Fear the Monster escrita por Lady Z


Capítulo 20
XX


Notas iniciais do capítulo

"Sticks and stones could break my bones,
But anything you say will only fuel my lungs."
https://www.youtube.com/watch?v=xws8DG-mLyw

ATENÇÃO: GORE.

boa leitura.



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Não sabia quanto tempo se passara ao certo, mas tudo ainda era silencioso e gélido.

Continuava sentado, com a cabeça apoiada nos joelhos, esperando a aparição do droid, ansioso. Ainda sentia o gosto dela em sua boca, e aquilo lhe dava forças para fugir. Em sua mente, a visão que teve ainda rodava, infiltrando-se cada vez mais em sua memória. Ela lhe dera sua localização, clara e sólida como as grades à sua frente.

Ouviu passos.

Ergueu sua cabeça, tentando ver quem se aproximava, mesmo não tendo clareza em sua visão, já que o sangue seco continuava em seu rosto, por cima de um dos seus olhos.

Em questão de alguns segundos, pôde ver aquele inocente robô se aproximar, com uma bandeja nas mãos.

Passou a encará-lo.

Lentamente, o droid tirou uma chave de um de seus compartimentos internos, e abriu a cela, somente o suficiente para deixar a atual bandeja, e levar a anterior. Na nova, havia o mesmo: pão e aquela massa esquisita.

Acompanhava cada movimento do ser de metal com cuidado, esperando a hora certa de agir.

Com a bandeja antiga em mãos, o droid começou a fechar a cela. Rapidamente, estendeu uma de suas pernas, colocando-a em cima dos trilhos das grades.

O droid se assustou.

— Vocês devem achar que eu sou muito burro. – disse, levantando-se, ainda com a perna no caminho das grades. – Mas eu não sou.

Jogou seu corpo contra as barras de metal, empurrando-as para o lado, abrindo totalmente a cela. O pequeno droid começou a soltar bips desesperados, gritando. Chutou-o para longe, vendo-o cair no chão e se mexer freneticamente, assustado.

Encarou aquela cena: estava livre novamente.

Olhou para a porta da prisão.

Decidiu que além de fugir, tinha contas a acertar.

Passando pela saída, entrou em um curto corredor, podendo ver dois stormtroopers parados, conversando. Certamente eram eles a fazer a escolta do droid.

Por trás das costas, abriu uma de suas mãos, usando a Força a seu favor. Cada passo era mais pesado e firme que o anterior, e em seu olhar havia uma nuvem de ódio e sede de vingança. Estava determinado a matar.

— Hey! O que está acontecendo aqui?! – um dos soldados disse, assustado ao vê-lo fora da cela. – Volte já para su... – erguendo seus blasters, ele e seu colega foram interrompido por uma falta de ar repentina.

— Vocês vão tirar essa merda de algema de mim, e me entregar suas armas. – se o sentimento de ódio fosse um som, seria sua voz nesse momento.

Seguindo a ordem, manipulados pela Força, um deles tirou um molho de chaves de seu cinto, abrindo a algema e libertando as mãos do ex-prisioneiro. Ambos estenderam suas mãos, entregando suas armas a ele. Alongou as mãos e os braços, que doíam após tanto tempo presas na mesma posição, e pegou os blasters. Sem hesitar, sufocou os dois soldados até a morte.

Virou à sua direita, indo direto para o acesso à parte principal da nave. Destravou os blasters, e preparou seus dedos nos gatilhos, sabendo o que lhe esperava do outro lado.

Dito e feito, quando abriu a porta, dezenas de soldados e militares de patentes mais altas passavam, de um lado pro outro, até que um deles notou sua presença, sinalizando-a para os outros, e caindo ao chão, morto com um tiro que atravessou seu capacete.

Uma sirene começou a soar, alertando a todos do que estava acontecendo ali. Rapidamente alguém ordenou aos stormtroopers que atirassem, mas assim que os tiros começaram a deixar os canos das armas, pararam estáticos no ar.

Seus olhos ardiam num vermelho agressivo, e seu sangue corria imerso em adrenalina nas veias. Com um mover de dedos, os tiros voltaram para suas origens, fazendo vários soldados caírem no chão. Começou a atirar de volta, urrando com violência e caminhando por aquele mar de sangue e armaduras brancas que se formara. Alguns ele simplesmente jogava contra as paredes e os equipamentos, deixando-os, no mínimo, inconscientes.

