Fear the Monster escrita por Lady Z


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3



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E então ele estava só.

 

Depois de tudo aquilo. Depois daquele Skywalker maldito e todos aqueles rebeldes imundos o enganarem. Depois de um plano perfeito ter dado errado por um impulso, um sentimento grotesco e sedento por sangue expressado na hora errada. Depois do olhar superior, porém medroso de Hux. E, finalmente, depois de uma parede amassada e duas portas cortadas ao meio, ele estava só. Os stormtroopers não ousavam chegar perto de seus aposentos quando o mesmo estava lá. Se de longe, seus ataques de fúria já eram um risco de vida, quem diria de perto.

Parado, em pé de frente para sua cama, olhava para o chão. Todas as imagens do dia de hoje passavam voando em sua mente como páginas de um livro aberto ao vento. Fechou os olhos, pressionou-os forte, para quem sabe a dor física superasse a emocional. Tirou seu sabre de luz e jogou-o contra a parede. Mais um amassado dentre centenas de outros mais.

Nunca entendera o que fizera de tão errado nessa vida. Não pediu para ser filho de quem era, não pediu para ser poderoso, não escolheu tudo isso, e no entanto lá estava ele, dentro da nave do mais poderoso governo da galáxia, ocupando a posição de líder, já que a pouco havia matado o anterior.

Andou cambaleando até sua cama, e sentou-se. Já não segurava mais as lágrimas. Olhou para suas mãos: Ainda usava as luvas. Tirou-as e jogou para o chão. Olhou novamente, e como num passe de mágica, sua mente turbulenta parou em uma imagem.

 - Junte-se a mim... Por favor...

Rey. Seu rosto, seu cabelo, seu olhar de esperança e depois, de reprovação permaneciam na sua mente, estáticos, como se sua mente quisesse claramente lhe torturar. Algo havia mudado nele, algo em relação aquela catadora de lixo que surgiu do nada, mas que havia dominado tudo com uma rapidez exponencial. Sabia que Snoke mentira quando atribuiu a si a causa das conexões entre os dois. Sabia que um ser de tamanha maldade e podridão não faria algo que poderia chegar a provocar sentimentos... bons. E teve seu palpite comprovado quando, agachado naquela base rebelde nojenta, olhou para a frente e viu ela, iluminada, parada à porta da Millenium Falcon. Nesse momento, sentiu um soco em seus pulmões e em sua garganta, palavras ficaram atravessadas. Palavras muito específicas e peculiares que ao contrário de sua raiva, insistiam em ficar dentro de si. Ele ainda se lembra perfeitamente do olhar sem brilho dela quando fechou a porta da nave, e desde então não haviam mais tido contato.

Se fosse qualquer outro, provavelmente ele já teria praguejado ou ordenado à suas tropas que partissem imediatamente atrás, para que ficasse bem claro que ninguém fazia isso com Kylo Ren, o Líder Supremo da Primeira Ordem.

Mas.. Esse era o problema.

Ninguém nunca tinha feito isso antes.

 

Após comer qualquer coisa e trocar de roupa, deitou-se na cama. Agora, mais calmo, se é que isso era possível, o cavaleiro olhava o teto de seu quarto, tentando travar seu turbilhão de pensamentos em algo que não fosse Rey.

Mas não dava, não tinha como, era impossível. Desde que Ben Solo morreu, Kylo Ren tem a mesma vida de sempre, e os mesmos sentimentos: ódio pelos rebeldes, insubordinados, incompetentes, covardes e por Hux. Hux é um caso excepcional, pois dá conta de ser as três ultimas coisas juntas; ganância, a sede pelo poder, a ânsia e o desejo ardente de ter para si o título de mais poderoso cavaleiro do lado negro da força, e tantos outros sentimentos, emoções e lembranças que tinham muito em comum: o lado negro de sua pouca humanidade.

E de repente, num choque, algo diferente de suas habituais sensações surge. Algo pequeno, mas límpido, puro, e leve. Era assim que se sentia quando essa faísca passava pela sua mente conturbada e doente.

Olhou novamente para sua mão. Pensou, por um segundo, que poderia tentar um contato, talvez, pensando nela. Talvez mostrando à força que esse era seu maior desejo naquele momento. Fechou os olhos, e tentou lembrar do que sentiu quando, por uma fração de tempo, sua mão tocou a dela. Seu lábio, num espasmo, se contorceu para o lado: estava sorrindo.

Não!

Abriu os olhos e se jogou da cama, cambaleando e caindo no chão. Não podia pensar nela, não podia se deixar desviar de seu propósito.

Eu não posso fazer isso, eu não posso – dizia para si mesmo, ofegante, caído de joelhos no chão. – Ela recusou servir a mim e por isso vai pagar, e tão somente isso. Sem conexões, sem Força, sem toques. Chega, Kylo Ren, seu inútil!

E sem pensar duas vezes, levantou e atirou uma cadeira próxima em direção a porta, perdendo o equilíbrio e se apoiando na parede, ficando estático e ofegante. Retomou seus sentidos, voltou para a cama e dormiu.


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