... Eu realmente gosto de você, nunca falei isso pra ninguém porquê... – Arfou e voltou a falar. – Porque quando eu ia ter uma chance com você, não é? Eu tenho idade para ser o seu irmão mais novo. E até parece que você ia querer ficar com um cara ferrado como eu. Tenho 18 anos, sou o mais inteligente da minha sala, mas eu não tenho nada a te oferecer.

— Não é isso Shikamaru. – Temari também soltou seu cinto e virou-se. – Eu só... Eu não imaginava.

— Então me fala o que você pensou depois de tudo isso. – Diz Shikamaru.

   Temari corou sem saber muito bem como dizer e ficou olhando para o rádio do carro.

— Hahaha, é engraçado, afinal...

— Engraçado?

— Sim, depois que te vi pela primeira vez, você nunca mais saiu da minha vida. – Temari falou e agora foi a vez de Shikamaru corar.

— Eu queria você na minha vida!

   Eles se olharam fixamente, a música no rádio já não era mais escutada e Temari se pegava, vez ou outra olhando para a boca de Shikamaru.

   Shikamaru não aguentava mais toda aquela tensão e beijou Temari. A loira ficou surpresa, mas com certeza era o que ela queria.

   Shikamaru dava selinhos demorados nos lábios de Temari fazendo com que ela abrisse passagem para sua língua que fazia como se fosse uma dança junto com a de Temari.

   Algumas mordidas e suspiros junto com os beijos deixaram os dois atordoados e nem lembrar onde estavam. Mas logo o sinal tocou e os dois se desvincularam.

— Eu não sei o que isso quer dizer, mas... – Shikamaru coçara sua nuca e agora foi a vez de Temari dar um beijo surpresa.

   Um beijo rápido e simples, fez com que Shikamaru ficasse surpreso.

— Estamos... ficando agora então? – Temari perguntou.

— Já falei que por mim a gente casava.

   Os dois riram juntos, saíram do carro e deram as mãos. Shikamaru levou Temari até sua sala e quando ela estava na porta, deu um beijo de despedida, alguns amigos viram e bateram palma. Deu para se ouvir de dentro da sala de Temari alguém gritar.

“ATÉ QUE ENFIM!!!”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado porque eu amei ♥
Beijão pessoas! Até a próxima :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até que enfim!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.