Todos ali, com exceção dele, estavam desesperados, correndo por todos os lados. Com seu desejo doentio por sangue aumentando, entrou no elevador, e dirigiu-se à sala de comando. Suas botas estavam manchadas de sangue, assim como sua capa.

Assim que as portas abriram, saiu atirando e jogando soldados longe. Pegadas vermelhas surgiam sobre o chão metálico conforme ele passava, indicando a passagem da morte por ali. As portas da sala de comando estavam abertas, e haviam somente alguns homens ali.

Jogou os blasters longe. Haviam descarregado.

Ao adentrar o recinto, pôde ver a surpresa misturada com o medo estampada no semblante de cada um ali.

— Ligue para Hux, agora! – ordenou um homem branco, calvo, que logo veio ao chão, desacordado.

Com a mão ainda estendida, ergueu o outro subordinado que corria em direção ao comunicador, tirando-lhe o ar. Os demais olhavam assustados. Soltou o homem sobre os controles ao vê-lo roxo e sem movimentos conscientes. Dirigiu-se até o que cuidava dos rastreadores, jogando-o longe. Olhou para o computador, vendo todos aqueles dados e números referente as naves piscando na tela. Cerrou seu punho e socou o computador, apagando sua tela e fazendo surgir uma fumaça branca e densa. Fez isso repetidas vezes e só parou quando sentiu a dor dos cacos de vidro em sua mão, que sangrava.

Puxou um dos homens, que estava escondido atrás de uma das máquinas, tremendo, até si.

— Cadê aquele magrelo bastardo?! – gritou, cuspindo no pobre homem, que chorava.

— Eu.. Eu não sei! – dizia em meio às lágrimas. – P-por favor, não me mate!

Jogou o homem contra uma das paredes, fazendo-o cair de cabeça no chão. Furioso, ergueu ambas as mãos, com os punhos fechados, sufocando os que ainda estavam conscientes.

— AONDE ELE ESTÁ?! – as veias de seu rosto estavam saltadas. Seu corpo tremia com o frenesi.

— E-Ele está em seus aposentos! – um dos militares disse, tentando livrar-se das amarras intangíveis.

Soltou todos, saindo dali antes mesmos que seus corpos tocassem o chão.

Andou novamente até o elevador, dirigindo-se para o andar dos aposentos. Olhou para baixo, vendo o chão se tingir de vermelho.

Aquele era o sangue da Primeira Ordem.

Sua doença estava matando-a.

Abriram-se as portas, e saiu furioso, não indo ainda em direção ao ruivo, mas sim para seus próprios aposentos. Assim que entrou, o choque do perfume que havia ali lhe fez parar por um instante. O cheiro dela continuava ali, misturado com o seu, numa sintonia perfeita, deixando-o embriagado.

Foco.

Foi até o banheiro, ligou a torneira, e jogou água em seu rosto, limpando o sangue de muito tempo e o suor da luta. Pegou um rolo de faixa em uma das gavetas e enrolou-o em sua mão ferida, estancando o sangue.

Agora sim iria atrás de Hux.

 

Após atravessar um corredor, estava em frente às portas do quarto daquele ser desprezível. Abriu-as com cautela, e entrou, sem produzir nenhum ruído.

As luzes estavam apagadas, mas graças ao brilho das estrelas que entrava pela janela, podia ver aquela cobra nojenta dormindo. Tornou seu olhar para o móvel ao lado da cama ao ver algo refletindo a claridade da janela.

Seu sabre.

Andou até lá, lentamente, e o empunhou. Sentiu um arrepio de excitação percorrer seu corpo ao tocá-lo.

Voltou a olhar para Hux. Poderia matá-lo ali mesmo, se quisesse, que ele nem perceberia. Quando visse, estaria queimando no inferno.

Não... – pensou consigo mesmo. - ...A morte é algo muito bom pra você.

Aproximou-se da cama e acendeu seu sabre-de-luz, tingindo o quarto com uma luz vermelha demoníaca.

O barulho o fez despertar. Vagarosamente, ainda dominado pelo sono, virou-se para a direção da luz, olhando para aquela figura negra, sem raciocinar direito. Já ele, olhava-o furioso, ansioso para pular em sua jugular.

Sua mente começou a funcionar, e em seguida seus olhos se arregalaram.

— Ren?!

Olhou-o com desprezo.

— Ben.

Ergueu seu sabre-de-luz, iniciando o primeiro dos golpes.

 

Do lado de fora do quarto, só se ouviam gritos. Dentro dele, acontecia uma chacina de um homem só. Começara golpeando-o no rosto, deixando uma enorme queimadura que consumia sua pele aos poucos, fazendo-o urrar de dor. Levantou pelo outro lado da cama, desesperado, mas seu carrasco o acompanhou, passando seu sabre sobre o peito nu do General, abrindo um enorme corte, que nem tivera tempo de sangrar, pois o calor do golpe cauterizara seus vasos.

Estendeu as mãos, tentando proteger seu rosto de mais um golpe, mas logo veio ao chão, gritando feito um animal no abate, ao ver sua mão separada de seu pulso rolar pelo chão. Mal caíra de joelhos, já teve sua face empurrada contra o chão graças à bota sobre suas costas.

Tirou o pé, e começou a praguejar contra aquele verme à sua frente, caído aos seus pés. Golpeava o sabre feito um chicote, marcando sua pele e fazendo uma leve fumaça se levantar, junto com o cheiro de carne queimada. Quando parou, deixou que Hux tentasse se levantar, saboreando com prazer seu sofrimento.

Assim que o ruivo firmou suas pernas, atravessou-as com sua arma, fazendo-o soltar um grito agonizante, caindo impotente de volta ao chão.

Foi em sua direção, parando por cima daquele corpo moribundo. De seus olhos, saíam rios de sofrimento, e conseguia sentir seu coração pulando desesperado e aterrorizado no peito. Colocou as mãos nuas naquele pescoço magrelo, e começou a pressioná-lo. Os gritos se tornaram gemidos desafinados, e sua vermelhidão começou a se transformar em um roxo podre. A excitação e adrenalina do momento lhe consumia por dentro, fazendo com que apertasse mais e mais sua garganta. Sentia tanto prazer naquilo, que estava espumando pela boca. Seus olhos estavam vermelhos feito o líquido que banhava sua vingança. Todo o lado negro que ainda existia em si o possuía nesse momento.

Soltou sua garganta, colocando uma de suas mãos naquele rosto afogado em dor, e o olhou nos olhos.

— Nunca pensei que seria tão fácil. – disse cada palavra com um prazer inestimável, abrindo um sorriso sádico no final.

Levantou-se, pegando seu sabre, e saiu pela porta, largando aquele projeto de defunto estatelado no chão. Sentia-se satisfeito com o que havia feito, e saboreava sua vitória ouvindo aqueles urros de dor ecoarem por toda a nave.

Nunca mais ele se atreveria a cruzar seu caminho.

Conforme se dirigia para o hangar, observava ao seu redor. Não havia uma única alma em seu campo de visão, ainda que muitos soldados estavam correndo pela nave, pois não havia ninguém para lhes darem ordens. Os que não estavam inconscientes ou mortos, estavam escondidos em algum lugar, temendo por suas vidas.

Não sabia aonde guardava tanto poder de destruição, mas quando tomara consciência de si mesmo, seus impulsos o conduziam e seus sentimentos mais podres o estimulavam. A Primeira Ordem estava caída aos seus pés, e seria ele o executor a matá-la de uma vez.

O poder era extasiante.

Chegando ao hangar, tudo estava afundando no mais fúnebre silêncio. Haviam naves faltando, o que significava que muitos resolveram abandonar a nave.

Sábios.

Dirigiu-se até sua nave, que estava parada exatamente aonde deixara da última vez que a pilotara. Entrou e ligou-a, vendo o painel se iluminando à sua frente. Encarou a saída à diante, e respirou fundo.

Eu estou indo, Rey.

Acelerou e levantou vôo, deixando o destroier pela última vez, para nunca mais voltar.


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Notas finais do capítulo

Eu sinceramente não planejava escrever esse capítulo hoje, mas as coisas culminaram nele e cá estou eu.

Espero que tenham gostado, e quero saber suas sinceras opiniões nos comentários!

até o próximo!